A força da grana sobre o meio ambiente

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

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Reprodução: canal oficial da Câmara dos Deputados no Youtube (TV Câmara)

 

No bate-boca entre o ministro Ricardo Salles e os deputados, que integram as Comissões de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável e Viação e Transporte, reunião essa comandada pela deputada bolsonarista Carla Zambelli (PSL-SP), nessa segunda-feira, estranhamente, nenhum dos lados em contenda tinha a posse, de uma naco sequer, de razão. Chega a ser constrangedor ter que assistir a um espetáculo desse, de tão baixa qualidade e significação para a sociedade, principalmente agora, em que o mundo passou a olhar com lupa grossa as andanças protagonizadas pela equipe que cuida dessa pasta e que, ademais, faz apenas o que ordena o presidente e sua “assessoria paralela”, composta pelos mesmos personagens que colocaram o chefe do Executivo na mira da CPI da Covid.

É o que parcela da população escolheu ter no comando do país e na representação política no Congresso. Uma coisa é certa: os constantes bate-bocas entre representantes do governo e os parlamentares têm servido apenas para levar, ao descrédito, uns e outros, retirando-lhes a característica primordial de autoridades, essencial para todo e qualquer Estado que quer ser respeitado.

Os chamamentos de “moleque”, vindos de um lado e de outro, resumem bem o que foi essa reunião. São cenas que não são vistas apenas no Brasil, mas correm o mundo e dão um retrato bem acabado do que temos em mãos. Não há como negar que a questão do meio ambiente no Brasil nunca foi levada a sério. Por décadas, o palanque político armado em cima desse tema, com promessas e muita falação, jamais impediu o avanço do agronegócio sobre as florestas, o desmatamento, os incêndios e a morte de defensores das florestas.

Jamais serviram também para fechar os olhos do mundo sobre nosso descaso histórico acerca de nosso patrimônio verde. Com Bolsonaro, no entanto, o descaso com a preservação do meio ambiente é patente e sem encenações, tanto nos discursos quanto na prática. Na Cúpula do Clima, o presidente blefou, já que não vai cumprir nenhuma das metas para eliminação de carbono, tanto é que já cortou o orçamento para fiscalização e combate aos incêndios em mais de 34% neste ano em relação à 2019.

Salles sabe disso. Os Estados Unidos sabem disso e a Europa também. Tanto é que as maiores redes de supermercados europeus já anunciaram que irão parar de vender produtos do Brasil, caso o projeto de lei 510/2021, que tem apoio do Planalto, seja aprovado. O referido projeto poderá mudar radicalmente a lei brasileira de proteção das terras públicas, prevendo que aqueles que desmataram, mesmo ilegalmente, poderão se tornar posteriormente donos dessas glebas já ocupadas, numa inversão total do que seria minimamente razoável.

O mundo vê esses absurdos e sabe que, no atual governo, os níveis de desmatamento e de incêndios, tanto na floresta Amazônica quanto no Pantanal, têm sido um dos maiores da história. O avanço da monocultura e do gado sobre as florestas e o pantanal tem sido internacionalmente acompanhado par i passo e por isso mesmo chamado de marcha para a morte. Infelizmente, os interesses políticos e econômicos continuam, como nunca, a pautar o destino de nosso meio ambiente.

A frase que foi pronunciada:

Não vou fugir e nem abandonar a luta desses agricultores que estão desprotegidos no meio da floresta. Eles têm o sagrado direito a uma vida melhor numa terra onde possam viver e produzir com dignidade sem devastar.”

Dorothy Stang

Campanha

Sem cerimônia, um senhor baixou a máscara e espirrou dando uma chuveirada de secreção em quem passava por perto. Já passou da hora de o Ministério da Saúde investir em campanha publicitária educando a população. As lições são pós-pandêmicas. Espirrar na dobra do braço, lavar sempre as mãos, manter a higiene pessoal… isso funciona para a vida toda.

 

Pagador e cobrador

Bem que o filósofo de Mondubim repetia que ótimos cobradores geralmente são péssimos pagadores. Basta ver a luta para conseguir receber precatórios do governo, ou prestar serviço para o Banco do Brasil. Nesse caso, se o atraso do pagamento fosse corrigido pelo mesmo valor do cheque especial estaria tudo bem. Mas levar 90 dias para pagar por serviços e não pagar um centavo a mais pelo atraso é uma beleza. Ou deve ser uma beleza para quem paga.

Charge do Ivan Cabral

Bonito

Bonita a foto que corre nas redes sociais onde os super heróis se curvam para a passagem do corpo funcional hospitalar. Veja a seguir.

Palanque

O que os políticos, principalmente da oposição, ainda não entenderam é que fazer da pandemia um palanque só vai provar que o presidente Bolsonaro sempre teve razão. Foi só cortar o dinheiro para todos serem contra ele. Quem não recebia subvenção do governo estava lá na Esplanada dos Ministérios. Alguém viu apoio? O povo estava lá. Só o povo. Povo só.

História de Brasília

Até hoje a Novacap não registrou um único  lote de  Taguatinga. Esta, a razão pela qual a Caixa-Econômica não poderá financiar uma única  residência naquela cidade satélite. (Publicada 01.02.1962)

Aos novos Chicos Mendes que chegam

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Foto: Ricardo Salles MMA

 

Quem assistiu à audiência pública na qual o delegado Alexandre Saraiva, ex-superintendente da Polícia Federal no Amazonas, respondeu a perguntas formuladas por integrantes das Comissões de Legislação Participativa e de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, por videoconferência, ficou com a nítida impressão de que parlamentares que o inqueriram — mais do que buscarem informações que esclareçam o caso envolvendo o ministro Ricardo Salles e os madeireiros e grileiros ilegais — estavam naquela sessão para ameaçar veladamente o profissional, caso ele prossiga na intenção de denunciar esses graves crimes.

O tom comum, entre os deputados que tentaram desqualificar as sérias denúncias, pareceu a muitos, por seu uníssono conteúdo, um recado e uma admoestação, vindos de cima, para que Saraiva parasse com essas denúncias antes que fosse tarde demais. Para um policial que se viu repentinamente tolhido em cumprir seu dever, trabalhando numa região que é muito mais do que um continente desejado por hordas de malfeitores e oportunistas de todo tipo, e ainda mais combatendo gente sabidamente poderosa, com relações estreitas com o poder em Brasília, nada mais restou a não ser tornar públicas e notórias suas investigações, antes que um mal maior qualquer possa acontecer.

Aqueles parlamentares que não o ameaçavam diretamente, tentavam, ao menos, impedir o depoimento, receosos de que novas denúncias viessem à tona. Os aliados do presidente Jair Bolsonaro, querendo mostrar serviço ao Palácio do Planalto, como uma verdadeira tropa, definitivamente não estavam naquela Comissão para esclarecer o ocorrido que determinou o rápido afastamento do delegado do Amazonas. A intenção primeira, e devidamente ensaiada por suas excelências, era a de transmitir medo e incertezas ao profissional, tumultuando uma sessão que, num governo que prezasse a ética, seria de grande valia para toda a nação e, quiçá, colaboraria para tornar difícil o trabalho das quadrilhas que agem naquela região, desmatando e grilando terras públicas por décadas a fio.

Em vez de se preocuparem em limpar a imagem do país perante o mundo, num momento em que a humanidade busca uma saída de emergência para a destruição do meio ambiente no planeta, esses maus políticos preferiram, mais uma vez, proteger a figura o chefe do Executivo, mesmo que isso concorra para o aumento da derrubada de nossas florestas, com as consequências que, todos sabemos, virão em forma de extinção de nossa espécie.

Para deputados sem noção, aliados de madeireiros ilegais, quem, na verdade, está em “maus lençóis” não é o delegado que busca cumprir seu dever, como servidor público, e sim políticos dessa estirpe, que colocam suas prioridades acima do bem comum.

Para essa tropa de choque que tentou intimidar o delegado devido ao “inquérito feito de forma totalmente apaixonada”, a resposta veio curta: “Quero defender é o meio ambiente. Por isso, não tenho receio de perder o emprego ou a vida. Estou pensando no Brasil”. Aos novos e poucos Chicos Mendes que chegam e são, por isso, perseguidos e humilhados, nosso mais amplo apoio e solidariedade.

 

 

A frase que foi pronunciada

“Os seringueiros, os índios, os ribeirinhos há mais de 100 anos ocupam a floresta. Nunca a ameaçaram. Quem a ameaça são os projetos agropecuários, os grandes madeireiros e as hidrelétricas com suas inundações criminosas”
Chico Mendes

Foto: Denise Zmekhol/Exame

 

Merecido
Solenidade na embaixada da Itália condecorou o padre José Rinaldi, do Ceal, pelo trabalho com crianças com deficiência e que vivem em estado de vulnerabilidade social. Cavaleiro da Ordem da Estrela da Itália foi o título entregue ao padre pelo embaixador Francesco Azzarello.

Padre José. As fotos foram publicadas na página oficial do Santuário São Francisco de Assis no Instagram.

 

Pela paz
Quem é que vai querer brigar com um batalhão de advogados e com pais de alunos do colégio Everest, um dos mais caros da cidade? Bom. O ministro Peluzzo está do lado dos moradores, furiosos com as obras construídas em velocidade máxima em área habitacional sem estudo de fluxo de tráfego convincente. E mais! O Ministério Público mandou parar as obras. A única dúvida que paira é: Se os moradores da região não querem o colégio ali, se o colégio tem dinheiro, por que não escolhe uma área destinada à construção de escolas? Tão simples!

Foto: 61brasilia.com

 

Absurdo
Se o aplicativo do transporte urbano de Brasília funcionasse, haveria menos sofrimento para os passageiros. Aos sábados, domingos e feriados, a espera por um ônibus costuma passar dos 40 minutos.

Moradores se aglomeram em parada de ônibus em Ceilândia, no DF — Foto: TV Globo/Reprodução

 

Está errado
Estabelecimentos comerciais são obrigados a emitir nota fiscal. Ninguém ou quase ninguém entende a razão de não haver uma máquina registradora nos postos de gasolina emitindo nota fiscal, como todos os estabelecimentos. O que existe são frentistas treinados para demorar a emitir o documento até o cliente desistir de esperar pelo recibo.

Ilustração: cr.inf

 

História de Brasília
Embora parcialmente, estão funcionando os postes de iluminação do aeroporto. É a área tecnicamente mais bem iluminada do país. Falta, entretanto, que o Ministério da Aeronáutica faça uso dos seus geradores, e a carga atualmente jogada naquele trecho, seja utilizada nas residências das QL. (Publicada em 01.02.1962)

Atuação suspeita

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Foto: divulgação

 

Em países onde autoridades do Estado e os cidadãos comuns são iguais perante a lei, submetendo-se, sem chances de protelar, aos mesmos rigores das penalidades, a situação, como a apresentada agora pelo atual ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, acusado, com outros próceres da região amazônica, de integrar organização criminosa, orquestrada por madeireiros, geraria uma crise sem precedentes, com a queda do governo, além de uma ampla investigação que, no mínimo, levariam todos para detrás das grades por um longo período.
Mas, em se tratando de Brasil, onde a lei é cumprida apenas quando se trata de punir gente comum, sem lastro político, a situação ganha outra dimensão, ou dimensão nenhuma, com possíveis processos apenas para aqueles que ousaram divulgar a situação insólita de um ministro do Meio Ambiente se colocando na posição de defesa dos infratores e contra os fiscais.
Não é de hoje que entidades e ONGs sérias, ligadas à defesa do meio ambiente, vêm denunciando a atuação do atual ministro Salles em desfavor dos órgãos de fiscalização e em prol do que ele mesmo chama de “empresários” do setor madeireiro. O delegado federal Alexandre Saraiva, exonerado, a mando do governo, dentro do projeto de interferência nos quadros de comando da Polícia Federal, foi quem denunciou a trama envolvendo o ministro e os madeireiros que vêm derrubando centenas de milhares de metros cúbicos de madeira de forma ilegal a cada temporada, e vinha investigando o caso escabroso até aqui.
Com seu afastamento arbitrário, as investigações que associam o ministro, alguns parlamentares e outros empresários em sofisticado esquema de extração ilegal de madeira voltam à estaca zero ou serão, possivelmente, arquivadas e perdidas num fundo de gaveta qualquer da burocracia corrupta e seletiva.
Em reportagem detalhada, a revista IstoÉ desta semana relata um suspeitíssimo envolvimento do ministro com famílias acusadas de liderarem a grilagem de terras públicas na Região Amazônica, atuando, ao mesmo tempo em que dificulta a ação fiscalizadora do Poder Público, como se fosse advogado de defesa desses madeireiros junto ao governo, numa clara manifestação de advocacia administrativa, desprezando todo e quaisquer indícios de crimes ambientais que esses “empresários” cometem.
As imagens de satélite e mesmo os sobrevoos nessas áreas desmatadas comprovam o cometimento desses crimes continuados e que são, constantemente, denunciados dentro e fora do país e que vão compondo um quadro bastante negativo desse governo, tornando seus discursos de promessas em prol do meio ambiente em letra morta, para prejuízos de todos os brasileiros e, principalmente, para as próximas gerações.
A frase que foi pronunciada
“O pulmão do mundo é o seu quintal.”
Dona Dita, irritada com interesses estrangeiros nas terras brasileiras
Foto: PAULO WHITAKER / Agência O Globo
SOS Tostes
Segue a missiva do funcionário da Receita Federal que caiu na malha fina: Preciosismo burocrático na RFB (Receita Federal do Brasil). Falo do ASSINADOR SERPRO. A instituição envia o programa nativo, diga-se de passagem, para a estação de trabalho da RFB, funcionário com certificado digital e, mesmo assim, não consegue instalá-lo. Aparece uma tela com a mensagem: “Para continuar, digite um nome de usuário administrador e a senha.” Concordo com os mecanismos de segurança da RFB, mas o programa é nativo da instituição, não é alienígena. Veja o caso do IRPF/2021 (nativo): a RFB envia para a estação de trabalho sem nenhum capricho burocrático.
Foto: ultimasnoticias.inf.br
Livro infantil
Lara e as Gotas de Orvalho, de Florismar Gasparotto. Um livro que merece a leitura preliminar dos pais para discutir o assunto e a abordagem, já que trata da morte de uma criança de forma bastante natural. Florismar apresentou o texto a uma editora, que pediu para que ela mudasse o final da história. Ela manteve o enredo e produziu o livro por conta própria. Agora, é testar a aceitação do público.
Uma pena
Interessante shopping funcionar, escola funcionar e o GDF ainda ter serviço não disponível ao público por causa do Covid. Não há o menor cabimento em fechar as portas dos viveiros da Novacap. São locais ao ar livre, ótimo passeio para as famílias.
Foto: novacap.df.gov
Dia das Mães
Comércio de Brasília respira esperança de vendas no Dia das Mães. O prejuízo tem deixado muitos empresários sem ação, preocupados e até com depressão. A vacina é de ânimo.
Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
História de Brasília
Se tal ocorrer, é um absurdo. Logo agora que a Secretaria de Educação está construindo várias escolas, cancela o concurso para professoras. Quem vai ensinar, então? Nós, particularmente, não nos preocupamos, porque, por lei, é obrigatório em todo o país o ensino primário.  (Publicada em 01.02.1962)

Água mineral pede Socorro

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Foto: Vinicius Cardoso Vieira/Esp. CB/D.A Press – 3/10/18

 

Aproveitando a “calmaria” que o isolamento prolongado impôs a todos, inclusive aqueles profissionais devotados à fiscalização e à proteção do meio ambiente do nosso país, a máquina de fabricar leis niilistas e de moer esperanças, localizada dentro do Palácio do Planalto, segue funcionando a todo o vapor, imprimido diretrizes que, em última análise, visam tão somente impor, sobre nosso riquíssimo e já castigado bioma, a concepção de riqueza e progresso tal como entendido no princípio do século XVIII, durante a Revolução Industrial.

Nesse quesito, trata-se de uma política absolutamente obscurantista, que parece culpar a natureza exuberante pelos descaminhos e desventuras tomados por parcela da população. Não se pode dizer, contudo, que a população tenha sido apanhada de surpresa. O sinal de fumaça, indicando que mudanças indesejada viriam a toque de caixa, foi feito, literalmente, pelo atual ministro desse meio ambiente, que a maioria lúcida desse país critica.

Durante a fatídica reunião fechada de 22 de abril último, e que a justiça, pelos descalabros ali confessados, levou ao conhecimento da nação, o ministro Ricardo Salles declarava literalmente: “Então, para isso, precisa ter um esforço nosso aqui enquanto estamos nesse momento de tranquilidade no aspecto de cobertura de imprensa, porque só fala de Covid e ir passando a boiada e mudando todo o regramento e simplificando normas. De IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), de ministério da Agricultura, de ministério de Meio Ambiente, de ministério disso, de ministério daquilo. Agora é hora de unir esforços pra dar de baciada a simplificação”. Para tanto, dizia o ministro, “o governo federal não precisa de Congresso, ainda mais nesse fuzuê.”

Declaração dessa gravidade, vinda de quem, em tese, deveria zelar pela preservação do meio ambiente, soa surreal, para dizer o mínimo. Não satisfeito com a sessão de bajulação e sabujismo explícito, Ricardo Salles ainda emendou sua falação com sugestões ao chefe: “Agora tem um monte de coisa que é só, parecer, caneta, parecer, caneta. Sem parecer também não tem caneta, porque dar canetada sem parecer é cana (…) isso aí vale muito a pena. A gente tem um espaço enorme pra fazer”.

De lá para cá, o que parecia ser retórica de subalterno vai virando realidade. Regulamentações abrindo espaço para mineração e exploração de madeiras em terras indígenas, a permissão para exploração econômica em áreas da Mata Atlântica e outras estultices. O rol de medidas insensatas ao meio ambiente segue numa profusão que vai espantando não só ambientalistas daqui e do exterior, mas colocando o Brasil como pária num mundo que parece ter acordado para os efeitos do aquecimento mortal do planeta.

Uma das últimas medidas anunciadas por esse ministério para modernizar a área, dentro dos parâmetros de desenvolvimento do século XVIII, é o da privatização do Parque Nacional de Brasília-PNB, onde está localizada a idílica Água Mineral, transformando aquele patrimônio verde, e de inestimável valor a quem mora em Brasília, numa espécie de parque aquático, com infraestrutura de turismo e outros “avanços” ao gosto do atual governo.

Por certo, o atual titular da pasta do meio ambiente desconhece o fato de que nessa área de 42.300 hectares, que abriga espécies variadas de plantas e animais, está localizada também o segundo principal reservatório de água potável do Distrito Federal, que engloba a Barragem de Santa Maria, de importância vital para o futuro da capital e de seus habitantes.

Quem sabe algum empresário chinês enxergue a oportunidade ímpar dessa privatização e estabeleça naquele local um resort de luxo ou coisa do gênero, que demonstre, ao mundo, nosso total despreparo para cuidar de tão preciosa joia.

 

 

 

A frase que não foi pronunciada:

“Mude o nome de Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade para Instituto de Natação e Recreio Braço Forte e Mão Amiga General Médici. Mas não acabe com a Água Mineral, ou Parque Nacional, esse patrimônio dos moradores de Brasília.”

Dona Dita, pensando, ainda com esperança em reverter essa atrocidade
contra a população de Brasília.

 

Devagar com o andor

Quando ouvir falar em qualquer vacina, pense em Anvisa. Acontece que, apesar do alarde, o laboratório russo não pediu autorização da Agência de Vigilância Sanitária para registrar a vacina do Covid-19 no Brasil. A exemplo dos agrotóxicos, ou urnas eletrônicas, que são proibidos ou não queridos em outros países e aceitos por aqui, é preciso muita calma nessa hora. Parceria estratégica pode significar muita coisa.

Vídeo: divulgação da vacina russa remete à corrida espacial (reprodução: g1.globo.com)

 

Valorizar

Como cidade base na construção de Brasília, o Núcleo Bandeirante merece uma sinalização melhor. Inclusive com alusão à história da capital. Para quem conhece a cidade, todos os caminhos são claros. Mas quem quer visitar a “Cidade Livre”, pela primeira vez, fica decepcionado com a mesmice.

Foto: Tony Winston/Agência Brasília

 

Monitoramento zero

Nem parece tempo de pandemia. Quem quiser voltar à vida normal basta dar uma passadinha no piscinão do Lago Norte, num domingo ensolarado. Difícil ver alguém com máscara. Brincadeiras na água, churrasquinho,  barracas com cerveja gelada e muita alegria.

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Figura de alta estima em Brasília, o sr. Vasco Viana de Andrade tem emprestado seu esforço e sua capacidade a todos os grandes empreendimentos de Brasília. Quando comandou a urbanização da cidade do Gama, foi classificado pelos nossos então Eros e Anteros como o Vasco da Gama. Agora, é o Anteros quem volta a falar, comigo, sobre o nosso Vasco, chamando0o de Vasco da Grama. (Publicado em 13/01/1962)