PF faz operação contra Arruda, Agnelo e Filippelli

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A Polícia Federal deflagrou na manhã desta terça-feira (23/05) a Operação Panatenaico, cujos alvos são os ex-governadores José Roberto Arruda, Agnelo Queiroz, além do vice-governador Tadeu Filippelli. A operação é decorrente da delação premiada de executivos da construtora Andrade Gutierrez, que, ao lado da Via Engenharia, ganhou a licitação para o Estádio Nacional Mané Garrincha.

Desde as 6h, os policiais federais cumprem mandados para embasar uma investigação relacionada a fraudes e desvios de recursos na obra.  A arena custou R$ 1,575 bilhão e um levantamento da própria Terracap, empresa responsável pela empreitada, apontou prejuízos de R$ 1,3 bilhão.

Ao contrário de outras obras da Copa do Mundo, o Mané não recebeu recursos federais e, por isso, a empreitada não ficou sujeita à fiscalização do Tribunal de Contas da União.  Mas a Terracap tem participação acionária de 49% da União, o que preocupa o governo federal e a PF.

Além dos políticos do DF, a operação também tem como alvos construtoras e operadores de propina que teriam atuado nas gestões de Agnelo e de Arruda. Segundo a PF, a suspeita é de que eles “tenham realizado conluios e assim simulado procedimentos previstos em edital de licitação”.

Ao todo, 80 policiais federais participam da operação, divididos em 16 equipes que cumprem na manhã desta terça-feira 15 mandados de busca e apreensão, 10 mandados de prisão temporária e três conduções coercitivas. As medidas judiciais foram determinadas pela 10a. Vara da Justiça Federal no DF, todas as ações ocorrem em Brasília.

Operação Panatenaico

O nome da operação é uma referência ao Stadium Panatenaico, sede dos jogos panatenaicos, competições realizadas na Grécia Antiga que foram anteriores aos jogos olímpicos.

Concessão

A operação ocorre no momento em que o governo discute a concessão da arena esportiva à iniciativa privada. Estudos mostram que o Mané Garrincha só tem potencial de gerar R$ 171 milhões de retorno financeiro, durante toda a vida útil. Como levantamentos técnicos comprovam que houve uma depreciação de R$ 80 milhões no valor estimado do Mané Garrincha, isso representa um prejuízo patrimonial de mais de R$ 1,3 bilhão para a empresa.
Helena Mader

Repórter do Correio desde 2004. Estudou jornalismo na UnB e na Université Stendhal Grenoble III, na França, e tem especialização em Novas Mídias pelo Uniceub.

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