Promotora Deborah Guerner é suspensa do Ministério Público por agredir gerente de um banco

Compartilhe

A promotora de Justiça Deborah Guerner, acusada de envolvimento em denúncias relacionadas à Operação Caixa de Pandora, será suspensa por 45 dias. A penalidade foi aplicada pelo plenário do Conselho Nacional do Ministério Público. Por maioria de votos, o CNMP reviu uma decisão tomada durante o trâmite de um processo administrativo disciplinar instaurado pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) para apurar agressões de Guerner contra a gerente de uma agência bancária.

O julgamento da revisão do processo contra Deborah Guerner ocorreu a pedido da Corregedoria-Geral do MPDFT. No Conselho Superior do Ministério Público do Distrito Federal, a promotora havia sido absolvida. Deborah Guerner e o ex-procurador-geral de Justiça do DF Leonardo Badarra são acusados de tentar extorquir R$ 2 milhões do ex-governador José Roberto Arruda. Eles teriam ainda vazado informações sigilosas para favorecer o ex-secretário de Relações Institucionais Durval Barbosa, delator do esquema de corrupção.

As acusações mais graves contra Guerner são as que envolvem a Operação Caixa de Pandora, mas o caso que foi analisado esta semana pelo  CNMP é outro. Em dezembro de 2012, a promotora teria ofendido uma gerente de uma agência bancária em Brasília. Deborah teria chamado a mulher de “burra, incompetente, despreparada e desqualificada”, e ainda teria dado murros contra a mesa da sala de reuniões. Ainda de acordo com testemunhas, a promotora ameaçou a gerente com um gargo de churrasco. Durante o julgamento, o corregedor nacional do MP, Cláudio Portela, criticou a atitude de Deborah. “O Ministério Público é órgão incumbido da defesa da ordem jurídica, cabendo-lhe precipuamente fiscalizar o comportamento dos demais agentes públicos e cidadãos em geral, exigindo-lhes observância às normas que regem a vida em sociedade. Assim, não é exagero esperar de um membro desta Instituição, senão um agir irrepreensível, ao menos uma busca incessante por elevados padrões éticos e de retidão moral. Afinal, não é outra coisa que espera a sociedade a quem devemos representar”.

A promotora estava com o marido, Jorge Guerner, em uma agência do Banco do Brasil da Asa Norte e tentava renegociar um empréstimo. A gerente do banco considerou a proposta inviável. Diante da negação, a promotora se alterou e a ameaçou. Deborah está há quase cinco anos sem trabalhar, mas continua recebendo o salário de promotora. Durante os 45 dias de suspensão, ela ficará sem os vencimentos.  Deborah e Bandarra foram demitidos pelo Conselho Nacional do Ministério Público em maio de 2011, mas continuam a receber os vencimentos integralmente, graças a uma decisão da Justiça. Em fevereiro de 2012, o Supremo Tribunal Federal entendeu que o corte dos salários só deve ocorrer depois do trânsito em julgado e determinou que Bandarra e Deborah Guerner recebam os pagamentos mensais até o desfecho do caso.

Helena Mader

Repórter do Correio desde 2004. Estudou jornalismo na UnB e na Université Stendhal Grenoble III, na França, e tem especialização em Novas Mídias pelo Uniceub.

Publicado por
Helena Mader

Posts recentes

  • Notícias

“Trump vem muito fortalecido e com um pouco de sede de vingança”, diz João Carlos Souto

Eixo Capital - À queima-roupa publicado em 19 de janeiro de 2025, por Ana Maria…

2 dias atrás
  • CB.Poder

Uma chapa feminina para o Executivo e Legislativo

Coluna Eixo Capital publicada em 19 de janeiro de 2025, por Ana Maria Campos  Um…

2 dias atrás
  • CB.Poder

Bia Kicis viaja para acompanhar posse de Trump

Coluna Eixo Capital publicada em 18 de janeiro de 2024, por Ana Maria Campos A…

3 dias atrás
  • CB.Poder
  • Eixo Capital
  • Notícias

Morre Edson Smaniotto, desembargador aposentado do TJDFT

ANA MARIA CAMPOS Morreu nesta manhã (17), o desembargador aposentado Edson Alfredo Martins Smaniotto, do…

4 dias atrás
  • CB.Poder
  • Eixo Capital
  • GDF

Tarifas de ônibus do DF serão congeladas até o fim de 2026

ANA MARIA CAMPOS O secretário de Transporte e Mobilidade, Zeno Gonçalves, anunciou que não haverá…

1 semana atrás
  • Eixo Capital

“A recomposição salarial continua sendo a maior demanda”, diz presidente do Sindireta-DF

POR ANA MARIA CAMPOS — Confira entrevista com Ibrahim Yusef, presidente do Sindicato dos servidores públicos…

1 semana atrás