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Gaeco deflagra operação para apurar montagem de denúncia fake contra desembargador

Publicado em CB.Poder, Eixo Capital, Notícias

ANA MARIA CAMPOS

Uma investigação conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) levou ao cumprimento nesta manhã (16) de mandados de busca e apreensão na chamada Operação Êxodo 23:7. A investigação apura a prática de crimes de extorsão e falsidade ideológica envolvendo Liliane de Sousa Dantasfuncionária comissionada da Liderança do Partido Republicano da Ordem Social (Pros) no Senado.

 

Os mandados foram expedidos pela 5ª Vara Criminal de Brasília. A investigação foi aberta com base em representação do desembargador Diaulas Ribeiro, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), que teve o nome envolvido em denúncias de corrupção para supostamente julgar a favor de um dos grupos que estava em disputa pelo comando do Pros.

 

A investigação do Gaeco apontou fortes indícios de que Liliane armou uma trama para envolver Diaulas e contaminar a credibilidade do julgamento de um recurso na 8ª Turma Cível do TJDFT que discutia uma disputa pela presidência do Pros.

 

Em março, a 8ª Turma Cível do TJDFT julgou recurso que, na prática, declarou como presidente Marcus Vinicius Chaves de Holanda, ex-marido de Liliane, no lugar de Eurípedes Gomes de Macedo Júnior. Hoje o Pros está sob o comando de Eurípedes.

 

Em julho, uma reportagem apontou suspeita de suposto pagamento de propina de R$ 5 milhões ao desembargador Diaulas Ribeiro para votar a favor do grupo que passou a comandar o Pros.

 

mesma reportagem apontou como indicativo da negociação uma visita de Liliane e seu ex-marido Marcus Vinícius Holanda, em 15 de dezembro de 2021, à casa da advogada Raquel Costa Ribeiro, irmã do desembargador Diaulas.

 

A notícia ainda apresentou prints de conversas de WhatsApp, atribuídas a Liliane e Marcus Holanda, que indicariam possível acordo. Uma outra conversa, que seria entre Marcus Holanda e Raquel, tratou sobre possível fechamento de contrato.

 

Em agosto, outra reportagem é publicada sobre o assunto, com o título “Presidente do Pros diz em gravação ter pago irmã de desembargador”.

 

O Gaeco, então, iniciou uma investigação. Num primeiro momento, figurou como investigada Raquel Costa Ribeiro pela suposta prática do crime de exploração de prestígio. 

 

Mas a investigação do Gaeco apurou evidências de que Liliane armou uma versão para incriminar falsamente Diaulas e sua irmã Raquel.

 

Segundo a investigação, Liliane teria elaborado uma escritura pública em que sugere que o desembargador e sua irmã receberam dinheiro em troca do voto favorável ao grupo do Pros liderado por Marcus Vinicius.


De acordo com as investigações,
o conteúdo dessa escritura não corresponde à realidade, não passando de uma história articulada voltada a retirar a credibilidade do julgamento da 8ª Turma Cível do TJDFT ao apontar que o desembargador Diaulas havia recebido propina para votar favoravelmente à ala de Marcus Vinicius.

 

A operação recebeu o nome de Êxodo 23:7 numa referência a passagem bíblica que diz: “Não se envolva em falsas acusações nem condene à morte o inocente e o justo, porque não absolverei o culpado”.

 

O blog tenta contato com os investigados.