Por Samanta Sallum
“Quem for o presidente a partir de 1º de janeiro vai pegar um país infinitamente pior do que eu herdei de Fernando Henrique Cardoso. Repito: infinitamente pior”, afirmou Lula em evento, em Brasília, da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e de Turismo (CNC). Geraldo Alckmin (PSB) também esteve presente.
Segundo Lula, o país precisa de um presidente com “credibilidade e com estabilidade”. O petista ressaltou que a credibilidade do Brasil no mundo foi jogada “no esgoto”.
Debate para depois
O ex-presidente disse que a presença dele na CNC se devia muito ao incentivo de Alckmin. “Eu não estou em fase de debate, pois é preciso ainda oficializar a minha candidatura”, explicou. Mas disse que iria analisar “com carinho” as propostas apresentadas pela Confederação.
Diferentes, mas juntos
Sobre sua aliança com Alckmin, o petista reconheceu que são diferentes. “Podem estranhar eu e Geraldo juntos. Mas é dessa coragem que o Brasil precisa, em juntar pessoas diferentes na busca de um consenso para o bem do país. Geraldo foi oposição a mim, mas nunca entramos em conflito direto. “ Lula destacou ainda que o Brasil precisa “voltar à normalidade´´ com a harmonia entre os três poderes.
Comparação com JK
Alckmin comparou Lula a Juscelino Kubitscheck em seu discurso. “Estar em Brasília me faz lembrar de Juscelino Kubitscheck. Um homem que podemos descrever com duas palavras: diálogo e desenvolvimento. E eu vejo muito dessas características em Lula”, afirmou.
O presidente da CNC, José Roberto Tadros, entregou aos dois a Agenda Institucional do Sistema Comércio, com propostas e recomendações nas áreas tributária, trabalhista, de turismo, macroeconomia, entre outras.
No evento, reforçou os lemas defendidos pela CNC: democracia, segurança jurídica e livre mercado.
No último dia 22, Tadros também entregou o documento ao presidente Jair Bolsonaro e à senadora Simone Tebet. A ideia é fazer a apresentação da agenda de demandas do setor aos pré-candidatos como uma contribuição para a formulação de políticas públicas do futuro governo.
Consumo e turismo
Lula fez questão de lembrar da aprovação, durante o seu governo, da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa (2006). E que, em 2008, estimulou o consumo ajudando o comércio e desviando o Brasil da crise econômica mundial. Bem ao seu estilo, disse: ́”nunca antes na história do Brasil, as classes C e D puderam consumir tanto. E viajar. Diziam que os aeroportos tinham virado rodoviárias de tanta gente. Só tenho a me orgulhar disso.”
Lenda da República dos Sindicatos
O presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT) e líder do Sindicato dos Comerciários de São Paulo, Ricardo Patah, também participou do evento como convidado especial. E defendeu uma revisão da relação trabalhista. “Dizem que a volta do Lula será a volta da Republica dos Sindicatos. Isso não é verdade. Só queremos repactuar algumas situações”, explicou.
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