Tombo nas bolsas de valores sinaliza perigo de uma crise financeira global. A recente desaceleração econômica nos EUA também causa apreensão
Por Samanta Sallum
Desde a última sexta-feira, os índices das principais bolsas têm registrado quedas significativas. Na segunda-feira, o índice Nikkei 225 do Japão acionou o circuit break, encerrando com uma queda de 12,4%. Na Europa, o Eurostoxx caiu quase 3%, enquanto nos EUA, o Nasdaq (-2,96%), Dow Jones (-2,60%) e S&P 500 (-3,00%) também apresentaram quedas acentuadas. No Brasil, o Ibovespa (-0,46%) registrou uma queda menor, e o dólar subiu para R$ 5,75. O dia foi apontado como Black Monday, em referência à Bolsa de Tóquio que teve seu pior resultado desde a chamada ‘segunda-feira negra’ de 1987.
Um dos fatores de instabilidade está no aumento das taxas de juros no Japão pela primeira vez em 17 anos, em resposta à inflação crescente e ao aumento dos custos de importação. Este movimento afeta os fluxos globais de investimento, já que a elevação das taxas pressiona a estratégia de emissão de dívidas em ienes, levando a liquidações para cobrir os custos.
O aumento dos juros no Japão pode resultar na fuga de capitais dos países emergentes, incluindo o Brasil, impactando negativamente a moeda e as expectativas de inflação e taxa de juros.
A situação nos Estados Unidos também pesa no cenário internacional. A recente desaceleração econômica tem gerado grande apreensão. Indicadores sugerem retração no setor industrial e os dados de emprego de julho ficaram abaixo das expectativas, com a taxa de desemprego subindo para 4,3%. Aumenta, assim, as perspectivas de uma recessão e a aversão ao risco nos mercados.
Oriente Médio
As crescentes tensões no Oriente Médio pioram ainda mais o contexto. O recente ataque israelense em Teerã aumentou as preocupações sobre um possível conflito direto entre Irã e Israel. A combinação desses fatores cria um ambiente de intensa aversão ao risco. Nos EUA, há uma expectativa crescente de que o Federal Reserve reduza as taxas de juros, o que poderia melhorar a liquidez mundial.
As entidades empresariais brasileiras e analistas econômicos observam com preocupação o cenário que aponta para uma aversão ao risco no mercado de capitais global.
“A principal preocupação da CNC ao acompanhar esses movimentos é a possibilidade de uma crise financeira global, especialmente considerando os sinais negativos da atividade e do mercado de trabalho americanos,” afirma Felipe Tavares, economista-chefe da CNC.
Ele explica que, em caso de uma crise financeira global, o setor de comércio, serviços e turismo pode sofrer com a redução dos recursos disponíveis na economia, especialmente os relacionados a serviços bancários. A diminuição do crédito disponível para empresas e pessoas físicas, além de um possível aumento das taxas de juros, pode levar a uma escassez generalizada de recursos, afetando a economia brasileira.
“Esse cenário já foi observado em crises financeiras passadas, e a CNC monitora atentamente para antecipar e mitigar possíveis impactos.”
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