“O crime organizado avançou muito e está até dentro da política”, diz Alberto Fraga

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Por Suzano Almeida

Como o senhor vê o futuro da direita no DF?

Falar em 2026 é prematuro, mas tudo se desenha para que o Ibaneis (Rocha, MDB) vá para o Senado e que a Celina (Leão, PP), naturalmente, concorra ao governo. Surgirão outros nomes, até lá. Dizem que a Michele Bolsonaro (PL) pode vir ao Senado também e o Rafael (Prudente, MDB) ao governo. O fato é que, a quem o Bolsonaro apoiar, terá grandes chances de vencer.

Temos dados de diminuição de crimes, mas ainda muita sensação de segurança. Qual a avaliação do senhor?

Eu vejo que os bandidos têm a certeza da impunidade. Por isso, temos tantos feminicídios, roubos e estupros. A Justiça não inibe, porque os criminosos sabem que ficarão apenas cinco ou seis anos e depois estarão nas ruas de novo. Não dá para resolver esse problema sem punição. O crime organizado avançou muito e está até dentro da política. Não se faz política no Rio de Janeiro se não tiver algum contato com o crime. O governo do PT tem ligações. Veja a Dama do Crime, que esteve várias vezes no Ministério da Justiça e ainda teve passagem pagas pelo governo. A gente denuncia na tribuna, mas a imprensa não dá.

Como está o futuro político do senhor?

Eu tive uma eleição difícil, para o patamar que sempre alcancei. O que me colocará de novo no jogo será meu desempenho como deputado. Assim, mais para frente, faremos uma pesquisa e, a depender do resultado, vamos definir. A política é um sobe e desce. Teve gente que conseguiu mais votos que eu e que merecia estar lá, mas, por causa das regras, eu é quem fui eleito. Isso já aconteceu antes com o Alírio Neto e o Rôney Nemer. O primeiro teve mais votos, mas o eleito foi o Rôney. Eu sei que fui eleito puxado pelos votos da Bia Kicis (PL). Me perguntam se eu tenho constrangimento, mas eu já trouxe outros nomes também. Com certeza a população vai reconhecer nosso trabalho.

Como o senhor avalia o governo e qual sua posição em relação a ele?

Eu sou independente e nunca tive dono. Mesmo sendo meu adversário e inimigo político, quando ele foi afastado — por ocasião da falha da segurança pública nos ataques aos Três Poderes no 8 de janeiro — eu fui o primeiro a defendê-lo. Fui muito prejudicado em 2018, com uma condenação há poucos dias da eleição e que, depois, eu fui inocentado. No mais, ele tem feito muita coisa e obras. Muitas das minhas ideias, de quando eu fui secretário de Transportes, ele tem executado, como o Túnel de Taguatinga. Agora, se ele fizer errado, não vou ficar calado.

Ronayre Nunes

Jornalista formado pela Universidade de Brasília (UnB). No Correio Braziliense desde 2016. Entusiasta de entretenimento e ciências.

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