Coluna Eixo Capital, por Ana Maria Campos
A Sputnik V é o projeto da vida do milionário Fernando Marques, dono e CEO da União Química. Empresarial e político. Há pouco mais de três anos, em novembro de 2017, quando não se tinha ainda nenhum sinal conhecido do novo coronavírus, Marques inaugurou no Polo JK a Bthek Biotecnologia, uma fábrica dedicada ao desenvolvimento e à produção de biofármacos, como medicamentos para tratamento das hepatites B e C, além de alguns tipos de leucemia. À época, foi um investimento de R$ 100 milhões, com equipamentos compatíveis com os usados na produção da vacina russa contra a covid-19. Um dos presentes ao evento: o então ministro da Saúde, Ricardo Barros, hoje deputado federal pelo PP-PR e líder do governo Bolsonaro na Câmara, um dos maiores defensores da flexibilização de regras da Anvisa, com menos exigências de testes em brasileiros para autorização emergencial da Sputnik V no Brasil. A vacina russa, desenvolvida no Instituto Gamaleya, em Moscou, já é aplicada na Rússia, Bielorrússia, Argélia, Argentina, Bolívia, Sérvia, no Paraguai e, agora, está chegando ao México.
Candidato e doador
Enquanto expandia seus negócios, Fernando Marques apostava na política. Ele tinha amizade com o ex-governador Agnelo Queiroz (PT) e chegou a ser cotado como suplente de Rodrigo Rollemberg (PSB) na disputa ao Senado em 2010. O PT fez questão de indicar Hélio José para a chapa, e ele acabou virando senador por quatro anos, projeto que poderia ter sido encabeçado por Marques. Na última eleição, ele apostou alto. Candidato com o maior patrimônio declarado à Justiça Eleitoral (R$ 667,9 milhões), Fernando Marques concorreu ao Senado pelo Cidadania e, além de bancar a própria campanha, desembolsando R$ 2,7 milhões, doou R$ 1 milhão para a candidatura de Rogério Rosso (PSD) ao Palácio do Buriti, e R$ 335 mil para a Cristovam Buarque (PPS-DF), que concorreu e perdeu a reeleição. Rosso, aliás, abraçou a mesma causa, como diretor de Negócios Internacionais da União Química, cargo que assumiu depois da eleição. O sucesso da imunização contra a covid-19 com a vacina russa que, segundo estudos, tem 91,6% de eficácia, tendo a produção do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) em Brasília, representará, sem dúvida, o sucesso empresarial e político de Fernando Marques.
A Câmara Legislativa deve apreciar, hoje (9/2), a prorrogação do Programa de Incentivo à Regularização Fiscal (Refis 2020). A ideia é ampliar o prazo para a adesão de pessoas físicas e jurídicas até 31 de março. A proposta de extensão foi encaminhada à Casa pelo governador Ibaneis Rocha (MDB), na semana passada.Há acordo para que o projeto entre na pauta da sessão.
Muitos planos para mais dois anos de mandato
O delegado Rafael Sampaio foi reeleito para mais dois anos à frente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Judiciária (ADPJ). A entidade tem como meta para o próximo biênio o estabelecimento da Lei Orgânica das Polícias Civis e a criação de marco regulatório para a criação de centros de Cibersegurança. Sem deixar de acompanhar e trabalhar contra possíveis cortes na segurança com a aprovação da PEC Emergencial, que cria gatilhos para cortes salariais quando as despesas do governo crescerem mais que as receitas. A cerimônia de posse da nova diretoria será realizada hoje, a partir das 20h, no Coco Bambu do Lago Sul.
Justiça inocenta Kokay de acusação de desvio de salário de assessora
A deputada federal Erika Kokay (PT-DF) foi absolvida de denúncia de apropriação indevida de salário de uma ex-assessora, quando a parlamentar cumpria mandato na Câmara Legislativa. Segundo a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) — apresentada em dezembro de 2017 — R$ 14,9 mil teriam sido repassados, entre 2006 e 2007, para contas bancárias de Erika Kokay e do então chefe de gabinete dela, Alair José Martins Vargas. A sentença de absolvição é do juiz Newton Mendes de Aragão Filho, da 7ª Vara Criminal de Brasília. Erika argumentou que o Ministério Público e o Judiciário só tomaram conhecimento da acusação depois que ela mesma denunciou à Polícia Federal e à Polícia Civil do Distrito Federal, em 2010, uma tentativa de extorsão por parte da então assessora. O Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT) não recorreu da sentença, que já transitou em julgado.
Só papos
“A força-tarefa se encerra como um modelo de sucesso em termos de responsabilização de corruptos, recuperação de dinheiro desviado e diagnóstico da macrocorrupção política brasileira”
Deltan Dallagnol, procurador e ex-coordenador da força-tarefa da Lava-Jato em Curitiba, que chegou ao fim
“Os diálogos provam que a Lava-Jato manipulou o sistema de justiça, atentou contra a soberania nacional, em acordos ilegais com agentes estrangeiros, corroeu a democracia, contribuiu para o golpe de 2016, prendeu Lula sem provas e, com isto, levou a extrema direita ao poder”
Dilma Rousseff, ex-presidente da República
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