Duas mulheres, dois exemplos de destaque no empreendedorismo feminino em Brasília. Em comum, a palavra superação. São trajetórias inspiradoras, porque revelam características essenciais para vencer. Dedicação, perseverança e amor verdadeiro pelo que se faz. Eda Machado e Janete Vaz compartilharam experiências, numa live promovida pelo Iesb, no fim de novembro, para incentivar especialmente mulheres, mas também homens, a empreender.
Aos 17 anos, era apenas uma professora recém-formada, quando já surgiu a primeira grande responsabilidade. Assumiu a direção de uma escola no Paraná. Contou com a humildade e a coragem para enfrentar o desafio. Humildade para conversar com os funcionários e dizer que não tinha experiência, e, portanto, precisava da ajuda de todos. Coragem para não se intimidar diante dos obstáculos.
Os claros posicionamentos diante da realidade brasileira a fizeram também se destacar na área da comunicação em rádio e jornal. O que gerou desavença com políticos, que pediam sua demissão. Chegou a ser chamada de subversiva.
Numa época em que as mulheres tinham pouco espaço e autonomia, para poder estudar na Colômbia, Eda teve de ser acompanhada do marido, porque não podia andar só.
Veio a Brasília para ajudar na criação de uma escola, o CEAN. Passou pela FGV, Unicamp, foi bolsista Capes e CNPQ, até receber o convite para fundar o Iesb, em 1998, em parceria com o professor Pedro Chaves.
“O Iesb começou bem pequeno e rapidinho começamos a inovar. Teoria e prática eram nosso slogan. Os vestibulares eram temáticos (meio ambiente, desenvolvimento tecnológico) perguntas baseadas em jornais e revistas. Fizemos parceria com o Correio Braziliense. O Iesb surgiu porque muitas pessoas da comunidade nos ajudaram e entendiam que o trabalho era sério” , conta.
“A gente não vira empreendedor de uma hora para a outra. Vai sendo aos poucos, erra, acerta e depois se torna empreendedor.”
“Se nós tivéssemos muitas mulheres empreendedoras, o mundo seria muito melhor. As mulheres precisam de referências que as ajudem a se empoderar e não terem medo de trabalhar sozinha e seguir em frente.”
“Para conseguir empreender, você tem de ter valores, estratégias e princípios. O futuro é promissor nessa área.”
“O mundo está mudando rapidamente. A transformação digital está acontecendo numa velocidade tremenda. Hoje, você não precisa mais encontrar com as pessoas presencial, pelo digital você resolve tudo.”
“As startups estão fazendo diferença, mudando a vida de outras por meio de soluções inovadoras.”
“Vocês não precisam se preocupar com os cursos que vocês fazem. Têm de se preocupar com a universidade em que estão, quais os valores, princípios e cultura da instituição.”
Garra, foco e fé. São os pilares que a empresária aponta para contar a trajetória do grupo Sabin. Ela lembra que o começo foi muito difícil, num período de inflação alta e fragilidades financeiras.
“Eu nasci na fazenda e essa visão empreendedora eu puxei do meu pai. Quando começamos a empresa, buscamos conhecimento e pessoas de talento”,
conta.
Ela avalia que a pandemia trouxe duas urgências: investir mais na modernização tecnológica, porém dando ainda mais atenção ao ser humano. “A pandemia fez a gente cuidar mais da nossa família, dos idosos e das pessoa. E, como empresa, cuidados com os coletivos. Temos isso, a atenção voltada ao ser humano”, enfatizou.
“Mesmo os empresários mais tradicionais tiveram a humildade de reconhecer que precisam de ajuda para se modernizar. O que é fundamental para permanecer no mercado”, apontou.
Ela destaca que o grupo Sabin trabalha com quatro valores/princípios: espirituais, empresariais, culturais e familiares. No mundo de negócios, afirma que é preciso saber se comunicar, se apresentar e a valorizar o que é importante.
“Costumo dizer que a empresa saiu do coração da minha mãe, porque ela fazia na prática a responsabilidade de cuidar dos outros.”
Janete incentiva os jovens a empreender. “Não permita que nenhuma dificuldade interfira na sua felicidade, na sua busca. Realize sonhos! Retire seu sonho da gaveta, sonhe alto e muito. Se errar, não desanime, seja melhor na próxima vez!”
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