DA COLUNA EIXO CAPITAL
A Esplanada dos Ministérios pode se tornar o palco do maior confronto entre manifestações contra e a favor do impeachment.
Num momento em que os ânimos estão exaltados com o pedido de prisão preventiva do ex-presidente Lula, a Secretaria de Segurança Pública e Paz Social do DF notificou ontem (10) a direção do PT quanto à ilegalidade do ato em defesa de Lula, marcado para o próximo domingo.
A oposição programou anteriormente os protestos “Vem pra Rua”, “Brasil Livre”, “Ocupa Brasília” e “Limpa Brasil” na mesma data.
No ofício, dirigido ao presidente do PT-DF, Roberto Policarpo, a secretária Márcia de Alencar ressalta com todas as letras que a agenda petista contraria a Constituição. “O encontro de massa de manifestantes com interesses conflituosos pode provocar distúrbios sociais decorrentes de acirramento de bandeiras ideológicas distintas”, argumenta.
Petistas na Torre de TV
O presidente do PT-DF, Roberto Policarpo, deixa claro que o partido não pediu autorização do governo Rollemberg para o promover o “Ato do dia 13”.
Os petistas de Brasília enfrentaram a direção nacional do partido que decidiu suspender uma grande manifestação em São Paulo e mantiveram o protesto contra o impeachment em Brasília. Será na Torre de TV, a partir de 8h, com discursos de integrantes do partido e shows de artistas locais. “Só esperamos do governo que garanta a segurança de todos os manifestantes. A Polícia Militar precisa cumprir o seu papel”, ressalta o petista.
Campo de batalha
A Secretaria de Segurança e Paz Social explicou ontem que os petistas têm o direito de se manifestar. Mas, para garantir a segurança da população e evitar confrontos, o partido do ex-presidente Lula deve organizar seu ato a mais de 5km de distância do protesto pelo impeachment.
O problema é que local de concentração escolhido pelos movimentos contra a presidente Dilma Rousseff é o Museu da República, que está a apenas 1,5 km da Torre de TV, onde os petistas estarão. Por que podem os anti-petistas e não os petistas?
Porque os partidários do impeachment reservaram o próximo domingo para protestos com, pelo menos, três meses de antecedência. A rodoviária do Plano Piloto pode ser o campo de batalha.
É proibido proibir
O governador Rodrigo Rollemberg (PSB) não quer ser acusado de defender um dos lados que pretendem ir às ruas no próximo domingo.
Mas também não gostaria de enfrentar o risco de se tornar responsável por possível conflito na área central de Brasília. Ele telefonou ontem para o presidente do PT-DF, Roberto Policarpo, e garantiu que o governo não vai impedi-los de se manifestar. Mas espera que 13 de março seja um dia de protestos pacíficos.
ATUALIZAÇÃO
O governador Rodrigo Rollemberg (PSB) telefonou nesta manhã (11) para o presidente do PT-DF, Roberto Policarpo, para reiterar a posição da Secretaria de Segurança Pública e Paz Social, embasada, segundo ele, em aspectos técnicos e constitucionais.
Rollemberg voltou a dizer que o ato do PT na Torre de TV, marcado para domingo (13), é ilegal e pode provocar confrontos entre manifestantes de posições antagônicas.
O governador pediu que o PT escolha um local distante da área central de Brasília para promover o ato em favor do ex-presidente Lula e contra o impeachment de Dilma Rousseff.
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