CEB lança programa com condições especiais para clientes quitarem dívidas

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Ana Viriato

Na iminência da privatização, a CEB Distribuição lançou, nesta quinta-feira (29/08), o programa Recupera, destinado à renegociação de R$ 264 milhões em dívidas de clientes. Conforme a distribuidora, serão contemplados os 240 mil consumidores com débitos registrados até 31 de dezembro de 2018. O plano prevê a isenção das multas e dos juros incidentes sobre as contas de luz em atraso, além da possibilidade de parcelamento dos valores em aberto.

O programa está disponível até 30 de setembro. Os inadimplentes poderão optar por quitar as dívidas à vista ou pagá-las com 20% de entrada e parcelamento do valor remanescente em até 60 vezes. Caso o montante seja renegociado em mais de cinco vezes, há incidência do índice de financiamento, com índices de 0,50% a 1,5%. Para a divisão sem entrada ou com o primeiro repasse inferior a 20%, a CEB Distribuição exigirá um fiador.

Diretor comercial da subsidiária da CEB Holding, Fabiano Cardoso alegou que a empresa pública tem “expectativas conservadoras” com o programa e espera a adesão de cerca de 30% dos contribuintes. “Isso  porque a maioria dos devedores, cerca de 80%, são unidades residenciais. Muitas das dívidas são objetos de locação de imóveis ou de de pessoas que já se mudaram. Essa é tentativa de achá-los para regularizar a situação”, explicou.

Cardoso acrescentou que, após o fim do plano, a subsidiária deve adotar uma postura mais combativa. “Vamos dar continuidade à suspensão do fornecimento aos clientes que não quiserem negociar e à negativação dos inadimplentes. Também reforçaremos a fiscalização e o combate às ligações clandestinas”, acrescentou Fabiano.

O presidente da CEB Holding e diretor-geral da distribuidora, Edison Garcia, afirmou que o programa contribuirá para a reversão do rombo bilionário dos caixas da subsidiária. O Recupera foi concebido com dois objetivos muito claros. Um é recuperar a capacidade de arrecadação do caixa da companhia e o outro dar aos clientes a capacidade de recuperar a capacidade de pagamento das contas de luz”, declarou.

Os contribuintes que optarem pelo parcelamento devem procurar qualquer uma das agências de atendimento da CEB ou postos do Na Hora. No caso da quitação à vista, o desconto das multas e dos juros ocorrerá de forma automática, no momento de pagamento da fatura.

Produtos e serviços que não pertencem à distribuidora, como a Contribuição de Iluminação Pública (CIP), constarão no saldo devedor, mas não poderão ser parcelados, tampouco terão a isenção de encargos. A 2° via das faturas vencidas pode ser obtida por meio do aplicativo “CEB Distribuição”, disponível para aparelhos iOs ou Android, ou pelo site agenciavirtual.ceb.com.br.

Privatização

A CEB Distribuição está em processo de privatização. A empresa pública firmou acordo de cooperação com o Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) para a estruturação do projeto de alienação de 51% das ações da distribuidora de energia — os demais 49% permanecerão com o GDF.

A subsidiária acumula R$ 1,1 bilhão em dívidas. Desde o início da gestão, a companhia adota medidas para tentar sair do vermelho. Em junho, fez um aporte de R$ 81,173 milhões na distribuidora para liquidar dívidas em atraso com fornecedores de energia. Além disso, intensificou a cobrança de inadimplentes — mais de 558 mil clientes devem R$ 634,9 milhões.

As intervenções, no entanto, não foram suficientes. Por isso, o contrato com o BNDES inclui a montagem prévia de operação de captação de recursos para a reestruturação financeira da subsidiária a fim de torná-la mais atraente para o mercado.

Para os clientes que optarem pelo parcelamento, poderão incidir as taxas de financiamento. Confira:

— Até cinco vezes: sem índice de financiamento;

— Até 12 vezes: com índice de financiamento de 0,5% ao mês;

— Até 24 vezes: com índice de financiamento de 0,68% ao mês;

— Até 36 vezes: com índice de financiamento de 0,99% ao mês;

— Até 60 vezes: com índice de financiamento de 1,50% ao mês.

Ana Viriato

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