Camisa da Seleção que pertencia a João Lucas pendurada na janela do apartamento onde ele morava e morreu (foto: Mariana Machado/Esp. CB/D.A Press)
Mariana Machado Camisa da Seleção que pertencia a João Lucas pendurada na janela do apartamento onde ele morava e morreu (foto: Mariana Machado/Esp. CB/D.A Press)

Médica do Samu suspeita de matar o filho de 3 anos responderá por homicídio duplamente qualificado

Publicado em CB.Poder

Ana Viriato

 

A 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul) concluiu e enviou à Justiça, nesta quarta-feira (04/07), o inquérito contra a médica do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) suspeita de matar o filho de 3 anos com uma overdose de medicamento. Segundo a corporação, a mãe, Juliana de Pina Araújo, 34 anos, cometeu homicídio duplamente qualificado devido à crueldade do crime e ao fato de a vítima não ter chance de se defender, com o agravante de o menino ter menos de 14 anos. De acordo com a investigação, a criança morreu de insuficiência respiratória, mas também sofreu lesões na veia femoral direita, um dos principais vasos sanguíneos da perna.

 

No apartamento de Juliana, na 210 Sul, a polícia encontrou duas cartelas com 30 comprimidos, cada, de Frontal, indicado para o tratamento de transtornos de ansiedade. Havia, ainda, uma caixa de Ritalina, com 18 medicamentos a menos, e um bisturi. O laudo cadavérico preliminar do Instituto de Medicina Legal (IML) apontou que a insuficiência respiratória da criança decorreu de intenso edema pulmonar. A condição pode ser resultado de intoxicação medicamentosa, possibilidade que será comprovada em testes laboratoriais.

 

Desde o crime, Juliana está internada na ala de psiquiatria do Hospital de Base sob vigilância policial e, portanto, não prestou depoimento. Há suspeita de que o assassinato tenha acontecido em razão de um quadro de depressão crônica da médica. Após perceber que o filho estava dopado, ela tentou tirar a própria vida, com cortes no pescoço.