VISTO, LIDO E OUVIDO

Publicado em Íntegra

circecunha@gmail.com; arigcunha@ig.com.br

Condenados pelo silêncio

Com a pasteurização ideológica das instituições do país, provocada pela infiltração de ideias de mão única a partir de 2003, a grande prejudicada foi a cidadania que deixou de contar com organismos essenciais à vida democrática, as liberdades públicas e individuais. A abdução política de entidades como UNE e OAB, transformadas agora em braços auxiliares do atual governo em suas respectivas áreas de atuação, produz no cidadão comum um sentimento de desamparo e de perda de confiança que levarão tempo para ser sanados.    A ideia de que essas trincheiras da cidadania estão agora ocupadas por forças dissipadoras do tipo “nós contra eles” representa um retorno aos tempos do calabouço e um retrocesso à um período que já se acreditava morto .  Se o desarme da UNE, facilitado pela abertura dos cofres públicos à entidade, trouxe por um lado a “ paz dos cemitérios” às universidades, na outra ponta permitiu e acelerou o processo de decadências dessas mesmas universidades, empurrando-as para a rabeira nos principais rankings de educação superior do planeta. Esse “adoçar” das entidades estudantis, numa fase em que hormônios e vocações políticas estão em plena ebulição , traz sérias repercussões para o futuro do país , pois ao induzir a formação de cidadãos resignados, como modelo acabado do Estado benfeitor, retira-lhes o vigor e o apetite para o moto perpétuo das revoluções necessárias. Uma juventude acomodada e apática, sinaliza para um amanhã pouco promissor para todos. Também a OAB, bastião dos direitos públicos, uma vez transformada em satélite do governo, abriu mão de sua personalidade jurídica , abdicando do seu papel de defensora da Constituição, dos direitos humanos e da justiça social. As perdas que estas duas importantes instituições  lograram ,ao optar pelo adesismo fácil e ligeiro, são infinitamente maiores que os pretensos benefícios trazidos à curto prazo. O silêncio sepulcral da UNE E OAB, num momento em que o país parece arder em chamas, diz muito do caminho que escolheram rumo  ao descrédito definitivo.

A frase que não foi pronunciada:

“Em duas ocasiões temos argumentos imbatíveis: no início e no fim de um governo.”

Manifestante pensando enquanto pintava uma faixa de protesto.

Parâmetros “Em comparação com todos esses valores que vocês tratam sobre a Operação Lava Jato, R$90 mil reais é um valor muito baixo.” Stael Fernanda Janene em resposta aos deputados sobre os valores movimentados em conta onde ela assinava os cheques.

Resumindo “Obcecado pelo poder, mas não gostava de ostentar riqueza.” Assim Fernanda, esposa do finado Janene definiu o marido.

Ausência          Ainda no plenário 14 na Comissão Parlamentar de Inquérito sem saber que o microfone estava aberto, alguém da mesa resmungou “Isso é picaretagem”. O assunto desse momento era a justificativa dos empresários chineses Shinji Tsuchiya da Mitsui e a ausência de J.W. Kim da Samsung de Indústria Pesada.

Mais uma Ainda na CPI da Petrobras. Disse uma deputada que não iria pronunciar novamente o nome dos dois chineses. Logo foi avisada por um colega: Não vai chamar o empresário chinês de Chikungunya. Isso é doença.

Pedaladas No Senado, Tasso Jereissatti levantou a teoria do padre Cícero aos peregrinos que chegavam em busca de sua proteção. O padre dizia: “Quem roubou não roube mais, quem matou não mate mais.” Isso para perguntar ao ministro se quando o ilícito não é apenado passa a ser perdoado.

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