Reforma aumentará sonegação, diz CNC

Compartilhe

Por Samanta Sallum

Apresentado ao Congresso em 25 de junho, o PL nº 2.337/21 (segunda fase da reforma tributária de autoria do Poder Executivo) visa alterar a legislação do Imposto de Renda da pessoa física, da pessoa jurídica e dos investimentos financeiros. A Confederação Nacional do Comércio, Bens e Serviços (CNC) se posicionou com crítica contundente à atual proposta. Prevê que a elevação da carga tributária vai provocar sonegação.

Complexidade

“O foco deveria ser aumentar a base de contribuintes ao fomentar a formalização das atividades, o que certamente não ocorrerá por meio de uma reforma dotada de complexidade e majoração dos tributos”, aponta a entidade em documento entregue a parlamentares.

Aumento dos gastos públicos

Segundo a CNC, o incremento significativo da carga tributária provocará forte impacto sobre o setor de serviços, responsável por 70% do PIB. “As alterações não contemplam quaisquer medidas de fomento à atividade econômica.
Sem a reforma administrativa, resultará em elevação dos gastos públicos no momento seguinte”, destaca documento com uma série de sugestões para o projeto.

  • IRPF, permitir o retorno da declaração simplificada. Aplicar a correção integral da tabela do IRPF em 115% – inflação do período, bem como para as deduções com dependentes e instrução.
  • Garantir a isenção de R$ 20.000 para todo tipo de empresa.
  • Minimamente, equiparar a tributação dos lucros à tributação do capital à alíquo- ta de 15%.
  • Nos JCP, vedar a tributação de 30% sobre lucro distribuído sem apuração em es- crituração completa, porque tributo não pode ser utilizado como punição. Para isso, temos as multas.
  • Garantir que os lucros anteriores a 2021 e os JCP quando pagos posteriormente não sejam tributados; assegurar a irretroatividade constitucional; e evitar poste- riores litígios com discussões sobre a constitucionalidade de tal fato.
  • Isenção para a distribuição de lucros de microempresas.
  • Retirar a obrigatoriedade de escrituração para a MPE para fins de distribuição de lucro, pois isso aumenta a complexidade.
  • Reduzir a alíquota proposta para o IRF sobre lucros e dividendos de 20% para 10%, o que estimulará os investimentos produtivos em relação aos ganhos do mercado financeiro, cuja proposta de alíquota é de 15%.
  • Reduzir a alíquota do IRPJ de 15% para 5%, que, com a alíquota adicional de 10%, ficará em 15%.
  • Manter integralmente a dedutibilidade dos Juros sobre Capital Próprio, para esti- mular a capitalização e solidez financeira e econômica das empresas.
  • Eliminar a incidência do IRF sobre lucros e dividendos distribuídos entre empre- sas, independentemente de elas pertencerem ao mesmo grupo econômico, e por empresas optantes do Simples Nacional (Lei Complementar no 123/2006).
  • Delimitar a tributação do IRF sobre lucros e dividendos gerados a partir do pri- meiro dia do ano civil seguinte ao da publicação da lei que a instituiu (2022).
  • Para as empresas optantes pelo Lucro Presumido, quando não possuírem es- crituração contábil, estabelecer a incidência de IRF sobre lucros e dividendos distribuídos apurados pela diferença entre o Lucro Presumido e os tributos inci- dentes (IRPJ/CSLL).
  • Permitir a dedutibilidade, na apuração do Lucro Real, dos mesmos dispêndios permitidos na apuração da Base de Cálculo da CSLL.
  • Não restringir novas atividades econômicas à opção pelo Lucro Presumido.

samantasallum

Posts recentes

  • Coluna Capital S/A

Setor produtivo reage à alta de juros criticando descontrole fiscal do governo e “excesso” do BC

Confederação do Comércio diz que medida vai prejudicar Black Friday e Natal. E que raiz…

2 horas atrás
  • Coluna Capital S/A

Energia elétrica: preocupação com transição da seca para as chuvas

Por Samanta Sallum  Mesmo enfrentando um longo período de seca e calor - já são…

1 dia atrás
  • Coluna Capital S/A

Tecnologia usada no Agronegócio poderia ajudar no combate a incêndios florestais

Por Samanta Sallum  Há 146 dias sem chover, com 32 incêndios ocorrendo nesta tarde, e…

2 dias atrás
  • Coluna Capital S/A

Sebrae investirá R$ 17 milhões para conectar grandes e pequenas empresas

Renner, Coca-Cola, Supergasbrás e Direcional Engenharia são alguns dos parceiros do programa Conexões Corporativas  Por…

2 dias atrás
  • Coluna Capital S/A

Polêmica na inclusão de plataformas de delivery no Perse

Por Samanta Sallum  A Associação Nacional de Bares e Restaurantes criticou a decisão judicial que permite…

6 dias atrás
  • Coluna Capital S/A

Participação recorde de compradores internacionais na ABAV Expo 2024

Por Samanta Sallum  A capital federal será a principal vitrine do turismo brasileiro para o…

1 semana atrás