MAB recebe obra de Di Cavalcanti por parceria com setor de eventos

Compartilhe

Por Samanta Sallum

O vandalismo na tela de Di Cavalcanti, pelos atos golpistas, feriu a obra e também a alma de todos que têm amor pela arte brasileira. Mas, felizmente, a tela do Palácio do Planalto poderá ser restaurada. E a outra boa notícia é que o Museu de Arte de Brasília (MAB) adquiriu uma obra do artista, a primeira a fazer parte do acervo de museus da Secretaria de Cultura do DF.

Ela veio recentemente como contrapartida exigida pelo MAB para a realização de shows e eventos de entretenimento na Concha Acústica.

A amante de Dr. Botelho”

O desenho, feito em Buenos Aires, em 1943, por Di Cavalcanti, retrata uma mulher identificada como “a amante de Dr. Botelho”, que deu título à peça. Ela está exposta no MAB.

Foi adquirido de uma galeria de arte de Brasília, por R$ 10 mil. No caso, quem comprou foi uma das empresas de evento que alugou o espaço da Concha Acústica. E entregou como doação contrapartida, baseada num Termo de Referência com a Secretaria de Cultura.

“Esse é um tipo de mecenato inteligente, uma forma de ampliarmos nosso acervo. E reflete também o reconhecimento da sociedade quando vê um museu, que estava praticamente destruído, ressurgir com tanto vigor”, afirma o secretário de Cultura do DF, Bartolomeu Rodrigues.

Procedência

“Conferimos o estado da obra e, principalmente, a procedência. Tem de ter certificação. Primeiro, fazemos uma pesquisa minuciosa para ver as obras disponíveis, que vão agregar nosso acervo e dentro de um valor compatível com o valor da contrapartida. E, assim, sugerimos”, explica o diretor do MAB, Marcelo Jorge.

A obra de Di Cavalcanti ainda escondia atrás da moldura um outro desenho, provavelmente um rascunho. “Ao que tudo indica, é um desenho que ele não encerrou, que abandonou por não estar satisfeito”, conta Marcelo.

Valor aos artistas brasileiros

Dessa forma, nesse tipo de parceria, várias outras obras de diversos artistas brasileiros estão sendo agregadas ao acervo do MAB. Entre eles, Djanira (pioneira de Arte Naif) e Anna Letycia (pioneira da gravura contemporânea).

samantasallum

Posts recentes

  • Coluna Capital S/A

“Não dá mais para populismo. Quem vai pagar a conta de tantos absurdos?”, desabafa presidente da CNI

Ricardo Alban fez um manifesto hoje contra a escalada de gastos públicos e a sobrecarga…

2 dias atrás
  • Coluna Capital S/A

Receita Federal em colisão com o STF provoca turbulência contábil em empresas

Conselho Federal de Contabilidade afirma que exigência do órgão é “inexequível” neste ano. Confederação Nacional…

2 dias atrás
  • Sem categoria

O Natal polarizado das Havaianas: como a disputa política se manifesta em marcas e empresas

Gerenciar a linha tênue que separa identidade de marca e ousadia de discurso, jogada de…

5 dias atrás
  • Coluna Capital S/A

Receita Federal alerta donos de imóveis sobre novas regras tributárias

Contratos de locação não residencial devem ser registrados até 31 de dezembro em cartório  Por…

5 dias atrás
  • Coluna Capital S/A

Distritais aprovam reajuste do IPVA, em sessão extraordinária

Atualização de base cálculo será em média de 1,72%. Novo projeto de lei  foi necessário…

1 semana atrás
  • Coluna Capital S/A

Veja como será usado o 13o salário pela maioria dos trabalhadores

Coluna Capital S/A  Por SAMANTA SALLUM  A segunda parcela do 13º salário, que saiu nos…

1 semana atrás