leonardo_bessa_eixo Crédito: MPDFT/Divulgação

Leonardo Bessa: “É importante uma atuação respeitosa e harmônica entre os atores do sistema judicial”

Publicado em Entrevistas

À queima roupa // Leonardo Bessa, Procurador de Justiça que assume vaga de desembargador do Tribunal de Justiça do DF nomeado pelo presidente Jair Bolsonaro

Por Ana Maria Campos

Com a nomeação ao cargo de desembargador, você se despede do Ministério Público. O que marcou sua carreira?
Ser promotor de Justiça foi um desejo e objetivo nascidos durante meu curso de direito na UnB. Ao longo de quase 30 anos de MP, posso dizer que, pelas diferentes áreas que atuei, como consumidor, criminal, família entre outras, aprendi muito. Entre tantos acontecimentos, registro dois: o primeiro foi a experiência de vivenciar e, de algum modo, contribuir para implementar as ações coletivas no Distrito Federal; o segundo fato marcante, seguindo cronologia temporal, foi ter a honra de ser procurador-geral de Justiça por dois mandatos seguidos e realizar medidas que tornaram o MPDFT mais eficiente e próximo dos interesses reais da comunidade.

Você foi promotor de Justiça e procurador-geral duas vezes. Tem algo que gostaria de ter feito e não teve tempo?
O tempo sempre parece insuficiente e, por isso, impõe escolhas, gestão e racionalidade aos nossos atos, principalmente no âmbito profissional. Acredito que eu soube enfrentar os desafios apresentados dentro e fora do Ministério Público e devo isso, também, à colaboração de uma equipe muito eficiente. Mas eu gostaria, por exemplo, de ter permanecido, no início da carreira, por mais tempo na Promotoria de Sobradinho, onde realizei meu primeiro Tribunal do Júri, tive ótimas experiências na área criminal e me aproximei bastante da sociedade.

O que você leva, como promotor de Justiça para a magistratura?
Levo experiência, aprendizado, a visão do Ministério Público sobre os conflitos individuais e coletivos e, principalmente, como é importante uma atuação respeitosa e harmônica entre os atores do sistema judicial (advogados, defensores, promotores, juízes).

Você vai integrar uma turma cível, qual é o grande desafio?
Gosto de todas as áreas do direito, mas, como meus estudos e atuação foram, na maior parte do tempo, voltados ao direito civil, direito do consumidor e processo civil coletivo, confesso que estou particularmente feliz em poder, ao lado de eminentes desembargadores, atuar na área cível e , consequentemente, colaborar com a formação da jurisprudência do TJDF em temas de relevância social.

Todo mundo sempre precisa de planos. Quais são os seus? Chegar à Presidência do TJDFT, assumir no futuro um cargo em tribunal superior…
Quem me conhece sabe que não costumo fazer planos de longo prazo. Não deixo de olhar para o futuro, mas o meu foco é sempre no presente. Meu plano é exercer, com muita alegria e dedicação, o cargo de desembargador do TJDFT, que tem se destacado no cenário nacional pela qualidade e rapidez na prestação jurisdicional. Quero muito contribuir com esse trabalho diferenciado da Corte.

Quando será a posse?
Ainda não tem uma data definida, mas será em breve, provavelmente no final de junho.