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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)
Hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Não é de agora que escritores, visionários, filósofos e outros pensadores da questão humana imaginam e preveem um mundo e uma sociedade distópica, em que os valores morais e éticos e todas as relações sociais saudáveis desabaram para um patamar no subsolo onde a opressão, o autoritarismo, a anarquia e a desagregação do indivíduo e das famílias passam a dominar o ambiente de todas as nações, fazendo, do exercício da vida, um tormento sem fim.
Obras literárias de grande valor, como 1984, de George Orwell, Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley, Fahrenheit 451, de Ray Bradbury, Guerra dos Mundos, de H.G Wells, e uma centena de outras buscaram descrever esse mundo futuro de pesadelo, no qual a tecnologia que, anteriormente, foi pensada para libertar o homem dos trabalhos enfadonhos e infindáveis, agora passa a ser usada como ferramenta para controlar e oprimir as massas, criando um ambiente no qual todos são absolutamente vigiados e escravizados, do nascimento até a morte.
Mesmo as grandes metrópoles, outrora, majestosas e desejadas, vão se transformando, dentro desse novo ambiente de miséria humana, em lugares decadentes e extremamente hostis. Ocorre que, se no passado, essas imagens e previsões ficcionais foram utilizadas, por seus autores, dentro de um contexto que visava alertar e satirizar a possibilidade de as sociedades modernas transformarem o planeta num lugar de absoluto sofrimento, hoje, mais e mais, parece que estamos nos dirigindo ao encontro daquilo que mais temíamos: construindo, com nossas próprias mãos, a Torre de Babel distópica que poderá erguer o inferno sobre a Terra, antes mesmo do advento do apocalipse.
É essa dualidade humana, ao mesmo tempo a unir o Eros e o Tânatos, que temos a arrastar para frente, num combate eterno contra nós mesmos, tão bem representada pela alegoria de Sísifo, condenado a empurrar para sempre, morro acima, uma gigantesca pedra, que ao atingir o topo, volta a rolar morro abaixo. Essas reflexões vêm a propósito do fenômeno, experimentado em boa parte do mundo e que parece decretar o que seria os primeiros sinais da morte da cultura, em todos os seus aspectos. De certa forma, esse seria, para muitos, o prenúncio a indicar que estamos no limiar de um mundo distópico. O fechamento de teatros, museus, bibliotecas, livrarias, galerias de arte, cinemas e mesmo o que parece ser a falência da música, dos coros, das orquestras, da moda e tantas outras invenções do gênero humano, tão necessários para a evolução de nossa espécie e que nos tornam aquilo que buscamos ser: seres humanos.
Trata-se de um fenômeno que vai acontecendo não só por indução da pandemia, mas pela própria condição atual de todos nós, terráqueos, preocupados e envoltos em nossas revoluções internas, enquanto destruímos o planeta e todo o seu bioma. Escondidos em nossas cavernas modernas, fugimos do vírus externo, enquanto, por toda parte, as lideranças políticas vão se assenhoreando da máquina do Estado, transformando nossas instituições e criando outras à imagem e à semelhança de seus propósitos.
Ao romper a barreira da cultura, estarão abertas as brechas para o alagamento total de nossa civilização, abaladas pelos esforços contínuos de destruição das famílias e o que resta do ensino público. Enquanto permanecemos mergulhados em nossa hibernação, um mundo distópico vai sendo erguido bem defronte de nossas casas.
A frase que foi pronunciada:
“Não é o que você paga a um homem, mas o que ele lhe custa é que importa.”
Will Rogers
Sem serviço
Com as chuvas, volta e meia, os semáforos param de funcionar e os próprios motoristas definem as regras colocando a vida em risco. Nesse momento, não se vê autoridades para auxiliar o trânsito.
Que pena
Por falar em semáforo, a ideia de colocar um sinal para quem sai da L3 para entrar na L2, sentido norte e sul, foi muito boa. Parece que não conseguiram deixar a luz verde do aparelho indicando direita livre. Daí, eliminaram o sinal.
Semana das bandas
Quem gosta de bandas não pode perder a programação na Escola de Música de Brasília. A entrada é franca e a programação está agendada de 4 a 8 de novembro, à noite. Confira o horário!
História de Brasília
Por falar em Universidade, o professor Darcy Ribeiro superou, em alguns casos, o dr. Juscelino Kubitschek como comandante de obra. (Publicada em 21/4/1962)
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Tomando a família como célula-mater da sociedade, como definido corretamente pela maioria dos sociólogos, é de se presumir que quaisquer alterações comportamentais nesse importante núcleo consanguíneo vão provocar mudanças drásticas também na coletividade. Assim como são as famílias, assim também é a sociedade. Fugir dessa máxima é impossível, já que o corpo social é formado de pessoas que, por sua vez, têm origem no seio familiar. Assim, temos que a sociedade é composta pela união de famílias diversas, com origens diversas, interesses próprios e comuns, todas reunidas de acordo com padrões preestabelecidos, segundo normas de convivência que miram hipoteticamente a paz e a harmonia entre todos. Pelo menos, do ponto de vista teórico é assim.
De acordo com esse conceito, é possível buscar as raízes da desestruturação da sociedade na própria família. É lá que estão as causas primeiras a justificar o sucesso ou o fracasso dos grupos sociais. Por esse modelo, é possível inferir ainda que aqueles que, por algum motivo, geralmente político-ideológico, desejam o aniquilamento da sociedade, a primeira ação a ser posta em prática é o desfazimento das famílias, quer usurpando suas funções primárias, quer tomando a formação de seus membros uma tarefa a ser realizada exclusivamente pelo Estado. E é aí que a coisa toda desanda.
O Estado é uma entidade fictícia, orientando-se de acordo com os interesses específicos de grupos no poder. A família, por sua vez, é algo real e onipresente. Por isso é que tomar a educação do indivíduo com base apenas nos interesses do Estado é algo capaz de conduzir e apressar o colapso de uma sociedade. Os regimes nazistas e comunistas tentaram, ao longo do tempo, adotar o modelo de formação dos indivíduos com base, unicamente, nos interesses do Estado. Deu no que deu.
O discurso do costume, da família e do patriotismo não deve ser combatido, enfrentado, mas acolhido com coragem na sua manutenção, onde a pretensão continue ao poder que emana do povo. O contrário disso é algo sempre presente nas estratégias de controle da sociedade e algo fundamental para aqueles que buscam a hegemonia totalitária do Estado sobre o indivíduo.
No sentido oposto, vemos que aqueles países que investiram na segurança e no bem-estar das famílias, proporcionando amparo real do Estado a esses grupos, são também aqueles que apresentam os melhores e mais duradouros Índices de Desenvolvimento Humano (IDH). Segurança alimentar, boa educação e atendimento de saúde pública de qualidade formam o tripé a sustentar as nações do chamado primeiro mundo.
Se a independência das famílias em relação ao poder do Estado é fundamental para o pleno e natural desenvolvimento desse núcleo, também é importante salientar que, sem o apoio institucional do Estado no amparo às famílias mais carentes, todo e qualquer esforço para a constituição de uma sociedade sadia é vão.
Há aqui uma fronteira muito delicada que jamais deve ser ultrapassada, mas que a falsa modernidade que caracteriza os Estados centralistas insiste em levar adiante. O que ocorre em nações como o Brasil, em que a pobreza e o assistencialismo político andam sempre de mãos dadas, é que o Estado insiste em formatar os indivíduos de acordo com os projetos ideológicos em andamento. Nesse sentido, a educação pública levada a cabo pelo Estado na atualidade tem tido um papel prá lá de questionável ao querer introduzir nas escolas conceitos e formulações pseudoeducativas que contrariam e até se chocam frontalmente com a educação típica e histórica das famílias brasileiras.
Não vale a pena aqui entrar nessas questões em pormenores, o que se constata, no entanto, é que, nos certames internacionais, que avaliam a qualidade da educação de cada país, o Brasil se coloca normalmente nas últimas posições. O fato é que, nessa grande família chamada nação brasileira, há o que preconizam aqueles que estão no poder momentaneamente, e há o que, de fato, realizam as famílias, ao buscar proteger seus membros das investidas inconvenientes e interesseiras do Estado.
A frase que foi pronunciada:
“Nossos filhos devem aprender a estrutura geral de seu governo e, então, devem saber onde entram em contato com o governo, onde isso toca suas vidas diárias e onde sua influência é exercida sobre o governo. Não deve ser algo distante, assunto de outra pessoa, mas eles devem ver como cada engrenagem na roda de uma democracia é importante e carrega sua parcela de responsabilidade pelo bom funcionamento de toda a máquina.”
Eleanor Roosevelt
Pauta
Publicada no DODF, a regulamentação do processo eleitoral para escolha de conselheiros escolares, diretores e vice diretores das unidades escolares da Rede Pública de Ensino do Distrito Federal.
História de Brasília
Não dê cheques sem fundos. Não aceite cheques sem fundos. Amigos não dão cheques sem fundos. Respeite as instituições bancárias. (Publicada em 11/4/1962)
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Não seria surpresa se, num futuro muito próximo, o conceito de antropocentrismo, surgido na Europa, entre os séculos XV e XVI, e que conduziu a humanidade a ser o que ela é hoje, venha a ser suplantado por uma nova representação; desta vez colocando como o centro do universo nem Deus, nem o homem, substituídos agora pela ideia do animalismo, que visa igualar o ser humano com todas as espécies de seres vivos que habitam o planeta. Com isso, o que se pretende é posicionar todos os seres viventes numa mesma base de igualdades de direitos, visando obter sua inserção social.
O que pode, à primeira vista, ser considerado uma maluquice, para outros é fruto da própria evolução humana, que, ao abrir espaço para outras criaturas, reconhece toda a natureza como parte integrante da vida e, como tal, digna e merecedora de figurar como o centro da atenção e do universo.
Para alguns, essa nova concepção ruma no sentido de uma involução, deixando Deus e o homem perdidos no cenário de toda a criação, dissolvendo-os numa mesma massa de vida, onde todos são importantes e sem hierarquias.
O animalismo forma hoje uma corrente de opinião que reduz a importância do antropocentrismo, de forma a igualá-la aos demais seres vivos. Para muitos pensadores, o antropocentrismo está ligado diretamente às ideias de desvalorização das outras formas de vida, presentes em nosso planeta, sendo associado a problemas como a degradação do meio ambiente, o aquecimento global e a destruição de todo o ecossistema da Terra.
Para os defensores do animalismo, é falsa a ideia de que as peculiaridades da raça humana, como sensibilidade e consciência, estejam acima de outras formas de vida e, por isso, justifique colocar todas as outras espécies a serviço dos homens. Essa história de que todo o universo deve servir aos humanos tem nos levado em direção à ruína.
Ideias de que há no universo um modelo de desenho inteligente, concebido para servir apenas àqueles que se consideram mais inteligentes, é falsa. Depois de deixarmos para trás os conceitos de Teocentrismo, que vigorou em toda Idade Média para ingressarmos na ideia de que o homem é o centro do Universo, trazidos pelo Humanismo, eis que agora, dentro do perpétuo ciclo da evolução das espécies e das ideias, é chegada a hora de deixamos o homem à beira do caminho e seguirmos adiante nessa nova Arca de Noé, salvando todas as espécies desse dilúvio provocado pela insensatez dos homens.
A antiga exaltação da racionalidade levou-nos a um beco sem saída do aquecimento global e da extinção de muitas espécies, num movimento de verdadeiro suicídio global. Agora, buscamos, dentro do cientificismo, brechas para escapar dessa destruição anunciada. Numa dessas brechas, é possível visualizar aspectos de um humanismo perdido no tempo e que, já no passado, clamava no deserto por mais humildade e compreensão para o esplendor da vida, presente em todo o planeta e sua intrincada delicada inter-relação.
Hoje é possível visualizar em um lugar da cidade, pichado em muros, frases do tipo: “salvem as abelhas, pois existência humana corre risco de extinção”. A obra distópica “A revolução dos Bichos”, de George Orwell, best seller publicado no fim da Segunda Grande Guerra, para muitos, marcou o surgimento do conceito de animalismo. Em um dos trechos lê-se: “O Homem é a única criatura que consome sem produzir. Não dá leite, não põe ovos, é fraco demais para puxar o arado, não corre o suficiente para alcançar uma lebre. Mesmo assim, é o senhor de todos os animais. Põe-nos a trabalhar, dá-nos de volta o mínimo para evitar a inanição e fica com o restante. Nosso trabalho amaina o solo, nosso estrume o fertiliza e, no entanto, nenhum de nós possui mais do que a própria pele.
As vacas, que aqui vejo à minha frente, quantos litros de leite terão produzido este ano? E que aconteceu a esse leite, que deveria estar alimentando robustos bezerrinhos? Desceu pela garganta dos nossos inimigos. E as galinhas, quanto ovos puseram este ano, e quantos se transformaram em pintinhos? O restante foi para o mercado, fazer dinheiro para Jones e seus homens.”
Surgida como uma teoria política dentro da ficção, o animalismo, vem ganhando, ao logo dos anos, status de corrente político-filosófica. Ao longo dos séculos, ficou por demais provado que nossa espécie não só trata os outros animais como escravos, com escraviza o próprio semelhante, submetendo-os às mais terríveis situações. Desse modo, fica acertado que qualquer um que ande sobre duas pernas, beba álcool e mate os outros animais é um inimigo e, portanto, deve perder o trono e a supremacia sobre as outras espécies.
A frase que foi pronunciada:
“Desde esse dia, os ladrões nunca mais se arriscaram a entrar na casa, o que foi ótimo para os quatro músicos de Bremen, que nela se instalaram, vivendo tão regaladamente que nunca mais quiseram sair. E quem por último a contou, ainda a boca não lhe esfriou.”
Os músicos da cidade de Bremen, dos Irmãos Grimm
História de Brasília
Se a NOVACAP resolver importar pescado, nós teremos uma Semana Santa a muito menor custo de alimentação. Já que o assunto está entregue ao desenfreio, seria o caso de o sr. Laranja aproveitar e utilizar os mercadinhos da W-4. (Publicada em 14.03.1962)
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Na história das civilizações, a figura de Deus foi usada, repetidas vezes e de forma totalmente distorcida, para justificar diversas atitudes insanas dos seres humanos. Nas Cruzadas do século XI ao XIII, o morticínio dos não-cristãos era a justificativa da Igreja para recuperar Jerusalém. Durante a Inquisição, entre os séculos XII ao XV, os tribunais da Igreja, em nome do combate as heresias, blasfêmias, bruxaria e outros comportamentos, condenavam pessoas a torturas e mortes horrendas. Do mesmo modo, os Islamitas, a partir do final do século VI, passaram a perseguir e matar todos aqueles que não reconheciam Alá como o único Deus.
A transformação dos aspectos espirituais da fé e do amor, que, em tese, formariam o arcabouço dos ensinamentos de Deus aos homens, em igrejas, seitas e outras instituições terrenas, com regras e rituais rígidos, transformariam o que seria a herança divina em algo que, ao fim ao cabo, serviram especialmente ao propósito de grupos que passaram a comandar, com mão de ferro, essas religiões.
O uso da fé e do nome de Deus para a consecução de interesses puramente materiais ainda hoje é comum, basta verificar o número de igrejas ditas neopentecostais, que agem como verdadeiros caça-níqueis, explorando a boa fé de gente humilde. Também os atentados que se seguem na Europa e nos Estados Unidos, perpetrados por radicais islâmicos, é uma realidade de nosso mundo atual, em que covardes fazem suas vítimas em nome de um Deus vingativo e cruel.
No Brasil essa usurpação do divino, por parte da direita e da esquerda política, tem sido uma realidade constante, principalmente depois do golpe que instaurou a forma republicana de governo. Não é de hoje que a igreja tradicional e dogmática se encontra em conflito com a chamada Teologia da Libertação, de Harvey Cox e Leonardo Boff, entre outros teóricos.
Embora, em nosso tempo, a dualidade entre o mundo terreno e o espiritual, pareça já suplantada pela oposição imediata entre mundo proletário e mundo burguês, o que temos ainda é uma leitura ou um uso dessas correntes para fins humanos e não espirituais. É como repetia o filósofo de Mondubim: Deus criou a fé e o homem, as diversas igrejas, à imagem e conforme a semelhança dos próprios homens.
Também é sabido que seria impossível ao ser humano se apropriar daquilo que, em verdade, não consegue entender pela razão. A construção de catedrais, mesquitas e outros templos suntuosos seria, assim, a materialização da concepção humana de como seria a morada de Deus. Quando o profeta Jesus expulsou os vendilhões do Templo, com sua fúria santa, estava pondo em prática a separação do que seria de César e do mundo e o que seria, de fato, de Deus. Um Deus que ainda hoje é mal compreendido pelos homens, que seguem, por todo o planeta, usando seu Santo Nome em vão.
A frase que foi pronunciada:
“Vivi no tempo em que um vírus violou os direitos humanos: a liberdade, a justiça e a paz no mundo.”
Dona Dita, pensando enquanto tricota
Novidade a prazo
Até agora, só o ministro Toffoli demonstrou simpatia à Ação Direta de Inconstitucionalidade – ADI 5.422 movida pelo Instituto Brasileiro de Direito de Família – IBDFAM, contra a tributação do Imposto de Renda sobre pensão alimentícia e verbas destinadas à sobrevivência. O julgamento foi suspenso no STF depois do pedido de vista do ministro Barroso.
Falecimento
Diretores nacionais do IBDFAM prestam homenagens a Zeno Veloso, cofundador e diretor nacional do Instituto Brasileiro do Direito de Família.
Convite
Influenciadora digital mais famosa de Brasília, Mônica de Araújo Freitas compartilha uma ação social e convida a comunidade a fazer parte. A iniciativa é adquirir máscaras N95 ou PPF2 e presentear entregadores de supermercado, motoboys, carteiros, pedintes. São pessoas que precisam de proteção e nem sempre conseguem adquiri-la.
Lembrete
Reginaldo Marinho lembra que, há 11 meses, todo o poder foi dado aos estados para atuar contra o Covid-19, pelas mãos da Suprema Corte. O resultado, os cidadãos veem de perto: verbas desviadas e muitos mortos. A recusa do tratamento precoce foi o pior negacionismo durante a pandemia.
Boas novas
Quem estiver buscando boas notícias, o Ministério da Infraestrutura informa: Os 172 km que faltavam da ferrovia Norte-Sul estão completos.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Quem mora em Brasília há muito tempo conhece o esforço do arquiteto, jardinista e paisagista Zanine para produzir flores e plantas ornamentais no cerrado. Conseguiu, e não tem tido a oportunidade que vem sendo dada a outros. (Publicado em 25/01/1962)
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Para alguns autores da história econômica, os pecados capitais se inscrevem no próprio mecanismo desenvolvido pelo capitalismo, como uma espécie de subproduto desse sistema. Se formos analisar hoje quais seriam os efeitos colaterais da instalação, sem regras rígidas, do capitalismo do tipo predador, veríamos que, nesse caso, o surgimento dos pecados capitais viria como uma condição sine qua non desse sistema.
Hoje, mais do que em qualquer outro tempo ou lugar na história da humanidade, os vícios que o cristianismo classifica como sendo pecados capitais tornaram-se comuns nas relações sociais, a tal ponto que passaram a compor, com naturalidade, o trato das pessoas no dia a dia. A presença constante desses vícios humanos faz parte integrante da paisagem da contemporaneidade e, de tão comuns, já não nos apercebemos de seus efeitos nefastos.
Curiosamente, a lista desses vícios apareceria justamente com o desenvolvimento da fase pré-capitalista, configurado no chamado capitalismo comercial. Por essa e por uma série de outras razões, é comum confundir e mesmo associar os pecados capitais com o capitalismo propriamente dito.
De uma maneira até sintomática, não se verifica em escola alguma, seja pública ou não, a educação de jovens alertando-os para os danos causados por esses vícios para a sociedade e a vida em comum. Não se trata aqui de destacar o combate a esses vícios como uma espécie de moral cristã rasa e sem sentido. O que importa nesse caso é a formação de jovens dentro dos princípios cristãos de sociabilidade, condição que se alcança, sobretudo, por meio da solidariedade e do respeito à dignidade das pessoas.
É importante para os jovens alertá-los para os efeitos da gula, que se relaciona diretamente com a falta de amor próprio. A cobiça com o egoísmo humano. Esse é um dos traços mais visíveis hoje na sociedade de consumo, com as pessoas desejando cada vez mais, comendo e consumindo além da conta e da temperança. Os shoppings hoje representam uma espécie de catedral dedicada exclusivamente ao culto da gula e do consumo.
Obviamente que aquelas legiões de jovens que passam parte da semana dentro desses shoppings, na impossibilidade de consumir tudo o que ali se apresenta, acabam, na sequência, desenvolvendo um tipo de comportamento ligado ao segundo vício humano que é a avareza, ou seja, o apego descontrolado pelos bens materiais e pelo dinheiro. Nesse ponto, passa a desenvolver uma relação de idolatria pelo poder das posses materiais e pela capacidade que esses bens têm para adquirir tudo nesse mundo, inclusive, aqueles que normalmente não se comprariam com moedas, como é o caso da amizade, solidariedade e do amor.
Nesse mundo, sem freios morais de toda a espécie e sem decepções naturais à vista, essas gerações, independentes da classe social que pertençam, passam a recorrer a um terceiro vício ou pecado capital representando pela luxúria ou a busca pelo prazer sensual e material, deixando-se levar pelas paixões e pelos desregramentos carnais, experimentando de tudo em matéria da busca pelo prazer sexual.
Daí decorrem os abusos com sexos grupais, como em bailes funks, homossexuais, com animais, ou mesmo a abstinência total de sexo, motivado por padrões anormais e opostos a esse tipo de comportamento.
Na impossibilidade de conquistar todo o mundo de uma braçada só, esses seres humanos da modernidade desenvolvem ainda o que seria um quarto vício ou comportamento negativo representado pela Ira, ou o sentimento de ódio a tudo e a todos, resultando em brigas de gangues, espancamentos de pessoas diferentes, mortes por motivos torpes, feminicídios, ligação a grupos extremistas e outros comportamentos destrutivos.
Com esse desejo exacerbado por tudo conquistar, dentro do que ensina e induz o capitalismo inumano, muitos jovens e até mesmo adultos passam a desenvolver também o sentimento de um quinto vício, caracterizado pela Inveja. Nesse ponto a pessoa despreza suas próprias conquistas, passando a compará-las com outras mais exitosas, mesmo que isso não reflita a realidade.
A preguiça, como quinto pecado ou vício capital, vem na sequência do que chamamos vida moderna e pode ser vista na inaptidão dos jovens para enfrentar as tarefas da vida diária. São aqueles indivíduos que não trabalham, nem estudam, conhecidos popularmente hoje como “nem, nem”.