No Distrito Federal, 60,4% das famílias estão endividadas. São 608 mil núcleos familiares com algum tipo de dívida no cartão de crédito, cheque especial e empréstimos. Mas, esse índice está bem abaixo ao do mesmo período no ano passado, que ficou em 80%. Isso significa que as pessoas ficaram com medo de fazer novas compras parceladas e assumir compromissos com pagamentos futuros. A incerteza, por causa da pandemia, fez o consumidor ser mais cauteloso. Mas, junto, cresceu a inadimplência.
O montante de contas em atraso registrou aumento: passou de 134.776 mil famílias, em junho, para 157 mil, em setembro. O número gera apreensão e está ligado ao desemprego. Mas, a expectativa é de que o cenário melhore, gradativamente, devido ao reaquecimento da economia e do comércio varejista.
Carro e casa
Depois do cartão de crédito, os financiamentos de carro e de casa são os que mais geram endividamento no brasiliense. Esses são os dados da Pesquisa de Endividamento Inadimplência do Consumidor (Peic), da Fecomércio-DF, fechados ontem. Ela orienta os empresários do comércio de bens, serviços e turismo que utilizam o crédito como opção de vendas. Fornece a eles melhor percepção do comportamento do consumidor.
Confiança no contracheque
O nível de endividamento em Brasília é um dos mais altos do país porque há uma grande parcela da população com confiança em gastar. O tradicional otimismo deve-se à estabilidade de renda garantida aos servidores públicos, na capital federal. Mesmo assim, até a confiança dessa parcela de consumidores foi abalada com a pandemia.
Uma empresa de pães e cucas alemãs transformou a crise em oportunidade e cresceu com o delivery. A gaúcha Daiane Wolff já trabalhava com vendas em Brasília, mas perdeu o emprego em uma empresa de planos de saúde. O projeto de ter filhos e a dificuldade de reencontrar um novo trabalho a fizeram decidir abrir um pequeno negócio na própria casa, em Planaltina.
Foi assim que nasceu a Gaúcha Prendada. Ela começou a produzir pães para vender. “Eu comecei de porta em porta, no comércio perto da minha casa”, conta Daiane. Ela criou o perfil no Instagram para divulgar os pães e manter contato com os clientes. O sucesso foi tanto que, em três meses, a Gaúcha Prendada já tinha mil seguidores na rede social e ela começou a fazer pães
por encomenda.
Marketing digital
Hoje, o sucesso de vendas são as cucas alemãs. Mas, com o começo da pandemia, veio o susto: a empresa, que já não fazia mais entregas, vivia um ótimo momento por estar presente em muitas feiras. Precisou se adaptar. Com as feiras suspensas, Daiane pensou em soluções e recebeu o apoio do Sebrae/DF. A empresa voltou a fazer entregas dos produtos e investiu mais ainda no marketing digital.
“Recentemente, tivemos de fazer uma ampliação na nossa cozinha. Quem diria, que em meio a uma pandemia, teríamos de ampliar nosso espaço de produção?”, comemora Daiane.
Os produtores agrícolas cobram do presidente Bolsonaro o compromisso de proteger os produtos nacionais da concorrência dos estrangeiros.
E a divergência maior passa agora pela indicação do desembargador Kassio Nunes Marques ao STF. A Associação Nacional dos Produtores de Alho (Amapa) aponta que ele foi autor de decisões judiciais, liberando importadoras de pagar a taxa antidumping.
Em vídeo, gravado ao lado do presidente da entidade, Rafael Corsino, Bolsonaro, como pré-candidato, critica a indústria de liminares. “A gente acompanha os problemas do setor produtivo, dentro e fora do Brasil. O alho tem sido encontrado numa coisa parecida com uma indústria de liminares. O alho, entrando aqui sem a questão do antidumping, vai acabar sufocando a produção do Brasil, o que é mais um problema que temos no campo. Além da banana do Equador e do etanol vir dos Estados Unidos para cá, passa água de coco da Indonésia. Vejam, com muita atenção, o risco cada vez mais da nossa agricultura se ver prejudicada”, disse Bolsonaro.
Frente Agropecuária
A Anapa queixa-se da contradição de Bolsonaro em indicar, agora, ao Supremo exatamente o desembargador autor de decisões semelhantes em favor da entrada de alho chinês, sem pagar taxas. Os produtores de alho mobilizaram a Frente Parlamentar da Agropecuária no Congresso e a ministra da Agricultura Tereza Cristina.
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