Flávia Arruda: “Sou cristã, defendo a vida. Mas o que está consagrado na lei, em caso de estupro e risco para a mãe, deve ser respeitado”

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À QUEIMA-ROUPA

Deputada Flávia Arruda (PL-DF)

Qual crime é mais grave? O estupro ou ter um bebê nascido de um estupro aos 10 anos?
O crime é o estupro. O problema que tem de ser enfrentado é que, a cada quatro horas, uma menina entre 9 e 14 anos é estuprada no Brasil. Essa é a questão fundamental que tem de ser enfrentada. Como o Estado pode proteger essas crianças e quais as políticas públicas para combater esse crime hediondo.

E a segunda violência contra aquela menina, ao condenar o aborto para evitar um parto que poderia matá-la?
É um absurdo polarizar esse caso e ainda expor essa criança a uma segunda agressão. O aborto nesse caso está previsto no Código Penal. Há que se cumprir a lei, nesse caso salvando uma menina de 10 anos de idade.

Falar de aborto é um tabu para qualquer política. Você teme tratar desse tema?
Sou cristã, defendo a vida. Mas o que está consagrado na lei, em caso de estupro e risco para a mãe, deve ser respeitado.

Em que situações uma mulher deve ter esse direito?
A lei brasileira garante como direito a essa mulher nos casos de estupro, anencefalia e risco de morte para a mãe. Mas o foco da discussão está equivocado. O problema real a ser enfrentado é o abuso sexual contra crianças. A desagregação familiar e a falta de apoio do Estado em relação às crianças vulneráveis. Essa deve ser a discussão central a ser enfrentada.

O país caminha para uma radicalização em que ninguém respeita mais a opinião de quem pensa diferente. Como mudar isso?
Com diálogo e respeito às diversas opiniões. Os radicais acabarão sendo marginais na história. O equilíbrio e o bom senso devem prevalecer.

Humberto Rezende

Jornalista desde 1997.

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