Processos de desumanização

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)

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Talvez, o maior problema existente hoje no âmbito da medicina pública não fique por conta apenas do notório sucateamento e superlotação dos hospitais e postos de saúde do Estado, mas na ponta final desse longo processo de descaso, que acaba conduzindo ou empurrando o atendimento médico para o beco sem saída da desumanização das relações entre pacientes e profissionais de saúde.

As cenas de revolta de pacientes nas antessalas de atendimento, querendo invadir os consultórios aos gritos, seguidas de outras cenas que acabam em xingamentos e agressões, repetem-se a cada dia dentro dos hospitais públicos por todo o país. Há uma espécie de revolta no ar toda a vez que aglomerações e filas se formam na frente desses centros de saúde. Culpar unicamente os médicos e os atendentes de nada adianta. Na melhor das hipóteses, contribui para a piora dos serviços. A causa desse caos na saúde, embora seja, em tese, a pasta que mais recebe repasses da União, é mais profunda.

Este ano, segundo fontes do próprio governo, foram alocados R$ 215,2 bilhões, um valor, segundo especialistas nessa área, abaixo do necessário. O que ocorre hoje com a saúde em nosso país é semelhante ao que afeta também as áreas de educação, segurança e outras de interesse direto da população. Não há uma prioridade e uma real concentração de esforços para resgatar esses setores do constante patamar da decadência e do mal atendimento. A má gestão, a falta de reconhecimento à importância dos profissionais da saúde e educação, seguidas de desvios de toda a ordem, é uma doença que vem de cima e contamina todo o restante.

A coisa fica pior quando se verifica que o governo não tem plano consistente algum para essas áreas. Mesmo a indicação dos altos escalões que vão gerir essas pastas obedece não a critérios técnicos, mas a preferências políticas e a outras conveniências estranhas e prejudiciais ao setor. Quando o problema vem de cima, com todo o seu peso burocrático e paquidérmico, aqueles que estão na base e no atendimento ao público é que são esmagados. Obviamente que, nesse processo de enxurrada de lama morro abaixo, os que sofrem por último e de maneira mais trágica são justamente os cidadãos que buscam os serviços públicos.

A desumanização de todo o sistema de atendimento, seja na saúde, seja na educação ou mesmo em outras áreas do atendimento ao público, é, assim, o derradeiro processo que vem para soterrar as relações humanas, tornando todo o sistema gravemente enfermo. Difícil em meio a tantos contratempos é encontrar meios de humanizar adequadamente as relações entre médicos e pacientes, entre professores e alunos ou entre funcionários públicos e a população.

Para o cidadão que arca com todos os altos custos dos serviços públicos prestados à população, a sensação frente a toda a desumanização no atendimento é culpa do primeiro atendente, visto do outro lado do balcão. A ele todos os impropérios e revoltas são dirigidos. O que ninguém parece enxergar é que a causa final de toda essa desumanização não está realmente na ponta do sistema, mas lá distante, na sua origem.

 

A frase que foi pronunciada:

“Na prática…a teoria é outra.”

Roberto Parentoni, advogado criminal

Roberto Parentoni. Foto: Divulgação

 

Pague e pegue

A mais famosa empresa de entrega de alimentos comprados de restaurantes tem uma prática divergente aos direitos do consumidor em sua política de cancelamento de pedidos. Uma taxa pela entrega dentro dos parâmetros. Mas, se por ventura, o cliente não atender a porta ou se o motoqueiro disse que tocou a campainha e ninguém atendeu, a comida volta e o consumidor perde o que pagou.

Foto: entregador.ifood.com

Surreal

Se na capital do país o abandono ao pessoal da Saúde, Educação, Cultura, Segurança está como está, imaginem pelo Brasil afora. O piso da Enfermagem de 4 mil reais ninguém paga, professores que desistem da profissão, teatros fechados. Para se ter uma ideia, enquanto o parlamento aprova o aumento dos proventos de juízes e promotores, um pediatra que trabalhou por 50 anos salvando vidas recebe 7 mil reais de aposentadoria.

 

Alerta

A Neoenergia adverte consumidores para o novo golpe do parcelamento. Se optar por parcelar, é bom que seja pelo site da empresa ou loja de atendimento.

 

Pelas beiradas

Lei do Planejamento Familiar discutida no STF. Dessa vez, o PSB abriu caminho na ADI 5.911. O assunto gira em torno da realização do procedimento de esterilização voluntária com a idade mínima de 21 anos ou dois filhos vivos.

 

Viva a vida

Roseana Murray, escritora que perdeu um braço atacada por pit bulls, recebe alta. O carinho da equipe de enfermagem ajudou a poetisa a enfrentar os 13 dias de agonia.

Escritora Roseana Murray

 

História de Brasília

A solidariedade existente entre os pioneiros de Brasília ainda é um exemplo para os que se mudam para a nova capital. Outro dia, o sr. J. J. Sabriá parou seu carro para retirar uma pedra do meio da rua, e ontem, o Ruy dos Santos, gerente da Satic, achou uma chave próxima a um carro, e deixou o seguinte bilhete para o motorista: “Creio ter o senhor perdido a chave do seu carro. Encontrei-a e coloquei-a no porta luvas”. ? (Publicada em 06.04.1962)

Entre a cruz e a espada

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Charge do Jarbas

 

           A saúde, lembra a Constituição em seu art. 196, “é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução de riscos de doenças e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.” Mais adiante, no art. 199, logo em seu parágrafo primeiro, diz: “As instituições privadas poderão participar de forma complementar do sistema único de saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos.”

          A entrada da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), como reguladora dos planos de saúde, um setor que lucra no Brasil algo em torno de bilhões de reais por ano, não tem, na visão dos milhões de segurados desses planos privados, conseguido conter os aumentos absurdos nas mensalidades, nem tampouco estancar os abusos praticados por essas empresas na cobertura de assistência.

         Esse comportamento dúbio da ANS tem levado muitos brasileiros a desconfiarem que, a exemplo de outras agências reguladoras, faz o jogo imposto pelo poderoso lobby das operadoras de saúde, até porque são elas, e não o poder público, que dão razão à sua existência. Em qualquer país, mesmo naqueles que professam a mais radical interpretação do liberalismo econômico, a atuação das operadoras dos planos de saúde jamais ocorreria da forma como se encontra hoje no Brasil.

         A transformação da saúde humana em mera mercadoria, pelos planos de saúde, só é párea, no quesito desumanidade, para os hospitais públicos nos quais brasileiros são amontoados em corredores infectos à espera de um mínimo de atendimento. Na dúvida, entre pagar o que exigem e a morte, muitos brasileiros, sobretudo os idosos, são obrigados a se render aos abusos nas mensalidades, principalmente quando inscritos nos planos individuais.

         Se a situação é ruim para quem possui plano individual, para as empresas, obrigadas por lei a disponibilizarem planos de saúde para seus funcionários, a coisa não é melhor, O custo crescente dos planos empresariais com saúde chega a consumir mais de 11% da folha de pagamento das empresas, lembrando ainda que hoje os planos empresariais são 66% do mercado.

         Os abusos no aumento das mensalidades têm feito com que mais de 2,5 milhões de pessoas abandonem os planos de saúde. O problema é que, quando a doença ameaça a existência de um indivíduo, dinheiro é a última coisa a se pensar. Nessa encruzilhada entre o público e o privado, o cidadão se depara ainda com desvios de toda ordem, quer na forma de malversação dos recursos públicos com corrupção, sobrepreços e outras ilegalidades, quer nas manipulações feitas pelos planos privados, encarecendo a toda hora a prestação desses serviços.

         A tudo, a ANS, tolhida em suas funções originais, quer pela pressão de políticos ou de operadoras dos planos, observa distraída, com cara de paisagem. Nesse comportamento esquizofrênico, que obriga a Agência Nacional de Saúde a caminhar no limbo entre o que querem as operadoras e o que determina a legislação, o Código de Defesa do Consumidor e as milhares de ações na justiça, resta aos brasileiros a certeza dos reajustes solicitados nas mensalidades dos planos pela Agência diante da inflação menor no período.

         Esse problema deixou a esfera administrativa e política e já adentrou para a esfera da investigação policial. Nesse sentido, a questão, por sua dimensão escandalosa, chegou ao Congresso, que concluiu, no relatório da CPI sobre os poderes à ANS, que deveriam ser ampliados para que a Agencia pudesse fiscalizar e denunciar, aos órgãos competentes de defesa do consumidor, as empresas que não são registradas na Agência como operadoras de planos privados de assistência à saúde, mas que atuam no mercado, muitas vezes induzindo o usuário ou consumidor a erro. Outra questão abordada no relatório final referia sobre a migração ou adaptação dos contratos, que deveriam ocorrer de forma coletiva, em cada plano de saúde, visando o menor reajuste das contraprestações e o menor prazo de carência possíveis; para garantir a livre escolha do usuário entre permanecer no contrato original; ou adaptar seu contrato com a incorporação de novas coberturas.

         A ANS não tem meios para controlar a higidez do setor de saúde suplementar se sua atribuição legal restar limitada à relação entre as operadoras e os usuários. A eficácia desse controle será ampliada se a Agência puder intervir para equacionar o sem-número de conflitos que se dão entre aquelas e os prestadores, conflitos estes que, em última análise, redundam em prejuízos maiores para os usuários, dizia o relatório final.

 

A frase que foi pronunciada:

“A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) suspendeu reajustes nos planos de saúde individuais devido à Covid-19 em 2021. Mas as pessoas voltaram a usar em um ritmo até maior, o que aumentou a variação do reajuste de 15,5%.”

João Matos, professor de ciências econômicas.

Foto: jornaldebrasilia.com

 

História de Brasília

A Disbrave está construindo uma oficina de conserto de automóveis no Setor Comercial Residencial. Residencial, vejam bem, até que os fiscais vejam também. (Publicada em 13.03.1962)

A insensibilidade diante da vida

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Charge do Cícero

 

Somente aquelas pessoas que, do dia para a noite, necessitaram de um atendimento urgente dos planos de saúde e de todo o intrincado labirinto burocrático, envolvendo exames, cirurgias e tratamento para os pacientes diagnosticados com câncer severo, conhecem, de perto, a realidade fria e crua desse sistema.
Vida e morte, assim como saúde e doença, são para os planos de saúde e para os hospitais particulares, apenas um negócio como outro qualquer. Aliás, um grande e promissor negócio, o que comprova o número exagerado de hospitais e clínicas tocados pela iniciativa privada e espalhados por todas as capitais do país. A arquitetura espetacular desses estabelecimentos comerciais, que intermedeiam a sobrevivência dos indivíduos com o barqueiro Caronte, chamam a atenção dos vivos e nada lembra os tradicionais hospitais e santas casas, sóbrios e acolhedores.
O tempo passou rápido. Hoje tão rendoso quanto escolas particulares, que também existem em grandes números, são esses centros comerciais de saúde. Nem mesmo à antiga classe média, formada por pequenos profissionais liberais, é dada a chance de frequentar esses novos espaços. Trata-se de um privilégio ofertado só à diminuta parcela da sociedade brasileira. Desse modo, não chega a ser surpreendente que a saúde e a educação, dois itens destacados na Constituição de 1988 como direito do cidadão e dever do Estado, não passem de letra morta.
A realidade fez dessas leis magnas o que se faz com os brasileiros de segunda classe. Tanto a Lei nº 9.656/98 quanto o Código de Defesa do Consumidor que regulamentam, na teoria, a atuação das operadoras dos planos de saúde, que contam com cerca de 50 milhões de consumidores, não têm, do ponto de vista dos pacientes com câncer, a capacidade de atendimento adequado, a tempo e a hora. Por isso mesmo, não são poucas as reclamações endereçadas aos órgãos de controle, sempre míopes ou pressionados pelo lobby poderoso dessas empresas. Na hora em que a situação aperta, muitos cidadãos podem verificar o quanto funciona, na prática, a presteza e a eficiência desses planos.
Inúmeros e repetidos são os casos de pacientes enfermos que se valem de ações e mandados emergenciais ante a Justiça para o cumprimento dos contratos ou, simplesmente, para ordenar aos hospitais obediência às formalidades de internação, exames e outros procedimentos. O desespero de familiares, apanhados com a notícia súbita de uma doença grave, ao mesmo tempo em que retira a lucidez para os trâmites burocráticos exigidos, é aproveitado pelas seguradoras e pelos hospitais para introduzirem exigências e elevar os custos dos atendimentos.
É uma situação desigual, experimentada por inúmeras famílias brasileiras. Num país onde ser preso ou ser solto, ser condenado ou absolvido ou ser aceito ou rejeitado depende do poder do dinheiro, não surpreende que viver ou morrer passe a ser também uma questão entre possuir ou não recursos financeiros. Para os idosos e os acometidos de tumores malignos, que precisam de pronto atendimento, essa tem sido uma situação deveras dramática, embora não tenha sido capaz, até o momento, de sensibilizar e mobilizar a classe política e os dirigentes. Mesmo aqueles que, por suas posições de relevo e de decisão na máquina do Estado, poderiam cuidar de tão delicada questão, ela não parece ser um problema que mereça decisão rápida.
O veto do presidente Bolsonaro ao projeto de autoria do senador brasiliense Antônio Reguffe, abrindo espaço para a incorporação pelas operadoras dos planos de saúde da adoção de 23 novos medicamentos orais para pacientes com câncer, complicou uma situação que, em si, era grave e defendida, inclusive, por entidades médicas de todo o país. Mais uma vez, venceram os planos de saúde e, por tabela, os hospitais particulares, que parecem operar em um conluio conjunto com essas empresas. Perdem os brasileiros que querem viver.
A frase que foi pronunciada
“Para isso, é que serve o nosso mandato. Para servir à população. Não podem os diretores da ANS serem aprovados aqui de forma automática. Há artimanhas das operadoras de planos de saúde.”
Senador Antônio Reguffe
Senador Reguffe. Foto: senado.leg.br
História de Brasília
Notícia excelente para o Setor de Indústria e Abastecimento: chegou ontem a Brasília a primeira turbina termoelétrica do SIA. Amanhã ou depois, chegará outra e, até maio, estarão as duas funcionando. (Publicada em 7/2/1962)

Brava gente brasileira

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Charge do Clayton

 

Exemplos vindos do passado mostram que as crises são, por excelência, o momento adequado para extrair lições e oportunidades para o aperfeiçoamento da vida individual e coletiva. Caso o atual governo tenha aprendido algum ensinamento útil com os efeitos da pandemia do Covid-19 e com o número assustador de meio milhão de mortos dessa doença, o que parece absolutamente improvável, dado à total ausência de providências eficazes tomadas ao longo desses quase dois anos de crise sanitária, a primeira e talvez mais importante medida seria a revalorização de todo o Sistema Único de Saúde (SUS), conferindo, a esse importante e gigantesco organismo, todos os meios possíveis para que, doravante, ele se firme como uma espécie de porto seguro para os brasileiros em tempos adversos.

Aliás, é preciso ressaltar aqui que, não fosse o SUS, com todas as suas virtudes e carências, o número de mortos durante a pandemia seria, no mínimo, mais do que o dobro do que o registrado até aqui. Obviamente,quando se fala de um sistema dessa magnitude e complexidade, o que está em jogo não são apenas os recursos materiais e logísticos necessários para a boa realização dessa tarefa, mas, sobretudo, os recursos humanos, fundamentais para que todo esse portento funcione de forma exemplar e humanizada, como desejam aqueles que entendem desse assunto.

O lado positivo dessa crise sanitária, que ainda vai provocando seus efeitos maléficos, é que a maioria dos brasileiros, de uma hora para outra, parece ter dado conta do quão importante e vital tem sido a presença do SUS e quão importante e necessário foram também seu corpo técnico durante essa pandemia. O trabalho abnegado e corajoso de enfermeiros e médicos dessa instituição jamais será esquecido. Sem essa força de frente, equivalente a infantaria no Exército, os primeiros fronts dessa guerra já teriam sido dominados pelo inimigo invisível. Foi o empenho sobre-humano dessa tropa que forneceu, aos cidadãos, o exemplo e o ânimo que faltavam para entusiasmar a população, fazendo-a ver que é da união desse tipo de brasileiro que podemos contar em momentos de aflição, e não com pretensas autoridades que, nesse conflito, preferiram ficar longe do front, ao abrigo e proteção de seus bunkers oficiais.

As perspectivas com os desdobramentos dessa pandemia, que ninguém sabe ainda ao certo onde irão, apontam para a necessidade da criação de escolas de enfermagem, de cursos superiores em saúde pública e sanitária, de incrementos nos cursos de epidemiologia, virologia, de farmácia, de gestão hospitalar e de outras especialidades próprias ao combate às epidemias.

Por outro lado, a epidemia mostrou, claramente, a necessidade de reformulação do todo o sistema de Institutos como o Butantã e a Fiocruz, dando a esses centros de pesquisa e produção de vacinas todo o apoio material e humano que esse conjunto de cientistas precisa para fazer o país retornar à posição de destaque que possuía anteriormente.

Alguns chegam a falar na criação de um imenso complexo de laboratório e pesquisa nacional, equipado com o que de melhor existe em pessoal e equipamentos, tornando o Brasil soberano e exemplo nas questões de epidemias. Ou se fecha definitivamente essa porta, arrombada pela Covid-19 em quase dois anos de duração, ou estaremos condenados a experimentar, no futuro, o gosto amargo e frio da morte.

A frase que foi pronunciada

Se o bem mais precioso do ser humano é a saúde, seja lá quem espalhou esse vírus, nos roubou esse bem. Quem não morreu de Covid tem lutado para manter a saúde mental.”

Dona Dita, pensando com seus botões

Em Ação

Que sirva também para outras regiões administrativas. No Blog do Ari Cunha, a comunicação da Rede de Vizinhos e Polícia Militar, unidos pela segurança do Lago Norte. Todas as dicas para se manter em segurança dentro de casa. Confira lá.

  

T.I.

Está saindo, de uma incubadora da UnB, um projeto espetacular. Um aplicativo onde você acompanha o seu deputado, deputada, senador e senadora de perto, com todas as votações e aprovações de projetos feitas por eles. Já está pronto e registrado. Em breve será lançado.

Nota à imprensa

Falta de política industrial e Custo Brasil contribuíram para a redução de setores industriais de alta e média intensidade tecnológica. A participação deles caiu de 23,8% para 18,7%.

Foto: istoe.com

Por Girão

Ao deixar de seguir os rastros deixados pela montanha de dinheiro que foi despejada pelo governo federal, sem critérios salvaguardas prévios às Unidades da Federação, e colocada à disposição de governadores e prefeitos por esse Brasil afora, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Covid desprezou não apenas o primeiro e principal mandamento de toda investigação séria que se preze e que manda: “siga o dinheiro”, mas deixou de lado o mais importante veio, que poderia levar ao ralo largo por onde escoou toda essa fortuna.

Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

História de Brasília

A determinação presidencial para que a Voz do Brasil seja transmitida de Brasília não havia nenhuma razão de ser. O que devia haver, isto sim, seria a punição pelos responsáveis pela transmissão. (Publicada em 04.02.1962)

O futebol no tabuleiro do xadrez

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Charge do Machado

 

Conhecerás um pretendente a ditador do momento ao seguinte sinal: todos eles utilizam de eventos populares, não para o regozijo de sua gente, como quer parecer, mas tão somente para alavancar sua imagem junto ao povo, visando angariar apoio às suas pretensões políticas de cunho populista. Tal é a característica comum a todos eles, sem exceção. O que muda é apenas o tipo de evento popular a ser explorado como marketing político. Nesse caso, pouco importa o tipo de espetáculo. O importante é que reúna o maior número de adeptos. Pode ser ligado ao folclore, às tradições ou ao esporte.

No país do futebol, a utilização desse esporte como muleta oportunista desses políticos é um fato histórico antigo e manjado e pode ser conferido, praticamente, desde que surgiram os clubes devotados ao ludopédio. Só existe um porém nessa estratégia marota: para que a fórmula funcione, é necessário, antes de tudo, que o time escolhido tenha uma grande e apaixonada torcida, capaz de empolgar e incendiar multidões, tornando-as presas fáceis. Já quando o marketing político mira a seleção do país, onde estão representantes de todos os times e jogadores mais destacados, transformando-os em garotos-propaganda do governo, essa mistura entre oportunismo populista de cunho nacionalista com a paixão dos torcedores rende resultados à medida em que esse escrete devolve essa aposta em forma de gols e de vitórias incontestes.

Em situações assim, o chefe de governo comparece aos estádios e, da tribuna de honra, faz questão de ser visto e aplaudido. Ocorre que, nesse mesmo país do futebol, não é raro os espectadores no local vaiarem até o minuto de silêncio e, com políticos, não tem sido diferente. Numa situação em que o Estado Democrático de Direito usa o seu tempo para cuidar, com denodo, de questões da mais alta relevância para a nação, não resta espaço e vontade para que o governo interfira em problemas menores relativos ao futebol, já que essa é uma atividade mantida por organizações e empresas privadas e com interesses próprios e diversos.

Também no Brasil e por diversas vezes, essa intromissão indevida do governo no mundo do futebol quase sempre tem rendido, ao lado de alguns minutos de popularidade ao chefe do Executivo, elevados custos para os pagadores de impostos que acabam arcando com a armação desse circo. Caso exemplar pode ser conferido durante o governo petista de Dilma Rousseff, com a construção de enormes e caríssimas arenas de futebol, destinadas à realização da Copa do Mundo e que hoje, em sua grande maioria, foram transformadas em verdadeiros elefantes brancos sem utilidade alguma, depois de terem sido erguidas à base de muita corrupção e sobrepreço.

Com Dilma e seu governo, ficaram, além desses fantasmas de concreto, as seguidas humilhações impostas pelos diretores da Fifa ao governo, os escândalos nessas construções e os posteriores que redundaram no banimento perpétuo desses dirigentes do futebol, as prisões dos chefões da CBF, as vaias retumbantes no estádio, durante a abertura dos jogos, e a derrota fragorosa da seleção para Alemanha por nada menos que 7×1. Não foi pouco!

Toda essa amarga experiência deveria ser utilizada como um aprendizado para que o governo jamais voltasse a misturar os assuntos de Estado com os problemas de estádios. Mas não foi o que aconteceu. O atual governo, no seu afã de preparar o caminho para 2022, resolveu intrometer-se na realização da Copa América, em plena pandemia, quando o país experimenta os maiores índices de mortalidade e quando os hospitais estão superlotados e a economia patina na lama. Não parece ser fanático por futebol, mas por jogadas políticas. Esse parece ser o caso.

Os países onde seriam realizados o torneio cuidaram logo de empurrar esse abacaxi para o Brasil. O que se viu, pelo menos até agora, foi o ensaio de revolta dos próprios jogadores e técnicos, possivelmente calados pelo reforço em dinheiro dos prêmios, bem como os escândalos de assédio sexual do presidente da CBF e seu posterior afastamento da instituição.

Também tem aumentado o repúdio dos brasileiros, médicos e enfermeiros e de todos os que perderam amigos e familiares nessa pandemia. Falta agora, para completar esse quadro patético, a vaia nos estádios, e a derrota da seleção. Mesmo em caso de vitória, essa é uma situação que em nada vai beneficiar os brasileiros, preocupados em sobreviver à pandemia e à crise econômica e social.

A frase que foi pronunciada:

Para uma minoria privilegiada, a democracia ocidental fornece o lazer, as instalações e o treinamento para buscar a verdade escondida atrás do véu de distorção e deturpação, ideologia e interesse de classe, através do qual os eventos da história atual são apresentados a nós.”

Noam Chomsky

Noam Chomsky. Foto: APU GOMES

Requerimento

Senador Izalci Lucas, do DF, pediu novamente ao senador Omar Aziz, da CPI do Covid, para aceitar o requerimento de convocação do ex-secretário de Saúde do DF, Francisco Araújo. O parlamentar defende que Araújo sabe de vários fatos que podem esclarecer algumas ações da atual gestão do DF.

Senador Izalci. Foto: senado.leg

História de Brasília

Entretanto, qualquer conserto de emergência bem que poderá ser feito, porque a Capua e Capua, agindo com eficiência, dispõe, também de um equipamento de rádio ligando a Asa Norte com o IAPC no Rio, podendo receber ordens imediatas para qualquer reparo na obra. (Publicada em 02.02.1962)

Mais letais que o próprio vírus

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Charge do Zé Dassilva

 

Caso a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI da Covid), transformada e rebaixada em Comissão da Cloroquina, queira, nessa altura dos depoimentos, fazer um grande favor aos cidadãos brasileiros, pagadores das mais altas cargas tributárias do planeta, deve enveredar as investigações no rumo dos governadores.

Seguindo as pistas deixadas pelos bilhões de reais que foram escoados para essas unidades da Federação, sob a rubrica de combate à Covid, é possível encontrar evidências daquilo que seria impensável em qualquer país minimamente decente. Ou seja, desvios e malversação de abundantes recursos públicos destinados ao enfrentamento da pandemia. Tudo isso praticado num momento de especial aflição e amargura das populações, que morriam como moscas nos corredores lotados dos hospitais.
Essa modalidade bem brasileira de crime, na maioria dos casos praticada por políticos travestidos de gestores públicos, só não é mais grave do que aquela cometida pelos mesmos personagens com relação à merenda escolar e à manutenção do ensino básico e fundamental. Surrupiar recursos públicos de gente que está à beira da morte ou que necessita desses bens para poder se alimentar e sobreviver deveria, por sua crueza, ser qualificado como crime de genocídio, passível de uma penalidade pesada e exemplar, inclusive, remetendo o caso a cortes internacionais que cuidam especificamente de crimes contra a humanidade, onde não teriam as mesmas indulgências encontradas em nossos gelatinosos tribunais.

Mas, como estamos num continente chamado Brasil, essas possibilidades são remotas ou quase inexistentes. Surpreende que muitos governadores, prefeitos e outros gestores públicos, espalhados pelos mais de 5 mil municípios, alguns inclusive já denunciados por essas práticas desumanas e abomináveis, ainda ostentem, impávidos, a possibilidade de recorrerem a cortes superiores, nas quais, por certo, vão encontrar guarida e uma porta de saída para seus crimes de lesa-pátria.

Mais impensável ainda é encontrar alguns desses evidentes malfeitores com assento e pompa nessas mesmas CPIs, como se tudo isso fosse natural e aceito. Não, não é. Diante de um quadro surreal como esse, é preciso que aquelas autoridades que ainda não se deixaram contaminar por práticas dessa natureza adotem medidas emergenciais ou elaborem, o quanto antes, uma relação de todos esses nomes, para que tribunais, como o Eleitoral, encontrem um meio de vedar-lhes a possibilidade de se reelegerem, enquanto não forem devidamente julgados e condenados por seus crimes, de modo a interromper a continuidade desse processo sem fim de impunidade. Em tempos radicais como o que estamos experimentando, é preciso mais do que medidas legais de praxe.

É necessária a adoção de medidas extraordinárias, como aquelas adotadas em tribunais de guerra, para fazer cessar de imediato a ação desses indivíduos ou quinta coluna, que são mais letais à sociedade do que qualquer outro vírus.

A frase que foi pronunciada:
“Liberdade de imprensa é a raiz de qualquer processo democrático.”
Davi Emerich
Veja, a seguir, a entrevista, na TV Senado, com o jornalista Davi Emerich

Corrupção doméstica
Aumenta o número de carteiras de empregadas domésticas não assinadas. De um lado, os patrões que precisam de ajuda; e do outro, a pessoa que quer trabalhar, mas não quer perder os auxílios do governo.

Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

Capilaridade e rapidez
Com gerenciamento impecável, os Correios investem na renovação das frotas, o que dará mais agilidade e segurança nas entregas. Documento da empresa aponta 60% de renovação entre furgões e motocicletas de quase mil centros operacionais de distribuição e tratamento. Em dois anos, a meta é ultrapassar os R$ 560 milhões em novos veículos.

Foto: correios.com

 

CFM
Sobre a CPI da Covid, o Conselho Federal de Medicina se levantou depois da oitiva da pediatra Mayra Pinheiro. A instituição elaborou uma “moção de repúdio em defesa do médico, ao respeito e à civilidade na CPI da Pandemia”. Leia, na íntegra, no link MOÇÃO DE REPÚDIO – CFM.

 

Maus-tratos
Além de ter de suportar todo o sofrimento causado pelo isolamento e a perda de familiares, o brasileiro amarga aumento nas contas de água, luz, impostos, supermercado.

Charge do Cabalau

 

História de Brasília
Na quadra seguinte há também um ponto de carros de aluguel, o que quer dizer mais ou menos isto: dentro de dois meses ninguém poderá estacionar na W3 à altura da Novacap, porque será só para carros de aluguel. (Publicado em 02/02/1962)

A pandemia mostrou a todo mundo quem é quem

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Foto: Joédson Alves/EFE

 

Em qualquer governo – ontem, hoje e sempre e em todo o tempo e lugar –, o que se colhe, pela falta de ação e inanição, é a reação da sociedade. Povo algum tolera que suas lideranças não ajam quando devem agir. Muito menos em tempos adversos, quando o povo espera que seus governantes assumam as rédeas e o comando nas crises. Por todo o mundo, as maiores lideranças políticas, sobretudo nos países democráticos, foram submetidas à prova de fogo imposta pela pandemia, ocasião em que tiveram, forçosamente, que mostrar ao que vieram.

Nesse difícil teste em âmbito mundial, os governantes das diversas nações do planeta encontraram-se, de repente, em meio a uma espécie de guerra, com populações inteiras e indefesas sendo, subitamente, bombardeadas por uma perigosíssima arma biológica. É em tempos adversos como este que não apenas os verdadeiros governantes são revelados e se tornam essenciais, mas que também são postos a nu os farsantes e impostores de toda a natureza.

Durante os períodos mais críticos da pandemia da Covid-19, justamente quando ainda não se tinha uma vacina segura para combater o vírus, e quando ainda havia muitas dúvidas de como debelar essa doença, que o mundo passou a se familiarizar com as ações afirmativas, mesmo duras, daqueles verdadeiros líderes que, muito mais do que popularidade instantânea, perseguiam as melhores e mais racionais estratégias para livrar sua gente da nova peste.

Da mesma forma, mas em sentido contrário, muitos desses falsos guias também serão lembrados pela covardia e pelo medo de que a pandemia, por seus reflexos negativos nos números da economia, e não pelo número de mortes, acabaria por prejudicar suas carreiras políticas, encurtando-lhes o mandato.

Nesse particular, o desempenho do atual governo, se é que pode ser classificado desse modo, sua apatia belicosa durante todo o processo da primeira e segunda onda da virose, é para não ser esquecido e, com certeza, ficará registrado na história desse triste trópico. Muito mais do que o despreparo flagrante frente à crise sanitária, o que se viu, todo o tempo e de forma a camuflar sua inaptidão executiva, foi um presidente perdido em suas funções, insuflando a população contra os outros Poderes e contra os governadores dos estados, encorajando, de modo cínico, a população a enfrentar “de peito aberto” a doença, desestimulando o uso de equipamento de proteção individual e outros procedimentos aconselhados pelos médicos, mudando as equipes do Ministério da Saúde, por interesses meramente políticos, recomendando medicamentos de ação não comprovada cientificamente e, a toda hora, frisando não ter culpa pelo desenrolar dos acontecimentos, num claro sentimento de fuga da realidade.

O que restou, até aqui, desse somatório de trapalhadas pode ser conferido agora, numa Comissão Parlamentar de Inquérito, na sucessão de pedidos de impeachment, nos protestos de rua e muitos outros efeitos colaterais decorrentes de um governo que ainda não disse a que veio, e pior: está pavimentando, por suas tonterias, a volta do lulopetismo ao poder. Quer mais?

A frase que foi pronunciada:

Todos os dias devíamos ouvir um pouco de música, ler uma boa poesia, ver um quadro bonito e, se possível, dizer algumas palavras sensatas.”

Johann Goethe

Goethe in the Roman Campagna (1786) by Johann Heinrich Wilhelm Tischbein | Reprodução

Game

Enfim, o Ministério da Educação disponibiliza um game educativo para crianças jogarem no celular. Por enquanto, só letrinhas e sons, mas já é um bom começo. Sem brigas, sem sangue, sem violência. Com ciência e conhecimento.

 

Escolas

Volta e meia, uma escola particular ou outra suspende as aulas por causa do Covid. A professora, de licença médica, passa alguns dias fora e depois volta com as aulas online, para depois retomar a aula presencial.

Foto: Colégio Little Kids/Reprodução

Severos

No Brasil, os pais levam os filhos para vacinar com carteirinha e mantém todo o processo em dia. Nos Estados Unidos, se uma criança voltar depois de uma vacina com febre ou inchaço no local da aplicação, os pais não ficam satisfeitos e registram reclamação.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Union

Aliança Francesa e Instituto Goethe juntos prometem oferecer mais cultura à Brasília. Veja, a seguir, quais são as últimas novidades.

História de Brasília

Falando em táxi, não se sabe quem autorizou, mas os carros particulares não podem parar em frente à lavanderia Ouro Fino, porque os motoristas colocaram um “ponto” de taxi, interditando a área aos particulares. (Publicado em 02.02.1962)

CPI dos sujos contra os mal lavados

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Foto:
Pedro França/Agência Senado

 

Um dos riscos que o país corre com a possibilidade de vir a ser instalada uma comissão parlamentar de inquérito no Senado, intitulada de CPI da Covid-19, conforme determinação do ministro do Supremo Luís Roberto Barroso, é que a tal Comissão, em tempos de recrudescimento da pandemia, com o aparecimento das novas cepas do vírus, transforme as relações, já conturbadas, do Poder Legislativo com o Executivo e com o Judiciário em um verdadeiro pandemônio, capaz de esgarçar, ainda mais, a já frágil harmonia entre eles.
Embora se saiba que é próprio do Legislativo o papel de fiscalizar o funcionamento da máquina pública, uma eventual abertura de investigação, faltando pouco mais de um ano para o deslanche das campanhas eleitorais, pode, além de acelerar a inauguração de um palanque político expressivo e oportunista, vir a aumentar os desacertos na instável área de saúde, trazendo um complicador a mais para a pandemia.
Por certo, é mais do que preciso uma investigação séria e aprofundada sobre as responsabilidades que cabem a cada um dos entes federativos, tanto na administração da crise sanitária, quanto na boa aplicação dos bilhões de reais que, segundo o governo federal, foram disponibilizados para cada estado. Escândalos fartamente denunciados pela imprensa de todo o país, poderão ser mais esmiuçados e os responsáveis, punidos com rigor.
Para todo esse processo, existe um receituário por demais conhecido, com a escolha do presidente da comissão, do relator e dos demais componentes. O problema é com o andamento desses trabalhos sem a presença efetiva e física desses atores no parlamento, tanto dos senadores quanto dos depoentes, além, é claro, das diligências que terão que ser realizadas in loco e na maioria dos estados.
Deixando de lado o trabalho efetivo e técnico da comissão, é preciso fazer ainda um balanço e uma ponderação sobre as relações políticas de governos e prefeitos com a bancada no Senado e na Câmara, isso tendo em vista as eleições de 2022. Apenas sobre essa perspectiva, é possível inferir que na possibilidade de vir a ser provado a malversação do dinheiro público destinado ao combate à pandemia, o que por certo ocorrerá, sendo esse crime de responsabilidade de aliados de peso, essa CPI terá que fazer o que outras, nesse caso, fizeram, que é acudir com panos quentes.
De outra forma rompem-se acordos pré-eleitorais às vésperas do pleito. Nessa hipótese teremos mais uma dispendiosa e inócua investigação. Mesmo no caso de se remeter as várias denúncias para o julgamento no Supremo, o que a população já sabe de antemão é que nenhum desses envolvidos de alto coturno serão punidos. Talvez sobre aí uma punição para o terceiro escalão ou para um mordomo ou porteiro qualquer como forma de justificar todo esse circo.
Com relação ao chefe do Executivo e sua insistência em negar os fatos da pandemia, os desdobramentos efetivos também ocorrerão de acordo com o poder ou a debilidade da bancada do governo dentro do Congresso. Para os brasileiros, por demais experimentados nessas pantomimas, nada de proveitoso advirá dessa CPI, nem mesmo o retorno dos bilhões desviados por toda a parte.
A pergunta que fica é que estofo moral e ético esses mesmos Poderes da República, que agora se mobilizam para investigar o sumiço do dinheiro destinado ao combate da covi-19, poderão agir, já que todos concorreram, a sua maneira, para desmanchar operações exitosas e profícuas como a Lava-Jato, que contou com amplo apoio popular. A bem da verdade, essa deveria ser a CPI dos sujos contra os mal lavados.
A frase que foi pronunciada
“O consumidor, atualmente, manifesta sua indignação ou compartilha uma experiência negativa em relação a uma empresa, marca, produto, serviço ou atendimento, de uma forma geral, por meio de diversos meios, como chats, blogs, redes sociais, e-mails, SMS, MMS, entre outros meios. A rapidez com que essa mensagem se torna disponível a um grande número de pessoas é espantosa. Se esses meios são capazes de derrubar governos, imagine o que poderão fazer com uma empresa!”
Excelência em atendimento ao cliente, de Alexandre L. Las Casas
Foto: amazon.com
Indébita
Os bancos justificarem o menor tempo para atendimento ao público tendo como razão a pandemia é um acinte. Primeiro, porque pelo lucro que divulgam anualmente é perfeitamente viável introduzir nas agências todos os cuidados sanitários. Segundo, se a aglomeração de pessoas é um perigo, então o horário deveria ser estendido e não reduzido, assim pelas taxas e anuidades pagas, os clientes teriam mais conforto no atendimento.
Foto: cmfor.ce.gov
PL 3.057/2020
Outra justificativa de bancos que instiga a inteligência dos clientes é o limite de valor para movimentações financeiras. Se o cliente é o dono das cifras que o banco guarda, parece que a liberdade e a vontade do consumidor, nesse caso, estão cerceadas se quem dita o limite para uso é o banco. Nesse caso, os parlamentares que legislam representando os seus votantes têm a solução. Basta votar em favor da proposta apresentada pelo senador Plínio Valério, que impede as instituições financeiras públicas ou privadas de estabelecer limites para pagamentos ou transferências.
Ilustração: cointimes.com

 

Mais essa

Em relação à operação bancária por transferência, a justificativa dos bancos parece plausível e toca o coração do cliente tamanha preocupação : “A segurança” é o que dizem. Agora pense em ter dinheiro no banco, estar na mira de um revolver e o banco não liberar a quantia. O resultado será: salvo o dinheiro e o cliente estirado no chão depois de um tiro. Bastava explicar que é a segurança do dinheiro e não a do cliente.

Câmera de monitoramento registra quando três homens invadem agência bancária em Santa Helena de Goiás, em fevereiro de 2021. Foto: Divulgação/Polícia Militar

 

História de Brasília
As superquadras e outras áreas do Plano Piloto estão cobertas de “invasões”. É um problema social que se avoluma a cada dia. A solução, entretanto, já está sendo estudada. (Publicada em 30.01.1962)

Tenham momentos felizes todos os dias

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Ilustração: medicinasa.com

 

Infelizmente, essa é a recomendação dada por nove em cada dez psiquiatras, psicólogos e outros profissionais que cuidam da saúde mental. Não apenas no Brasil, mas no resto do mundo. A receita inusitada vem a propósito do aumento exponencial nos casos de depressão, demência, psicose e outros problemas de ordem mental e que, segundo creem os médicos, advêm do enorme stress a que estão submetidas populações inteiras por conta da pandemia e dos efeitos que essa doença pode gerar no sistema nervoso central dos indivíduos.

Para muitos profissionais de saúde, a massiva quantidade de notícias, quase todas elas, carregadas de informações negativas sobre o desenrolar da doença e das consequências futuras que as sociedades terão que enfrentar, tanto nas área de saúde pública quanto na economia e em diversos outros aspectos da vida cotidiana, vêm provocando um aumento considerável do stress, semelhante ao que vivenciam os indivíduos numa guerra.

Ocorre que, em momentos de grandes catástrofes, as pessoas naturalmente buscam se informar o máximo possível sobre os últimos acontecimentos, até como meio de encontrar alguma resposta ou solução para tudo que está acontecendo. Essa parece ser uma atitude natural para a maioria dos seres humanos, principalmente para aqueles que moram em cidades grandes e onde a vida interativa é mais desenvolvida.

No Brasil, onde a situação da pandemia parece ter saído do controle, essa recomendação médica pode ser vista sob ângulos diferentes. Se, por um lado, a questão da pandemia parece ter se tornado a pauta única de boa parte da imprensa, que explora nossas precariedades e o pouco empenho de nossas autoridades frente a um problema de urgência de vida e de morte, algumas outras mídias usam da doença, unicamente, como subterfúgio para fins políticos, explorando o tema com viés partidários.

Alguns outros meios de comunicação, mais alinhados com o governo, apresentam o problema recheado de estatísticas numéricas positivas, indicando que a pandemia está com os dias contados para acabar. A mídia internacional, por sua vez, não poupa o Brasil de críticas de toda a ordem, mostrando uma realidade cruenta que poucos brasileiros conhecem de perto, nem ao menos as autoridades.

O fato é que, ao manter uma atenção até exagerada no que dizem os informes diários, muitos cidadãos, mesmo ao fazerem um balanço ponderado entre o que é fake e o que fato, ficam com a impressão de que vivemos os últimos dias sobre a Terra. Também é verdade que o distanciamento das notícias, pode, a curto prazo, servir para uma espécie de alheamento ilusório, onde a realidade deixa de estar presente e cede lugar a um devaneio artificial.

De toda a forma, cabe à imprensa séria, e acredite, ela ainda existe no Brasil, informar o desenrolar de toda a pandemia como ela realmente está se processando nesse país de desigualdades continentais. Obviamente que, nesse espaço, cabe também um lugar de destaque às iniciativas e o árduo trabalho que vêm empreendendo cientistas brasileiros, tanto do Butantã quanto da Fiocruz, na pesquisa e produção de nossas vacinas, bem como o trabalho diuturno das equipes médicas e de todo o pessoal da saúde, principalmente daqueles que lidam com o problema lá na ponta, onde tudo acontece, ou deixa de acontecer.

A frase que foi pronunciada:

Tropeçamos nas pedras pequenas, porque as grandes nós vemos sem dificuldades.”

Provérbio chinês

Cabelos

Problema que a população de Brasília não imagina que aconteça nessa cidade trata do descarte de produtos químicos para cabelo. Com a quantidade de salões, se não houver consciência no momento do descarte, o perigo é grande. Faltam esclarecimentos e soluções para os profissionais que querem fazer a coisa certa.

Foto: belezaverde.com

Unidos pelo mal

Como um rolo compressor, os partidos de esquerda pelo mundo trocam informações e espalham notícias falsas sobre o Brasil, plantando, na mente dos espectadores, uma imagem grotesca e carregada de ideologia. Um exemplo é a matéria publicada no jornal alemão, com sede em Bonn, General – Anzeiger. Veja a foto a seguir.

Notícia do Brasil na Alemanha em 06/04/2021

Transmissão

No dia 9 deste mês, o comandante do Exército, General Edson Leal Pujol, passará o cargo de Chefe do Departamento de Ciência para o General Guido Amin Naves. Deixa o cargo o General Décio Luís Shons. A transmissão não terá convidados.

 

Sem sensacionalismo

Recebemos uma ligação de Buritirama, na Bahia, contando que não há pavor na cidade, nem cemitérios cheios de covas preparadas para os novos falecidos. O anúncio é de 603 casos confirmados, e 556 curados. Vejam as estatísticas no link BOLETIM DO COVID – Prefeitura de Buritirama. As cadeiras continuam nas calçadas no frescor do fim de tarde, crianças alegres brincando e os jogos de dominó na praça.

Foto: buritirama.ba.gov

História de Brasília

Os têrmos da nota são mantidos em tôda a sua extensão. E continuamos a lamentar que procurem criar dificuldades para a transferência da Capital. (Publicado em 30.01.1962)

Virose ontem e hoje

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Enfermaria do Rio de Janeiro, em 1918. Foto: Wikimedia Commons

 

Cabe a essa geração de brasileiros que, há mais de um ano, vem experimentando as agruras de uma pandemia, adaptar-se aos novos desafios impostos por essa virose mortal ou, ao menos, seguir o exemplo e os ensinamentos de outros concidadãos que, entre 1918 e 1920, enfrentaram a grande gripe espanhola, que, só no Brasil, deixou mais de 35 mil mortes, numa época em que a população do país era de aproximadamente 30 milhões de indivíduos. Por todo o mundo, a gripe espanhola matou mais de 50 milhões de pessoas, o que faz dessa pandemia a mais mortal de todas as viroses já enfrentada pelos seres humanos. Passado exatamente um século dessa tragédia sanitária, quis o destino, ou algo de sobrenatural, que, em 2020, o mundo viesse a atravessar mais um longo corredor da morte.

Numa época em que os serviços sanitários e de prevenção eram ou precaríssimos, ou inexistentes, a chegada dessa virose, vinda possivelmente de navio, direto de Portugal, começou a se alastrar pela população a partir do porto de Recife, no outono de 1918. Em poucas semanas, já havia sido registrado casos na Bahia, São Paulo e Rio de janeiro. Naquela ocasião, era impossível um tratamento eficaz no combate à gripe espanhola, resumindo-se as recomendações médicas à hidratação e uma alimentação moderada à base de caldo de galinha, xaropes, tônicos e outros procedimentos sem base científica e de pouca eficácia.

Não surpreende que muitos doentes tenham morrido em decorrência da mutação rápida desse vírus da gripe. À semelhança do Sars Cov-19, a gripe espanhola atingia os sistemas respiratório, nervoso, renal e circulatório, provocando sensação de falta de ar e dificuldades para respirar. Para os pesquisadores que vieram a estudar esse vírus, anos mais tarde, a gripe espanhola foi causada por uma mutação aleatória no vírus da gripe comum, dando origem ao já conhecido H1N1. A aspirina foi um dos medicamentos mais utilizados naquela época para o alívio das dores e para baixar a febre, não possuindo capacidade de deter a doença.

À semelhança de hoje também, alguns médicos recomendavam que as pessoas evitassem lugares públicos com muita gente transitando, como estações de trem, mercados, teatros ou escolas. Algumas pequenas cidades foram totalmente abandonadas pela população com receio da doença. Como os antibióticos e a vacinação só viriam uma década depois, o melhor e único método possível contra o vírus era simplesmente evitar a doença, evitar os contatos, isolar-se do mundo.

Também como hoje, as receitas milagrosas se espalhavam por toda a parte. Jornais, revistas, panfletos, discursos e outros meios de comunicação eram usados para espalhar os tratamentos infalíveis, como o uso do tabaco, balas de erva, tônicos e xaropes diversos, benzedeiras, rezas, incensos e outras mandingas do folclore nacional. Coincidência ou não, a mistura de cachaça, mel e limão passou a ser empregada, com relativo sucesso nessa ocasião. Do mesmo modo em que uma parte dos médicos aconselham o uso da Hidroxicloroquina no tratamento precoce do Covid-19, naquela época, ficou famosa a prescrição de sal de quinino, normalmente usado para combater a malária, como remédio para a gripe espanhola, o que levou esse produto a desaparecer do mercado e dos boticários.

Assim como hoje, as autoridades daquela época menosprezaram as consequências da virose, retardando demasiadamente a adoção de medidas públicas. Somente depois que os números de mortos começaram a assustar e a chamar a atenção de todos, é que foram iniciadas algumas ações para conter o vírus, como é o caso do distanciamento físico e preventivo entre as pessoas. A grande diferença, que se observa entre as medidas adotadas naquela ocasião e as que estão sendo implementadas hoje, um século depois, é que o nono presidente da República, naquela época, Venceslau Brás, convocou o cientista Carlos Chagas para comandar os programas de combate à gripe espanhola, sendo que essa feliz escolha resultou na instalação rápida de diversos hospitais emergenciais, além de dezenas de postos avançados de atendimento de socorro.

Durante aquele período, foram impostos ainda o regime de quarentena em diversas instituições públicas e privadas. Escolas foram fechadas. O trabalho interrompido. As disputas e jogos cancelados e as atividades artísticas suspensas em várias cidades do país. Segundo relatos da imprensa, o temor do contágio era imenso. Corpos e mais corpos amontoavam-se nas ruas, por dias e dias, decompondo-se a céu aberto, à espera de recolhimento e enterro.

A frase que foi pronunciada:

“Ao examinar a doença, ganhamos sabedoria sobre anatomia, fisiologia e biologia. Ao examinar a pessoa com doença, ganhamos sabedoria sobre a vida.”

Oliver Sacks, neurologista, escritor anglo-americano

Oliver Sacks. Foto: divulgação

Doe

Quem conhece Julia Passarinho sabe o amor e dedicação que ela tem pela Casa do Pequeno Polegar. Com toda essa crise, as doações foram insuficientes para alimentar as 228 crianças. É hora de arregaçar as mangas e contribuir com essa instituição pioneira de Brasília. Depósitos no Banco do Brasil. Ag 3129-1 CC 15387-7 CNPJ 00.094.714/0001-06.

Caediano

Podem falar o que quiser, mas Julian Rocha Pontes foi aluno do Curso de Altos Estudos de Defesa (CAED). Altamente preparado e muito querido por quem o conhece. Fica o registro.

Foto: divulgação

História de Brasília

Ao mesmo tempo, esses horticultores precisam ter mercado garantido para a sua produção, o que teria que ser feito por cooperativas, visto que é impossível ao homem, produzir e vender suas próprias verduras nessas condições. (Publicada em 28/01/1962)