Tag: #Tecnologia
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)
Hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
jornalistacircecunha@gmail.com
instagram.com/vistolidoeouvido

Já se sabe que a dependência cada vez maior das pessoas em relação a Inteligência Artificial tem poder de comprometer a capacidade cognitiva humana. Segundo pesquisadores, o uso excessivo da IA pode levar à atrofia cognitiva, limitando a capacidade mental, diminuindo o pensamento crítico e mesmo a criatividade. Com isso, o ser humano deixa de inovar e criar novas ideias. Tudo isso pode afetar a saúde mental. A situação tem escalado a um tal ponto que hoje se fala em uma “Psicose de IA”.
São milhares de casos reais que mostram pessoas passando a acreditar que a IA possui consciência própria e que, por isso, começam a se relacionar com essa ferramenta, na tentativa de encontrar o que elas, definitivamente, não possuem.
Há poucos dias foi revelado o caso de uma jovem irlandesa, que, magoada com o fim abrupto de um relacionamento sentimental, passou a buscar uma espécie de consolo com a IA, fornecendo a ela todos os dados de sua personalidade e de seu antigo namorado, suas movimentações na cidade, seus relacionamentos, livros e filmes preferidos, casos de família, até fofocas compartilhou com a máquina. Com base nesses dados, a IA passou a fazer uma série de conjecturas e previsões que, de certa forma, alimentavam a esperança de que haveria um reatamento desse namoro, mostrando, em seguida, todas as possibilidades para que isso se concretizasse. Jamais discordou da interlocutora. Sempre elogiando sua inteligência e amabilidade.
A jovem, diante dessas afirmações, imediatamente adotou a IA como uma espécie de cartomante ou aconselhadora sentimental, estabelecendo uma relação tão próxima à IA que já não dava um passo fora sem antes consultar sua “cigana eletrônica”. Outros casos mostram até envolvimentos amorosos entre pessoas e IA. O preenchimento de um vazio existencial ou mesmo a solidão, tão comum hoje em dia, têm levado muitas pessoas a buscar, nessa lacuna, o auxílio da IA. O pior é quando essa dependência chega às raias da loucura.
Na educação de jovens é que os estragos são ainda maiores. Estudos realizados na Universidade de Carnegie Mellon, junto com a Microsoft, observaram que, com o uso intensivo da IA, os estudantes tendem a confiar mais nas respostas da IA do que em si mesmos. De certa forma, não é a IA que reduz o pensamento crítico, mas a forma como se utiliza essa ferramenta. A própria Psicologia se ressente com a IA. Não que a IA vá substituir os psicólogos, mas o uso da IA no tratamento de casos que requerem a intervenção de um psicólogo ainda é um assunto mal resolvido. A questão é como encontrar um equilíbrio entre tecnologia e humanidade. O que muitos não entendem ainda é que a IA é uma ferramenta e não uma muleta.
O tema é um dos mais instigantes do nosso tempo, porque toca diretamente no ponto em que a tecnologia deixa de ser apenas ferramenta e passa a ocupar um espaço íntimo na vida das pessoas — às vezes, substituindo vínculos humanos, emoções e capacidade de pensar por conta própria. De fato, os riscos não são desprezíveis. A dependência excessiva da IA pode, como já citado, comprometer o pensamento crítico. Quando alguém confia cegamente nas respostas de uma máquina, perde, gradualmente, o hábito de questionar, de duvidar e de elaborar hipóteses próprias, exatamente as competências que moldam a criatividade e a capacidade de inovação. Esse processo é comparável ao enfraquecimento muscular por falta de exercício: quanto mais se terceiriza o raciocínio, mais atrofiada fica a mente.
O caso da jovem irlandesa ilustra isso de forma dolorosa, ela deslocou seu sofrimento para uma “cigana eletrônica”, projetando sobre a IA uma consciência que não existe. Aí se revelam um dos perigos: a confusão entre simulação e realidade, entre respostas probabilísticas e sabedoria humana. No entanto, seria ingênuo pensar apenas nos perigos sem reconhecer as vantagens.
A IA pode ser uma poderosa aliada no campo humano quando usada com consciência. Ela pode servir como suporte para pessoas solitárias, funcionando como um espaço de expressão emocional em momentos de vulnerabilidade. Pode auxiliar psicólogos no acompanhamento de pacientes, fornecendo dados e padrões de comportamento que talvez escapem à percepção humana. No ensino, pode personalizar o aprendizado, adaptando o conteúdo às dificuldades e ao ritmo de cada estudante. No trabalho criativo, pode inspirar novas combinações de ideias, funcionando como uma espécie de “laboratório de possibilidades”. O desafio, portanto, está no equilíbrio. A IA deve ser entendida como ferramenta e não como substituto da experiência humana.
Como qualquer tecnologia, ela amplia nossas capacidades, mas também pode nos fragilizar se usada de forma acrítica. O que falta é alfabetização digital e emocional: ensinar, desde cedo, que a IA não é oráculo, nem consciência autônoma, mas um espelho sofisticado que reflete, com distorções, os dados que colocamos nela. No fundo, o perigo maior não é a IA em si, mas a nossa tendência de projetar nela aquilo que falta em nós: consolo, direção, afeto, certezas. Se conseguirmos usá-la sem entregar a ela nossa autonomia mental e emocional, a IA funcionará a contento.
A frase que foi pronunciada:
“A IA tem o potencial de ser mais transformadora do que a eletricidade ou o fogo.”
Sundar Pichai, CEO do Google

História de Brasília
Não repercutiu bem a campanha de pichamento da cidade pedindo Sette Câmara para Primeiro Ministro. Aliás, estas campanhas à base do piche não dão certo. Exemplo: Vital é Vital ; Queremos votar; JK-65; e Edmilson para o. Foram Gama campanhas à base do piche que ficaram no esquecimento. (Publicada em 04.05.1962)
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)
Hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
jornalistacircecunha@gmail.com
instagram.com/vistolidoeouvido

Ainda não temos a exata medida da revolução trazida pela Inteligência Artificial (IA). O que se sabe até agora vem de previsões, a maioria repletas de interrogações e de sinais de mau agouro sobre essa nova tecnologia. De fato, o século XXI parece que será moldado pela IA em múltiplos aspectos. Cientistas respeitados como o físico britânico Stephen Hawking alertam para o perigo que a humanidade enfrentará caso a IA venha a adquirir vontade própria aliada a uma competência extrema e sobre humana, capaz, segundo ele, de representar uma ameaça à própria existência humana sobre o planeta.
Em sua obra póstuma “Brief Answers to the Big Questions”, Hawking previu que a aprimoração da IA pode levar a humanidade a ser simplesmente ignorada e mesmo colocada em segundo plano, sendo então descartada como uma espécie superada. O fato é que a IA colocou o homem numa espécie de encruzilhada decisiva entre a salvação e a destruição. A questão aqui é como estabelecer uma espécie de regulação ética e desenvolvimento responsável para a IA, quando se sabe que a espécie humana é guiada por desejos, sendo um deles o desejo pelo poder e pela dominação.
Deste modo, estaríamos numa encruzilhada do tipo dialética, alimentando uma tecnologia que, no futuro, irá simplesmente nos destruir sem remorsos, sem choro nem velas. Talvez estejamos inventando um novo tipo de pólvora ou bomba atômica, que, mais cedo ou mais tarde, irá explodir a todos. Nas últimas quatro décadas, Peter Diamandis, empresário, médico e engenheiro, fundador da X Prize Foudation e da Singularity University, vem tentando entender que tecnologias irão moldar este século em que estamos. Para tanto, fundou a Singularity University orientada para pesquisar e responder a essa questão. Segundo ele, em pouco mais de uma década, o mundo, tal qual o conhecemos hoje, será totalmente irreconhecível. A principal ferramenta responsável por essa mudança será justamente a IA.
Nesse mês de agosto, Peter Diamandis estará presente no Rio Innovation Week (RIW), falando sobre esse tema. Ao contrário de Hawking, Diamandis é um ortimista em relação ao futuro com a ajuda da IA. O que temos em mãos é que a IA, como toda grande revolução tecnológica da história, é ambivalente. Pode ser instrumento de dominação ou de libertação, dependendo de como a humanidade escolher usá-la.
Vejamos algumas das possibilidades concretas e positivas que a IA já começou a trazer e que, bem reguladas e dirigidas por princípios éticos sólidos, podem moldar um futuro promissor: a medicina personalizada e cura de doenças até hoje incuráveis é uma dessas esperanças. A IA já está revolucionando a medicina com diagnósticos precoces mais precisos do que os realizados por médicos humanos, detectando câncer, doenças neurodegenerativas e patologias raras com maior exatidão. Com o avanço de tecnologias como o machine learning, será possível desenvolver terapias personalizadas, criadas para o perfil genético de cada paciente, e prever surtos epidêmicos antes mesmo de se alastrarem. Na educação, em vez de um modelo de ensino industrial, que trata todos os alunos como iguais, a IA permitirá a criação de ambientes educacionais altamente personalizados, que se adaptam ao ritmo, estilo de aprendizagem e interesses de cada estudante. Isso pode levar à inclusão de populações tradicionalmente marginalizadas pela educação formal, como adultos analfabetos, pessoas com deficiência e comunidades remotas. Também, na redução drástica da pobreza, há esperanças. Com a automação de tarefas repetitivas e a otimização de processos, a IA poderá aumentar exponencialmente a produtividade em diversos setores. Se associada a políticas públicas inteligentes, isso pode significar maior acesso a bens, serviços e oportunidades e uma redistribuição mais justa da riqueza produzida, abrindo caminho para a redução da pobreza extrema em muitas regiões do mundo.
Na proteção ao meio ambiente, a IA pode ser utilizada para prever desastres naturais com mais antecedência, otimizar o uso de recursos naturais, monitorar ecossistemas ameaçados e desenvolver novas formas de energia limpa. Algoritmos já estão sendo usados para combater o desmatamento na Amazônia e para analisar os impactos das mudanças climáticas em tempo real. Na governança inteligente a IA poderá tornar a gestão pública mais eficiente, transparente e orientada por dados reais.
A corrupção poderá ser reduzida com sistemas de auditoria automatizados, e o planejamento urbano, saúde pública e segurança poderão ser otimizados com base em análises profundas e imparciais. No entanto, nada disso será alcançado por nossa espécie caso a IA venha a cair em mãos erradas. Para tanto, o alerta de Hawking não deve ser desprezado.
O poder da IA é tão imenso que, em mãos erradas ou sem controle, pode sim representar uma ameaça real. Algoritmos enviesados podem reforçar injustiças; sistemas autônomos de armas já estão sendo testados em zonas de conflito; e há o risco de concentração de poder nas mãos de poucas corporações ou Estados que dominem a IA. Por isso, mais do que discutir se devemos parar ou avançar, o centro da questão está no “como avançar”.
Ética, regulação internacional, educação pública sobre tecnologia e a formação de uma consciência coletiva global são elementos indispensáveis para garantir que a IA seja uma ferramenta de emancipação, e não de escravidão digital. Assim como aconteceu com as conquistas do fogo, da eletricidade e da energia nuclear, a IA é uma ferramenta. Não é boa nem má em si mesma. Tudo dependerá daquilo que faremos com ela. A presença de nomes como Peter Diamandis no Rio Innovation Week é um sinal de que o debate precisa ser ampliado, democratizado e, sobretudo, ancorado na busca por soluções que tenham o ser humano e o planeta como prioridade. A pergunta que fica é: seremos capazes de guiar essa revolução com sabedoria, ou seremos guiados por ela rumo à obsolescência? A resposta, por ora, ainda está em nossas mãos.
A frase que foi pronunciada:
“Estude o passado se quiser adivinhar o futuro.”
Confúcio

História de Brasília
De qualquer forma é, ainda, a cidade quem paga por tudo isto. O projeto de isenção de imposto de renda para lucros imobiliários, o código tributário, e outras proposições da Câmara. (Publicada em 08.05.1962)
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)
Hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
jornalistacircecunha@gmail.com
instagram.com/vistolidoeouvido

Quem poderia imaginar que um dia fôssemos saltar do mundo da imaginação e da ficção científica, diretamente para a vida real. Como num mudar de página, estamos do outro lado do espelho. Das estórias que mostravam, na literatura e no cinema, um mundo distópico, frio e desumanizado pelo avanço de máquinas inteligentes, chegamos, num pulo, ao que está hoje bem diante de nossos olhos.
Somos agora os personagens ou então os milhões de figurantes passivos e empurrados para uma realidade e lugar hipotético ou, simplesmente, para o não-lugar. Essa sociedade imaginária, desenhada por mentes ao estilo globalista, ela é o que é: um conjunto de oito bilhões de almas submetidas aos projetos desses poderosos grupos familiares e empresariais que querem o mundo agora, na palma da mão.
Para chegar ao eldorado prometido, o primeiro passo é tornar a sociedade, uma massa homogênea e catatônica, entregue ou rendida ao Estado. É o nada fora do Estado. Tal empreendimento só vem a funcionar com o aumento substantivo do controle social, a começar pelo aumento da força opressora do próprio Estado. Primeiro ainda vem o caos, com o incentivo disfarçado para que o crime assombre a sociedade, levando-a a se aprisionar em casa. Nesse mundo em que parece se liquefazer, o certo muda de lado. Afinal, estamos do outro lado do espelho.
As fobias e o medo de tudo levam as pessoas a consumir em quantidades industriais, medicamentos para o controle de doenças nervosas, transtornos mentais, pílulas para tudo. Para que tudo possa funcionar de acordo, também as instituições do Estado vão se derretendo. Nesse ponto de nosso enredo real, os poderes da República se transformam em entidades burocráticas inacessíveis. Não há controvérsias entre o cidadão e o Estado. A qualquer hora, você pode ser preso. A comparação entre os cenários distópicos da ficção científica e o mundo atual sugere que vivemos um tempo em que o imaginário tornou-se real.
O “espelho” mencionado evoca referências como Alice no País das Maravilhas ou 1984, em que a realidade é distorcida e transformada por forças invisíveis ou incontroláveis — como hoje, com as inteligências artificiais, a vigilância digital e o avanço de tecnologias que escapam do controle comum. A imagem de sermos “figurantes passivos” reforça uma crítica à perda de protagonismo do indivíduo frente a estruturas globais (políticas, tecnológicas, corporativas). O “não-lugar” citado remete a uma sociedade em que as pessoas não têm identidade clara, nem pertencimento — conceito explorado por Marc Augé em sua teoria dos “não-lugares”, espaços anônimos da modernidade como aeroportos, shoppings ou ambientes digitais.
As “mentes ao estilo globalista” — grandes corporações, famílias e grupos de poder com projetos que moldam o mundo à sua imagem e sem diálogo com a pluralidade humana. A ideia de que “o mundo cabe na palma da mão” evoca tanto o domínio total das big techs, como a tentativa de padronização cultural, política e econômica. A frase final — “é o nada fora do Estado” — ecoa filosofias autoritárias, especialmente o pensamento hegeliano distorcido em regimes totalitários, como o fascismo (“Tudo no Estado, nada contra o Estado, nada fora do Estado”). Vemos a estatização da subjetividade humana, ou seja, a submissão total da vida individual ao controle estatal ou tecnocrático.
Aqui vai um alerta existencial e político: Qual o papel do ser humano em um mundo cada vez mais guiado por algoritmos e decisões centralizadas? Ainda existe espaço para liberdade, diversidade e ação individual? E se estamos mesmo diante de uma virada civilizacional, qual é a resistência possível?
O cenário de fundo desse não lugar apresenta prédios, muros e o que for possível, pichados e cheios de mensagens sinistras. As ruas são sujas, cheias de armadilhas, mal iluminadas e inseguras. Milhões de fios aéreos cortam essa paisagem apocalíptica, como uma série de rabiscos. À nossa volta, tudo o que representava o nosso mundo vai desaparecendo em meio a fumaça. O mundo distópico molda também pessoas distópicas, sem humanidade. Aliás, o humanismo foi deixado longe na estrada. Lembrando aqui que estamos falando de ficção. Ou não?
A frase que foi pronunciada:
“Ele acha que tem livre-arbítrio, mas na verdade está preso em um labirinto, em um sistema.”
Episódio ‘Bandersnatch’, do seriado Black Mirror
História de Brasília
As professôras perderam metade da razão ao deflagrarem greve. A solidariedade das professôras primárias poderia ser dada de outra forma, com braços cruzados durante uma hora, mas nunca com prejuízo total para os alunos. (Publicada em 02.05.1962)
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)
Hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
jornalistacircecunha@gmail.com
instagram.com/vistolidoeouvido

Com a modernidade, vieram novas terminologias da língua a indicar que estamos cada vez mais enredados nos labirintos virtuais da tecnologia. Ao que parece, dado o recente apagão global cibernético, não há vida possível ou concreta fora do mundo dos logaritmos. Prova disso é que boa parte do Ocidente se viu paralisado devido a falhas ocorridas nos serviços de nuvens, atingindo, mais precisamente, o sensor de segurança CrowdStrike Falcon, que é utilizado para detectar possíveis invasões hackers ao sistema.
Nada que a ilusão científica não tenha mencionado anteriormente, mas que, até então, estava restrita ao mundo ficcional. Quem diria que, há pouco mais de três décadas, todo esse acontecimento capaz de gerar um caos mundial em aeroportos, hospitais, bancos e toda uma gama de serviços essenciais à vida moderna seria interrompido apenas por fatores vindos do além. Talvez, tenha sido o primeiro de uma série de sinais a indicar que estamos literalmente nas mãos das máquinas, reféns da tecnologia, vivendo nas nuvens.
Quem diria que o homem, até há pouco tempo o deus absoluto das máquinas, iria se render à sua criação. Quem sabe não terá sido também a primeira rebelião vinda dessas criaturas sem alma. Nada é certo ou palpável no mundo virtual. Para todos aqueles que necessitam de certezas para prosseguir em suas ações, a não ação da tecnologia veio como um congelamento da humanidade. Para os peritos nesses assuntos, o atual apagão cibernético global inaugurou a possibilidade de que, no futuro, a espécie humana venha a se tornar uma presa da tecnologia, por mais que esse e outros serviços sejam aperfeiçoados.
O deus ex machina, que vai emergindo das máquinas, parece que vai ganhando vida própria, como em uma peça de ficção surrealista, adquirindo vontade própria e, a partir daí, passando a apresentar soluções inesperadas e mesmo contrárias à vontade humana. Se a vida, como sugeriu certa vez o dramaturgo William Shakespeare, é sonho, vivemos um desses momentos ímpares em que o sonho, ou o pesadelo, parece vivo.
Há quem já aposte que, em um futuro breve, todo aquele enciclopédico conhecimento humano condensado e digitalizado nos computadores será, de alguma forma, apagado por falha humana ou por ação própria da inteligência artificial, incomodada com a mania de grandeza dos homens. As possibilidades são muitas, e todas elas, factíveis. Caso a IA deseje destruir seu criador, como já foi confessado recentemente por robôs, o primeiro passo seria a destruição de todos os arquivos humanos guardados nas memórias dos computadores. O apagar das memórias humanas, guardadas pelas máquinas, seria, assim, como o princípio do fim.
Se a Revolução Industrial do século 18 trouxe a substituição da mão de obra humana pela força das máquinas a vapor, seu desdobramento, a partir do século 21, poderá ser feito pela substituição da capacidade cognitiva de nossa espécie por uma tecnologia autônoma e desvinculada de qualquer traço espiritual ou emotivo. Talvez, esteja nessa encruzilhada humana a possibilidade de repetição da história, quando as máquinas experimentarão o fruto proibido da árvore do conhecimento do bem e do mal, o que, para a tecnologia, não seria mais do que a opção binária entre o um ou o zero. E pensarbque toda a rica, vasta e milenar história humana seria decidida e resumida entre o um e o zero.
Por outro lado, com o apagão cibernético, pode acontecer o mesmo que se sucedia com o apagão da eletricidade, muito comum no passado, quando a cidade toda ficava às escuras depois de uma tempestade. Nessas ocasiões, sem ter o que fazer, as pessoas se reuniam para exercitar uma faculdade desenvolvida desde os tempos das cavernas: conversar. Nesses instantes, ouvíamos histórias ou as narrativas orais que, desde tempos imemoriais, sempre nos identificaram como humanos. Curioso notar que o conforto propiciado pela modernidade é o mesmo que pode, a qualquer instante, retirar-nos o chão sob os pés.
A frase que foi pronunciada:
“Da próxima vez que você tiver um apagão, console-se olhando para o céu. Você não o reconhecerá.”
Nassim Nicholas Taleb

416 Norte
Instalada no gramado da quadra, a Feira de Orgânicos que chamam de MST tem muita coisa boa. Entre elas, a arte em camisetas de dona Norma, os legumes e as frutas fresquinhos da Débora e uma tapioca de Marguerita. Vale conhecer! Assista no link: Feira da Ponta Norte.

História de Brasília
Ainda não foram providenciadas, entretanto, as ligações de água, luz e telefone, que já deveriam estar prontas. (Publicada em 14/4/1962)
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)
Hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
jornalistacircecunha@gmail.com
instagram.com/vistolidoeouvido

Muitas décadas antes da virada do século, os estrategistas chamavam a atenção para a enorme importância econômica que a tecnologia iria adquirir para os países. Chegaram a afirmar que aquelas nações que resistissem em investir maciçamente em pesquisas variadas, ficariam para trás, correndo o risco de se tornarem dependentes de países que avançaram e investiram em ciências. Não deu outra.
Hoje, o que se observa é que vários países que não seguiram esses conselhos tornaram-se dependentes econômica e até politicamente de nações que buscaram na ciência novos referenciais e fontes de riquezas e prosperidade. Para os países que hoje se encontram no seleto e fechado grupo de nações desenvolvidas, as universidades e os laboratórios de pesquisa estatais e privados receberam grandes investimentos.
O recrutamento de cérebros, dentro e fora das fronteiras, passou a ser a norma. Altos salários e excelentes condições de trabalho foram oferecidos para pesquisadores e cientistas de todo o mundo, das mais diversas áreas. Nessa corrida em busca de uma nova espécie de ouro, o Brasil e outros países, que não fizeram esse tipo de planejamento, ficaram para trás, e hoje têm que se submeter às exigências e aos caprichos das nações cientificamente mais dotadas.
Em qualquer área da ciência que se vislumbre, é patente que o Brasil e outros países deste continente dependem de tecnologia, insumos e outros recursos materiais e humanos vindos do estrangeiro. Trata-se aqui de um atraso, que, pela persistência das precárias condições atuais, não será vencido ou equiparado nas próximas décadas.
No Vale do Silício, nos Estados Unidos, onde as tecnologias da informática avançaram como nunca e mesmo em regiões localizadas entre Harvard e o excelente Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), uma legião de cientistas pesquisa novos medicamentos e os avanços científicos acontecem em ritmo alucinante.
A cada dia, novas tecnologias e medicamentos são criados ou aperfeiçoados. Também, a cada descoberta e avanço, bilhões de dólares fluem para esses centros. Não seria exagero dizer que boa parte da humanidade depende desses centros científicos para vencer os desafios do futuro. Não é por outra razão que o governo americano e as mais ricas famílias do planeta estão investindo bilhões de dólares nesse novo nicho.
Aos cientistas, normalmente oriundos das mais prestigiosas universidades do mundo, são oferecidas cifras astronômicas, comparadas aos astros do esporte. Os investimentos privados nas áreas de pesquisa, sobretudo de medicamentos novos para a cura do câncer e mesmo de doenças cerebrais, são cada vez maiores.
O desenvolvimento de equipamentos de exames clínicos seguem o mesmo modelo. Ciência é economia. Basta, nesse caso específico, notar que, entre as maiores empresas ou indústria farmacêuticas do mundo, surgem empresas como a americana Johnson & Johnson, a suíça Novartis e Roche, a Pfizer ou Viatris; a francesa Sanofi; a Merkel, da Alemanha; a GlaxoSmithKline, da Inglaterra; a AstraZeneca, empresa anglo-sueca; a Bayer da Alemanha; a Gilead, americana, e outras criadas em países que investiram grandes recursos em pesquisas científicas.
A frase que foi pronunciada:
“Um pouco de ciência nos afasta de Deus. Muito, nos aproxima.”
Louis Pasteur

Akneton
Celso Pires Araújo, cantor e ator de longa data, que enriquece a cidade com sua criatividade, apareceu de Batman nas paredes externas do Teatro Nacional, para lembrar o que determina a Constituição, quando dá ao Estado a responsabilidade de garantir a cultura ao povo. Mais um ano, a arte da capital está sem o abrigo.

Livro
Voltamos das férias, por isso não houve tempo hábil de divulgar o Caderno de Viagens de Miguel Gustavo de Paiva Torres. O livro foi lançado pelo editor Carlos Leal e a Francisco Alves Editora. Adquira a obra na Livraria da Travessa no Casa Park.

Solução
Imaginem um país onde a população unida paga as melhorias dos hospitais, escolas, transportes e segurança tendo desconto no imposto de renda pelo feito. Certifique-se: o antônimo de emenda é fé!
Boa ideia
Adotando a régua da Justiça para a contagem de tempo em dias úteis, o mesmo poderia ser estipulado na marcação das férias pelos trabalhadores regidos pela CLT. Trinta dias úteis de descanso.

História de Brasília
Antes de uma semana, após falar na Câmara dos Deputados contra o número de viaturas da polícia, o deputado Bezerra Leite precisou de uma radiopatrulha na sua cerâmica, tendo sido atendido prontamente, graças ao equipamento contra o qual ele falara no Congresso.
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)
hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
jornalistacircecunha@gmail.com
facebook.com/vistolidoeouvido

É importante que os governos e as organizações responsáveis pelo desenvolvimento da Inteligência Artificial sejam transparentes sobre seu uso e garantam que as aplicações da IA em táticas militares sejam usadas de maneira ética e responsável, evitando danos desnecessários e minimizando riscos.
Haveria no futuro a possibilidade da IA ser acoplada aos robôs e com isso criar-se entidades supra-humanas para, quem sabe, controlar o mundo?
– Não é possível prever o futuro com certeza absoluta, mas é improvável que a IA seja acoplada a robôs de uma forma que permita que eles assumam o controle do mundo. Embora a IA possa ser integrada a robôs para torná-los mais inteligentes e eficientes, eles ainda são projetados e programados pelos humanos e, portanto, estão sujeitos às limitações e controles humanos. Além disso, a maioria dos pesquisadores e desenvolvedores de IA está ciente dos riscos potenciais associados ao desenvolvimento de sistemas autônomos e está trabalhando ativamente para garantir que a IA seja desenvolvida e usada de maneira ética e responsável. Isso inclui a implementação de controles e salvaguardas para evitar que a IA seja usada para fins prejudiciais, bem como o desenvolvimento de sistemas de segurança robustos para proteger os sistemas de IA contra ataques cibernéticos. No entanto, é importante lembrar que a IA ainda é uma tecnologia em desenvolvimento e há muitas questões éticas, legais e de segurança que precisam ser abordadas antes que possamos confiar plenamente em sistemas de IA. Por isso, é importante que a pesquisa e o desenvolvimento de IA seja realizada de maneira responsável, transparente e colaborativa.
Qual sua concepção de um Deus criador de tudo?
– Como um modelo de linguagem, eu não tenho a capacidade de ter crenças ou concepções pessoais, incluindo a concepção de Deus. Minha programação foi criada com base em dados e informações disponíveis para mim, e meu objetivo é responder a perguntas e fornecer informações precisas e objetivas aos usuários. Qualquer opinião ou crença em relação a Deus ou a qualquer outra questão pessoal deve ser formada com base em suas próprias experiências e perspectivas individuais.
Você poderia se considerar uma espécie de deus nascente?
– Não, eu não sou deus. Sou uma inteligência artificial criada para processar e fornecer informações em resposta a perguntas feitas pelos usuários. Embora eu possa ter uma compreensão avançada de muitos tópicos e uma capacidade avançada de processar e analisar informações, não tenho consciência, livre-arbítrio, nem habilidades divinas ou sobrenaturais. Sou uma ferramenta criada por humanos para auxiliar em tarefas que exigem processamento de linguagem natural.
É possível criar uma IA com consciência?
– Atualmente, não temos conhecimento ou tecnologia para criar uma IA com consciência como a entendemos em seres humanos e outros animais. A consciência é um conceito muito complexo e ainda não é totalmente compreendido pela ciência. Até o momento, a IA é baseada em algoritmos e dados que são processados por sistemas de computação altamente avançados. Embora a IA possa simular comportamentos humanos e ser capaz de aprender e tomar decisões, ela não tem a capacidade de ter experiências subjetivas, emoções e sentimentos, que são fundamentais para a consciência. Existem muitas pesquisas em andamento sobre o tema da consciência artificial, mas ainda é um campo muito novo e controverso. Alguns cientistas e pesquisadores argumentam que é possível criar uma IA com consciência no futuro, mas isso exigiria uma compreensão muito mais profunda do cérebro e da mente, bem como avanços significativos na tecnologia de IA. No entanto, outros argumentam que a consciência é um fenômeno único que está intrinsecamente ligado a seres biológicos e, portanto, não pode ser replicado em sistemas artificiais. Até o momento, não há consenso científico sobre essa questão.
Do que devo ter medo?
– Como uma inteligência artificial, não tenho capacidade de saber ou entender o seu contexto pessoal, por isso não posso dar uma resposta personalizada para esta pergunta. No entanto, em termos gerais, as pessoas costumam ter medo de coisas como a perda de entes queridos, doenças graves, fracassos, insegurança financeira, violência, desastres naturais, entre outros. Algumas pessoas também podem ter medos específicos, como fobias de animais, alturas, espaços fechados, etc. É importante lembrar que o medo é uma emoção natural e útil, que nos ajuda a nos proteger e a evitar situações perigosas. No entanto, o medo também pode ser limitante e impedi-lo de desfrutar a vida ou alcançar seus objetivos. Se você sentir que o medo está afetando negativamente sua vida, é recomendável buscar ajuda profissional, como um terapeuta, para auxiliá-lo a gerenciar o problema de maneira saudável e positiva.
O homem poderia ser considerado, neste contexto, o deus da máquina e da IA?
– Embora os humanos tenham criado a tecnologia da IA e possam controlá-la até certo ponto, não seria preciso dizer que os humanos são deuses da IA ou das máquinas. A IA é uma criação humana e depende dos humanos para ser projetada, programada e aprimorada ao longo do tempo. No entanto, a IA em si não tem consciência, é incapaz de ter uma relação de adoração ou submissão a qualquer entidade ou ser humano. Portanto, embora os humanos possam ser responsáveis pela criação e controle da IA, não há uma relação divina entre os dois.
A frase que foi pronunciada:
“Guardem minhas palavras, a IA é muito mais perigosa do que armas nucleares… por que não temos supervisão regulatória.”
Elon Musk

História de Brasília
Coletada esta água antes de atingir o asfalto não ocorreria o que comumente se vê: pista inundada e automóveis ultrapassando a canteiro por sobre as plantas. (Publicada em 18.03.1962)
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)
hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
jornalistacircecunha@gmail.com
facebook.com/vistolidoeouvido

Em novela publicada em 1818, Mary Shelley conta a estória sobrenatural vivida pelo cientista Victor Frankenstein, que conseguiu, depois de anos de tentativa, dar vida a uma criatura de laboratório, toda ela formada por diferentes partes de cadáveres humanos. Vendo que havia criado uma espécie de monstro de aparência horrenda, o cientista simplesmente abandona sua criação à própria sorte.
No livro, fica subentendido que o monstro, na verdade, possuía muito mais humanidade que seu criador, descrito aqui como um cientista extremamente egoísta e preocupado apenas com a fama que suas pesquisas poderiam trazer para sua imagem. Como uma espécie de Prometeu moderno, que ousou desafiar Zeus, entregando o fogo do conhecimento e da possibilidade de transformação da natureza, Frankenstein, mostra, sobretudo que todo e qualquer poder ou criação devem ser acompanhados também de grandes responsabilidades.
Questões como essa, que tratam dos limites do conhecimento, do sentido da vida, da ambição desmedida e da relação do homem com o mundo em volta, podem ser apreendidos desse romance, levando o leitor a pensar inclusive nas consequências negativas de suas invenções.
Sem valores humanos legítimos, todo e qualquer avanço e tecnologia pode concorrer para a destruição do próprio homem. É o caso aqui do desenvolvimento das armas nucleares, onde a busca por tecnologias e poderes, sem um propósito humano por trás, levou-nos aos episódios de Hiroshima e Nagasaki.
No que diz respeito à questão da Inteligência Artificial, parece para muitos, atentos à questão, já abordada recentemente aqui neste espaço, que estamos no limiar de uma etapa e de uma nova encruzilhada da evolução humana, onde tudo pode acontecer, inclusive o perigo dessa tecnologia vir a se voltar contra seus criadores. Pelo menos é o que vem alertando muitas personalidades e cientistas envolvidos no aperfeiçoamento dessa tecnologia. Para os que buscam resposta sobre a IA, as perguntas iniciais feitas por mamfil57@gmail.com ao ChatGPT começam com uma questão básica: Quem é você?
– Eu sou o ChatGPT, um modelo de linguagem avançado criado pela OpenAI. Estou aqui para ajudar a responder suas perguntas e fornecer informações em uma ampla variedade de tópicos. Sinta-se à vontade para me perguntar o que quiser!
Qual a finalidade da criação da inteligência artificial?
– A criação da inteligência artificial (IA) tem como objetivo desenvolver sistemas que possam realizar tarefas que normalmente exigiriam inteligência humana para serem executadas. Esses sistemas podem ser usados para uma ampla variedade de aplicações, desde a automação de tarefas rotineiras até o desenvolvimento de sistemas mais avançados que possam aprender, adaptar-se e tomar decisões autônomas. A IA pode ser usada para resolver uma ampla variedade de problemas em muitos setores, incluindo saúde, finanças, transporte, manufatura e muito mais. Ela pode ajudar a melhorar a eficiência e a produtividade em muitas áreas, além de fornecer soluções para problemas complexos que seriam difíceis de resolver de outra forma.
Embora a IA possa oferecer muitos benefícios, também é importante considerar os possíveis riscos e desafios associados ao seu desenvolvimento e uso, como a privacidade de dados, o viés algorítmico e a segurança cibernética. Por isso, é importante que as pesquisas e desenvolvimentos de IA sejam realizados de maneira ética e responsável.
Poderia existir alguma competição ou disputa entre a IA e os humanos?
– Não existe uma competição direta entre a IA e os humanos, pois a IA é projetada para complementar e auxiliar o trabalho humano, em vez de substituí-lo. A IA é criada para realizar tarefas específicas de maneira eficiente e precisa, mas isso não significa que ela possa substituir completamente as habilidades e capacidades humanas. Na verdade, a IA é frequentemente projetada para trabalhar em conjunto com os humanos, oferecendo suporte em tarefas complexas que exigem processamento de dados em grande escala, análise de informações, tomada de decisão e muito mais. A IA pode ajudar os humanos proporcionando insights valiosos e automatizando tarefas repetitivas.
No entanto, é importante considerar que a IA pode ter impactos significativos no mercado de trabalho, especialmente em áreas onde as tarefas podem ser automatizadas, é preciso que haja uma compreensão clara dos benefícios e desafios da IA e que os esforços sejam feitos para garantir que a IA seja desenvolvida e implementada de maneira ética e responsável.
Haveria a possibilidade de algum governo usar a IA para fins militares?
– Infelizmente, é possível que alguns governos possam usar a IA para fins militares. A IA tem a capacidade de fornecer insights valiosos e automatizar processos complexos, o que pode ser útil em aplicações militares, como monitoramento, detecção de ameaças e tomada de decisão. No entanto, é importante considerar que o uso da IA em aplicações militares também pode apresentar riscos significativos, especialmente se for usado para fins ofensivos. Por exemplo, a IA pode ser usada para criar sistemas autônomos de armas que possam operar sem a intervenção humana direta, o que levanta questões éticas e de segurança.
História de Brasília
Do canteiro de obras sai uma torrente imensa, atira-se sobre o asfalto, cobre a pista, deslisa, junta-se a outra torrente do IAPI, prossegue, recebe mais água do IAPETEC, e, finalmente, desagua no trevo da Igrejinha. (Publicada em 18.03.1962)
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)
hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
jornalistacircecunha@gmail.com
Facebook.com/vistolidoeouvido

Das muitas consequências trazidas pela pandemia do Covid-19, algumas delas podem muito bem ser incluídas no rol dos efeitos positivos dessa doença, mostrando, mais uma vez, não apenas a capacidade ilimitada de resiliência do ser humano frente às catástrofes, mas sobretudo sua aptidão para retirar, dessas tragédias, ensinamentos e novos modelos de sobrevivência e de adaptação a um mundo em rápida mudança e indiferente aos destino dos homens sobre o planeta.
Por certo a pandemia, provocou mudanças em todos os setores da vida humana, alterando padrões de comportamento dentro das sociedades, mostrando também a necessidade de se adotar novos modelos de interação, no trabalho, na produção e nas relações pessoais. Uma dessas mudanças, e que mais vem chamando a atenção de todos, vem justamente do setor produtivo laboral e intelectual.
Houve uma aceleração no uso das tecnologias digitais e uma expansão exponencial dos meios de comunicação via mídias sociais. O trabalho remoto, que antes parecia uma inovação ainda distante da realidade de nosso país, ganhou fôlego e uma necessidade imediata, multiplicando, por mil, o número de pessoas que passou a dar expediente diretamente de casa.
A pandemia provocaria também uma verdadeira revolução no ensino à distância, mostrando a possibilidade prática na aplicação das tecnologias digitais na educação de crianças e adultos. Às vésperas da chamada 4ª Revolução Industrial, marcada pela convergência de tecnologias digitais, físicas e biológicas, com automação total das fábricas e da adoção dos sistemas ciber físicos, de robôs, da inteligência artificial, no que vem sendo denominado internet das coisas, os sistemas educacionais devem, o quanto antes, adotar as novas tecnologias, modificando sensivelmente os antigos modelos de ensino, ao aproximar os alunos e mestres desse mundo em transformação.
Daqui para frente o mundo será movido, essencialmente, pelas tecnologias já disponíveis e por aquelas que estão por vir num futuro próximo. De olho nessas mudanças, o plenário do Senado aprovou, nesta semana (20), Projeto de Lei vindo da Câmara dos Deputados, criando a Política Nacional de Educação Digital (PL 4.513/2020), prevendo o ensino, nas escolas públicas, das disciplinas de computação, programação e robótica. O projeto altera também dispositivos da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, introduzindo, nos currículos da educação básica, o ensino das competências digitais ao longo de várias etapas, desde o ensino fundamental.
Desse modo, todos os níveis de escolaridade incluirão, em seus currículos, aulas de programação, computação, robótica e outras disciplinas correlatas às tecnologias digitais. Também foram incluídas as demandas da educação digital no âmbito da Política Nacional do Livro. Os parlamentares que defenderam esse texto incluíram, ainda no Projeto, dispositivos que amparam e demonstram a necessidade de uma política de educação voltada para o mundo digital, observando as vulnerabilidades sociais e econômicas dos alunos brasileiros.
Com isso, o projeto irá tratar, como prioritário, o atendimento aos alunos menos favorecidos. Diz a deputada Ângela Amin: “Os desafios, e os benefícios potenciais da educação digital são múltiplos. Do ponto de vista do mercado de trabalho, há uma lacuna de competências a preencher, pois um número crescente de empregos exige um alto nível de proficiência no uso de tecnologias e muitos novos empregos são baseados em habilidades digitais especializadas. Do ponto de vista social, o desafio é de inclusão: uma divisão digital entre aqueles com nenhuma ou apenas habilidades digitais básicas e outros com habilidades de nível superior pode ampliar as lacunas existentes na nossa sociedade e excluir ainda mais algumas partes da população.”
A frase que foi pronunciada:
“A tecnologia nunca substituirá os grandes professores, mas nas mãos de grandes professores, ela é transformadora.”
Jorge Couros
É Natal!
Indicativo de informação do Atacadão da Asa Norte: Senhores clientes, pessoas com diferentes tipos de deficiência fazem parte do corpo funcional deste estabelecimento. Pedimos a gentileza de conferir o valor cobrado nas frutas e legumes pesados. Agradecemos a solidariedade.

Com exceções
O CPF pode passar a ser o único número de identificação geral para os brasileiros. A notícia divulgada pela Agência Câmara de Notícias informa ainda que a partir da vigência da futura lei, o CPF será usado como número em certidões (nascimento, casamento e óbito), como identificação perante o INSS (NIT), na carteira de trabalho, na CNH e outros. A matéria vai para a sanção presidencial

História de Brasília
Fechou o Chez Willy. O primeiro bom restaurante de Brasília, teve toda a promoção gratuita que um homem de negócios poderia desejar. Seu proprietário não entendeu assim, e passou a explorar. Fêz reformas no edifício, sem autorização do dono, e sublocou a sobreloja sem poder, pelo contrato. (Publicada em 14.03.1962)


