Ana Viriato
Por fraude em uma licitação do Tribunal de Contas da União (TCU), investigada no âmbito da Operação Sentinela, a 14ª Vara Federal no DF condenou o distrital Robério Bandeira de Negreiros Filho (PSDB) por improbidade administrativa. Segundo o Ministério Público, em 2004, ele articulou as propostas apresentadas na concorrência com outras empresas — Sitran e Confederal — para que a Brasfort, negócio da família no setor de segurança e contratação de mão-de-obra terceirizada, saísse vencedora.
A sentença do magistrado Eduardo Rocha Penteado determina que Robério perca os direitos políticos por cinco anos; fique impedido de contratar com o poder Público por três anos; e pague, junto ao pai e à Brasfort, 50% dos valores recebidos, conforme o contrato com o TCU. Esses efeitos da decisão só valerão a partir do trânsito em julgado da ação.
As investigações apontam que, junto a funcionários da Corte de Contas, o pai do distrital teria planejado como ficaria o edital da licitação, para inserir exigências que restringissem o número de participantes, entre elas, o “elevado capital social”, “serviços de vigilância” e “brigada de incêndio”. Em contrapartida, os servidores poderiam indicar conhecidos a postos na Brasfort.
As concorrentes apresentaram propostas mais caras, a fim de que o projeto da empresa da família de Robério Negreiros parecesse adequado e o processo licitatório tivesse aspectos de legalidade. Confederal e Sitran foram condenadas, assim como a Brasfort, à proibição de contratação com o poder Público por três anos. Há indícios da movimentação do conluio em áudios interceptados pela Polícia Federal, com autorização judicial.
Pelas fraudes, em 2004, Robério Negreiros chegou a ser encarcerado em cela da Superintendência da PF, no Setor Policial Sul. Além do parlamentar e das empresas, a 14ª Vara Federal condenou seis ex-funcionários do TCU e o pai do distrital, Robério Bandeira de Negreiros.
A firma recebeu do GDF R$ 863 milhões de 2010 a 2017, por contratos com a administração pública local. Em 2010, o repasse foi de R$ 4,1 milhões. A partir de 2011, quando Robério chegou à Câmara Legislativa, os contratos tiveram um crescimento exponencial, chegando a R$ 210 milhões em 2015. Este ano, o governo local pagou R$ 146 milhões à Brasfort por contratos de vigilância.
Outro lado
Pelos mesmos fatos, Robério Negreiros tornou-se alvo de acusações nas esferas administrativa e penal — o parlamentar foi absolvido em ambas. Em nota, Robério Negreiros destacou que “a própria sentença, nos parágrafos 1º e 4º, atesta expressamente a inexistência de danos ao erário”. “Trata-se de respeitável decisão, de cunho eminentemente provisório, em sede de 1º grau de jurisdição. A defesa entende a sentença como materialmente equivocada, visto que não foi enfrentado o mérito nos mesmos moldes das ações conexas, no âmbito penal e administrativo, que absolveram o parlamentar de qualquer ilícito”. O distrital afirmou, ainda, que recorreu da decisão em 10 de novembro.
Eixo Capital - À queima-roupa publicado em 19 de janeiro de 2025, por Ana Maria…
Coluna Eixo Capital publicada em 19 de janeiro de 2025, por Ana Maria Campos Um…
Coluna Eixo Capital publicada em 18 de janeiro de 2024, por Ana Maria Campos A…
ANA MARIA CAMPOS Morreu nesta manhã (17), o desembargador aposentado Edson Alfredo Martins Smaniotto, do…
ANA MARIA CAMPOS O secretário de Transporte e Mobilidade, Zeno Gonçalves, anunciou que não haverá…
POR ANA MARIA CAMPOS — Confira entrevista com Ibrahim Yusef, presidente do Sindicato dos servidores públicos…