Má gestão leva à crise hídrica

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com Mamfil e Circe Cunha

Fôssemos elencar os principais fatores que resultaram na maior crise hídrica de todos os tempos, experimentada agora pelos brasilienses, a questão da má gestão desse recurso preciosíssimo deveria ocupar o primeiro lugar. Por má gestão, incluem-se as de caráter técnico e outras, eminentemente, políticas, mais, precisamente, decorrentes de populismo irresponsável, com forte doses de demagogia e de corrupção.

A falta de água nas torneiras e a ameaça de que o rodízio no abastecimento de água se prolongará por 48 horas seguidas, resultam da mistura desses ingredientes e todos eles decorrem da emancipação política e marota a que a capital dos brasileiros foi induzida a partir da Carta Magna de 1988. Como populismo e planejamento não andam de mãos dadas, o resultado são torneiras secas ou com água cara e de qualidade duvidosa.  Visto pelo lado técnico, o que se pode concluir, logo de saída, é que o crescimento desordenado e explosivo da população não foi acompanhado de um adequado e consistente programa de investimentos, tanto na preservação de nascentes e mananciais quanto na modernização e ampliação dos sistemas de abastecimento, o que fez com que a demanda inflada não acompanhasse a oferta.

Obviamente que fatores climáticos e que fogem da competência direta do GDF tiveram importante papel na crise, mas, de longe, não se configuram entre os principais causadores da escassez crônica de água potável. Nossos políticos locais, embora ainda não dominem a arte da dança da chuva, sabem muito bem como fazer chover em suas próprias hortas, principalmente se essa chuva for em forma de moedas ou de votos.

A transformação das terras públicas em moeda de troca, dentro do princípio “um lote, um voto”, acabou por lançar toda a capital no vale árido e hostil da escassez de água. Durante anos seguidos, essa foi a principal política adotada na capital. A criação desordenada e afoita de enormes conglomerados urbanos, construídos, sem qualquer planejamento, da noite para o dia, ao mesmo tempo em que beneficiavam políticos locais, na consolidação de verdadeiros currais eleitorais, comprometiam seriamente o futuro da cidade e de seus habitantes.

O assentamento de imensas cidades-dormitórios sobre áreas de nascentes e de matas ciliares está entre as causas principais que levaram à atual crise hídrica. Ao contrário do que recomenda o bom senso e a experiência malfadada, a prática ainda é corriqueira e prossegue, apesar das consequências já sabidas.

Um exemplo desse absurdo é constatado na intenção do GDF de implantar a segunda etapa do Setor Habitacional Taquari, na área conhecida como Serrinha do Paranoá. Essa região abriga, segundo os especialistas, centenas de nascentes já mapeadas que alimentam o Lago Paranoá com água de excelente qualidade. Água que pode não carrear votos, mas que vai tornar possível o prolongamento da vida da cidade por mais algum tempo.

 

A frase que foi pronunciada

“A falta d’água pode ser o fim de todas as coisas.”

Filósofo de Mondubim, pensando enquanto lê Tales de Mileto.

 

Muda já!

» Helio Campagnucio nos enviou uma carta que dividimos em notas para resumir a saga que ele e muitos outros consumidores da Caesb vêm sofrendo. Diz o leitor que, há mais de 10 anos, a Caesb cobra 10 metros cúbicos pelo consumo mínimo de água. Mesmo que o consumo efetivo seja de 3 a 4 metros cúbicos. Na maior parte do ano passado, o consumo foi zero, já que a casa ficou fechada. Mas, mesmo assim, foram pagos mensalmente 53 reais para honrar as contas que chegavam .

 

Revolta

» Em julho, inexplicavelmente, veio uma conta de R$ 840, referente ao consumo de 49 metros cúbicos, que, se somado o consumo efetivo de dois anos, não chega a esse patamar. Retiraram o hidrômetro da residência, que nunca teve manutenção em 20 anos, embora fosse cobrada a taxa de manutenção durante anos. A perícia no hidrômetro, sem minha presença, que o hidrômetro está com problema.

 

Abuso

» A empresa monopolista que atua cobrando um consumo mínimo com base em legislação local, o que contraria uma lei federal, vai de encontro ao Código de Defesa do Consumidor,  além de contrariar o Código Civil e outras leis. A legislação que concede a cobrança de consumo mínimo à Caesb não obriga a própria estatal a disponibilizar o total do produto cobrado ao consumidor. Não há boa-fé em se cobrar pelo que não é entregue. Levando em consideração a atual situação de carestia de água, nada mais sensato que cobrar apenas o que for consumido. Correto seria compensar em contas futuras a água não consumida efetivamente.

 

Contraste

» Só em 2017, mais do que os 49 metros cúbicos de água já foram pagos e, agora, cobrados mesmo que não tenham sido consumidos. O patamar de consumo mínimo de 10 metros cúbicos, que são R$ 53, é muito acima do parâmetro da CEB, que cobra por um consumo mínimo de 100KW R$ 15 reais.

 

Para isso?

» Para qualquer consumidor atento a essa situação é desesperador ver a inércia do Ministério Público, a omissão do GDF, do legislativo local e do TJDFT com essa arrogância da empresa e as práticas ilegais, imorais e abusivas. O fim da tolerância chegou quando os salários da Caesb vieram a público.

Filósofo de Mondubim, pensando enquanto lê Tales de Mileto.

 

História de Brasília

Os moradores da 306 (Iapc) estão horrorizados com o que se passa no posto da Texaco, que fica em frente a um dos seus blocos. Brigas, nomes feios, falta de respeito e excessivo barulho são as maiores reclamações. Domingo, ninguém dormiu depois de 4 horas da madrugada, porque dois funcionários estavam brigando.  (Publicada em 3/10/1961)

Programas de televisão são um lixo

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Educação de casa se leva à praça, diz o filósofo de Mondubim. Hoje, com a substituição dos pais pelos aparelhos eletrônicos, principalmente a televisão, o que se tem são legiões de jovens reproduzindo naturalmente no mundo real exemplos colhidos ao longo de horas em frente à telinha. No Brasil, como em todo o mundo, a televisão passou a representar o principal centro de atenção dos lares. A mesa de refeições onde as discussões do cotidiano ocorriam com frequência, foi substituída pela sala de televisão, na qual as pessoas, automaticamente abduzidas pela caixa de fazer doidos, engolem o que está no prato e na tela num gesto mecânico, sem se dar conta do mundo e das pessoas ao redor.

A televisão se transformou numa espécie de babá eletrônica da meninada. Os efeitos dessa exposição duradoura a um mundo virtual, onde até as regras mínimas de convivência e tratamento pessoal são fictícias, t”em conduzido toda uma geração a estabelecer relações interpessoais com base em exemplos, muitas vezes, impróprios. O peso da presença da televisão nos lares não é correspondido com o mesmo grau de cuidado com o conteúdo da programação veiculada. Obviamente, o que se busca na televisão é a maior apreensão possível do telespectador, o que vai corresponder de forma direta no valor pago pelos patrocinadores.

A fórmula mais sucesso, mais anunciantes é a regra para a própria sobrevivência econômica das redes de televisão. Diante dessa equação, tudo o que se faz é buscar a maior audiência possível. E é aí que mora o perigo, quando falta monitoramento. Na busca desenfreada pela audiência conta menos o conteúdo adequado do que o sensacionalismo. É justamente por esse motivo que a programação das televisões, de forma quase geral, é de baixíssima qualidade. O que se tem são programas apelativos e, muitas vezes, ofensivos à dignidade humana.

Exemplos dessa abstinência total de qualidade podem ser verificados diariamente, em programas vespertinos que reportam a criminalidade bestializada nas ruas do país. O grau de violência desses programas sangrentos, só perde em audiência para as baixarias de mau gosto apresentada pelos programas de reality show, em que a miséria humana é exposta na vitrine com toda a sua crueza animalesca. Nesses programas, particularmente, é destacada, em sons e cores e até glamourizada, a degradação ética do ser humano, submetido a modelos de comportamentos que envergonhariam até os primatas.

A alta audiência verificada durante a exibição desses programas, muito antes de servir de motivo para mantê-los no ar, tem uma explicação simples: os telespectadores brasileiros, até hoje, não foram apresentados a uma programação com sentido e com qualidade cultural inconteste, tal qual é feita em muitos países. Sorvem o que está à frente, sem se dar conta de que estão engolindo lixo tóxico.

A frase que foi pronunciada

“Quem vive em Brasília não sabe nada de Brasil.”

Turista radical embasbacado com a beleza arquitetônica da Praça dos Três Poderes.

Você sabia?

» Cobrar R$ 50 mensais de cada morador para fazer ronda de moto à noite é um preço bem alto pago nas ruas do Lago Norte. Todos conhecem o motoqueiro pelo nome e, dentro do acerto, pode-se pedir para buscar remédios ou pizza. Para muitos, vale o conforto.

Segurança

» Chama a atenção o número de carros da PM circulando entre o Paranoá e Varjão. Pelo visto em outras áreas também.

Stand by

» Sérgio Cabral e Pezão não estão sendo tratados com o mesmo peso e medida. A água está passando por baixo da ponte, mas, mesmo assim, há pegadas na beira do rio.

Cuidado

» Novo golpe na cidade. Agendamento de serviço por telefone. Nunca aceite se receber esse tipo de ligação dizendo ser da Sky, Net, Caesb ou CEB ou qualquer outra empresa. Ladrões telefonam para residência usando lista telefônica com números fixos. Agendam a visita, chegam uniformizados, são recebidos, entram na casa e anunciam o assalto.

Cidadania

» Atividade física, aulas de artesanato, alfabetização, canto coral, informática, aulas de dança, grupos terapêuticos e confraternizações apenas para idosos. Essas são as ofertas oferecidas pelo projeto Bombeiro Amigo. As inscrições podem ser feitas nos quartéis de Ceilândia, Brazlândia, Samambaia, Gama, Guará e São Sebastião.

Release

» Nesta sexta, dia 14, às 11h, será aberta a 11ª edição da tradicional Feira Internacional de Artesanato (Finnar), que, como sempre, será realizada no Centro de Convenções Ulysses Guimarães. O evento segue até o dia 23. Durante os feriados, sábados e domingos, o início das atividades será às 11h e o término, às 22h. Nos dias úteis, funcionará das 16h às 22h. Ingressos a R$ 10,00 (inteira), com censura livre. O evento conta com o patrocínio da Caixa e apoio da Secretaria de Estado de Esporte, Turismo e Lazer do DF.

História de Brasília

E mais: alguns açougueiros estão vendendo filé com contrapeso, o que é um absurdo. Estes, então, devem ser anotados pelas donas de casa. (Publicado em 26/9/1961)

Contra a sociedade

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Neste momento, a elaboração de um esboço de reforma política, antes de atender aos reclamos da sociedade por modernização no processo legislativo, passou a representar uma verdadeira tábua de salvação para todos aqueles que têm contas a ajustar com a Justiça.

Dessa forma, não surpreende que a atual reforma seja costurada com a finalidade precípua de agasalhar os implicados com lei, mesmo que isso signifique um confronto direto com o que deseja a maioria dos brasileiros. Trata-se não de uma reforma possível, feita à semelhança de seus autores, mas de um valhacouto oportuno que permitirá a importantes lideranças políticas passarem uma borracha sobre a vida pregressa, zerando o passado. A sociedade já deu seu veredito nas grandes manifestações de rua por todo o país. Mas. como é a mesma sociedade que vota, quem sabe esteja errada?

A reforma é com o apoio do Planalto, uma espécie de concertación contra o avanço das investigações, coberta com o falso verniz da modernização para esconder uma estrutura política que há muito colapsa aos olhos da nação. O pior é que o protótipo de reforma, apresentado pelo relator candidamente, propõe que a população banque um chamado Fundo de Financiamento da Democracia (FFD), cuja a previsão é que custe a bagatela de R$ 2 bilhões.

No projeto, os partidos políticos seriam autorizados a arrecadar até um salário mínimo de cada eleitor durante cinco meses no período eleitoral. Para tanto os cidadãos votariam numa lista fechada, com os nomes indicados a dedo pelos caciques do partido. O próprio relator, Vicente Cândido (PT-SP), reconhece que sua proposta não conta ainda com o apoio da maioria. Principalmente dos poucos que almejam uma moralização da política.

Para observadores da cena política, a reforma, do jeito que se apresenta, é voltada basicamente para garantir não só os recursos necessários para as campanhas, diminuídos pela proibição de financiamento por pessoas jurídicas, mas, sobretudo, para assegurar que a escolha dos nomes dos representantes da população saiam diretamente do bolso do colete das lideranças partidárias.

É justamente no sistema por lista fechada que apostam os políticos enrolados com a lei para manter o foro privilegiado. O maior problema dessa e da maioria das propostas de reforma em discussão no Congresso é que nenhuma delas vai ao encontro dos anseios da sociedade brasileira do século 21, repetindo fórmulas viciadas do passado, com novos votos de cabresto e novos currais eleitorais. Tudo o que já foi visto e deu no que deu.

A frase que foi pronunciada

“O cofre do banco contém apenas dinheiro. Frustrar-se-á quem pensar que nele encontrará riqueza.”

Carlos Drummond de Andrade, no Dicionário criativo

Aviso do governador

» Um terço dos servidores públicos são professores. O governador Rollemberg se comprometeu com o pagamento de R$ 100 milhões de pecúnias a todos os servidores públicos do Distrital Federal.

Participação

» Rollemberg garantiu que a educação na capital do país não será terceirizada. Prometeu também que ampla discussão precederá qualquer proposta de reforma previdenciária. Dias parados serão pagos na medida em que forem repostos.

Release

» Nesta sexta-feira, às 10h, Daniel Novais será um dos homenageados na Câmara Legislativa no Dia Mundial da Saúde. Ele receberá uma moção de louvor pelos serviços prestados à comunidade prevenindo doenças com dicas de bons hábitos alimentares e mudanças no estilo de vida.

Release 2

» Ainda nas festividades do Dia Mundial da Saúde, a Belini Pães& Gastronomia, na 113 Sul, convida a comunidade para, das 8h às 12h, participar de várias atividades salutares. A academia Cia Athlética, o laboratório Sabin e o Hospital Oftalmológico HOB oferecerão aferição de pressão intraocular para prevenção de glaucoma, exames de glicose e pressão arterial, cálculo do índice de massa corpórea e orientação nutricional. Para a criançada há um ambiente de lazer com parquinho, onde elas podem fazer a festa.

História de Brasília

Ontem, o número de carros oficiais era enorme em tráfego nas avenidas apesar de não haver expediente e hoje, certamente, nos clubes e nas estradas, não será menor, a menos que a fiscalização seja feita em todos os lugares. (Publicado em 23/9/1961)

Más influências

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Podem ter a certeza: se a proposta apresentada pelo GDF transformando a estrutura administrativa do decadente Hospital de Base em instituto nos moldes da Rede Sarah não é do gosto dos sindicalistas e principalmente dos deputados distritais, é porque a nova fórmula de gestão acaba não só com a ingerência indevida de políticos e pelegos em setores de interesse público, mas também blinda esse e outros serviços de casos de corrupção e de paralisações indevidas.

Quanto mais afastar a prestação desses serviços das influências nefastas de políticos e sindicalistas, melhor será o atendimento à população. O exemplo de excelência de gestão dado pela Rede Sarah tem, entre seus segredos, justamente o distanciamento das más influências dos parasitas.

O caso rumoroso levantado pela Operação Drácon, com indiciamento de cinco parlamentares da Câmara Legislativa por recebimento de vantagens indevidas de verbas para a saúde, demonstra a necessidade urgente de alijar políticos dessa espécie de qualquer assunto referente às áreas de saúde pública. O mesmo ocorre com a educação. A greve dos professores da rede pública, ordenada anualmente por sindicatos que mais se comportam como partido político, é exemplo patente da intromissão indevida de um tipo de sindicalismo pelego, atrelado ao Partido dos Trabalhadores, na estrutura de ensino.

Ao longo dos últimos 20 anos, a influência político-partidária nas questões de saúde e de educação só tem contribuído para a piora de qualidade dos serviços. Faltam médicos, professores e falta qualidade no atendimento à população que paga os mais altos impostos do planeta. No entanto, nada falta a distritais e aos sindicatos.

O que a população deseja são hospitais, transportes decentes e escolas com qualidade e excelência equivalentes aos tributos que paga. O que os brasilienses querem é ser prontamente atendidos em hospitais limpos e humanizados, comandados por técnicos de alto nível, tal qual existem nos países desenvolvidos. O que se quer é menos politicalha e mais serviços de qualidade. Políticos e sindicalistas, na grande maioria, ambicionam apenas o poder pelo poder, sem relação com a sociedade.

Hospitais desinfetados e escolas equipadas não aparecem em nenhuma agenda de políticos e de sindicalistas. O que se busca são aumentos infinitos de salários, estabilidade para gente que não aparece nos plantões médicos nem dá aulas. Se acaso o Hospital de Base se transformar em instituto com as mesmas qualidades apresentadas pela Rede Sarah, será vitória para a população do Distrito Federal e uma instituição a menos no balcão de negócios de políticos e sindicalistas.

A frase que foi pronunciada

“O uísque é o melhor amigo do homem; é um cachorro engarrafado.”

Vinicius de Moraes

De mansinho

» Não foi só a brecha econômica em Cuba que despertou interessados. As igrejas estão se instalando no país que até pouco tempo atrás não tolerava nenhuma manifestação espiritual. Além das coisas do céu, problemas terrenos como Aids e agricultura familiar, energia alternativa estão na pauta dos encontros eclesiais.

Educativo

» Muito bom o programa apresentado pelo SBT aos sábados às 12h30. Entrevistas e documentários sobre a Educação no DF. Vale acompanhar.

Castigo mental

» Por falar em educação, é incompreensível como os ministérios da Justiça, da Educação, das Comunicações e a Abert permitem a transmissão do criminoso desenho “animado” da porca Peppa. Pais permissivos, com preguiça de educar, e crianças completamente sem limite, desajustadas, é o mínimo que se observa quando há paciência para assistir a essa coisa. Para a personalidade em formação, trata-se de crime em forma de inocência.

Lembrete

» Em relação à proteção à criança, a norma é bem clara. As medidas são aplicáveis sempre que os direitos reconhecidos por lei forem ameaçados ou violados: a) por ação ou omissão da sociedade ou do Estado; b) por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável.

Simples assim

» Ronaldo, que vende picolé na entrada da chapelaria do Senado, disse que, para o Brasil não ter sucumbido até hoje com tanta roubalheira, é porque tem realmente muito dinheiro. Dinheiro que daria tranquilamente para ser usado nos transportes, na saúde e na educação. Todos concordamos.

Acredita?

» Depois de tanta verba surrupiada dos cofres da União, o Ministério Público acaba de barrar, por uma ação, o empréstimo de nada menos que R$ 9 bilhões para a Sete Brasil.

História de Brasília

A operação chapa-branca não funcionou apesar da recomendação do general Amaury Kruel. A indisciplina dos que têm carro do governo sob sua guarda é indício do não reconhecimento da autoridade do governo e, vista sob qualquer aspecto, é má para a administração. (Publicado em 23/9/1961).

Terra nostra

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Como sempre repete o filósofo de Mondubim: “Quem aluga o traseiro não escolhe onde sentar.” A sentença serve como uma luva para a proposta que será apreciada em breve pelo Congresso Nacional e que conta com o apoio do governo do constitucionalista Michel Temer. Trata-se da regulamentação da venda de terras brasileiras a estrangeiros e a fundos de investimentos sediados fora do país.

A medida que traz como justificativa um possível aporte de recursos de R$ 50 bilhões para o setor agrícola, vem sendo alvo de severas críticas de ambientalistas e, principalmente, dos militares, para os quais a simples menção de vender o solo pátrio equivale à traição que atenta contra a soberania nacional, primeiro fundamento da Constituição Federal.

A princípio, não se compreende como o setor agropecuário, considerado o mais capitalizado do país e que vem, seguidamente batendo recordes de produção, necessitaria de aportes tão imediatos. Por outro lado, para os agricultores e criadores nacionais, a terra representa o mais precioso e fundamental meio para produzir. Vendê-las pois, equivaleria a matar a galinha de ovos de ouro.

Para alguns estrategistas, o controle de imensos latifúndios por grupos estrangeiros pode suscitar problemas de toda a ordem, sobretudo dependências, submissões e outras situações perigosas para o Estado brasileiro e sua soberania. O fato é que potências estrangeiras estão de olho grande neste produto posto à venda.

Para um país acostumado com a fragilidade de fiscalização, trata-se, na opinião dos interessados, de um negócio da China. Não é por outro motivo que a própria China anunciou a intenção de aplicar US$ 300 milhões para a aquisição de quase 1.000 quilômetros quadrados na Bahia para produzir o que o Brasil já exporta em excesso: soja. Produtores nacionais vêm fazendo, há muitos anos, denúncias contra empresas estrangeiras que plantam em terras brasileiras, principalmente com relação às irregularidades praticadas nas áreas trabalhistas e tributárias, desrespeitando direitos, desmatando áreas protegidas, usando defensivos proibidos em outros países, entre outras ilegalidades, acabando com nossa água. Aliás, acabaram com um rio, o rio Doce, e pelo peso leve da punição pode-se calcular o que será com os novos donos da terra brasileira.

Além desses crimes, os agricultores têm alertado para o fato de algumas empresas comprarem terras apenas para especular, sendo que muitas propriedades, tão logo são adquiridas, passam a ser sublocadas para outros grupos, sem qualquer fiscalização. Trata-se de uma situação alarmante, sem o conhecimento da sociedade, sem fiscalização, sem puniçao e pior, sem qualquer interesse por parte das autoridades que permitem que grupos alienígenas possuam áreas maiores que muitos países do planeta.

A frase que foi pronunciada

“O Brasil precisa escolher entre autonomia e dependência, soberania ou submissão. Como o viajante, diante da esfinge, a grande pergunta que temos que responder ao século 21 é: que país queremos ser e que futuro queremos ter, como Nação.”

Mauro Santayana

Por dentro

» Fernando Gomide, nosso leitor que foi candidato à Câmara Legislativa, acompanha as barbaridades políticas. São 24 deputados, sendo 17 investigados ou réus por corrupção ou improbidade. A saúde continua sucateada. Desde 2009, todos os secretários de Saúde do DF se tornaram réus em ações de improbidade onde a IntensiCare tinha interesse. Os cinco deputados distritais acusados de corrupção passiva em relação à IntensiCare continuam com o mandato parlamentar. Ministério Publico e Polícia Federal precisam investigar os Tribunais de Contas, secretarias de Saúde e TJs, principalmente, no que tange a financiamentos de campanhas eleitorais. E termina a missiva: “Enquanto poucos tentam combater a corrupção criminosa, a população vulnerável morre”.

Em ação

» Em parceria com a Administração do Lago Norte, o Colégio Indi participou do plantio de 200 mudas no Viveiro Comunitário da região. A meninada passou a manhã com as mãos na terra. “Cuida do jardim pra mim, deixa a terra florescer, pensa no filhote do filhote que ainda vai nascer.” O primeiro broto nasceu. A poesia.

Luthier

» Já que não vê a dupla da PM nas ruas, Hary Schweizer apelidou as partes dos fagotes recém-construídos de Cosme e Damião. Para lembrar dos velhos tempos de segurança nas ruas.

História de Brasília

O único homem a quem o sr. Juscelino Kubitschek pede a bênção é o sr. Eufrosino de Oliveira, seu padrinho de batismo, que reside em Diamantina e conta, hoje, com 94 anos de idade. (Publicado em 23/9/1961)

Democracia sem partidos

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Uma das maiores falácias, difundidas aos quatro ventos pelos políticos de modo geral, é que sem partidos políticos não pode haver democracia. Esse argumento equivale a dizer que sem cachorro não existe linguiça. A afirmação correta deveria ser: com os atuais partidos, envolvidos nas mais desavergonhadas práticas de corrupção, não pode e nunca haverá democracia em nosso país. O que temos é uma encenação.
Obviamente, em países que se pautam pela ética, a importância dos partidos para a democracia é dada pela ligação direta existente entre as legendas e as reais aspirações da população. Deslizes não são aceitos. Por aqui, os partidos funcionam como uma espécie de clube fechado, onde as lideranças se comportam como donas da sigla, sem obediência alguma às normas do estatuto, e prevalecendo as atitudes corporativas, mesmo as que afrontam o eleitor e a ética.
Na realidade, os partidos não representam ninguém, além deles mesmos e de seus interesses imediatos. De modo geral, o que se tem são políticos que adentram para essa atividade unicamente para enriquecer, tamanhas são as oportunidades postas a seu desfrute. Financiamentos públicos, fundos partidários e, agora, os chamados fundos eleitorais, tudo isso sem contar com as infinitas regalias financeiras obtidas com o cargo, além, é claro da prerrogativa de ser investigado, sine die, por instâncias superiores da Justiça.
As gigantescas manifestações de rua que se sucederam por todo o país deixaram clara a insatisfação da população com os políticos e, principalmente, com suas legendas. Nessas manifestações, era possível ver cartazes com a inscrição “eles não me representam” ou “meu partido é Brasil”.
A descrença da sociedade nos partidos políticos divide a população brasileira ao meio. Metade deseja uma democracia sem partidos — pelo menos sem esses que aí estão. Pesquisas de opinião pública asseguram que os políticos e suas siglas estão entre os campeões de desconfiança. Muitos políticos, conhecedores desse fato, evitam aparecer em aglomerações públicas, com medo da reação das pessoas. Os partidos, por sua vez, não se esforçam sinceramente para melhorar a imagem. Pelo contrário, às vezes, usam o argumento da contratação de agências que cuidam da imagem de instituições apenas para justificar mais gastos.
Com o todo o volume de denúncias que vêm ocorrendo, por conta dos escândalos de corrupção, não se observa modificação no comportamento dos partidos. Nenhum dos parlamentares sob investigação foi afastado de suas legendas, nem aqueles que estão presos. É perfeitamente possível, dentro do voto distrital, a candidatura de indivíduos avulsos e sem legendas. Muito mais importante do que legendas fictícias são propostas concretas, sintonizadas com o desejo da população. Mesmo a questão da reforma partidária, agora em tela, vem sendo costurada às pressas, longe do público, por pessoas citadas pelo Ministério Público, apenas para resolver as muitas pendengas com a lei que estão por vir. Democracia sem partidos desse naipe é mais do que possível, é urgente.

A frase que foi pronunciada
“Os homens graves e melancólicos ficam mais leves graças ao que torna os outros pesados, o ódio e o amor, e assim surgem de vez em quando à sua superfície.”
Friedrich Nietzsche

Bom entendedor
» A única coisa que cai para o consumidor é o problema no seu colo. Se, depois da crise de energia e água por falta de competência gerencial, o valor das contas aumentou, que o brasileiro não espere ofertas de carnes.

Mais essa
» José Augusto de Castro, presidente da Associação de Exportação Brasileira, acha que o impacto do escândalo da carne atingirá os preços dos grãos. Se meio quilo de lentilha beira os R$ 10….

Contraste
» Saiu o resultado do World Happiness Report 2017. A Noruega é o país mais feliz do mundo. O Brasil caiu cinco posições e está agora no 22º lugar entre 155 países.

Lei & Código do Consumidor
» Há mais de 10 anos, eu pago o consumo mínimo de 10 mil m³ de água, hoje, no valor de R$ 57,20. Somos apenas 2 e viajamos bastante…. A conta é debitada todos os meses na minha conta-corrente. Já pagamos durante anos uma taxa de manutenção de hidrômetro, que era outro roubo, pois não faziam manutenção alguma. E alguém devolveu esse dinheiro cobrado a mais? A pergunta é do nosso leitor Hélio Campagnucio. Na verdade, esse absurdo é mais um mistério das leis produzidas pela CLDF.

História de Brasília
Vale lembrar que o prédio é aquele que há alguns meses apresentou um defeito em suas fundações, abatendo mais de cinco centímetros. De mais a mais, o dinheiro empregado na compra desse edifício bem que poderia servir para construir o prédio no local já determinado. (Publicado em 23/9/1961)

Democracia conspurcada

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Num país sério, uma declaração pública, escrita por uma das mais altas autoridades da Justiça, denunciando os ataques perpetrados contra a democracia pela corrupção e pelo abuso do poder econômico, mereceria um tal grau de atenção que seria capaz de paralisar todo o Estado até que os fatos fossem devidamente postos a limpo.

No Brasil, mergulhado há alguns anos nas profundezas de uma crise econômica, social e política, justamente por conta da corrupção endêmica, a declaração oficial ainda não mereceu a atenção devida, talvez, por causa da grande avalanche de denúncias que surgem a cada dia. Ainda assim é preciso ficar atento às revelações que vão esclarecendo o alto grau de comprometimento das autoridades de governo com ilícitos de toda ordem, praticados nas várias instâncias do poder e que tem levado ao apodrecimento adiantado das instituições nacionais.

“A triste realidade de uma democracia sob ataque”, como diz no documento o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, não é força de expressão, capaz de conferir à retórica uma áurea de gravidade maior, mas a constatação isenta de um alto técnico do Judiciário sobre enormes estragos provocados por uma camarilha, formada por grandes empresários, que em conluio com membros do Executivo e do Legislativo privatizaram o Estado, reduzindo-o a um entreposto de comércio para o enriquecimento pessoal.

“O trabalho desenvolvido na Lava-Jato, diz Janot, não tem e jamais poderia ter a finalidade de criminalizar a política”. Em sua mensagem, o procurador-geral chama a atenção para um fato mencionado neste espaço e percebido por alguns, da “oportunidade ímpar de depuração do processo político nacional”.

De fato, a janela de oportunidades que se abre nesse momento e que torna possível uma transformação radical no Estado, capaz de igualar o Brasil a outras nações desenvolvidas e sérias do planeta, é única em séculos de história e não deve ser desperdiçada de forma alguma. Pois, como diz Janot, “a democracia não é um jogo de fraudes”, mas, “indispensável ao desenvolvimento sustentável do nosso país”.

Mesmo para um país anestesiado por tantos casos e corrupção, soa estranho que não haja por parte dos juízes, até esse momento, uma resposta incisiva em defesa da democracia e contra a criminalidade que se apossou da máquina do Estado. Quem sabe não seria essa a hora certa de os juízes unirem esforços para a realização de um grande mutirão de socorro ao erário para acelerar a análise do volumoso processo, dando a resposta que a sociedade quer e anseia para o presente imediato sem mais delongas.

A frase que foi pronunciada

“Nosso Trump é o Bolsonaro.”

Noelen Juliany Borges Silva

E agora?

» Dicas de economia de água e luz. Só o que não cola mais para os consumidores, que todas as vezes que se propuseram a colaborar com o governo tiveram menos e pagaram mais.

Convocação

» O regente Felipe Ayala convida quem gosta de cantar a participar no Coro Italiano da UnB. Neste ano, a atração será o Grande Encontro de Coros Italianos em Brasília, que acontecerá em junho. Todas as vozes são bem-vindas, mas baixos e tenores são sempre necessários. Classificação vocal em 21 e 28 de março, das 18 às 18h50. Mais informações 9 9970-6887.

Portas abertas

» Autores de Brasília podem lançar seus livros gratuitamente no Restaurante Carpe Diem (104 sul) e ainda ganhar garrafas de vinho para brindar com os convidados. O proprietário e chef da Casa, Fernando La Rocque, é apoiador da cultura e, desde a inauguração, cedeu o espaço para aproximadamente 3.500 lançamentos. Esse é um dos diferenciais do espaço, não se limitar a um só tipo de atividade, inclusive, há uma biblioteca dentro do restaurante, na qual todos os livros lançados ali estão disponíveis para os frequentadores, que podem, mediante autorização de algum responsável, pegar emprestado.

Amor para sempre

» Raymond e Rose Frajmund deixaram marcas em Brasília. Olhos sensíveis, ouvidos pacientes e corações enormes. Patrícia avisa que Rose foi se encontrar com Raymond.

Inacreditável

» Foi nesta semana, em plena manifestação, em que o tema era a reforma da Previdência, exatamente em frente ao Ministério da Fazenda, camelôs vendiam água, cachorro-quente e armas. Desde aparelho que dá choque até canivetes.

História de Brasília

A cozinha está em péssimas condições, a lavanderia também, a limpeza é feita pelos candangos da obra, e o que salva é a dedicação dos funcionários e dos médicos. Mas essa boa vontade está, inclusive, prejudicando. A direção confia em que cada um dá o máximo de si e, com isso, a equipe vai se esgotando. (Publicado em 23/9/1961)

Vale para os EUA, vale para o Brasil

Publicado em ÍNTEGRA

DESDE 1960 »

jornalista_aricunha@outlook.com

com Circe Cunha e MAMFIL

Entre a eleição do magnata Donald Trump para a Presidência dos Estados Unidos e a eleição de Marcelo Crivella para a prefeitura do Rio Janeiro, respeitadas as diferenças, existe um ponto em comum que parece marcar todo o mundo Ocidental na atualidade e que pode ser identificado como um desencanto generalizado da sociedade com os políticos e as políticas tradicionais vigentes.

Na verdade, nada resiste ao desgaste do tempo. O que parece é que, na forma e no conteúdo, a democracia secular, do tipo representativa, começa a dar sinais de esgotamento e fadiga de ideias. Não se trata aqui de um esgotamento do modelo em si, mas do perfil de candidato que esse modelo parece atrair. A larga porta aberta pelo sistema democrático aos mais variados pretendentes, mesmo aqueles sem expertise para o cargo, acaba resultando num jogo de azar em que a parte perdedora será sempre a população. São os candidatos e não propriamente o modelo que tem necessitado de reparos.

Grosso modo, a eleição do novo presidente dos EUA equivaleria, para nós brasileiros, elegermos um bicheiro de sucesso, dono de muitos pontos de aposta, rico e influente, como tem sido boa parte desses zoo empresários entre nós. No Rio de Janeiro, diante dos descalabros visíveis, o povo achou melhor escolher logo um salvador. Aqui, os votos a esse candidato celeste foram dados como uma espécie de dízimo em que se espera a indulgência posterior.

Já nos EUA, os votos foram colocados no pano verde da mesa de apostas enquanto se aguarda que a roleta pare de girar. Lá e cá o povo desconfiado achou mais seguro apostar na fezinha. Quem sabe não vem do além e da sorte a saída para a crise, inclusive moral, que assola o Ocidente? Para quem entende dos meandros da política nacional, a eleição de Crivella, no Rio de Janeiro se insere em um amplo esquema que visa, em última análise, instalar no Palácio do Planalto um legítimo representante dessa Igreja, para, numa fase posterior, transformar o Brasil numa grande nação de fiéis.

Lá, ao Norte do Rio Grande, a eleição de Trump, creem os ficcionistas, foi bancada por Putin, da Rússia, que financiou diretamente a divulgação de e-mails e outros segredos de Estado que estavam em posse de Julian Assange da Wikileaks e de Edward Snowden. De posse desses segredos, Putin, um especialista em espionagem na KGB, estaria a par de informações sobre o relacionamento de Trump com a máfia dos jogos que operam nos EUA e outras informações comprometedoras sobre seu passado. A chegada desses e de outros diferentes candidatos ao controle do Executivo decorre de um fator apenas: a desilusão.

A frase que foi pronunciada

“Nenhum político deve esperar que lhe agradeçam ou sequer lhe reconheçam o que faz; no fim de contas, era ele quem devia agradecer pela ocasião que lhe ofereceram os outros homens de pôr em jogo as suas qualidades e de eliminar, se puder, os seus defeitos.”

Agostinho da Silva, filósofo português

À saúde

» Dentro da proposta Arte e Reabilitação totalmente apoiada pela Dra. Lúcia Willadino Braga (que além de neurocientista toca flauta transversal muito bem), o Coral do Senado fez um concerto riquíssimo. No repertório, músicas brasileiras e sul-americanas, e a interpretação de partes da ópera Carmen, de Bizet, com encenação. Os pacientes aplaudiram efusivamente.

Vans

» Da precariedade dos serviços de transporte público oferecidos pelas empresas particulares aos habitantes da capital se originam todo tipo de mazelas. A principal delas é o reaparecimento das vans de transporte pirata que a população acreditava ser coisa de um passado triste.

Risco

» Quem mora nas bordas do Plano Piloto notou que essa modalidade arriscada de transporte voltou com a força total e repete os mesmos equívocos de outrora. Disputas acirradas contra a concorrência, principalmente contra o transporte público regulamentado, passageiros conduzidos amontoados e sem cinto de segurança e velocidade excessiva têm sido observados com frequência.

Bragueto

» Aos poucos vamos sepultando a principal construção que permitiu a fixação da população em Brasília. Infelizmente, prosseguimos destruindo indefinidamente uma coisa para criar outra. O ideal, e talvez mais barato a longo prazo, seria um transporte público em que o secretário de Transporte e Mobilidade falasse tão bem da sua pasta que fosse capaz de ir e voltar ao trabalho nas mesmas condições da população. De ônibus e metrô.

Impacto ambiental

» Com as obras viárias do Trevo de Triagem Norte (TTN), realizadas no fim do eixo Norte, o assoreamento do Lago Paranoá e, principalmente, o desaparecimento do espelho d´água sob a Ponte do Bragueto segue, em ritmo acelerado. Depois da construção do Setor Noroeste, chegou a vez das obras desse trevo lançar toneladas de terra no já sofrido lago. Com a chegada das chuvas, os rios de lama encontram caminho livre em direção ao Lago.

História de Brasília

Cidades-satélites. Há apenas a planificação para as cidades-satélites. Em todas elas, entretanto, a vida é insuportável, e todos os problemas de ordem humana têm que ser enfrentados com possível solução. (Publicado em 17/9/1961)