Roleta predatória: os prejuízos bilionários das apostas eletrônicas na economia em 2024

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Dinheiro gasto com jogos on-line no país fez comércio perder R$ 100 bilhões em vendas, governo deixou de arrecadar impostos e mais brasileiros foram empurrados para inadimplência

Por Samanta Sallum

Estudo inédito aponta o tamanho do rombo na economia formal do país, em 2024, provocado pelas apostas eletrônicas, por meio, das chamadas BETs. O governo deixou de arrecadar impostos, as empresas perderam faturamento e a população se endividou, ficando inadimplente. O impacto foi medido pelo setor produtivo. Os números, que a coluna teve acesso com exclusividade, impressionam.

A estimativa do banco Itaú e do Banco Central é que o dinheiro gasto pelos brasileiros com o cassino virtual foi de no mínimo R$ 24 bilhões, podendo passar de R$ 200 bilhões. O varejo nacional detectou que perdeu R$ 100 bilhões, no ano passado, para os jogos on-line. Foi o que o setor deixou de faturar, porque o dinheiro que o consumidor iria usar para compras, até de produtos essenciais, foi desviado para as apostas.

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo concluiu estudo que aponta os seguintes impactos causados pelo aumento do volume de apostas no Brasil em 2024:

“O brasileiro está trocando coisas essenciais e fundamentais para vida dele por conta de apostas. A gente investigando viu que, realmente, o excesso de apostas on-line esvaziou as lojas do varejo. Mudou o padrão de consumo. Isso é muito preocupante”, disse o economista-chefe do CNC, Felipe Tavares, à coluna.

Já foi detectado, por exemplo, que o dinheiro recebido por famílias dos programas sociais do governo federal é usado nas apostas.

Adin contra a regulamentação

Entrou em vigor no dia 1º de janeiro a regulamentação do Ministério da Fazenda para a operação das Bets no Brasil. O Ministério anunciou que 66 empresas foram autorizadas, gerando R$ 2,01 bilhões em arrecadação de outorgas para o governo federal. Valor ficou abaixo da expectativa inicial de R$ 3 bilhões.

A CNC entrou com uma Adin no STF contra a regulamentação. A entidade pede a proibição das apostas on-line. “Se brasileiro quer realmente apostar, avaliamos que o melhor seria então a liberação do cassino físico, que geraria empregos e mais arrecadação para o país, além de incentivar o turismo”, defende a CNC.

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