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Operação Vigia: Delegado foi afastado das funções e terá de usar tornozeleira eletrônica

Publicado em CB.Poder, Eixo Capital, GDF, Notícias

ANA MARIA CAMPOS

O juiz Frederico Ernesto Cardoso Maciel, do Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher de Águas Claras, determinou o afastamento imediato do delegado Thiago Peralva Barbirato França, chefe da 19ª Delegacia de Polícia, em Ceilândia. O policial também terá de usar tornozeleira eletrônica.

 

Essas são algumas das medidas determinadas pela Justiça na Operação Vigia, deflagrada nesta manhã (04/11) em substituição à prisão preventiva do delegado Thiago Peralva requerida pelos promotores de Justiça do Núcleo de Investigação e Controle Externo da Atividade Policial (NCap) e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT).

 

Nesta manhã, promotores de Justiça prenderam preventivamente o ex-delegado-geral da Polícia Civil do DF Robson Cândido por suspeitas de crimes de interceptação telefônica ilegal, corrupção passiva, violação de sigilo funcional, invasão de dispositivo de informática e descumprimento de medida protetiva de urgência.

 

Segundo a investigação, o delegado Thiago Peralva incluiu o telefone de uma ex-namorada de Robson Cândido nas interceptações telefônicas realizadas em um inquérito sobre tráfico de drogas. A medida teria sido adotada para atender o então delegado-geral.

 

O grampo ilegal teria a finalidade de monitorar a ex-namorada de Robson em tempo real. Ela procurou a Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) para denunciar estar sendo perseguida pelo então delegado-geral, com quem teve um relacionamento. A mulher de Robson também registrou ocorrência.

 

Por conta da agressão, a Justiça decretou medida protetiva para que Robson permaneça afastado da ex-namorada. Mas a determinação judicial teria sido descumprida.

 

Com a denúncia feita pela ex-namorada que narrou diversos tipos de perseguição e agressão por parte do ex-delegado-geral teve início a investigação do Ministério Público. A Corregedoria-geral da Polícia Civil chegou a abrir um procedimento, mas a apuração administrativa foi suspensa pela aposentaria de Robson Cândido.

 

Para negar a prisão de Thiago Peralva, a Justiça decretou uma série de medidas preventivas. Além do afastamento da função e do uso de tornozeleira eletrônica, ele está proibido de entrar em contato com a vítima e com testemunhas do processo de violência doméstica, por qualquer meio de comunicação.

 

Também há restrição de contato de Peralva com qualquer servidor, estagiário, detentor de cargo comissionado, policial ou delegado lotado na 19ª DP ou com qualquer servidor ou promotor do Gaeco e do NCap.

 

O Correio tentou contato com a defesa de Peralva, mas não localizou. A casa do delegado foi alvo de busca e apreensão, além da 19ª DP.