“Vem pra Caixa você também”

Publicado em Íntegra, ÍNTEGRA

DESDE 1960

aricunha@dabr.com.br

com Circe Cunha // circecunha.df@dabr.com.br e MAMFIL

Tantas vezes repetido ao longo dos anos, o mote da propaganda — e, por isso mesmo, gravado no imaginário de muitos brasileiros — rendeu frutos enquanto as regras do mercado livre eram respeitadas e valiam para todos os agentes econômicos indistintamente. Fundada em 1861, pelo imperador dom Pedro II, a Caixa Econômica, desde o início, atuou como agente prestadora de serviço de natureza social, sendo considerada instituição de apoio às políticas públicas. É essa mesma instituição — considerada o maior banco público de toda a América Latina, detentora de volume recorde de capital e de respeitabilidade no mercado mundial — que vive hoje dias difíceis, com sua credibilidade posta à prova.

O longo período, por mais de 10 anos, em que a Caixa foi irresponsavelmente usada para financiar o projeto político do governo petista resultou num processo que levou ao encolhimento do banco e à perda de seu maior patrimônio, que é a confiança dos milhares de correntistas por todo o país. Apenas no primeiro trimestre de 2016, o lucro da Caixa diminuiu, R$ 838 milhões, ou 46% menos em relação ao mesmo período de 2015. Segundo o balanço divulgado pela instituição, esse resultado negativo se deu por conta do aumento na inadimplência e pela diminuição das operações de crédito. O patrimônio, que mede se a instituição está capitalizada, também encolheu em 2,9% no período.

Para fazer frente a estes tempos de vacas magras, o banco reduziu o número de funcionários de 100 mil para 97 mil. O fundo de pensão dos funcionários (Funcef) teve, em 2014, um rombo de R$ 2,3 bilhões, o que obrigou os gestores a cobrar dos participantes taxa adicional de 2,3% sobre as contribuições, e que pode se estender por longos 17 anos.

Em 2015, a projeção é de que o rombo tenha batido na casa dos R$ 5 bilhões. É bom lembrar que esse deficit foi investigado por uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) e que terminou indiciando 145 pessoas — obviamente nenhum político. Entre os investimentos suspeitos pelos controladores do Fundo, estão negócios com a Sete Brasil, empresa criada para administrar sondas de perfuração da Petrobras e que está no olho do furacão da Operação Lava-Jato por negócios para lá de suspeitos.

A situação da Caixa, segundo analistas, é dramática. Fala-se em aportes de emergência na casa de R$ 25 bilhões para evitar a quebra do banco. As chamadas pedaladas fiscais que levaram ao processo de impeachment da presidente Dilma comprometeram a saúde financeira da instituição a tal ponto que provocaram ao pânico até entre os pequenos poupadores. No primeiro trimestre, os saques da caderneta de poupança somaram R$ 24,05 bilhões, o que representou uma corrida dos correntistas para tirar seus recursos do banco. O volume desses saques foi o maior já registrado em 21 anos.

Os números negativos que, aliás, perpassam todas as empresas e instituições públicas da era petista, ainda não foram devidamente contabilizados pelo governo interino. Novas auditorias estão em andamento, e é possível que os números reais apareçam e demonstrem a necessidade de submeter a instituição a sério processo auditoria para o soerguimento a longo prazo.

A frase que não foi pronunciada

“O caráter de alguém, para mim, não está na cara, na altura, na cor da pele, no penteado, nas joias, na força ou na posição social. Esta rara qualidade só existe em homens justos, dignos, que honram suas raízes e, acima de tudo, têm seu valor. Nada nem ninguém pode comprar um homem íntegro e honesto.”

Joaquim Barbosa

Treinador

Pedro Denadai nos pede a divulgação do portal www.hayaiassessoria.com.br. O ponto forte de seu trabalho é transformar o seu hobby em renda.

São Paulo

Ainda não veio para Brasília o 6º Congresso Internacional da Câmara Brasileira do Livro Digital. Muita gente é reticente a esse tipo de leitura. Quando Ariano Suassuna foi apresentado ao livro digital ficou encantado com o dicionário disponível. Por curiosidade, ele procurou as palavras Ariano Vilar Suassuna. O corretor do dicionário buscou Ariano Vilão Assassino. Ninguém conseguiu convencê-lo a ficar com a novidade.

Novidade

» A Câmara dos Deputados aprova substitutivo a projeto de lei do Senado que determina rotulagem de alimentos sobre a presença de lactose. Uma iniciativa simples dessas trará economia fenomenal para o país. Pessoas com intolerância a lactose e a glúten pagam com a saúde a falta de uma política pública.

História de Brasília

A situação era normal, mas depois, um carro e outro sob os pilotis, e o que vemos hoje, é um carro de praça rodando sobre a grama que custa o sacrifício de zeladores, e vale a alegria dos moradores pelo seu verde em plena seca. Energia, sr. Isaias. Vamos evitar os abusos. (Publicado em 7/9/1961)

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