Partido com maior expressão no DF, o MDB/DF vive um confronto para definição de seu comando. A legenda fez o governador, Ibaneis Rocha, e o presidente da Câmara Legislativa, Rafael Prudente, e tenta se reerguer depois dos desgastes provocados pela Operação Lava-Jato, que envolveram suas principais estrelas nacionais: o ex-presidente Michel Temer, o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, o ex-ministro Geddel Vieira Lima e o ex-senador Romero Jucá, que preside o partido nacionalmente até setembro. Ibaneis fala em renovação. Há dois motivos principais: a opinião pública cobra — E isso ocorreu muito na campanha — a incoerência da vinculação do discurso da nova política com lideranças envolvidas em denúncias de corrupção. Além disso, há uma disputa de poder, pela definição dos rumos do partido com vistas às próximas eleições. Ibaneis quer ser o presidente nacional com o poder de levar a legenda para uma candidatura presidencial ou para uma composição com outro partido. Ainda é cedo para esse tipo de definições, mas a política se constrói no dia a dia. Quem chegar mais forte em 2022 terá condições de brigar pelo maior quinhão.
Quando o enfoque é renovação, o presidente nacional do MDB, Romero Jucá, está em claras dificuldades. Ele não passou no teste das urnas nas últimas eleições e o MDB emplacou apenas dois deputados estaduais em Roraima, seu estado. Por isso, há expectativa de que a legenda eleja outro presidente. Ibaneis é um dos cotados. Ele conversou com o comando de vários partidos, como o PSD, PTB e DEM. Mas decidiu ficar no MDB.
Apesar da participação em evento público do Governo do DF, Tadeu Filippelli garante que ainda não há acordo em torno do comando do MDB/DF. O ex-vice-governador que preside a legenda no DF disse à coluna que foi ao lançamento do programa Emprega-DF, na última terça-feira, em Ceilândia, a convite do governador Ibaneis Rocha, que esteve em sua casa na véspera para buscar um entendimento sobre os rumos da legenda.
Em nota encaminhada à coluna, Tadeu Filippelli afirmou que nunca se afastou do governador Ibaneis Rocha. “A candidatura vitoriosa do governador Ibaneis pelo MDB nasceu na minha residência e nós nunca nos afastamos. O MDB tem hoje a responsabilidade pelo comando do Executivo e do Legislativo no DF”, disse. E acrescentou: “Na última segunda-feira, em visita à minha casa, o governador e eu tivemos a oportunidade de discutir os interesses do DF e o futuro do nosso partido”. Segundo Filippelli, na conversa, não houve composição definida entre os dois para que o presidente da Câmara Legislativa, Rafael Prudente, assuma a presidência do MDB/DF e a secretária da Mulher, Éricka Filippelli, sua nora, fique com a vice.
Na onda da renovação nos partidos, quem também deve perder seu lugar de protagonista é o ex-deputado Rogério Rosso. Ele deve deixar a presidência do PSD/DF. O partido tinha como meta eleger deputados ou chegar ao Palácio do Buriti, mas chutou fora do gol. Ficou em terceiro lugar na disputa ao GDF. A história poderia ser diferente se chegasse ao segundo turno. Mas não foi assim e a política não perdoa derrotas.
Não repercutiu bem entre empregados da Caesb a troca no comando da companhia. O atual diretor financeiro e comercial, Carlos Augusto Bezerra, advogado escolhido pelo governador Ibaneis Rocha para assumir o lugar de Fernando Leite, se posicionou contra o acordo coletivo aprovado pela categoria, que nem incluía aumento de salário. Empregados fazem assembleia hoje com indicativo de greve. Entre o corpo técnico, ficou a preocupação de que a nova gestão não dê prosseguimento ao plano de reestruturação da companhia implantado por Fernando Leite. Intitulado Nova Caesb, o programa prevê uma série de medidas para reverter a situação financeira da companhia, que fechou 2018 com prejuízo de R$ 247 milhões. Entre as ações, há previsão de 200 mil novas ligações de água e a continuidade de obras que vão garantir segurança hídrica para a população. Caso o programa seja de fato implantado, a expectativa é que a Caesb termine 2019 com superavit. O primeiro trimestre já deve fechar com lucro.
Carlos Augusto Bezerra é advogado como a maioria dos integrantes do governo mais ligados a Ibaneis Rocha. Consultor legislativo do Senado aposentado, ele atua nas áreas trabalhista, civil e financeira e integrou, como conselheiro, a equipe de Juliano Costa Couto na presidência da OAB/DF. Afastado da presidência da Caesb por decisão judicial, Fernando Leite pode retornar ao cargo em setembro, quando termina a pena de três anos por improbidade administrativa que, segundo o Ministério Público, o impede de ocupar funções públicas. Mas Bezerra pode se firmar no cargo até lá. A possibilidade causa reação de muitos empregados da Caesb que fizeram campanha para Ibaneis graças ao empenho de Fernando Leite.
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