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República das consultorias e do lobismo
Na contramão do poder aquisitivo do trabalhador brasileiro que vem regredindo sensivelmente nos últimos três anos, a atividade de consultoria , assessoramento e lobby nunca foi tão promissora e rendosa como na atualidade. Sobretudo quando essa especialidade é exercida por antigos ocupantes de cargos públicos, principalmente políticos que , de alguma forma foram banidos do meio, por práticas, digamos, em desacordo com as regras estabelecidas.
O lobby que nos EUA é uma atividade regulamentada , respeitada e seriamente fiscalizada, ganhou no Brasil uma forte imagem negativa por conta justamente dos inúmeros casos envolvendo o pagamento de propinas, subornos e outros episódios de corrupção. Em 2011 o então senador Marco Maciel conseguiu que a CCJ discutisse a regulamentação da atividade dos lobistas e grupos de pressão, mas o intento não evoluiu. Curiosamente, na maioria dos escândalos apareciam sempre a figura de algum político quer na ativa quer afastado da vida pública. A razão é que em nosso país os tentáculos do Estado se ramificam por quase todos os setores da economia. Um outro fato de suma importância para garantir o sucesso do negócio de assessoria é o conhecimento de informações internas dos negócios do Estado ( inside information) e, logicamente a proximidade com as autoridades do governo. Não é de se admirar que figuras como o ex-ministro Antonio Palocci e sua empresa Projeto sejam celebrados hoje como a maior empresa do ramo no país. Ou o caso de José Dirceu e sua JD Assessoria com faturamento de R$ 39 milhões somente no período de 2006 a 2013. Na lista dos novos empresários de sucesso estão os ex-deputados Cândido Vaccarezza, André Vargas e mesmo o tesoureiro Vaccari, que reunia a função estabelecida legalmente pelo partido, com a atuação suspeita de lobista junto a Petrobrás. Ainda por conta da abertura de uma investigação pedida pelo Ministério Público Federal, a nação começa a tomar conhecimento das atividades do ex-presidente Lula , acusado pelo MP de crime de tráfico de influência em favor a empresa Oderbrecht. Depois do petróleo a segunda atividade mais lucrativa da República parece ser a de consultoria , não uma consultoria regular e dentro dos padrões normais, mas uma consultoria do mapa da mina que aponta o caminho das pedras e conhece bem o segredo dos cofres público. Quanto a isso, a responsável pela condução das investigações no MPF-DF contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a procuradora Mirella Aguiar, avisa que está descartada a possibilidade de pedir quebra de sigilo do petista.
A frase que foi pronunciada:
“O desconfiado sobrevive”
Sabedoria popular
A que veio
Se o governo Rollemberg quiser ter uma posição pró ativa estamos no exato momento para reuniões de tomada de decisões sobre incêndios no DF. Agosto está chegando e ainda há tempo de mostrar a diferença.
Fora de Lei
Mesmo com o rigor da Lei Seca durante quatro dias da semana do feriado de 1º de maio 225 motoristas embriagados foram autuados enquanto colocavam em risco a vida de gente sóbria.
Crise
Novidades na Caixa dão conta que para um financiamento de imóvel o interessado terá que dar a metade do valor como entrada. Muitos casais desistiram de buscar imóvel próprio nessas condições.
Assine
Uma petição com centenas de assinaturas passa pelo meio artístico e acadêmico pedindo mudanças radicais na Escola de Música de Brasília. Aqueles que prezam o sonho do maestro Levino lutam por mudanças já.
Memória
Alguém tem notícias das bicicletas que o ex-governador Agnelo usou para pousar em fotos de campanhas publicitárias em 2011? Elas eram parte do programa “Caminho de Escola. ” Os alunos do Recanto das Emas que queriam as bicicletas ficaram a ver navios. Com verba do governo federal o caso ainda não foi explicado. Resta saber a que escola a pátria da educadora traça o caminho.
Abandono
Até hoje nada foi feito com o Torre Palace Hotel em pleno centro da cidade. Completamente abandonado, pichado, se transformou em abrigo de mendigos e viciados. Como a área é privada, o dono deve ser responsabilizado pelo local.
Ronda
Quem precisa ir à rua das farmácias de madrugada para comprar remédios passa por maus bocados. Nesse horário não há policiamento. É um Deus nos acuda na fila que fica do lado de fora.