HELENA MADER
Um dos depoimentos de um executivo da Odebrecht, em delação premiada na Lava-Jato, aponta pagamento de propina para o então governador Agnelo Queiroz (PT) e para o ex-vice-governador Tadeu Filippelli (PMDB) para favorecimento do consórcio responsável pelo novo Centro Administrativo do Distrito Federal.
Na delação, o executivo João Antônio Pacífico disse que a Odebrecht negociou o repasse de R$ 15 milhões a Agnelo e Filippelli em troca de agilidade na ocupação do Centrad. No último dia de seu mandato como governador, Agnelo liberou o habite-se, mas a autorização para a ocupação foi depois questionada pelo Ministério Público do DF e suspensa pela Justiça.
Segundo Pacífico, Agnelo e Filippelli teriam designado Hermano Carvalho, ex-secretário de Desenvolvimento Econômico, para intermediar as tratativas. O objetivo principal era arrecadar recursos para a campanha à reeleição da dupla, em 2014.
O executivo da Odebrecht contou ter indicado o funcionário Ricardo Ferraz para participar das tratativas. A documentação incluída na delação traz 10 telefonemas entre Hermano e Ricardo, entre 19 de agosto e 22 de setembro de 2014. “O codinome utilizado para designar os pagamentos a Agnelo Queiroz e Tadeu Filippelli era o mesmo: comprido/cumprido”, diz um trecho de um dos anexos da delação de João Pacífico.
O empresário definiu, então, um cronograma de liberação de recursos, conforme houvesse avanços nas tratativas relacionadas ao Centro Administrativo. Após a entrega da primeira fase das obras e do início das contraprestações fixas, por exemplo, haveria o pagamento de uma propina de R$ 1 milhão a Agnelo e mais R$ 2 milhões a Filippelli, segundo Pacífico.
Quando o GDF aprovasse um aditivo para incluir a compra de mobiliário no contrato, o petista receberia mais R$ 1 milhão. Se o governo aprovasse um aditivo referente ao aumento do escopo do contrato, para incluir ibras e serviços para a operação, Filippelli seria beneficiado com R$ 1 milhão e o consórcio ainda repassaria outros R$ 2,5 milhões adicionais à dupla. A aprovação do reequilíbrio econômico-financeiro do contrato, prevendo o pagamento pela defasagem do índice de reajuste, renderia R$ 2,5 milhões a Agnelo Queiroz.
O ex-vice-governador Tadeu Filippelli classificou como “absurdas” as declarações de João Pacífico. “Desconheço completamente esses fatos e considero absurda a fala desse senhor. As declarações não têm sentido, não têm cabimento”, afirmou. O blog ainda não localizou Agnelo Queiroz,
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