Délio Lins e Silva Júnior
Presidente da OAB-DF
A movimentação para a eleição do próximo comando da OAB-DF é grande. A campanha já começou?
A campanha, pelas regras eleitorais da Ordem, começa em outubro, 45 dias antes da eleição, que ocorre na segunda quinzena de novembro. O que se vê agora são movimentações de pré-candidaturas, não regulamentadas, algumas delas já demonstrando o abuso do poder econômico e boa dose de descompasso com o cenário de pandemia. Há inclusive quem busque fabricar novos problemas para se viabilizar como candidato, como se não bastassem as dificuldades que temos gerenciado durante a crise da covid-19.
Você vai concorrer à reeleição?
Nosso grupo dirige a OAB/DF até dezembro. Teremos candidatura, mas não fechamos quem será cabeça de chapa. Temos excelentes nomes. Para nós, o fundamental é dar continuidade ao projeto em curso, que tem feito toda a diferença e oferecido alternativas para a advocacia. Aliás, essa diferença nós temos percebido em todas as esferas: na vida da advocacia militante, que usa efetivamente os serviços da OAB/DF em seu dia a dia e também nos profissionais que antes sequer se relacionavam com a casa e agora passam a utilizar, por exemplo, a clínica PreCAAver ou o plano de saúde exclusivo.
Na oposição, há pelo menos 5 pré-candidatos. Acredita eles que vão conseguir encontrar a unidade?
Até agora não apareceu unidade, projeto claro e identidade entre si. O que estamos vendo são projetos pessoais, com promessas muito vagas. Mas talvez consigam escolher um nome único, porque são todos ligados ao GDF e ao governador.
Qual é o peso do apoio do governador Ibaneis Rocha a favor de um dos candidatos?
O governador Ibaneis é ex-presidente da Ordem, mas nossa expectativa é que siga cuidando do DF, que hoje enfrenta uma série de crises: no sistema penitenciário, na saúde, na educação, no transporte. A pandemia lhe trouxe muitos desafios. A Ordem continuará independente e participativa. É isso que a sociedade espera de nós. Apoiar aquilo que é do interesse da nossa população, mas criticar e cobrar soluções mais adequadas para nossos problemas. É uma ação impessoal. Defendemos que a Ordem deve ser independente de políticos e de partidos, sem cabresto.
Na última eleição, não houve acordo no grupo de Ibaneis e o candidato foi definido numa votação. O candidato de Ibaneis era Cleber Lopes, mas Jacques Veloso concorreu. Ibaneis vai aceitar outro candidato ou candidata?
O governador é bastante pragmático. Ele apoiará o nome que tiver mais chances de vitória. Foi assim na eleição passada. Nada indica que será diferente agora. Os nomes que surgiram no cenário, até agora, estão lutando pelo apoio dele, o que escancara a mistura política que pretendem trazer para a Ordem.
Se você for candidato, o que vai apresentar na campanha?
Nesta gestão, cumprindo promessa da campanha anterior, implantamos a igualdade de gênero na Casa e combatemos o racismo estrutural. Também ampliamos o protagonismo dos jovens, das pessoas com deficiência, dos advogados nas Subseções. Saímos de um controle precário de gestão baseado em planilhas de Excel para uma OAB-DF digital, moderna. Fortalecemos a defesa das prerrogativas, com plantão 24h por dia, 7 dias por semana. A ESA e a CAA também evoluíram muito. Só para se ter uma ideia, vacinamos 6 vezes mais advogados contra a gripe do que a administração anterior. Distribuímos mais de R$ 1 milhão em benefícios diretos para os advogados, além da distribuição de mais de 2000 caixas de gêneros de primeira necessidade para a advocacia. Criamos um legado em educação continuada online que fica como patrimônio da casa. Tudo isso mantendo a anuidade mais barata do Brasil e o maior desconto pra iniciantes. Estamos prontos para saltos maiores, que serão em direção à empregabilidade dos advogados. A crise é imensa. Temos de oferecer oportunidades. A OAB/DF atual serve à advocacia. Isso é o que nos diferencia dos outros pré-candidatos, que já passaram pela Ordem e nós vimos o que aconteceu.
Qual vai ser o principal tema de debate na campanha?
A eleição será um embate entre o atraso e a vanguarda da advocacia. Temos no nosso grupo uma força de inclusão e democracia colocando a Casa para trabalhar pela advocacia. É a vanguarda. De outro lado, os que querem que a advocacia trabalhe para os interesses de uns poucos. Em todos os recortes de discussão que vierem a ser tratados, é disto que se trata: se queremos uma OAB/DF plural, inclusiva e democrática como é hoje, ou uma OAB/DF do atraso, voltada para poucos privilegiados.
Hoje (dia 25/05) a OAB-DF completa 61 anos. Que avanços para os advogados podem ser comemorados?
No que tange a OAB/DF há avanços em todas as áreas. Hoje a advocacia tem acesso a serviços desburocratizados pela internet a qualquer tempo e temos notícia que isso viabilizou o home office para muita gente de 2020 pra cá. Destaco mais uma vez a incansável Central de Prerrogativas, cujos efeitos práticos são inéditos na história da casa e estabelecem um novo padrão de proteção ao trabalho da advocacia; os programas de capacitação, como o Carreiras e o Carreiras Tec e o conteúdo de alta qualidade da ESA/DF, que vem habilitando milhares de profissionais para os novos desafios do mercado; a alta produção de conhecimento legada pelas nossas Comissões, a quebra de paradigmas sociais que permite a inclusão de todos em uma casa mais aberta e democrática; a reconstrução e reabilitação de aparelhos que servem à advocacia, como as salas de apoio, nossa sede e o clube, além da disponibilização de novas subseções; programas de vacinação, plano de saúde, clínica própria… Ou seja, a lista é longa e até o fim do ano ainda aumentará bastante!
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