Bancos do DF terão de manter vigilância armada por 24 horas

Compartilhe

As instituições bancárias do Distrito Federal terão de se adequar a uma nova lei que as obriga a contratar vigilância armada para todas as agências públicas e privadas do quadrilátero.

Os vigilantes deverão portar um botão de pânico para acionar rapidamente a polícia sempre que houver ameaça de furto ou roubo.

Essa medida põe em lados opostos duas atividades que faturam milhões. De um lado, as prestadoras de serviço de vigilância que ampliam os negócios, um mercado para lá de promissor no DF.

De outro, estão os bancos que passam a ter mais custos, para ampliar a equipe de segurança privada de suas agências e caixas eletrônicos, sob pena de pagamento de multas.

O autor do projeto, deputado Chico Vigilante (PT), aponta que a lei vai reduzir o trabalho de policiais civis e militares do DF e ainda abrir milhares de vagas para empregar vigilantes, sua base eleitoral. “Temos o apoio do Sindicato dos Bancários e vamos procurar o Ministério Público do DF para demonstrar a importância da lei”, afirma Vigilante.

Protestos da Febraban
Sancionada pelo governador Rodrigo Rollemberg (PSB), a lei está em vigor desde 30 de dezembro. Pela nova regra, os bancos tinham 90 dias para se adequar, a partir da publicação da nova legislação. O prazo já começou a contar.

Medidas como essa foram adotadas em municípios do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo, sempre sob protestos das instituições financeiras.

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) tem se manifestado contrária à exigência, com o argumento de que a vigilância ininterrupta, inclusive no fim de semana e nos feriados, não resolve o problema da criminalidade. “O vigilante armado e com colete balístico na sala de autoatendimento nesses períodos de baixo movimento é alvo fácil de assaltantes interessados em roubar seu colete e arma para a prática de outros crimes”, aponta a Febraban.

Violência pode aumentar
A implantação de vigilância armada durante 24 horas, especialmente à noite, quando, em geral, ocorrem explosões de caixas eletrônicos é tema de debate em fóruns sobre roubo a banco no Ministério da Justiça e entre delegados acostumados com o dia a dia da criminalidade.

No DF, 100% dos assaltos a agências bancárias foram elucidados e inquéritos desbarataram quadrilhas especializadas em explosões de caixas.

Responsável por esse trabalho, o delegado-chefe da Delegacia de Repressão a Roubos e Furtos (DRF), Fernando Cesar Costa, acredita que a vigilância armada pode até agravar os crimes.

Isso ocorre porque, em geral, os criminosos chegam fortemente armados, muitas vezes com fuzis, prontos para atirar em quem tentar atrapalhar a ação. “Essa lei não impedirá que os crimes ocorram e vai provavelmente tornar as condutas mais graves. De furto, pode evoluir para roubo, com possibilidade grande de ocorrências de latrocínios”, diz o delegado. E acrescenta: “Esse tipo de crime só é contido com investigação policial especializada”.

Ana Maria Campos

Editora de política do Distrito Federal e titular da coluna Eixo Capital no Correio Braziliense.

Posts recentes

  • Eixo Capital

Coronel da PM do DF minimizou risco em reunião antes do 8/1

Coluna Eixo Capital, publicada em 21 de novembro de 2024, por Pablo Giovanni (interino) Um…

18 horas atrás
  • Eixo Capital

Coronel minimizou risco em reunião antes do 8/1

Coluna Eixo Capital publicada em 21 de novembro de 2024, por Pablo Giovanni  Um áudio…

23 horas atrás
  • CB.Poder

Bug em app foi decisivo para PF obter detalhes do plano de golpe

Da Coluna Eixo Capital, por Pablo Giovanni (interino) Um relatório da Polícia Federal, que levou…

2 dias atrás
  • CB.Poder

Moraes ameaça multar presidente da CPI do 8/1 em R$ 50 mil

Texto de Pablo Giovanni publicado na coluna Eixo Capital nesta terça-feira (19/11) — O ministro…

3 dias atrás
  • CB.Poder

PF acessa celular de homem-bomba e apreende telefone de ex-companheira

Coluna publicada neste domingo (17/11) por Ana Maria Campos e Pablo Giovanni — A Polícia…

5 dias atrás
  • CB.Poder
  • Eixo Capital
  • Eleições
  • Notícias

Por determinação da Comissão Eleitoral da OAB-DF, Cleber Lopes se retrata, mas mantém promessa de isentar a anuidade de jovens advogados

ANA MARIA CAMPOS O colegiado da Comissão Eleitoral da OAB se reuniu na noite desta…

5 dias atrás