O secretário de Fazenda, João Fleury, vai ao mercado na próxima semana tentar negociar a carteira de recebíveis do GDF que hoje atinge a cifra de R$ 1,7 bilhão. É a securitização da dívida, mas agora com mais lastro. A negociação abrange as parcelas do Refis, o crédito com o parcelamento dos impostos atrasados, promovido em 2016. Especialista nesse tipo de transação, Fleury vai se encontrar com representantes de cinco bancos que podem ter interesse em intermediar a negociação com investidores. A operação consiste em usar essa carteira como garantia para uma espécie de empréstimo. As parcelas do Refis têm fluxo de entrada nos cofres públicos até 2032, uma vez que algumas inadimplências foram negociadas a longo prazo. Com a securitização, as parcelas podem ser antecipadas. O dinheiro entra nos cofres públicos para pagar credores e outros compromissos do governo Rollemberg.
O governo Rollemberg tentou realizar esse tipo de operação duas vezes, sem sucesso. Mas o secretário de Fazenda, João Fleury, acredita que o momento agora é outro. Além da carteira abranger dívidas já negociadas e parceladas, ele aposta numa mudança no cenário econômico nacional, com a queda da inflação. Fleury vai a São Paulo para um road show, uma apresentação do produto “Distrito Federal”. “Queremos mostrar que o DF pode ser um bom negócio”.
A arrecadação do Distrito Federal cresceu 19,1% em janeiro deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. Subiu de R$ 1.026.616 para R$ 1.216.480. Mas não significa que o mercado do DF está aquecido. Foi uma movimentação atípica. Parte do crescimento se deve a uma operação contábil, relacionada ao lançamento do Imposto de Renda, com o fim das pedaladas fiscais. Outra novidade é a antecipação da cobrança do IPVA. Muitos contribuintes aproveitaram o crédito do Nota Legal e pagaram cota única antecipada, com desconto de 5%. Nos anos anteriores, o imposto começava a ser recolhido apenas a partir de março. A variação positiva foi a do ITBI (Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis). O aumento foi de 58,2%, sinal de melhora no mercado imobiliário.
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