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Acaba a lua de mel entre o cidadão e o GDF
Não bastam as qualidades pessoais do atual governador do Distrito Federal, nem as boas intenções. Nenhum atributo moral próprio, por mais luminoso que seja , será capaz de fazer da máquina pública do GDF um modelo de gestão que atenda as expectativas do eleitor e do cidadão.
Prestes a completar seis meses a frente do Executivo local, o governador começa a sentir na própria pele o movimento, ainda inicial , mas presente, das cobranças e reivindicações da população por onde circula. Cauteloso na tomada de algumas posições , vacilante em outras, o fato é que a lua de mel entre o cidadão e o GDF começou a esfriar.
Mais do que um fenômeno natural em todos os governos, o que a população começa a perceber e os jornais vem traduzindo muito bem em manchetes, é uma certa inoperância da administração para resolver problemas básicos e antigos que afligem os brasilienses.
A bomba relógio que o atual governador tem de desmontar todos os dias, herança de administrações passadas, retarda o aparecimento de boas notícias, mas não justificam a morosidade da máquina.
Problemas antigos permanecem ou ganham contornos mais dramáticos como é o caso das mortes , por infecção hospitalar, de quatro pacientes no Hospital Regional de Taguatinga.
Permanecem ainda a superlotação no atendimento em postos de saúde, a ausência de médicos, a ausência de professores, o sucateamento dos estabelecimentos de ensino, as dificuldades no transporte público, as invasões de terras públicas entre outros problemas gravíssimos na área de segurança.
Dados apresentados pelo Instituto Paraná Pesquisas mostram que o atual governo vem perdendo apoio dos eleitores. Para os que votaram na atual administração, 24% afirmaram que não repetiriam a escolha. 46,6 % da população reprovam a gestão do atual chefe do Buriti.
Em entrevista dada à uma rádio da capital , a atual presidente da Câmara Legislativa, entusiasta de primeira hora do governador em exercício, anunciou a sua retirada da base de apoio do governo, por conta das ambiguidades que vem constatando na atual gestão. Dentre as alegações feitas pela deputada, que motivaram seu recuo, está o fato de que os principais órgãos do GDF ainda serem comandados por pessoas ligadas ao governo passado. Tivesse, nos bancos escolares, lido com mais atenção o pensador político Maquiavel, saberia que o afastamento de pessoas ligadas ao mandante anterior é a primeira das recomendações e o primeiro ato tomado logo a seguir a posse.
Segundo a deputada, as Secretarias de Educação e Saúde estão ainda nas mãos de pessoas ligadas ao governo anterior. O mesmo ocorre na sensível Casa Civil, de onde emanam as diretrizes de governo: repleta de pessoas , que segundo afirmou, “se infiltram no governo de dentro para fora”, num processo seguido de sabotagem às iniciativas do governo.
Ao trocar o Senado Federal, que já foi chamado de “céu” por um antigo correligionário e fundador da UnB, pelo GDF, talvez o governador não tivesse se atinado para o fato de que entre o céu e o inferno administrar uma cidade massacrada por gestores políticos e inescrupulosos do passado, existe o meio termo do purgatório, que é onde parece se encontrar no momento.
A frase que foi pronunciada:
“Viver é etecetera.”
Guimarães Rosa
Papo literário
Se você é apaixonado por romances de época marque aí na agenda. Laís Rodrigues de Oliveira será uma das palestrantes de evento da Editora Arqueiro em Brasília. O papo será sobre a série Os Bridgertons, de Julia Quinn. No encontro, também serão discutidos os recentes lançamentos Para Sir Phillip, com amor; Ligeiramente maliciosos; Segredos de um pecador e Paixão ao entardecer, da Editora Arqueiro. Fora de Brasília, o encontro também ocorre em 27 estados brasileiros. Aqui será nesse sábado, dia 6, na Livraria Cultura do CasaPark às 15h.
Polícia Federal
Há possibilidade de o cidadão se armar. Mas para isso é preciso fundamentar a necessidade do pedido para o registro. Em São Paulo, até o mês de maio de 2015 foram 554 pedidos. Ano passado foram 418 solicitações pelos 12 meses.
Privacidade
Enquanto isso, o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha teimou com a Polícia Legislativa que não quer tantas câmeras na residência oficial. A solução foi redirecionar os equipamentos para pontos cegos da casa.
Novidade
Vários elogios chegaram à coluna sobre a nova Agência do Trabalhador no Guará. Com capacidade para receber até 300 pessoas em busca de emprego diariamente, resta saber se a demanda será atendida. O subsecretário do Trabalho, Antônio Vieira Paiva, falou dos benefícios com a agilidade na entrega de documentos além de os dados do DF estarem integrados com o banco de dados do governo federal.