Desde 1960
com Circe Cunha e MAMFIL
Na história da humanidade, existem incontáveis exemplos de multidões que foram precipitadas no abismo por seguirem lideranças que acreditavam estar conduzindo-as rumo ao paraíso na Terra. Muitos, mesmo durante os instantes da queda fatal, ainda criam estar indo ao encontro de um destino de glória.
A faculdade de dominar vontades individuais é a característica que melhor define as lideranças, retirando o livre arbítrio do sujeito e submetendo-o ao seu desejo. É a coletivização das vontades posta a serviço de apenas uma pessoa. Isso é exatamente o que parece ter ocorrido com a maioria daqueles que hoje estão presos ou na iminência de vir a sê-lo apenas por acreditar nas lorotas dos dirigentes do Partido dos Trabalhadores.
Descartando os que integraram a manada cega por vontade própria, em busca de facilidades que reconheciam, desde sempre, como ilegais, a grande maioria embarcou na viagem por crer estar implantando em todo o continente um regime semelhante ao existente em lugares como Cuba ou Venezuela. O Foro de São Paulo foi, assim, espécie de toque do berrante, reunindo a boiada atrás dos vaqueiros do socialismo do século 21.
Para os empresários e políticos que embarcaram na jornada insana e foram capturados pela Justiça, a terra tão prometida se reduz hoje a uma cela sem janelas e sem banheiro. Na realidade, estão onde merecem estar desde o primeiro passo. Mas ainda assim chega a ser surpreendente o número de pessoas que tiveram a própria vida e a das famílias destroçadas por seguirem as ordens de Lula e de seu partido. Sozinha, essa liderança de poucas luzes e de pouca ilustração foi capaz de destruir muitos, inclusive pessoas dotadas de cérebro privilegiado, levando-os à ruína completa.
De quebra, apenas um homem foi capaz de provocar um estrago monumental na décima maior economia do planeta, reduzindo um país continental àquilo que ele é hoje: motivo de vergonha diante do mundo. A revolução pretendida por esse personagem, se é que havia alguma no horizonte, agora se vê, se reduziu a um monte de escombros, resultado do desmonte do Estado.
De positivo dessa revolução às avessas ficaram os cacos de uma velha República que não tem mais remendo e não pode mais ser apenas refeita. A destruição de velhas lideranças, reduzidas a pó, talvez seja o que melhor conseguiu o lulopetismo ao final da última década. Ao atrair para o banquete pantagruélico o que o Brasil tinha de pior em termos de lideranças política e empresarial, sem querer Lula facilitou o trabalho da polícia que cercou a festança e pôde prender vários ratos numa só batida. A casa caiu com todos dentro, inclusive com o dono da folia. Tirados de cena, não farão falta alguma.
A frase que foi pronunciada
“O primeiro sinal de que a corrupção tomou conta da sociedade é a ideia de que os fins justificam os meios.”
Georges Bernanos, escritor francês
Cabeças brancas
Quem desenhou as placas de idosos pintadas nos estacionamentos não tem a menor noção de como se sente uma pessoa de 65 anos de idade. Bengala e óculos não as representam.
Insegurança
É preciso acontecer um sequestro para que os hospitais reforcem a segurança. No Hospital Brasília, por exemplo, a entrada na emergência é completamente livre. O papel da alta não é conferido. Se o vigilante julgar que a aparência de quem entra e sai corresponde a uma pessoa honesta, não cobra documento algum.
Enfim
Bombeiros têm um dos melhores complexos esportivos do mundo. A prova física do concurso organizado pelo Idecan dessa vez foi impecável. Grupos separados, tudo dentro do tempo, com a comunicação aos inscritos sem falhas.
Poder do povo
Quando gritaram, na Praça dos Três Poderes, que dois ex-presidentes da Câmara já estavam na cadeia e xingaram os parlamentares, uma senhora de meia-idade retrucou dizendo que, se havia alguma coisa que eles não roubaram, era o lugar que ocuparam no Congresso. A chave para entrar lá foi o voto. O povo tem mais poder do que imagina.
História de Brasília
A opinião do padre Calazans sobre a Prefeitura de Brasília é esta: o prefeito a ser nomeado deve servir a Brasília, não servir-se de Brasília. (Publicado em 16.9.1961)