Rotina malsã

Publicado em Deixe um comentárioÍNTEGRA

ARI CUNHA

Visto, lido e ouvido

Desde 1960

com Circe Cunha e Mamfil

colunadoaricunha@gmail.com;

Charge: ovaledoribeira.com.br
Charge: ovaledoribeira.com.br

        Quem assiste, lê ou ouve nas rádios os principais noticiários de nosso cotidiano, geralmente ao fim do dia, depois de uma longa e exaustiva jornada de trabalho, vai para a cama cada vez mais convencido de que esse é realmente um país sui generis e de riquezas inesgotáveis. De outra forma, como seria possível ao Brasil não ter ainda desaparecido do mapa mundi e resistido a mais de quinhentos anos de pilhagem contínua?

        Esse, sem dúvida, é um mistério que parece caber bem nos contos ao estilo realismo fantástico. A sequência ininterrupta com que desfilam impávidos e, na nossa cara, os mais inusitados e escabrosos casos de desvios de dinheiro público, praticados, na sua maioria, pelas principais lideranças políticas do país, é tamanha que, para caber na nossa realidade, se transforma numa espécie de rotina, em que a banalização do mal é vista sem maiores sustos.

         Com a expansão das mídias pelas redes sociais, a sensação é de que esses casos passaram a se repetir de hora em hora, incentivados pela leniência de parte dos órgãos fiscalizadores, com apoio também de parcela do próprio judiciário, afoito em conceder habeas corpus aos convivas do mesmo andar social. Para os muitos brasileiros de bem, essa rotina malsã não tem sido capaz ainda de entorpecer a capacidade de se indignar e de manter alguma esperança de que, em algum momento, a rapinagem irá cessar, quer pela exaustão das riquezas, seja pela revolta popular ou pela tomada de consciência da parte sadia da justiça.

         Enquanto isso não ocorre, furtam, como dizia Padre Antônio Vieira já em 1655, “pelo modo infinitivo, porque não tem fim o furtar com o fim do governo, e sempre aqui deixam raízes, em que se vão continuando os furtos.” São tantos casos seguidos que um canal de televisão até já criou uma espécie de logomarca padrão, que aparece sempre ao fim do noticiário policial, bem no rodapé da TV, em que se lê entre parênteses: “O que dizem os citados”.

          Começa então o desenrolar das ladainhas das mais estapafúrdias justificativas de cada um desses envolvidos no que parece ser o maior cipoal de ladravazes já reunidos, de uma só vez num mesmo Estado. “Refuto as aleivosias assacadas contra minha pessoa” surge como a desculpa esfarrapada mais ouvida.

          A vingança que muitos enxergam para esses gatunos é que o produto de suas rapinagens acabará, ao fim de um longo processo, na algibeira de seus obsequiosos advogados, em forma de honoráveis honorários, transformados em mansões, carros de luxo, relógios sofisticados, vinhos finíssimos e outros itens tão ao agrado dessa gente que forma uma casta aparte da nação e que, ao fim, ao cabo, é tudo farinha do mesmo saco.

A frase que foi pronunciada:

“Se fosse necessário estudar todas as leis, não teríamos tempo para as transgredir.”

Johann Goethe

Charge: Dum (pinterest.com)
Charge: Dum (pinterest.com)

CCJ

Dia 11, quarta-feira, 11h30, na sala 9, o diretor da ANS, Leandro Fonseca da Silva, dividirá o tempo para colocações, na Comissão de Assuntos Sociais do Senado, com representantes do Tribunal de Contas da União, do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor e da Confederação Brasileira de Aposentados, Pensionistas e Idosos. O convite foi feito pela senadora Marta Suplicy, presidente da CAS. Na pauta, os reajustes nos planos de saúde.

Agronano

Surgem, pelos estudos da Embrapa, soluções tecnológicas surpreendentes. Filmes comestíveis com sabor de frutas e de vegetais, fertilizantes de liberação controlada e algodão colorido. Com apoio na nanotecnologia, a empresa cria estratégias para parcerias e integração com os jovens empreendedores que são estimulados a participar do ambiente empresarial.

Foto: embrapa.br
Foto: embrapa.br

Brasil

Por falar nisso, a UnB tem centenas de registros de softwares e 167 pedidos de patente. A Lei de Patentes no Brasil aponta para um período de 18 meses de sigilo antes de o produto ser publicado. Atualmente no INPI são 218 mil pedidos de patentes em atraso, sendo que são 10 anos para ser aprovado. Mauro Maia disse em uma Comissão do Senado que o instituto chegou até aqui nesse momento e nesse cenário, com atraso, porque o INPI nunca recebeu o devido olhar. O INPI com autonomia financeira ele é capaz de investir e ter uma estrutura melhor.

Imagem: senado.gov.br
Imagem: senado.gov.br
Autonomia
Mauro Maia disse em uma Comissão do Senado que O instituto chegou até aqui nesse momento, e nesse cenário, com atraso, porque o INPI nunca recebeu o devido olhar. O INPI, com autonomia financeira, é capaz de investir e ter uma estrutura melhor

EUA

Já nos Estados Unidos, a propriedade intelectual representa 40% do Produto Interno Bruto do país (US$ 5,5 trilhões) e baseia-se principalmente em patentes.

Gratidão

Nossos agradecimentos ao colaborador Mamfil, que contribui com esta coluna com seus textos brilhantes, e a Bruna Ribeiro, que trata das atualizações do blog do Ari Cunha.

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Informa-se sem ser de fonte oficial, que o sr. Oscar Niemeyer está pretendendo “tirar o atraso” do ritmo de Brasília, com projetos revolucionários de arquitetura. (Publicado em 25.10.1961)

República como plataforma política

Publicado em Deixe um comentárioÍNTEGRA

ARI CUNHA

Visto, lido e ouvido

Desde 1960

com Circe Cunha e Mamfil

colunadoaricunha@gmail.com;

Charge: lebloghistoria.blogspot.com
Charge: lebloghistoria.blogspot.com

       Uma das lições reveladas por essa que já é considerada a mais persistente e profunda crise já experimentada pelos brasileiros em quinhentos anos de história é que não podemos mais seguir em direção à miragem que nos faz crer que a sobrevivência de nossa democracia está condicionada a rendição da nação aos ditames da política nos moldes em que ela continua sendo feita desde a instalação do esboço de república feito em 1889.

                 Com a crise, anuncia-se agora também o fim das ilusões. Essa sensação é aumentada ainda, sintomaticamente, quando se observa agora o desfilar de candidatos à corrida presidencial e mesmo aos cargos de governadores. Absolutamente, nenhum deles mencionam, nem de longe, que a origem de nossa crise está no modelo de república que esboçamos lá no final do século XIX e que ainda hoje persiste apenas em seu sentido figurado.

        Essa omissão talvez se explique pelo fato de que nenhum deles sabe exatamente do que se trata e por onde começar. Se soubessem recuariam de imediato diante da magnitude da tarefa que se apresenta. Primeiro que a instalação de um modelo de res pública, conforme seu sentido literal de coisa pública, colocaria de imediato em xeque esses postulantes, seus partidos, suas propostas, e, principalmente, todos aqueles que, por décadas, vêm se utilizando da política apenas para o enriquecimento pessoal e de seu grupo próximo.

           Entre nós, desde sempre, a ideia do cuidado com o bem comum, da impessoalidade no trato da coisa pública, da meritocracia, características do conceito de república, ficou apenas no papel e, às vezes, nem isso. Em nosso caso, a instalação da república apenas substituiu um mandatário por outro, permanecendo e até acentuando o antigo modelo oligárquico.

Charge: revistacidade.com.br
Charge: revistacidade.com.br

          De lá para cá, o que se viu foi a privatização sistemática do patrimônio coletivo dos brasileiros por uma elite política que vai se revezando no poder e que tem demonstrado, passados 13 décadas, total insensibilidade para os problemas do país. Talvez esteja no próprio arquétipo dos brasileiros, submetidos, por séculos, ao mais intenso modelo de colonização baseado na exploração exaustiva das riquezas, a raiz dessa deformidade que, ainda hoje, faz de cada um de nós um predador em potencial.

        Como bem lembrou a historiadora e cientista política, Heloisa Starling, da Universidade Federal de Minas Gerais, em seu ensaio “Por onde anda a República?”, ainda em 1630, Frei Vicente do Salvador já observava: “Nenhum homem nesta terra é repúblico, nela zela, ou trata do bem comum, senão cada um do bem particular.”

       Mesmo com as prisões agora de parte dessa elite que tem perpetuado o atraso em nome de uma falsa democracia, o que vamos assistindo em paralelo é o esforço sobre humano dos Poderes do Estado, mormente do Judiciário, na figura de sua Suprema Corte, em proteger esses personagens, por meio de habeas corpus descontextualizados, na tentativa de manutenção do status quo. Não chegam a ser surpresas essas manobras e chicanas, vindas do topo da pirâmide do Estado. Afinal são todos, praticamente, farinha do mesmo saco, possuem as mesmas ambições e prezam a eternização de um modelo de Estado que acreditam, piamente, lhes pertencer por direito e herança.

A frase que foi pronunciada:

“A nossa República permanece inconclusa. O Estado é bem pessoal e é patrimônio de quem tenha poder.”

Heloisa Starling, historiadora e coautora de ‘Brasil: uma biografia’, na FLIP.

Charge: ivancabral.com
Charge: ivancabral.com

Novos vereadores

Jovens Senadores é um programa do Senado no qual escolas de todo o país participam de um concurso de redação. Os vencedores vêm para Brasília e passam pela experiência de discutir, propor e votar em leis. Muitos desses jovens optaram por entrar na vida pública, registrou com orgulho o senador Paulo Paim.

Greve à vista

Ibrahim Yusef, do SINDIRETA-DF, convida seus membros para uma reunião no Parque da Cidade, em frente ao Restaurante Alpinus, no dia 11 desse mês, às 14h. Denúncias sobre a situação do IML e possível paralisação são assuntos da pauta.

Agora vai?

Com o mote “Mais Brasil e menos Brasília”, os coordenadores da campanha de Jair Bolsonaro querem descentralizar as discussões fortalecendo Estados e Municípios.

Foto: twitter.com/CarlosBolsonaro
Foto: twitter.com/CarlosBolsonaro

Importante

Terminou ontem o I Seminário Internacional sobre Educação e Saúde na Terceira Idade. O evento foi organizado pela Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa da Câmara dos Deputados. O seminário discutiu as políticas públicas, diversidade e empoderamento do idoso no contexto atual, e reuniu pesquisadores, estudiosos, além das Universidades Abertas da Terceira Idade (Unatis) de todo o Brasil.

Imagem: camara.leg.br
Imagem: camara.leg.br

Coração puro

Veja a foto no blog do Ari Cunha.

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Com as obras progredindo lentamente, e sem novos planejamentos de construções, Brasília sofrerá um impacto com o ritmo que o novo prefeito, Sette Câmara, dará aos seus trabalhos. (Publicado em 25.10.1961)

Caixinha, obrigado

Publicado em Deixe um comentárioÍNTEGRA

ARI CUNHA

Visto, lido e ouvido

Desde 1960

com Circe Cunha e Mamfil

colunadoaricunha@gmail.com;

Foto: linkjur.com.br
Foto: linkjur.com.br

           Um volumoso capítulo, neste triste enredo da Lava Jato, ainda está por ser escrito revelando os bastidores e as atuações de dezenas de bancas de advogados criminalistas colocados, à peso de ouro, à disposição da maioria dos implicados nessa rumorosa Operação da Polícia Federal e do Ministério Público.

          De fato, a Lava Jato acabou expondo, até pelo montante impressionante de dinheiro envolvido nesses crimes, como é possível à uma categoria profissional, que tem no seu mister a obediência à justiça e à ética, enriquecer da noite para o dia, apenas costurando ações judiciais que livrem seus clientes das grades.

        Nessa altura dos acontecimentos, já ficou claro para todos que o grosso dos honorários recebidos por esses novos milionários veio da mesma fonte onde brotaram os bilhões de reais extraídos em contratos fajutos dessa e de outras estatais. Formam, portanto, um mesmo conjunto de dinheiro sujo, tungado, por meliantes da política, do contribuinte brasileiro. Não se tem, por enquanto, o montante dessa fortuna que acabou recheando as contas bancárias desses agentes da lei. O que se sabe, é que caberiam em muitas grandes malas de grifes famosas. Vale reforçar com letras garrafais que, obviamente, tudo dentro da maior legalidade, para nossos frouxos parâmetros éticos.

         A questão aqui é justamente a legitimidade desses altíssimos honorários, pagos por gente tão famosa, como ousada, e que nunca imaginariam conhecer o catre por dentro. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), tão ciosa de sua existência, jamais ousou inquerir sobre a origem dessa montanha de dinheiro, transferida dos acusados para seus defensores.

          Houvesse um pingo de interesse dessa instituição em esclarecer e criar regras impeditivas para o recebimento de dinheiro suspeito, outro rumo tomaria esse descalabro que afronta os brasileiros de bem. Caberia, antes de tudo, à Justiça, em nome da sociedade, impor condições para deter essa transferência de dinheiro de uma mão para outra, obrigando que envolvidos em casos de desvios do erário fossem representados pelos defensores públicos.

          Não é por outra razão que milhares de advogados desse país estão hoje à serviço da defesa desses corruptos, numa movimentação agitada, impetrando mandatos sobre mandatos, colocando o que ainda resta da boa justiça contra a parede. Até mesmo a transparência que se exige hoje sobre a movimentação do dinheiro público deveria ser usada para revelar os valores pagos em forma de honorários.

          Essa situação surreal faz com que o dinheiro surrupiado da população acabe sendo consumido na defesa desses criminosos, indo parar no fundo da algibeira dos profissionais que têm toda a liberdade de trabalhar no Brasil.

            O pior é que, para muita gente, o que está havendo é uma espécie de lavagem de capitais, utilizando-se desses famosos escritórios para branquear esses recursos. Ou a OAB se pronuncia sobre essas suspeitas e esse acinte a ética profissional, ou se cala, sabendo que a verdade foi revelada. De toda a forma, o que se tem, é que essas bancas, famosas ao defender os predadores do patrimônio público, estão, na verdade, se transformando em promotores contra a sociedade, e contra os pagadores de impostos, que são obrigados a aceitar o fato de que seu próprio dinheiro é usado de quatro modos para lhe afrontar a dignidade: para enriquecer esses corruptos e seus familiares, para a defesa dos mesmos em caso de serem apanhados, para engordar contas bancárias de famosas bancas de advogados criminalistas e, finalmente, para ser obrigado a pagar os rombos deixados pelo rastro da falta de ordem e progresso. Criamos, por nossa leniência, esses absurdos.

A frase que foi pronunciada:

“Não há nada mais relevante para a vida social que a formação do sentimento da justiça.”

Rui Barbosa

Charge: vanessadesouza.files.wordpress.com
Charge: Erasmo (vanessadesouza.files.wordpress.com)

Facilidade

Quem sabe o secretário da Segurança Pública da Paz Social, Cristiano Barbosa Sampaio, venha encampar a responsabilidade de colocar equipes pelas regiões administrativas durante a madrugada. São muitas festas que começam na sexta-feira e só terminam na madrugada da segunda-feira. É uma forma simples de encontrar drogas e traficantes.

Um dia

Dia Distrital do Gari. No dia 16 de maio será ponto facultativo para os profissionais que limpam a cidade. Um projeto do deputado Chico Vigilante instituiu a data no calendário oficial do DF. Infelizmente, até agora os lixeiros continuam pendurados nos caminhões madrugada a dentro, correndo risco e cheirando lixo. Até agora, não há regras contra. Nem o Código Nacional de Trânsito vale para impedir esse absurdo.

Charge: tourosemfoco.blogspot.com
Charge: tourosemfoco.blogspot.com

Novidade

No WhatsApp corria o vídeo de uma quadrilha dançando em uma festa de São João. Comandada pelo sanfoneiro que gritava: Anarriê! Olha chuva! Olha o Neymar! Nesse momento todos caiam.

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Enquanto os ministérios das Minas e Energia, e Fazenda, são obrigados a abandonarem a Esplanada, por falta de espaço, os blocos dos ministérios ficam sendo ocupados por repartições alheias, como é o caso do Iapfesp, que deveria estar na administração da sua superquadra, para ver as mazelas, e procurar corrigir os defeitos. (Publicado em 24.10.1961)

Descrédito além das urnas

Publicado em Deixe um comentárioÍNTEGRA

ARI CUNHA

Visto, lido e ouvido

Desde 1960

com Circe Cunha e Mamfil

colunadoaricunha@gmail.com;

Charge: nanihumor.com
Charge: nanihumor.com

          Faltando pouco mais de 90 dias para as eleições, um fato vem preocupando não só os experts no assunto, mas sobretudo os principais caciques e expoentes políticos das legendas em disputa. Pesquisa elaborada agora pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) mostra que, às vésperas do mais decisivo pleito dos últimos anos, a avaliação de confiança nos partidos é o mais baixo de toda a história republicana.

          Aproximadamente 78% dos brasileiros confessam não possuir nenhuma confiança nas atuais legendas. Ou seja, a pesquisa deixa patente que oito em cada dez eleitores simplesmente repudiam os partidos que aí estão. Sintomático é verificar que, de 2014 para cá, esse índice quase duplicou. O motivo para tamanho desencanto dos brasileiros é justamente a avalanche de denúncias de corrupção, que praticamente vem atingindo todas as siglas.

         Não bastasse esse motivo, que por si só já é bastante grave, para afastar os cidadãos dos partidos, a pesquisa mostrou ainda que, para a maioria dos eleitores, existe uma total falta de capacidade dessas siglas e de seus filiados para representar os reais interesses da sociedade. Motivo não falta para decepcionar os eleitores. Na atual pesquisa do INCT ficou evidente, também para os pesquisados, que os partidos políticos que estão nessa disputa por votos não possuem um programa político claro e consistente, capaz de informar adequadamente aos eleitores.

         Além dessas razões, mais do que suficientes para induzir a desconfiança dos cidadãos, os pesquisados ainda reclamaram do pouco espaço para a participação da sociedade. Engana-se quem acredita que, nessa altura dos acontecimentos, não haja um enorme acompanhamento da cena política pelo grosso da população, curiosa com os desdobramentos dos acontecimentos, que tem levado muitos graúdos à prisão.

         As movimentações no mundo da política, principalmente os desdobramentos de investigações como a Lava Jato, têm despertado a atenção dos brasileiros, que acompanham cada lance como um verdadeiro interesse de folhetim. Nunca os partidos estiveram tão em baixa na consideração dos brasileiros e nunca também estiveram tão na mira de todos, como agora. Nessa pesquisa, que contou com a participação de diversas instituições acadêmicas, inclusive da Universidade de Brasília, ficou evidente que à semelhança do que vem ocorrendo em outras partes do mundo, a crise de representação é um fenômeno geral que define esse começo de século e põe em xeque o sistema de democracia representativa.

           No Brasil, o fenômeno da queda de confiança nos partidos e nos políticos em geral é ainda mais preocupante para nossa jovem democracia, já que pode abrir espaço para a chegada ao Poder de indivíduos radicais e sem preparo para a função. Se a confiança anda numa baixa nunca vista, no quesito simpatia a situação mostrada pela pesquisa é ainda pior.

          Nada menos do que 83,2% dos eleitores afirmam não possuir simpatias com nenhuma das atuais legendas. Para uma sociedade como a atual, plugada na rede e com grande dinamismo, os atuais partidos, controlados com mão de ferro por uma oligarquia longeva e comprometida com questões básicas de falta de ética, já não conseguem representar com a contento os anseios da sociedade. Para muitos brasileiros os partidos políticos nacionais envelheceram precocemente e hoje representam apenas um passado que todos querem distância.

A frase que foi pronunciada:

“Dê-me uma eleição com a contagem física dos votos e eu direi se o povo é conivente ou vítima.”

― Walmont Di Castro

Charge: esmaelmorais.com.br
Charge: Jorge Braga (esmaelmorais.com.br)

Fim de semana

Muito agradável o café da manhã no Jardim Botânico. Tudo organizado, marcado previamente, serviço bem feito. Vale conhecer.

Foto: cantinhodena.com.br
Foto: cantinhodena.com.br

Gratuito

Por falar nisso, Floresta Nacional de Brasília é novidade que agrada. Pela Estrutural, no sentido Plano Piloto, Taguatinga, BR 070, seguir a sinalização para a Flona. Abre às 7h e só fecha às 17h. Excelente local para meditar, passear ou fazer exercícios. Paulo Henrique Marostegan e Carneiro, ICMBio Instituto Chico Mendes, Ministério do Meio Ambiente

Foto: descobertasbarbaras.com.br
Foto: descobertasbarbaras.com.br

Ilha da fantasia

Fundação Carlos Chagas será a responsável pelo concurso da Câmara Legislativa. Para o cargo de técnico legislativo, nível médio, a remuneração inicial é de R$ 10.650,18.

Release

Evento de importância começa no Mané Garrincha. De quarta-feira (27) a domingo (1º de julho), Brasília recebe a Campus Party. Os cinco dias abrigarão mais de 300 horas de conteúdo, no Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha. Em vistoria ao local neste domingo (24), o governador de Brasília, Rodrigo Rollemberg, destacou o interesse do público pelo evento. “É para conhecer e produzir inovações tecnológicas, participar de hackathon [maratona de programação], entre outras atividades”, afirmou.

Imagem: brasil.campus-party.org
Imagem: brasil.campus-party.org

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Ninguém nega a necessidade de que os pilotis fiquem livres de carros, dando o aspecto de ordem que tem a superquadra, já toda ajardinada, mantida durante a seca, embelezada pelo bom gosto do IAPB. (Publicado em 24.10.1961)

No futebol como na política

Publicado em Deixe um comentárioÍNTEGRA

ARI CUNHA

Visto, lido e ouvido

Desde 1960

com Circe Cunha e Mamfil

colunadoaricunha@gmail.com;

Charge: gilmaronline.blogspot.com
Charge: gilmaronline.blogspot.com

        Enquanto a bola rola nos estádios da Rússia, os candidatos à presidência da república vagueiam pelos estados brasileiros, em campanha eleitoral francamente aberta, mesmo que a legislação proíba essa antecipação do calendário. De fato, nem a campanha da seleção, nem o recital de promessas dos postulantes para 2018 têm despertado grande interesse da população.

            O futebol insosso do escrete, apoiado basicamente na figura de um Neymar, que parece possuir talento fora de série apenas quando atua em times no exterior, e as caras manjadas dos políticos que se apresentam para o principal pleito de 7 de outubro, por razões idênticas, deixaram de empolgar os brasileiros.

           A decepção com os seguidos casos de malversação de recursos, falsificação de resultados, construção superfaturada de estádios e outras falcatruas, tanto na CBF como na própria FIFA, além da derrota inexplicável por 7×1 para a Alemanha, retraíram e constrangeram o torcedor de tal maneira que somente uma campanha mágica e indiscutível rumo ao hexa poderá redimir o passado recente.

       Do mesmo modo, os escândalos, em sequência contínua, praticamente reduziram à pó a imagem que a população faz hoje de todos os políticos. O desencanto geral vem também da encenação e das mentiras, quer dos jogadores que se jogam ao chão procurando vantagens e faltas inexistentes, quer da atuação dos políticos, obrigados a desmentir, com falsas versões, as acusações de que são alvos.

             A perda de credibilidade e o malabarismo nos pés e na retórica afastaram fãs e eleitores. Ainda assim, para o bem do esporte e da democracia, futebol e eleições devem prosseguir. Quem sabe, ali na frente, as coisas se arrumam e tudo volta a ser como era antes.

            No caso da política a coisa é mais complicada. As gigantescas manifestações de rua acenderam o sinal de alerta para todos aqueles que ainda apostam no velho modo de fazer política e pode render resultados inesperados quando as urnas forem abertas. Aliás, permanece crescente entre os eleitores a desconfiança sobre as urnas eletrônicas. Nenhum país a adotou, técnicos já provaram que as urnas são violáveis. Toda a campanha política não passará de encenação caso os votos dos brasileiros não sejam auditados. Comparável ao triste teatro com encenações de surpresa de nossas autoridades quando sorteado o Brasil para sediar a Copa do Mundo em 2014.  Aquele sorteio gerou suspeitas até hoje não esclarecidas.

        Mesmo no futebol, fez-se necessário a introdução de um segundo árbitro, chamado de vídeo, para sanar eventuais dúvidas das jogadas. Seria comparável a contagem dos votos, o tira-teima. Por essa mesma razão, muitos eleitores e mesmo especialistas renomados sobre questões de informática concordam com a introdução do voto impresso para debelar eventuais desconfianças.

         No futebol, como na política, é preciso regras claras e precisas. Tanto nos campos, como nos palanques a obediência às leis devem possuir regras indiscutivelmente objetivas e justas. Jogador que tomou cartão vermelho deve sair de campo. Político investigado também deveria, embora se saiba que a maioria deles irá disputar novos cargos, muitos claramente em busca da blindagem proporcionada pelo foro de prerrogativa.

             O fato é que o mal desempenho, nos campos e na tribuna, tem desanimado os brasileiros, mesmo aqueles que gostam de futebol e de política. Reverter essa situação extrema é a jogada mais importante a ser feita agora.

A frase que não foi pronunciada:

“A alegria do samba, a paixão pelo futebol, a esperança na política, a imagem de um povo de grande coração. Falta pouco para tirarem também a dignidade do brasileiro.”

Dona Dita, durante uma tricotada e outra.

Charge: wellingtonflagg.blogspot.com
Charge: wellingtonflagg.blogspot.com

Turbilhão

Nada tranquilo para o diretor-geral do transporte urbano do DF. Instaurado Procedimento Administrativo Disciplinar com vários nomes de funcionários da casa.

Pancadas

Pela Via N2 só tratores saem ilesos. Rodas, pneus e suspensão dos carros são castigadas com tantos buracos.

Absurdo

Pelo portal do Detran estava tudo certo. Não havia débito. O motorista resolveu ir buscar o documento do carro. Ao chegar lá, o sistema acusou um débito de R$ 17,00, que significava voltar para casa, pagar, aguardar dois dias e voltar a enfrentar a fila do Detran. Mas de onde viria esse valor? Pela atendente, trata-se de um complemento de cálculo mal feito pelo GDF. Por isso é necessário complementar. Uma coisa dessas aquece qualquer sangue humano.

Charge: glauciapaiva.com
Charge: glauciapaiva.com

Inflação

Por R$ 100,00. Esse é o valor do bojão de gás vendido no disk-gás. Custava R$ 75,00 antes do movimento dos caminhoneiros. Como explicar essa precificação?

Charge: portalodia.com
Charge: portalodia.com

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Os moradores do IAPB, que habitam a única quadra bem organizada, a única quadra bem mantida, e a única totalmente ajardinada, devem cooperar com o Delegado sr. Isaias Gonçalves de Freitas. (Publicado em 24.10.1961)

Enquanto alguns sonham…

Publicado em Deixe um comentárioÍNTEGRA

ARI CUNHA

Visto, lido e ouvido

Desde 1960

com Circe Cunha e Mamfil

colunadoaricunha@gmail.com;

Foto: exame.abril.com.br
Foto: exame.abril.com.br

        Por muito tempo, no Brasil, o futebol foi usado como uma espécie de “ópio do povo”, capaz de, ao mesmo tempo, distensionar a insatisfação popular contra governos e políticos, ao mesmo em que serviu para uma espécie de chamamento ao nacionalismo e ao patriotismo exaltado. Quer usado de uma forma ou de outra, o fato é que hoje o futebol perdeu muito de sua antiga áurea, se convertendo naquilo que ele realmente é, ou seja, um esporte.

         Como já dizia o poeta Camões: mudam-se os tempos, mudam-se as vontades. A transformação do ludopédio em esporte milionário, com altos custos de transação de jogadores, altos salários e tudo o que montanhas de dinheiro pode comprar, alterou o que era um divertimento, absolutamente do agrado da população de baixa renda, em uma indústria de luxo, onde até os preços dos bilhetes para assistir aos jogos chegam a custar, em algumas ocasiões, mais do que um trabalhador ganha por um mês inteiro de trabalho. Com essa nova realidade vivida hoje pelo futebol, como um esporte de alto rendimento físico e monetário, vieram também uma sequência de revelações mostrando casos escandalosos de subornos, tráfico de influência, desvios de recursos, sonegação fiscal e outros crimes que resultaram em condenações e prisões de dirigentes de futebol e cartolas, e serviram para aumentar em muitos torcedores um sentimento de desilusão, fazendo ver a todos que o amor pela camisa marcou época num passado longínquo, sendo hoje um comportamento definitivamente encerrado.

          Apesar de todos esses percalços, em se tratando do país do futebol, é possível observar, aqui e ali, que a paixão por esse esporte ainda existe e movimenta torcidas. No entanto, é preciso destacar que a Copa de 2014, com a derrota vexaminosa da Seleção, ainda está fresca na memória de muitos, fazendo com que o Brasil caísse “na real”, não apenas no quesito ilusório de melhor futebol do planeta, mas, sobretudo, quando se descobriu o quanto foi gasto, inutilmente, do dinheiro do contribuinte para construção de estádios mastodônticos e para fazer do Brasil o país sede dos jogos.

          O desânimo que observa hoje em todas as cidades do país com relação aos jogos da Copa na Rússia, com pouco enfeites das ruas e poucas bandeiras é reflexo não só da grave crise experimentada hoje pelos brasileiros, mas de uma tomada de consciência geral de que, ganhando ou perdendo a Copa, a situação de cada cidadão não irá se alterar um milímetro sequer. Pelo contrário, muitos acreditam que, em decorrência de quase um mês de disputas, boa parte do governo, incluindo o Congresso e o Judiciário, use o calendário dos jogos para desacelerar e mesmo paralisar momentaneamente suas atividades para ficar em casa, longe das ruas inseguras, com os olhos fixos na tela, vivendo 90 minutos de pura ilusão.

         O problema é que enquanto muitos ficam nessa espécie de transe, outros, com acesso ao Poder, maquinam jogadas políticas que vão fazer a realidade ficar ainda mais cruel.

A frase que foi pronunciada:

“Em futebol, o pior cego é o que só vê a bola.”

Nelson Rodrigues

Charge: imirante.com
Charge: imirante.com

Aborto

Se nossos governantes estivessem mesmo preocupados com a saúde da mulher, no lugar de aprovar o aborto, facilitariam a esterilização. Isso sim é ser dona do próprio corpo. Quem não quer ter filhos precisa ter o apoio do governo para a ligadura de trompas, o que não acontece. Assassinar uma vida intrauterina é interesse escuso, longe da mente feminina.

Foto: acrediteounao.com
Foto: acrediteounao.com

Denúncia

Pacientes, na sua maioria idosos, que utilizam o medicamento Apresolina 25 mg ou 50 mg, fabricado pelo Laboratório NOVARTIS, estão há 120 dias sem o remédio. Essa indisponibilidade no mercado tem gerado sérios problemas de saúde nos pacientes que não se adaptam a outros similares.

Foto: exame.abril.com.br
Foto: exame.abril.com.br

Desrespeito

O laboratório informa que um novo lote do medicamento está sendo faturado para as grandes distribuidoras em todo território nacional. Não procede essa informação, pois perfazem 90 dias que a resposta é sempre a mesma, que foi faturado. Informações obtidas junto às distribuidoras, mostram que as mesmas negaram o faturamento, citado pelo laboratório, referente ao medicamento Apresolina 25 mg ou 50 mg.

Insensibilidade

A falta de transparência e lisura do laboratório NOVARTIS é desrespeitosa com os pacientes que necessitam do remédio para ter uma melhor qualidade de vida.

Release

Medições na intensidade sonora feitas pela PROTESTE (Associação Brasileira de Defesa do Consumidor) em apetrechos barulhentos durante a Copa 2014, e em parceria com a Sociedade Brasileira de Otologia (SBO), mostraram um resultado alarmante. Das 31 cornetas, buzinas e apitos testados, somente nove registraram som abaixo de 120 decibéis, enquanto o limite de ruído seguro para a saúde auditiva é de 85 decibéis.

Foto: silvajardim.com
Foto: silvajardim.com

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

O coronel Dagoberto entende. Entende mesmo, de comunicações. É sabido que o DCT sofre do emboloramento mental para as idéias mais avançadas, e luta contra o emperramento do serviço, e contra uma malta de ladrões que assalta as malas com valores. (Publicado em 21.10.1961)

Barreiras à corrupção

Publicado em Deixe um comentárioÍNTEGRA

ARI CUNHA

Visto, lido e ouvido

Desde 1960

com Circe Cunha e Mamfil

colunadoaricunha@gmail.com;

Charge: Laerte (cachaprego.com.br)
Charge: Laerte (cachaprego.com.br)

      Crises obrigam os indivíduos a organizar estratégias para superar os efeitos e prolongamentos, reforçando, também, ações que visem a não repetição dos mesmos erros. Por isso é que se afirma que em época de crise é também o momento ideal para a criação de soluções e para o aperfeiçoamento de atitudes, sejam elas no plano individual ou de grupos.

         Obviamente que, em se tratando de um Estado como o nosso, com todas as suas características, complexidades e limitações, apanhado de surpresa por uma crise que muitos classificam como a mais profunda e duradoura de toda a história republicana, a construção de caminhos que levem a superação da depressão econômica, política e social é tarefa das mais árduas e que demandará tempo e persistência, dessa e de outras gerações que virão.

        Mesmo assim, o que se observa em meio a esse cenário caótico é o surgimento, ainda tímido, de propostas e projetos de leis que visam aperfeiçoar e blindar os mecanismos de administração pública contra a ação contínua de atos ilícitos não só dentro da própria máquina pública, como de todas as empresas que estabelecem relações de parceria com o Estado. Nesse sentido, duas propostas apresentadas pelo deputado Chico Leite (Rede Sustentabilidade-DF) merecem destaque pela oportunidade.

       A primeira é a Lei Distrital Anticorrupção (nº6112/2018), já em vigor desde março, que torna obrigatória a implantação do Programa de Integridade nas empresas que celebrarem contratos, consórcios, convênios, concessões ou pareceria público-privada (PPP) com o GDF em todas as esferas de Poder. Para o autor da nova Lei, o objetivo da medida é proteger a administração pública do DF de atos lesivos que resultem em prejuízos financeiros, garantindo que a execução dos contratos esteja em conformidade com a lei, promovendo, assim, maior segurança

         É claro que a experiência tem demonstrado que nesse caso não bastam aperfeiçoar e introduzir mecanismos de compliance apenas nas empresas que firmarem contratos com o GDF. Fatos e manchetes de jornais confirmam que grande parte dessas irregularidades parte justamente de dentro da estrutura dos Poderes do Estado. Executivo, Legislativo e Judiciário têm sido acusados, sistematicamente, de práticas de desvios éticos e abuso de condutas nos contratos assinados com a iniciativa particular.

         Operações da Polícia Federal e do Ministério Público, como Drácon, Panatenaico e muitas outras, têm levado ao conhecimento da população da capital as relações espúrias entre políticos e empresas privadas que resultaram em enormes prejuízos para o contribuinte, sem que seus atores tenham sido, até o momento, punidos exemplarmente.

         Com base nesses episódios o parlamentar apresentou também uma Proposta de Emenda À Lei Orgânica (PELO nº 97/2017), introduzindo na constituição local dispositivo que cria nos órgãos dos Poderes do DF programa de Compliance Público, objetivando avaliar, direcionar e monitorar a gestão pública, mediante a avaliação de riscos, prevenindo, identificando e reportando possíveis desvios de conduta, irregularidades e práticas de ilícitos.

      Na justificação que fez sobre sua proposta, Chico Leite lembra que “uma das facetas mais importantes da governança é sua ênfase na prevenção de condutas irregulares”. Pela proposta, ficará criado também o Fórum Permanente de Combate à Corrupção do DF (FOCCO/DF), visando a formulação de políticas públicas no combate à corrupção e à lavagem de dinheiro.

A frase que foi pronunciada:

“Aqui no DF temos numerosos exemplos de leis e demais atos normativos que foram declarados inconstitucionais após aprovação em plenário e até mesmo sanção do governador. Ou seja: todo o trabalho despendido foi perdido e não gerou benefício algum para a população”

Chico Leite, deputado distrital

Charge: blog.cruzeirodosul.edu.br
Charge: blog.cruzeirodosul.edu.br

Sem ilusão

Nada como a proximidade das eleições para as atenções se voltarem para a população. A Câmara Legislativa do Distrito Federal revogou o aumento de 2,99% na conta de água, que havia sido autorizado pela Agência Reguladora das Águas (Adasa) em maio. Era só o que faltava. Não protegem as nascentes, correm para cobrar de invasões, oferecem água da pior qualidade, cortam o fornecimento por falta de planejamento e querem receber mais. Em breve vão dar um jeito de arrancar esse aumento.

Charge: blogdaresenhageral.com.br
Charge: blogdaresenhageral.com.br

De graça

O Bel Canto da Ópera, com Renata Dourado, Daniel Menezes, Aida Kellen, Gustavo Rocha, Érika Kallina, Carol Araújo, Isabel Quintela, Luiza Lacava, com participação especial de Janette Dornellas e do pianista Rafael Ribeiro, será no teatro do Brasília Shopping, dia 17 de junho às 19h. A realização é dos Cantores Líricos de Brasília.

Abuso

É preciso criar um canal de comunicação entre pacientes e o Conselho Federal de Medicina que trate do relacionamento médico-paciente. Hoje em dia, com celulares em punho, são gravados inúmeros flagrantes de arrogância e desrespeito por parte dos profissionais da saúde. Vulneráveis, os pacientes contam com os parentes para defendê-los, mas nem sempre isso acontece.

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Enquanto isto, os moradores que sofram lama, poeira, barulho de gerador, mosquitos e toda sorte de desconforto. (Publicado em 21.10.1961)

Futuro do Brasil avança com pernas curtas: as fake news

Publicado em Deixe um comentárioÍNTEGRA

ARI CUNHA

Visto, lido e ouvido

Desde 1960

com Circe Cunha e Mamfil

colunadoaricunha@gmail.com;

Charge: Ivan Cabral
Charge: Ivan Cabral

       Em artigo publicado nesse domingo, intitulado “Contra as fake news”, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Luiz Fux, ao ressaltar o fato de que 10 partidos políticos já firmaram acordo com o TSE no sentido de “manter um ambiente eleitoral imune à disseminação de notícias falsas”, lembrou que o êxito da tarefa de combate à desinformação tem que contar com o apoio imprescindível e diuturno da imprensa.

       Para tanto, diz “o jornalismo político-eleitoral precisa ser livre para apontar imprecisões do discurso político.”  Obviamente que parte da chamada imprensa marrom, responsável pelo grosso das notícias falsas divulgadas, está trabalhando a todo vapor para municiar os meios de comunicação com notícias inverídicas e caluniosas para prejudicar esse ou aquele candidato, agindo como verdadeiros sicários contra a reputação alheia.

            O fenômeno das fake News e a polarização exacerbada dos candidatos e dos eleitores parecem que irão marcar essas próximas eleições, que poderá contar também com um absenteísmo elevado e com uma avalanche de votos em brancos. Assim como a Copa de futebol, o mundo da política, com candidatos e partidos envolvidos nos mais escandalosos casos de corrupção, vem há muito tempo decepcionando torcedores e eleitores.

            O problema com as fake news em época eleitoral é que elas podem contribuir, ainda mais, para a firmação de um ambiente despolitizado, o que trará prejuízos para todos indistintamente. Na verdade, fosse passível de penalização severa e imediata pela justiça, a divulgação de inverdades acarretaria na prisão da grande maioria dos atuais candidatos e na condenação exemplar de muitos partidos.

           Enganar e mentir para eleitor, prometendo paraísos inalcançáveis, é uma velha prática entre os políticos do país e isso jamais resultou em condenação de ninguém. Se forem levadas ao pé da letra, tanto as coligações partidárias como as alianças, entre um e outro postulante, são estabelecidas sobre uma plataforma onde tudo é fake e armado para capturar o eleitor. Pior é que esse ambiente de falsidades ainda é turbinado por pesquisas falsas, feitas sob encomenda e com perguntas capciosamente elaboradas para se chegar à um resultado desejado.

Charge: Mariano (tribunadainternet.com.br)
Charge: Mariano (tribunadainternet.com.br)

        Não seria exagero afirmar que no Brasil, atualmente, tudo no mundo político é fake. O lançamento de candidatos como o do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, é fake e montado apenas para lhe dar maior visualidade e poder de barganha lá na frente. O mesmo se repete com a candidatura do ex-ministro Henrique Meirelles, lançada para dar sobrevida ao MDB.

           As mentiras disparadas em quantidade pela ex-presidente Dilma, às vésperas das eleições de 2014, ilustram até que ponto as fake news são usadas. Mesmo agora, o Partido dos Trabalhadores, que por não aprender com a história recente repete os mesmos erros, insiste na candidatura do presidiário Lula, sabendo que essa postulação é uma farsa completa que visa apenas manter a ilusão dos velhos tempos de glória.

           Fôssemos listar o rol de mentiras e falsidades produzidas continuamente por nossos políticos e respectivos partidos, iríamos necessitar de um juizado especializado em fake news.

           Chama atenção também a crescente desconfiança de parte dos brasileiros sobre a inviolabilidade das urnas eletrônicas. Para muitos, o fato de não ser adotada em nenhum outro país deixa a entender que nesse processo informatizado também se nota a presença de um elemento fake, capaz de alterar resultados. Pelos resultados das próximas eleições e pelos números de candidatos ficha suja que eventualmente poderão ser reeleitos, poderemos ter uma dimensão exata dos efeitos da mentira sobre nossa jovem democracia. Uma coisa é certa: se a mentira tem pernas curtas, como dizem, nosso futuro não vai longe.

A frase que foi pronunciada:

“Setenta e um por cento do Congresso Nacional disseram, em nome do povo, que o voto será impresso. A lei não tem discricionariedade. A lei não permite fracionamento. Fracionar o cumprimento da lei é um abuso, uma infração, uma teratologia. Imagine se alguém dissesse a um juiz, eu vou cumprir a sua ordem em 10 anos. A autoridade dos congressistas que votaram em nome do povo está sendo vilipendiada. Por quem? Pelos ministros que se sentam para administrar o processo eleitoral eles agem como administradores sujeitos aos princípios constitucionais como qualquer outro agente do Executivo.”

Felipe Marcelo Gimenez, procurador de M.S., durante o debate sobre a segurança do sistema eletrônico de votação no Brasil

urna

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Sabe-se, também, agora, a razão pela qual o Iapfesp criou tantas dificuldades para que a Novacap não urbanizasse as duas quadras. É que continuando como está, em estado de bagunça total, seria mais fácil para os desmandos que estão sendo praticados. (Publicado em 21.10.1961)

Deputados distritais desapareceram durante a crise

Publicado em Deixe um comentárioÍNTEGRA

ARI CUNHA

Visto, lido e ouvido

Desde 1960

com Circe Cunha e Mamfil

colunadoaricunha@gmail.com;

Charge: o-olhar-de-helena-blog.tumblr.com
Charge: Ivan Cabral

          Pelo quadro surrealista que vai se desenhando para as próximas eleições, com candidatos postulando vagas no Executivo e Legislativo até de dentro do cárcere, onde cumprem pena, não surpreende que o próximo pleito de 2018 será um dos mais insólitos de todos os tempos.

          Mesmo aqui, na capital, o cenário não é diferente. Por aqui, menos de dez partidos já anunciaram a intenção de alcançar o Buriti. Outros aguardam a formalização de blocos para se tornar viáveis. O atual governador, graças ao cumprimento severo da Lei de Responsabilidade Fiscal, possui hoje o controle de uma máquina azeitada e com bom dinheiro em caixa e, portanto, pode se dar ao luxo de pensar em futuros projetos de investimentos e até em aumento para algumas classes de servidores.

          Ainda assim, em decorrência do mal momento que coloca no mesmo baú todos os políticos do país, Rollemberg sofre sério desgaste de imagem, por conta de suas limitações de comunicação. Mais insólita ainda é a situação dos atuais distritais. Nessa turma, mais de dois terços são alvos de inquéritos policiais e ações judiciais por crimes como corrupção, improbidade e outros crimes de malversação de recursos públicos. Dos 24 deputados distritais, nada menos do que 18 têm explicações a prestar para a justiça. Desses, alguns, mesmo já condenados, prosseguem em campanha velada, apostando na lentidão da justiça e na pouca memória do eleitor. É nesse cenário, em que investigações como Panatenaico, Drácon e outras puseram a nu o que ocorre nos bastidores da política local, que os eleitores irão escolher seus possíveis candidatos.

Charge: Ivan Cabral
Charge: Ivan Cabral

      Fosse esse o problema central, seria até fácil contornar o quadro, exigindo da justiça pronta decisão sobre candidatos com pendências legais. Só que examinando de perto cada um desses postulantes, absolutamente nenhum possui, sequer, a mínima ideia ou um mínimo projeto para solucionar os graves problemas da capital e mesmo do país. Aliás, no quesito apresentação de propostas viáveis para a crise atual, a falta não só é de ideias, mas de atitudes afirmativas.

     Pela última crise, desencadeada pela greve dos caminhoneiros, o que a população pode observar foi o desaparecimento total de seus representantes. Na verdade, essa tem sido uma constante sempre que uma crise surge: em todas, o que se nota é um vazio de lideranças, principalmente daquelas que teriam como obrigação moral ficar junto com a população na busca de soluções rápidas. Mesmo naqueles episódios em que os oportunistas de sempre, nos postos de combustível, nas revendedoras de gás, nos supermercados e em outros estabelecimentos, majoraram indecentemente os preços dos produtos, em nenhum momento se viu a pronta defesa da população por parte dos atuais políticos.

       Em política, como na vida moderna, imagem é tudo. E é isso que o cidadão brasiliense enxerga de longe no monumental Estádio Mané Garrincha, fechado, sem serventia e dando prejuízos aos contribuintes. Aliás, virou estacionamento para o protesto dos caminhoneiros. Para o eleitor, esse é de fato a herança maldita deixada pelos políticos locais, num tempo em que até a seleção foi mundialmente humilhada em campo para sempre.

A frase que não foi pronunciada:

“A Constituição de 1988 começa errada. O poder não emana de nossos representantes. Emana do povo. Nós, o povo brasileiro começamos a perceber que temos o verdadeiro poder. No voto, mas se as urnas forem auditadas internacionalmente.”

Dona Dita preocupada com o futuro

Charge: humorpolitico.com.br
Charge: humorpolitico.com.br

UniCEUB

UniCEUB e o Instituto Soluções realizam o Fórum de Soluções para Brasília – Desenvolvimento Urbano, nos dias 04 a 07 de junho. O evento acontecerá no campus Asa Norte do UniCEUB e reunirá grandes nomes da academia, do setor produtivo e do governo. Veja os detalhes no blog do Ari Cunha.

 

UniCEUB sedia Fórum de Soluções de Desenvolvimento Urbano para Brasília

Iniciativa debate alternativas sustentáveis para impulsionar a economia no Distrito Federal

          O UniCEUB e o Instituto Soluções realizam o Fórum de Soluções para Brasília – Desenvolvimento Urbano, nos dias 04 a 07 de junho. A iniciativa visa explorar a sustentabilidade para dinamizar a economia do Distrito Federal. O evento acontecerá no campus Asa Norte do UniCEUB e reunirá grandes nomes da academia, do setor produtivo e do governo.

         Por meio de mesas de debate serão tratados temas relacionados a meio ambiente e desenvolvimento urbano, como licenciamento ambiental, sustentabilidade em edificações, uso e ocupação do solo, gestão de resíduos sólidos, zoneamento ecológico econômico e questões fundiárias. O Fórum faz parte da agenda de comemorações de 50 anos do UniCEUB.

         Entre as autoridades confirmadas estão: o presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal, Joe Valle; o empresário Paulo Octávio; o presidente da Terracap, Julio César Reis; o presidente da CODHAB, Gilson Paranhos, entre outros.

Credenciamento: Favor enviar nome do veículo e do jornalista que irá cobrir o evento até às 17h de segunda-feira (4) para uniceub@maquinacohnwolfe.com

Serviço: Fórum de Soluções para Brasília – Desenvolvimento Urbano

Quando: 04 a 07 de junho

Onde: auditório do Bloco 3 do Campus Asa Norte

Inscrições: até 03 de junho neste link

–> Confira a programação completa abaixo:

Dia 4 de Junho, 19h (segunda-feira)

Mesa de Abertura

Joe Valle Presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal
Luiz Carlos Botelho Presidente do Sinduscon/DF
Paulo Octávio PaulOOctavio
Tiago de Andrade Secretário de Gestão do Território e Habitação do DF
Antônio Carlos Navarro Representante do Sistema FIBRA
Felipe Ferreira* Secretário de Meio Ambiente do Distrito Federal
Juliano Costa Couto* Presidente da OAB/DF
Alexandre Guerra* Instituto Atlântico
Carolina Cesetti* Representante do GERN/UnB (Grupo de Estudos de Direito dos Recursos Naturais e Sustentabilidade)
Márcia Leuzinger* Líder do Grupo de Pesquisa Direito e Desenvolvimento Sustentável do UniCEUB
Rafael Calixto Presidente do DCE do UniCEUB

 

Dia 5 de Junho, 19h (terça-feira)

Mesa 1 – Habitação e Sustentabilidade (19h)

Julio César Reis Presidente da Terracap Questão fundiária, sustentabilidade e desenvolvimento econômico
Gilson Paranhos Presidente da CODHAB Regularização fundiária, moradia e sustentabilidade
Victor Carvalho Pinto Consultor do Senado e Advogado especialista em direito urbanístico Sustentabilidade e políticas de habitação

Mesa 2 – Licenciamento Ambiental (20h40)

Igor Tokarski Advogado e Ex-Secretário de Meio Ambiente do Distrito Federal Licenciamento ambiental no Distrito Federal
Nicolao Dino Subprocurador-geral da República e Professor da UnB Licenciamento ambiental e atuação do Ministério Público
Tereza Cristina Deputada Federal e Presidente da Frente Parlamentar da Agricultura Projetos de lei sobre licenciamento ambiental em tramitação no Congresso Nacional

 

Dia 6 de Junho, 19h (quarta-feira)

Mesa 3 – Zoneamento Ecológico Econômico (19h)

Maria Silvia Rossi Subsecretária de Planejamento Ambiental do DF O Zoneamento Ecológico Econômico do Distrito Federal
Antônio Carlos Navarro Representante do Sistema FIBRA O Zoneamento Ecológico Econômico do Distrito Federal na Perspectiva do Setor Produtivo
Professor Israel Deputado Distrital e relator do projeto de lei do Zoneamento Ecológico Econômico na CLDF O Debate sobre o Zoneamento Ecológico Econômico na Câmara Legislativa do Distrito Federal

 

Mesa 4 – Sustentabilidade em Edificações (20h40)

Darja Kos Braga Arquiteta Especialista em Sustentabilidade em Edificações e Sócia do escritório Ambiente Eficiente Viabilidade Econômica de Edificações Sustentáveis
Abiezer Amarília Professor da Engenharia Elétrica do UniCEUB Iniciativas relacionadas à sustentabilidade na administração do UniCEUB
Françoise Méteyer-Zeldine Conselheira de Desenvolvimento Sustentável na Embaixada da França no Brasil Edificações Sustentáveis em Paris: Case de Sucesso

 

Dia 7 de Junho, 19h (quinta-feira)

Mesa 5 – Uso e Ocupação do Solo (19h)

Claudia Varizo Subsecretária de Gestão Urbana do DF O Projeto de Lei de Uso e Ocupação do Solo do Distrito Federal
João Accioly Vice-presidente do Sinduscon/DF e Arquiteto na Accioly Catelli Arquitetos Associados O Projeto de Lei de Uso e Ocupação do Solo do Distrito Federal na Perspectiva do Setor Produtivo
Pedro Saad Advogado e Presidente Institucional do Instituto Soluções Direito Adquirido em Face das Mudanças no Zoneamento Urbano
Gabriela Canielas Diretora de Empreendimentos Residenciais na PaulOOctavio O Projeto de Lei de Uso e Ocupação do Solo do Distrito Federal e seus impactos em Águas Claras

 

Mesa 6 – Resíduos Sólidos (20h40)

Elisa Meirelles Subsecretária de Educação e Resíduos Sólidos Resíduos Sólidos do DF Desafios na Gestão de Resíduos Sólidos no Distrito Federal
Tsyuoshi Kitamoto Segundo Secretário da Embaixada do Japão no Brasil Cases de Sucesso na Gestão de Resíduos Sólidos no Japão
Alana Mioranza Projeto Compostar Cases de Sucesso na Destinação de Resíduos Sólidos de Restaurantes no Projeto Compostar

Subgrafiteiros

O nome vem do subsolo do teatro Dulcina, que expõe a arte dos grafiteiros da cidade. Depois da reforma, o Sub Dulcina acomoda trabalhos de profissionais da Ceilândia, Asa Sul, Planaltina, Santa Maria e Guará. Daniel Toys, Brixx Furtado, Onio, Juba, Gurulino, Carli Ayo, Flávio Soneka e os coletivos Cavalo do Cão e Amorço pintaram telas, painéis, tonéis. Vale a visita.

Foto: correiobraziliense.com.br
Foto: correiobraziliense.com.br

Inútil

Mobilização dos caminhoneiros no Estádio não deveria ser para “colocar fogo e mostrar para esses bandidos quem somos nós”. A verdadeira campanha deveria ser no estado deles, escolhendo melhor seus representantes e lutando pelo voto impresso.

Foto: amazonasnoticias.com.br
Foto: amazonasnoticias.com.br

Transpoéticas

De 8 a 10 de junho, uma programação bem candanga no Museu da República. Ótima oportunidade para alunos do ensino médio e superior do DF. Concurso “Cassiano Nunes”. As inscrições são gratuitas e os prêmios são de R$ 2.000, para o primeiro lugar, R$ 1.500, segundo, e R$ 1.000 para o terceiro colocado. A partir das 14h. A premiação será no domingo. Shows e oficinas animam o evento.

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

As comemorações da Semana da Asa, em Brasília, estão sendo realizadas com efetiva participação do Skall Clube, que, com o Ministério da Aeronáutica, está executando um excelente programa.