Coluna Eixo Capital, por Carlos Alexandre de Souza (interino)
A ordem do ministro Alexandre de Moraes de fazer busca e apreensão na casa de pessoas provocou o furor de bolsonaristas que atuam na política brasiliense. O presidente do PTB-DF, Fadi Faraj, fez coro ao discurso desafiador de Zé Trovão, um dos alvos do STF. “O medo da manifestação do 7 de Setembro está enorme”, disse o dirigente partidário. A deputada federal Bia Kicis, aliada de primeira hora de Jair Bolsonaro, publicou nas redes sociais o registro de que a seção paulista do PTB protocolou uma denúncia contra o STF na Corte Interamericana de Direitos Humanos, na Costa Rica, em protesto contra a prisão de Roberto Jefferson. Um dos autores do pedido é Otávio Fakhoury, empresário investigado no inquérito dos atos antidemocráticos. Além de incentivar mobilizações contra a Corte de Justiça, Fakhoury é suspeito de financiar material de campanha para Bolsonaro em 2018 sem registro na Justiça Eleitoral.
Palavra amiga
A reação com maior potencial de alcance partiu, como não poderia deixar de ser, do titular do Palácio do Planalto. Em conversa com apoiadores na porta do Alvorada, o presidente confirmou a participação nos atos programados para 7 de Setembro. Bolsonaro diz que haverá hasteamento da bandeira e discurso. “Pretendo usar a palavra. Não é uma palavra de ameaça a ninguém”. Alguém acredita?
Tensão no ar
O Ministério da Defesa anunciou que não haverá desfile cívico-militar no Dia da Independência, em razão da pandemia. Está prevista apenas uma cerimônia no Palácio do Alvorada. Mas, após o desfile de blindados na Praça dos Três Poderes, uma nova manifestação em Brasília com forte teor político, em uma data cívica, torna o ambiente ainda mais conturbado.
Feriado seguro
Como nada indica que a tensão política vai baixar nos próximos dias, a tendência é de que o Governo do Distrito Federal pense em medidas de segurança no 7 de Setembro, a fim de evitar conflitos e danos ao patrimônio público.
Dragão itinerante
O mês de setembro será de turismo cívico no Distrito Federal. A programação do Mês da Pátria prevê, entre outros eventos, exibições itinerantes dos Dragões da Independência por regiões administrativas do DF. Em uma ação inédita, o público terá a oportunidade de conhecer de perto a guarda militar criada em 1808.
Chá republicano
A Casa de Chá, na Praça dos Três Poderes, será outra atração. O local, onde funciona uma das unidades do Centro de Atendimento ao Turista, será um local privilegiado para assistir a Troca da Bandeira, que, este ano, completa 50 anos como atração do primeiro domingo de cada mês.
Seca e queimadas não surpreendem ninguém em Brasília nesta época do ano. O que causa espanto é o lixo acumulado num parque — no caso, o de Águas Claras —, com galões e plásticos jogados sobre capim seco. Trata-se de uma cena deplorável. O frequentador habitual do Parque de Águas Claras acostumou-se a ver o cuidado de voluntários, sempre plantando árvores. Há até um bosque em crescimento. Cabe à administração zelar pela vida em evolução naquela área legalmente preservada.
Esclarecimento
A coluna corrige: em relação à nota sobre o processo que envolve o ex-deputado Alberto Fraga no STJ, a 12ª Vara Federal do DF determinou a extinção da punibilidade do réu Osório Adriano Filho no caso.
Reforço
João Paulo Echeverria será conselheiro seccional na chapa Respeito é ordem, de Thais Riedel, para a eleição da OAB-DF. Segundo Echeverria, a chapa busca resgatar a importância do advogado e da advogada como agentes de transformação social.
A pé
Greve do metrô completa quatro meses, gasolina chega a R$ 6,50 na bomba. Está difícil se locomover em Brasília.
Só com reza forte
Já sobrou até para o fantasma da Villa-Lobos a responsabilidade pelo atraso na reforma do Teatro Nacional. Mas, dizem os entendidos, as obras terão mesmo que se adequar à nova legislação. Os primeiros projetos de restauração não previam saída de emergência. Por isso, foi preciso projetar uma alteração arquitetônica interna, de modo que Corpo de Bombeiros aprove a reforma. Pensou-se até em fazer uma obra de emergência, respeitando-se o projeto de Niemeyer, mas não houve jeito. É preciso mudar tudo, nas três salas.
Pontualidade
Com uma longa carreira no magistério, a secretária de Educação, Hélvia Paranaguá, mantém um hábito pessoal que cultiva desde a infância: a pontualidade. “Como professora, temos que dar o exemplo”, conta. Com o reinício das aulas na rede pública de ensino, após mais de 500 dias de paralisação em razão da pandemia, não faltam motivos para a secretária recuperar o tempo perdido para milhares de estudantes brasilienses.
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