A interminável batalha judicial para definir se as atividades não essenciais no Distrito Federal podem permanecer abertas ou não traz um cenário de instabilidade e insegurança para o setor produtivo. Por um lado, na visão de empresários e entidades representativas, o fechamento pode ser fatal para inúmeros negócios. A constante indefinição, segundo eles, também prejudica. Por outro lado, pesquisadores da área de Saúde da Universidade de Brasília (UnB) recomendam restrições severas por causa do agravamento da crise na saúde local. Auxílios para empresários e trabalhadores durante fechamento poderiam ser uma saída, na avaliação de especialistas.
Ontem, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) deu 15 dias para que o GDF se posicione em relação ao recurso do Ministério Público Federal (MPF) contra a decisão que liberou o funcionamento do comércio. Segundo fontes do Palácio do Buriti, o governo usará o prazo até o fim. A ideia é ganhar tempo e garantir, ao menos, mais 15 dias com o formato atual em vigência.
A Secretaria de Saúde suspeita que as listas de profissionais de saúde enviadas por conselhos para vacinação estejam infladas. Segundo fontes da pasta, o número não para de crescer, e algumas entidades estariam ligando para convencer profissionais fora da ativa a renovarem o vínculo com elas. A suspeita deve ser encaminhada em breve para o Ministério Público.
O deputado federal Israel Batista (PV-DF) assumiu a relatoria da subcomissão de Retorno seguro às aulas da Comissão de Educação. Israel tem postura mais cautelosa em relação ao tema. “Mais importante do que simplesmente abrir as escolas, é preciso estabelecer uma estratégia de retorno seguro às aulas e dentro dos protocolos sanitários”, afirma o parlamentar. Segundo ele, o Censo Escolar do ano passado revela despreparo estrutural da rede pública. “Temos 4,3 mil escolas públicas sem banheiro e 35,8 mil sem coleta de esgoto. Como garantir condições mínimas de saúde com essa infraestrutura?”, questiona.
A desocupação da invasão nas proximidades do CCBB pelo GDF continua provocando desgaste político para o Executivo local. Ontem, uma manifestação contra as ações no local foi promovida em frente ao Palácio do Buriti. O GDF garante que ofereceu alternativas para as famílias, mas líderes do movimento reclamam e afirmam que houve excessos. O assunto deve continuar rendendo.
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