A força da grana sobre o meio ambiente

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

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Reprodução: canal oficial da Câmara dos Deputados no Youtube (TV Câmara)

 

No bate-boca entre o ministro Ricardo Salles e os deputados, que integram as Comissões de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável e Viação e Transporte, reunião essa comandada pela deputada bolsonarista Carla Zambelli (PSL-SP), nessa segunda-feira, estranhamente, nenhum dos lados em contenda tinha a posse, de uma naco sequer, de razão. Chega a ser constrangedor ter que assistir a um espetáculo desse, de tão baixa qualidade e significação para a sociedade, principalmente agora, em que o mundo passou a olhar com lupa grossa as andanças protagonizadas pela equipe que cuida dessa pasta e que, ademais, faz apenas o que ordena o presidente e sua “assessoria paralela”, composta pelos mesmos personagens que colocaram o chefe do Executivo na mira da CPI da Covid.

É o que parcela da população escolheu ter no comando do país e na representação política no Congresso. Uma coisa é certa: os constantes bate-bocas entre representantes do governo e os parlamentares têm servido apenas para levar, ao descrédito, uns e outros, retirando-lhes a característica primordial de autoridades, essencial para todo e qualquer Estado que quer ser respeitado.

Os chamamentos de “moleque”, vindos de um lado e de outro, resumem bem o que foi essa reunião. São cenas que não são vistas apenas no Brasil, mas correm o mundo e dão um retrato bem acabado do que temos em mãos. Não há como negar que a questão do meio ambiente no Brasil nunca foi levada a sério. Por décadas, o palanque político armado em cima desse tema, com promessas e muita falação, jamais impediu o avanço do agronegócio sobre as florestas, o desmatamento, os incêndios e a morte de defensores das florestas.

Jamais serviram também para fechar os olhos do mundo sobre nosso descaso histórico acerca de nosso patrimônio verde. Com Bolsonaro, no entanto, o descaso com a preservação do meio ambiente é patente e sem encenações, tanto nos discursos quanto na prática. Na Cúpula do Clima, o presidente blefou, já que não vai cumprir nenhuma das metas para eliminação de carbono, tanto é que já cortou o orçamento para fiscalização e combate aos incêndios em mais de 34% neste ano em relação à 2019.

Salles sabe disso. Os Estados Unidos sabem disso e a Europa também. Tanto é que as maiores redes de supermercados europeus já anunciaram que irão parar de vender produtos do Brasil, caso o projeto de lei 510/2021, que tem apoio do Planalto, seja aprovado. O referido projeto poderá mudar radicalmente a lei brasileira de proteção das terras públicas, prevendo que aqueles que desmataram, mesmo ilegalmente, poderão se tornar posteriormente donos dessas glebas já ocupadas, numa inversão total do que seria minimamente razoável.

O mundo vê esses absurdos e sabe que, no atual governo, os níveis de desmatamento e de incêndios, tanto na floresta Amazônica quanto no Pantanal, têm sido um dos maiores da história. O avanço da monocultura e do gado sobre as florestas e o pantanal tem sido internacionalmente acompanhado par i passo e por isso mesmo chamado de marcha para a morte. Infelizmente, os interesses políticos e econômicos continuam, como nunca, a pautar o destino de nosso meio ambiente.

A frase que foi pronunciada:

Não vou fugir e nem abandonar a luta desses agricultores que estão desprotegidos no meio da floresta. Eles têm o sagrado direito a uma vida melhor numa terra onde possam viver e produzir com dignidade sem devastar.”

Dorothy Stang

Campanha

Sem cerimônia, um senhor baixou a máscara e espirrou dando uma chuveirada de secreção em quem passava por perto. Já passou da hora de o Ministério da Saúde investir em campanha publicitária educando a população. As lições são pós-pandêmicas. Espirrar na dobra do braço, lavar sempre as mãos, manter a higiene pessoal… isso funciona para a vida toda.

 

Pagador e cobrador

Bem que o filósofo de Mondubim repetia que ótimos cobradores geralmente são péssimos pagadores. Basta ver a luta para conseguir receber precatórios do governo, ou prestar serviço para o Banco do Brasil. Nesse caso, se o atraso do pagamento fosse corrigido pelo mesmo valor do cheque especial estaria tudo bem. Mas levar 90 dias para pagar por serviços e não pagar um centavo a mais pelo atraso é uma beleza. Ou deve ser uma beleza para quem paga.

Charge do Ivan Cabral

Bonito

Bonita a foto que corre nas redes sociais onde os super heróis se curvam para a passagem do corpo funcional hospitalar. Veja a seguir.

Palanque

O que os políticos, principalmente da oposição, ainda não entenderam é que fazer da pandemia um palanque só vai provar que o presidente Bolsonaro sempre teve razão. Foi só cortar o dinheiro para todos serem contra ele. Quem não recebia subvenção do governo estava lá na Esplanada dos Ministérios. Alguém viu apoio? O povo estava lá. Só o povo. Povo só.

História de Brasília

Até hoje a Novacap não registrou um único  lote de  Taguatinga. Esta, a razão pela qual a Caixa-Econômica não poderá financiar uma única  residência naquela cidade satélite. (Publicada 01.02.1962)

Crimes invisíveis

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Foto: istoe.com.br

 

Com a disseminação no uso das mídias sociais, no dia a dia de boa parte da população do mundo, a interlocução entre o Estado e a sociedade ganhou um impulso jamais imaginado antes. Com isso modificaram-se drasticamente as relações entre os cidadãos e os governos, criando-se uma espécie de instantaneidade no diálogo entre o poder e o povo.

Não é preciso dizer que essas novas tecnologias da comunicação conferiram também maior efetividade à chamada opinião pública, potencializando, ao infinito, o peso dessa massa sobre o Estado. Atentos ao alcance desses novos meios, políticos e marqueteiros de todas as matizes ideológicas passaram a utilizar esses canais para construir imagens hipotéticas ou, ao contrário, destruir reputações, atirando na lama o nome de todo e qualquer adversário. Para isso, passaram a veicular nesses novos prodígios da tecnologia o que de mais velho existe no mundo que é a mentira.

Com as mídias sociais, também a mentira e calúnia adquiriram uma vida e velocidade de difusão fantástica, fazendo estragos em tempo relâmpago e com um alcance até então inimaginável. Em tempos de internet, a propagação de notícias falsas se tornou, em pouco tempo, um fenômeno mundial e, por isso mesmo, tem sido alvo de ações que buscam criminalizar pesadamente sua prática. Ainda assim verifica-se que no mundo das relações e disputas políticas, a utilização e propagação de notícias inverídicas é cada vez mais uma prática usual. Não apenas em épocas de eleição, quando essa difusão é enorme, mas até mesmo no cotidiano.

Em mãos de gente sem escrúpulos, a ferramenta da internet foi transformada em uma arma, pronta para sabotar, difamar e arruinar tanto o antigo correligionário como o adversário da oposição. Não há limites, nem na ética, nem nas leis, que possam impedir que grupos de pessoas ou robôs espalhem as chamadas fake news. Um exemplo bem nítido e atual na utilização desse tipo de prática nefasta pode ser verificado na recente briga visando o controle do partido ou mais precisamente do caixa milionário do PSL.

Nesse episódio, tanto aqueles que se posicionaram ao lado do presidente da legenda, Luciano Bivar, como aqueles que defendiam a posição da família Bolsonaro cuidaram, logo num primeiro momento, de inundar as mídias com umas saraivadas de notícias sempre com trocas de críticas e denúncias de lado a lado. Nesses embates inglórios, o mais grave parece ser a denúncia feita pela ex-líder do governo na Câmara, deputada Joice Hasselmann (PSL-SP). Depois de perder o cargo de modo abrupto, a deputada acusou os filhos do presidente Jair Bolsonaro de comandarem uma rede do que chamou de “milícia virtual”, composta por 1,5 mil perfis falsos, de difundir fake news e atacar adversários ou antigos aliados.

Segundo disse, essa milícia age dentro do Palácio do Planalto e é paga com dinheiro público para executar essa tarefa ilegal. Caso consiga provar o que disse na justiça, estará aberta mais uma crise, dessa vez, real e de graves proporções, erguida, quem diria, em cima de notícias falsas, divulgadas nas redes.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“O tempo dos chefes de governo que acreditavam personificar o Estado ficou pra trás há mais de 300 anos. Luís XIV achava que o estado era ele. Nas democracias e no Brasil, não há lugar para luíses assim.”

José Serra, atual senador da República

Foto: Beto Barata/PR

 

 

Brasil saqueado

É bom que ninguém esqueça o assalto feito no aeroporto paulista. Nas notícias nacionais, falam-se em tiros, vítimas, reféns, estradas interditadas, valores, quantidade de ouro. Já na imprensa internacional, um detalhe chama bastante atenção: as contradições quanto ao país destinatário. Inglaterra, Nova York, Nova Zelândia, Suíça. Afinal, qual é o final dessa história?

 

 

Planejamento

Mais moradores desesperados pela falta de planejamento na autorização para instalação de escola em área imprópria. Dessa vez na entre quadra 101/102 do Sudoeste. Segundo moradores, a homologação da licitação foi dia 06/06 e, no início de outubro, já estavam construindo. A elaboração de projetos, aprovação no DF, CEB, Caesb, Novacap e obtenção de alvará nunca ocorreu em uma velocidade inabitual. A administração regional confirma: a fila para acessar o colégio será longa e terá impacto em todas as vias. Contamos com o seu apoio para evitar esse desastre no Sudoeste.

Assista sobre em: Moradores do Sudoeste se unem contra construção de escola particular

Reprodução: globoplay.globo.com

 

 

Navegar

Órgãos públicos de todas as instâncias mostram respeito ao contribuinte de uma forma muito simples: mantendo a página na internet atualizada. Nomes que não existem mais nas assessorias, quem é quem totalmente fora de realidade, até notícias de anos atrás mostram o descaso com os internautas.

Arte: portaltransparencia.gov

 

 

História de Brasília
Venceu a firma do Recife. Dois dias depois, a firma do Crato telegrafou diminuindo os preços, e, apesar de aprovada a concorrência, a encomenda foi feita a essa mesma firma do telegrama. (Publicado em 03/12/1961)

A ciranda das reformas

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Ilustração: blogdapoliticabrasileira.com.br

 

Colocadas em ordem de prioridade, que reformas deveriam ser aprovadas em caráter de urgência para abrir caminho para a plena governabilidade do país? De fato, entra ano, sai ano, e as reformas, mesmo aquelas que foram retaliadas, deformadas e depois aprovadas, como é o caso da reforma política, vão ficando no meio do caminho e, com isso, o Brasil vai seguindo aos tropeços, incapaz de irromper a casca grossa do subdesenvolvimento.

Sem ordenamentos jurídicos modernos e adequados à realidade atual do país, não há possibilidade de avanços em nenhuma área. Considerada a mãe de todas as reformas, a reestruturação política, conforme desejava a população para trazer o Legislativo à realidade nacional, ficou, obviamente, restrita a interesses imediatos da classe política e, sobretudo, dos partidos. Com isso, antigos privilégios foram mantidos, sendo que alguns, como o financiamento público a campanhas, na tentativa de acabar com o caixa dois, foram estrategicamente engendrados no novo modelo. Dessa forma o que a tão pretendida reforma política obteve de concreto foi a transferência de enormes recursos públicos para os próprios partidos, mesmo aqueles sem qualquer representação consistente no parlamento.

A chamada crise do laranjal do PSL, que se abate agora sobre o governo Bolsonaro, é fruto direto dessa dinheirama que passou a ser escoada para os partidos. O que muitos especialistas em financiamento de campanhas temiam, aconteceu de fato, com a simulação de distribuição farta de dinheiro para candidatos inexpressivos ou laranjas, mas que, na realidade, ficaram com os caciques dos partidos. Criou-se assim um novo tipo de caixa dois, articulado dentro das próprias legendas, com gente do próprio partido, em arranjos engenhosos onde o dinheiro público é usado de forma ilegal e desleal.

Com o desvirtuamento da reestruturação política, que seria assim uma espécie de alicerce institucional para a República, ficaram comprometidas também todas as demais reformas, mesmo aquelas vitais para o funcionamento diário do país, como é o caso da reforma trabalhista e agora a reforma da Previdência.

Juristas que acompanham essas movimentações acreditam que a confecção dessas reformas, conforme têm sido feitas até aqui, acabam por prejudicar e enfraquecer a própria Constituição, criando um labirinto de leis que parecem girar num carrossel, sem chegar a lugar algum, e o que é pior, mantendo privilégios e outras distorções do passado. Na impossibilidade de concretização das reformas de base, como é o caso da política, todas as demais subsequentes, inclusive a da Previdência, sofrerão as inevitáveis intervenções cirúrgicas, de modo a adaptá-la aos interesses imediatos dos congressistas e dos grupos de pressão.

Acreditar que a reforma da Previdência sairá do Congresso sob medida e capaz de agasalhar “comme il faut” as necessidades nacionais, servindo, como uma luva, às expectativas e necessidades atuais é sonhar alto. O antigo e odioso toma lá dá cá, aparentemente sepultado no atual governo, cobrará seu preço de uma forma ou de outra e por uma razão simples: a reforma política, que poderia acertar um tiro fatal nessa modalidade de negociação, foi feita pela metade, justamente para não colocar um ponto derradeiro ao chamado presidencialismo de coalizão, benéfico somente a todos aqueles instalados no poder.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Se o pacote anti crime, do ministro Moro, não vier a ser aprovado antes de qualquer reforma, o que vai acontecer é que os trabalhadores, pela reforma da Previdência, terão, mais uma vez, o corte na própria carne, para depois os estados e municípios continuarem a corromper e surrupiar sem punição.”

Marcos Tavares, estudante de Direito

Charge do Spon Holz

 

Pauta

Mônica de Araújo Freitas, que coordenava o cerimonial do Senado, conhece muita gente. Há um ano e meio, criou um grupo de vendas. “Desapegue entre amigas”. Sua lista de amigas começou com 250 pessoas interessadas em comprar e vender produtos de primeira linha. Pelas fotos de objetos pessoais, eram feitas as escolhas. Vieram as regras do funcionamento. Pioneira nesse segmento, Mônica abre o segundo grupo chamando a atenção de lojistas e donos de brechós que passaram a integrar o grupo. O sucesso é total.

Leia mais em: Desapegadas! Brechó de Mônica Freitas transformou WhatsApp em negócio

–> Quem quiser se inscrever o que deve fazer? Mandar WhatsApp para (61) 98177-0705 (Grupo da Mônica)

 

IBRAV

O Instituto Brasileiro de Análise de Veracidade, de abordagem científica na identificação das distorções da comunicação que querem controlar e manipular determinados segmentos sociais, começa a preparar um curso bastante interessante que começará a ser divulgado em maio. Entre os assuntos, as técnicas de propaganda, psicologia de massas, efeitos da propaganda sobre as massas, análise de propaganda adversa e contrapropaganda como instrumento da neutralização da propaganda adversa. Os instrutores: Maurício Viegas (Especialista em Inteligência Estratégica) e Marcus Reis, advogado especialista em Temas de Segurança e Defesa. Mais informações: contato@ibrav.org.br.

Foto: ibrav.org.br

 

É brincadeira!

Investigados por “desordem eleitoral”, policiais militares que denunciaram suspeitas em urnas eletrônicas ficariam estupefatos com o que aconteceu no plenário do Senado. Agora é certeza de que nem as urnas com votos impressos são 100% confiáveis. Um país desses é sério? Ainda duvidaria Claude Lévi-Strauss.

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Os médicos de fora não poderem usar o Hospital Distrital é errado. Não se compreende em cidades como Rio e S. Paulo, onde isto ocorre, mas em Brasília, onde há apenas um hospital, é um direito. (Publicado em 10.11.1961)