A nova realpolitik imposta pela direita

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)

Hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

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Arte: Caio Gomez

 

         Com a quase certa eleição do conservador Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos, e, agora, com o avanço esmagador da direita nas eleições para o Parlamento Europeu, tudo isso sem contar com a vitória do também direitista Javier Milei, na Argentina, o governo brasileiro terá obrigatoriamente que reorientar suas ações, caso queira manter uma relação política mais saudável com o restante do continente, com os Estados Unidos e com a Europa.

         As mudanças no matiz ideológico em muitos países já levam os analistas políticos a admitirem que o mundo vive uma onda global rumo à direita, sendo que esse verdadeiro maremoto está apenas em sua fase inicial. Isso significa que essas mudanças trarão, entre outras coisas, um novo modelo de relação entre os países.

         Talvez, a mais significativa alteração aconteça nas relações econômicas, com o retorno do pragmatismo do Laissez-Faire ou do Liberalismo, com todas as suas vertentes. De imediato, a renovação do Parlamento Europeu poderá, em médio prazo, provocar impactos significativos nos mercados internacionais, embora que, nesse momento, as relações com a América Latina e o Brasil não serão afetadas ainda. Mais uma coisa é certa: os resultados da eleição na Europa afetarão, sem dúvida alguma, o modo como o Mercado Comum Europeu interage com o continente latino-americano. Em síntese, o que se espera é que essa nova configuração política do Parlamento Europeu, juntamente com as eleições americanas vindouras, traga bons frutos para nosso país.

          A saída para o atual governo, caso não queira se isolar ainda mais do mundo democrático, é a busca guarida junto ao velho Centrão, deixando de lado os arroubos ideológicos. O que se descortina no mundo Ocidental nesses tempos é o retorno triunfal da velha e conhecida realpolitik, ou seja a diplomacia política alicerçada em considerações de cunho prático, ou seja no verdadeiro interesse nacional. A verdade é que no plano internacional a mudança que vem ocorrendo a cada eleição para o Parlamento Europeu, trará mudanças sobretudo nas relações do velho continente com a emergente China. É nesse polo que estarão, talvez, as mais importantes mudanças de rumo. Com a economia chinesa montada sobre os trilhos da ideologia do Partido Comunista Chinês, com suas já sabidas pretensões de abocanhar o mundo através da chamada Rota da Seda, as relações da Europa com o Oriente devem ser repensadas. Para os que estão hoje confortavelmente instalados no poder, todo e qualquer movimento feito pela direita é logo taxado de extremista. Assim é que a chegada dessa força política ao Parlamento Europeu foi logo atribuída à extrema direita.

          O que está em jogo, com essa reviravolta que, diga-se de passagem, vem da vontade popular livre e soberana é o começo do fim das esquerdas no poder em boa parte do mundo civilizado. O que resta agora dessa ideologia no controle de alguns países se resume a governos nitidamente ditatoriais, opressores e sem rumos claros para a concretização de metas simples como o Índice de Desenvolvimento Humano. Todos os países controlados hoje por forças de esquerda mantêm suas populações na pobreza, pois servem-se dessa condição para perpetuarem-se no poder. Uma coisa é o que a realidade imposta pela vontade popular quer de fato. Outra coisa é o que se apressam em analisar aqueles que já estão com saudades dessas mudanças e com medo do que ela trará.

         Com a possível eleição de Trump e guinada à direita do braço legislativo do principal bloco econômico do planeta, os embates entre China e Ocidente podem ser ainda mais acirrados, o que, de forma indireta pode favorecer também ao agronegócio brasileiro, também principal protagonista dos superávits do país. O que se sabe até agora é que os superávits surpreendentes nas finanças da Argentina, algo até pouco tempo inconcebível, é obra da direita no poder e isso é motivo de ciumeira por parte do atual governo de nosso país, principalmente quando se sabe que a economia do Brasil está rumando para o abismo fiscal com uma dívida interna podendo facilmente ultrapassar a casa dos R$ 7 trilhões de reais.

         Com a guinada da direita em muitos países, vai ficando cada vez mais difícil ao governo brasileiro seguir com a manobra de isolar a direita em nosso país. As previsões, caso as eleições transcorram na paz e na ética, são que o próximo Legislativo nacional seja majoritariamente conservador. Em nosso caso, é preciso observar ainda que a construção de pontes entre o Executivo e o Legislativo vai ficando cada vem mais difícil, obrigando o Palácio do Planalto a ter que recorrer ao Judiciário onde parece contar com uma insólita maioria a seu favor.

A frase que foi pronunciada:

“A escuridão é covarde. Acenda uma pequena luz e ela fugirá apavorada.”

Provérbio Judaico

Imperdível

Amanhã, sexta-feira, às 19h30, a Academia de Letras e Música do Brasil realizará, no auditório do Departamento de Música da UnB, o recital semestral com entrada aberta e franqueada ao público. Dib Francis, membro da academia e agitador cultural irá tocar piano com a mestra dos tempos de UnB, Elza Gushiken. Norma Parrot, ao violoncelo, completa o trio. Outra presença importante é a de Alexandre Romariz. Um engenheiro que toca piano para se divertir. Do trio, Debussy interpretará a obra acompanhado por Ariadne e Marcelo Salles.

Cartaz publicado no perfil oficial da Almub no Instagram

 

História de Brasília

Custa crer que o almirante Lucio Meira esteja trabalhando contra Brasília, mas se fôr mesmo o caso será o contrário. Êle saberá o que está acontecendo, e tomará providências. (Publicada em 10.04.1962)

Um mundo hostil

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Foto: JULIA LE DUC (AP)

 

Charge desenhada em um muro nos arredores da cidadezinha americana de Brownsville, no Texas, próxima à fronteira com o México, mostra o presidente Donald Trump sentado em sua mesa de trabalho na Casa Branca, construindo solitário, tijolo por tijolo, um muro ao seu redor. A imagem chama a atenção para o endurecimento da política imigratória adotada pelo atual presidente daquele país, mostrando que a persistência de Trump em construir um gigantesco muro, separando esses dois países, acabará por provocar seu próprio isolamento perante o mundo, aprisionando-o em sua retórica. Obviamente que se trata de uma manifestação que vem crescendo dentro do próprio país norte-americano e diz respeito, também, aos esforços da oposição local par conter uma possível reeleição do atual presidente, como indicam muitas pesquisas. É preciso notar ainda que essa foi uma promessa de campanha e que lhe rendeu a maioria dos votos daqueles americanos que querem, de fato, pôr um fim na entrada de estrangeiros naquele país, principalmente oriundos do terceiro mundo.

Na verdade, desde os atentados de 2001, tem crescido entre os americanos uma onda de xenofobia que, de resto sido vista, também em muitos outros países da Europa. Paralelamente, o governo Trump vem empreendendo uma campanha sistemática de deportações de imigrantes, com os estrangeiros ilegais sendo cassados de casa em casa, algemados e levados para os centros de detenção onde aguardam decisão da justiça.

A toda a hora as televisões exibem cenas mostrando a atuação da polícia de imigração realizando batidas contra esses estrangeiros ilegais, o que muitos interpretam como sendo uma política velada de muitas redes de notícia a favor dessas medidas. Trata-se de uma política interna e que diz respeito apenas àquele país, mas que tem despertado não só indignações em muitas partes do planeta que indicam, claramente, que os países desenvolvidos mudaram radicalmente de comportamento com relação aos imigrantes, justamente quando se assiste uma das maiores ondas de movimentação de pessoas de toda a história da humanidade.

Fotografias que circulam agora nas redes sociais, mostrando o caso de pai e filha afogados no Rio Bravo, quando tentavam chegar a nado em território americano, falam por si e remete à outra foto, também trágica, que mostrava uma pequena criança síria afogada numa praia da Turquia e que retrata com precisão a enorme crise dos refugiados. Aqui mesmo, na América do Sul, o drama dos refugiados da Venezuela, Nicarágua e de outros países do nosso continente também chamam a atenção para um fato histórico e sem precedentes que irão ficar registrados nos anais de história para todo o sempre e que no futuro irão compor parte dos mesmos registros que mostraram a indiferença de muitos, durante o início do século XX para o caso do genocídio dos judeus, dos armênios, poloneses, sírios, curdos, hindus, sikhs, congoleses, eslavos  e de outros povos.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Na verdade, na verdade os imigrantes tendem a ser muito mais norte-americanos do que a população nascida aqui.”

Chuck Palahniuk Choke, um escritor estadunidense de ascendência ucraniana.

Charge: brazilcartoon.com

 

 

Editora Chiado

Bastidores de 1964. Os momentos antes das decisões, personagens, histórias pessoais, poder, interesses, confabulações. Murilo Prado Badaró convida para o lançamento do segundo livro de sua autoria. Às 19h30, no Carpe Diem, Comercial da 104 sul, do dia 2 de julho, uma terça-feira. Baseado em documentos, o livro conta a história de um repórter investigativo que, no desenrolar da trama, traz ao leitor desfechos surpreendentes.

 

 

Anjo

Todas as farmácias da cidade poderiam adotar a iniciativa de Sílvia Letícia. Ela trabalha na Drogasil da 111 Norte. Bilhetinhos encorajadores são deixados para os clientes. Uma ideia tão simples e desprendida que pode ajudar a mudar um dia do choro para o sorriso.

 

 

Cantar                       

Chega a notícia pelo amigo Limongi de que o cantor Agnaldo Timóteo, internado na UTI do Hospital das Clínicas, em São Paulo, teve boa recuperação. “Quero voltar a cantar”, disse Timóteo tão logo os aparelhos foram retirados, permitindo que falasse normalmente.

Foto: Agnaldo Timóteo – Divulgação

 

 

Em busca do equilíbrio

Inúmeras mulheres de diferentes faixas etárias praticam exercícios aeróbicos na quadra de esportes situada na Av. Araucárias, em Águas Claras, em frente ao posto de vacinação. As atividades iniciam ao entardecer e logo fica noitinha. Ocorre que a quadra não possui iluminação artificial, situação que tem prejudicado os exercícios. O recado do leitor Renato Mendes Prestes é o seguinte: “Senhor administrador, como cavalheiro e em prol da preservação da saúde e beleza das nossas mulheres, providencie a instalação de luzes. Elas agradecem!”

 

 

Táxi aeroporto

Não faz sentido viajantes e familiares levarem multas constantes ao pararem no aeroporto, enquanto taxistas passam horas dentro do carro, numa fila com dezenas de motoristas aguardando passageiros em lugar absolutamente privilegiado. Certo seria um líder chamar pelo rádio na medida da necessidade de transporte.

Foto: Ana Rayssa/Esp. CB/D.A Press

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Ainda não foi nomeado o presidente do Banco do Nordeste. O presidente da República está esperando que terminem as brigas no Ceará, para tomar uma decisão que já estaria pronta. (Publicado em 23/11/1961)