Você e a nova administração do Sinpol tomam posse nesta quarta-feira para mandato de três anos. O que muda na condução do sindicato com a nova direção?
A nova diretoria tem representantes de todos os cargos da Polícia Civil, ativos e aposentados, homens e mulheres, de várias faixas de idade e de tempo de carreira, além de ser composta por 80% de novos nomes. É uma diretoria que chega com novas ideias e muita energia para fazer o que for preciso pela valorização e reconhecimento dos policiais civis do Distrito Federal.
A sua administração vai brigar pela paridade de salário com a PF, já que até agora o governo só pagou 8% dos 37% prometidos?
A paridade é uma conquista histórica e que precisa ser recuperada. A categoria sofre há anos com uma defasagem salarial que chega aos 60%. Os 8% foram o primeiro resultado de uma luta por valorização que ainda não acabou. E seguiremos na luta até que a paridade seja reestabelecida. Paralelamente a isso, também lutaremos por outros direitos que ainda nos são negados. Como o plano de saúde, por exemplo.
Acredita que o governo Bolsonaro vai autorizar essa recomposição?
Acreditamos que sim. Não há motivos para o contrário. Os nossos recursos vêm da União e já estão previstos no Fundo Constitucional. Não estamos pedindo algo novo. Houve um tempo em que éramos reconhecidos por ser uma das categorias mais valorizadas do país. Apesar de mantermos um dos melhores índices de eficiência do país, o que vemos, atualmente, é defasagem e sucateamento. Isso precisa mudar. E contamos com o governo federal nesta luta.
A Polícia Civil do DF ainda tem mágoa do governo Rollemberg?
Não existe mágoa. Existe uma triste marca que precisa ser reparada. Foi um período muito difícil para o policial civil e que vai além das questões salariais. As condições de trabalho eram precárias. Faltavam equipamentos básicos e a sensação de desvalorização e desmotivação era geral. O policial civil tem que lidar com o que há de pior na sociedade para garantir a segurança de todos. Mas também precisa de assistência. E a categoria não se sentiu cuidada por aquela gestão. E muito ainda precisa acontecer para que os nossos policiais trabalhem nas condições e com o reconhecimento que merecem.
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