Dignidade nos tempos do fio do bigode

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Foto: EPA/Joedson Alves

 

Antigamente, no tempo em que o fio do bigode servia como nota promissória e os acordos eram firmados com base na honorabilidade das pessoas, e em que as assinaturas tinham, por si só, a validade e fé dos documentos, o valor mais prezado entre os indivíduos, capaz de assegurá-los no topo da espécie humana, era a dignidade.

Essa qualidade moral e inegociável, capaz de elevar o indivíduo, dando-lhe reconhecimento e respeito público, estava entre os atributos morais mais perseguidos e preservados por muitos, capaz, inclusive, de diferenciá-los das demais espécies. Mesmo em situações extremas de aflição ou de posição e responsabilidade dentro da sociedade, jamais se abria mão da dignidade. Com o tempo e as mudanças no costume e nas relações humanas, reduziram essa característica moral a um velho acessório de vestimenta como fraque e cartola, empurrando-os para o fundo do baú empoeirado deixado às traças.

Nada mais antigo, pois, do que falar em dignidade, num tempo em que a necessidades em ter, possuir e conquistar, superam a vontade em apenas ser. Em poucos lugares, essa perda acentuada de dignidade é tão visível quanto no mundo da política e nas relações entre os poderes. O chamado jogo de cintura, uma situação demasiada elástica dos princípios morais, é, dentro do tipo de política que se pratica hoje no país, a condição sine qua non para a conquista de determinado objetivo, seja ele moralmente lícito ou não.

Negocia-se de tudo dentro da imensa feira dos acordos e conchavos, inclusive a própria dignidade. De outro modo, como entender as relações de política e poder, onde pessoas são publicamente humilhadas e rebaixadas diante de todos e mesmo assim seguem como se nada de extraordinário tivesse acontecido? Por nacos de poder se deixam ser vergonhosamente pisoteadas diante das luzes das câmeras. Alguns desses fatos ficarão para sempre na memória de muitos.

Depois de ser demitido por telefone, enquanto realizava viagem para o exterior, o primeiro ministro a ocupar a pasta de Educação do governo petista, foi flagrado dias depois sentado no sofá do Palácio do Planalto soltando baforadas de um charuto em companhia do chefão Lula da Silva, como se nada houvera ocorrido.

O mesmo se passava com o ministro das Relações Exteriores daquele governo. Comandado por um alienígena no posto de Assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, aquele chanceler engolia desaforos e contraordens das mais extravagantes sem franzir a testa e sem ficar com a face avermelhada.

O mesmo se repete agora não apenas com relação a todos os diplomatas de carreira, mas também com o próprio chanceler desse atual governo. Obrigado a ter que aceitar a indicação de um filho do presidente da República para ocupar o cargo de embaixador junto aos Estados Unidos, numa afronta direta contra todo o Itamaraty, esse novo chanceler foi publicamente humilhado pelo chefe do Executivo, que ameaçou demiti-lo, caso o Senado não aprove o nome de seu filho para o posto.

Em outros tempos, quando virtudes como a dignidade era comum, a esse tipo de desfeita e ofensa, o indivíduo apanhava seu chapéu, dava uma banana para o chefe, e ia cuidar da vida com a consciência tranquila. Mas esses eram outros tempos.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“É curioso que a coragem física seja tão comum no mundo e que a coragem moral seja tão rara.”

Mark Twain, escritor norte americano

Foto: cmgww.com

 

 

Descontraindo

Quando era a vez do senador Styvenson falar, ele deixou o microfone para a senadora Soraya Thronicke. Ela agradeceu dizendo que, daquele ambiente, ele era o mais cavalheiro de todos os senadores presentes. Vendo que perdeu a chance de protagonizar a cena, o senador Jaques Wagner soltou essa: “Também, grandão desse jeito, se não for um cavalheiro assusta!”

Foto: senado.gov

 

 

Medos

Noutro momento o senador Styvenson contou que o senador Plínio tem mania de enviar vídeos com rios perigosos, rios que estão morrendo, e contou um segredo. Ele disse: Deus me livre passar por um rio desses. Morro de medo de cobra e piranha. De bandido, não. Sou policial. Mas de piranha…

Foto: senado.gov

 

 

Tática

Paulo Paim também é mestre em descontrair reuniões. Contou que jogou em vários times da cidade em que nasceu e em outros times também, porém, quando viu que não saía do banco de reserva, resolveu ir cuidar da vida. Mas, antes disso, no time da Eberle, uma metalúrgica respeitada de Caxias do Sul, Paim era tão querido quanto péssimo jogador. Para sua surpresa, recebeu a oferta dos colegas para que saísse do banco para ser treinador. Reconhece que os amigos da época eram taticamente muito competentes.

Fonte: Senado.gov.br

 

 

Estranho

É do senador Ciro Nogueira, o Projeto de Lei que torna obrigatória a identificação dos ganhadores das loterias da Caixa Econômica Federal. O que não dá para entender é um projeto de lei prevendo que o ganhador do prêmio possa não ser o apostador e sugere que os dados devem ser enviados ao COAF. Sensato seria a Caixa só entregar o prêmio ao apostador identificado no momento do registro da aposta pelo CPF.

Foto: senado.gov

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Doutor Juscelino, Brasília está tomando novo impulso. É bom o senhor vir até aquipara ver. Deixe essa mania de viagem, que isto é pra quem tem terreno na rua Timbó, em S. Paulo. (Publicado em 26/11/1961)

Os corações e as rotativas

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Foto: arquivonacional.gov

 

Terminada a Segunda Grande Guerra, em 1945, já não havia mais sentido, nem espaço político, para a permanência de Getúlio Vargas à frente, no comando do Executivo. Seu longo governo, de mais de quinze anos, baseado, em parte, no chamado Estado Novo, já não se enquadrava mais num mundo em que os ventos da democracia varriam as velhas e odiosas ditaduras para longe. Dessa forma, renunciou já em outubro daquele ano, ficando pelos próximos sessenta meses afastado do governo.

Durante esse tempo de exílio, sua popularidade junto às camadas mais pobres da sociedade não havia diminuído. Apesar dos protestos de intelectuais e de uma parte da imprensa, voltou a se candidatar em 1950, vencendo o pleito daquele ano com larga margem de aprovação. Seus últimos quatro anos na presidência foram marcados por crises e protestos, vindos da classe média e principalmente de partidos renovadores como a UDN, PCB e de jornais como a Tribuna da Imprensa, de Carlos Lacerda, dos Diários Associados e da Rede Tupi de televisão, de Assis Chateaubriand.

A partir de 1953, a oposição ao governo Vargas ganhou dimensões que se arrastariam até seu trágico e inesperado suicídio em agosto de 1954. O anúncio da morte de Vargas feito, em primeira mão, pelo Repórter Esso, da Rádio Nacional, apanhou todos de surpresa, principalmente a população que, chocada com a notícia, tentou depredar os jornais que faziam críticas diárias contra Getúlio.

A Tribuna da Imprensa teve problemas para circular naquele dia, assim como outros veículos de comunicação, como a Rádio Globo, que faziam oposição ao governo Vargas. As lembranças desse episódio de fúria da população contra esses veículos de informação que se posicionavam contra o Getúlio ficaram na memória de muitos jornalistas que viveram aqueles loucos dias.

Uma dessas testemunhas oculares desses fatos foi justamente o jornalista e fundador do Correio Braziliense, Ari Cunha. Que hoje, num mergulho em seus artigos depois de um ano da sua ausência, chega às mãos o seguinte texto sobre aqueles dias: “A vida inteira me emocionei ao sentir jornal pronto para ir à rua. A rotativa sempre me trouxe o sentimento de gratidão ao ver o jornal indo para os leitores. É uma sensação indescritível ver as máquinas imprimindo ideias, fatos, fotos, história.”

Na Última Hora, de São Paulo, (um jornal de Samuel Wainer que apoiava Getúlio Vargas), cinco carros patrulhavam o periódico e seguranças guardavam o jornal. Não permitiam que o povo se aproximasse. Era revolta contra Getúlio Vargas e Samuel Wainer. Do outro lado da rua, leitores passavam e queimavam os exemplares com gesto de revolta. No dia seguinte, Getúlio dá um tiro no peito.

O mesmo povo invade o jornal e, de repente, passa da revolta à tristeza e ao choro. O povo entrava aos prantos e abraçava os jornalistas ou quem estava na frente. Foram três dias imprimindo exemplares com a notícia da morte do presidente. Toda a população desejava tomar conhecimento dos fatos.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Ficou a prova do sentimento humano em que a batida do coração do povo brasileiro e o pulsar das máquinas no jornal se misturavam.”

Ari Cunha, o filósofo de Mondubim

 

 

Ari Cunha

Missa na paróquia São Francisco de Assis, hoje, às 19h. Um ano de saudades.

 

 

Primeiros passos

Alunos da rede pública e particular são bem-vindos ao Correio Braziliense. Muitas vezes as professoras buscam o jornal para mostrar os passos da notícia. A prática estimula a meninada a começar o próprio jornalzinho da escola, com notícias quentes de mão em mão. É só ligar e marcar.

 

 

 

Novo perfil

Em Brasília, onde a violência não chegou ao nível do Rio de Janeiro, os shoppings ainda são uma alternativa interessante para a população. Mesmo com o aumento significativo de compras pela Internet, lojas mais ligadas à realidade recebem lá mesmo a encomenda que o consumidor não se importa em buscar. Segundo a Abrasce, nos 20 shoppings de Brasília, são 13,5 milhões de visitantes por mês.

Foto: facebook.com/iguatemibrasilia

 

 

Absurdo

Por falar em shopping center, é impressionante que trabalhadores sejam obrigados a permanecer de pé durante as 8h diárias. Nos quiosques e em várias lojas, é simplesmente proibido sentar.

 

 

 

Mãos à obra

Agora é a hora de se trabalhar em favor das próximas eleições. Problemas de tráfego e acessos simultâneos no site do TSE, que impediram que as informações sobre as eleições municipais, por exemplo, ficassem disponíveis na página do Tribunal, devem ser previstos dessa vez. As pesquisas tendenciosas com dados irreais também precisam de tratamento prévio. 2020 chegou.

Foto: TSE

 

 

Flagrante

Pessoas idosas saiam da agência do Banco do Brasil, da 504 Norte, reclamando que não havia banheiro no local.

Foto: google.com.br/maps

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Mas a eleição para vereadores, é uma calamidade. Esta, não é cidade para ter vereadores. Os interesses particulares sempre transformam o legislativo municipal numa gaiola de ouro, e, se a justiça quer bem a Brasília, vete esta pretensão. (Publicado em 26/11/1961)

Decepções políticas

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Foto: Jorge William 24/04/2019 / Agência O Globo

 

Algumas decisões emanadas sucessivamente essa semana pelos Três Poderes da República, e bastante repercutidas na imprensa e nas mídias sociais, deixaram a nação num misto de sobressalto e decepção, reforçando o sentimento geral de que ainda temos muito que evoluir até alcançarmos o pleno Estado Democrático de Direito, conforme garantia da Constituição em vigor.

A primeira decisão, e talvez a mais grave para a continuidade do processo de investigação de operações como a Lava Jato e congêneres e que são tão necessárias ao país, foi tomada de forma monocrática, durante o recesso do Judiciário pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli. Com essa decisão, os órgãos de fiscalização como o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), da Receita Federal (RF) e do Banco Central (Bacen) ficam impedidos de repassarem informações sobre movimentações atípicas aos órgãos de investigação como a Policia Federal e ao Ministério, sem a devida autorização da justiça.

Com isso, ficam inviabilizadas toda e quaisquer investigações que tenham sido instauradas a partir dessas informações bancárias e fiscais que não tenham sido previamente autorizadas judicialmente. A decisão apanhou os procuradores de surpresa que em nota reagiram dizendo que “As forças-tarefas, ao longo dos últimos cinco anos, receberam inúmeras informações sobre crimes da Receita, do COAF e do BACEN, inclusive a partir da iniciativa dos órgãos quando se depararam com indícios de atividade criminosa”.

Dessa forma, um número ainda impreciso de investigações, talvez milhares, serão inviabilizadas, impactando praticamente a maioria das apurações de corrupção e de lavagem de dinheiro, indo, inclusive, contra acordos internacionais, como é o caso dos estabelecidos pela OCDE e o Brasil. A segunda decisão, dessa vez baixada pelo Poder Executivo e, ao que parece, visa atender a um desejo pessoal do próprio presidente Jair Bolsonaro, contra praticamente todos os argumentos de bom senso e contrários, inclusive aos princípios republicanos, é quanto à nomeação de seu filho para ocupar o cargo de embaixador do Brasil nos Estados Unidos. Trata-se de uma das funções de alto nível e que costumeiramente sempre foi ocupado por ministros de primeira classe do Itamaraty com reconhecida qualificação no intricado ofício da diplomacia. Trata-se do ponto de vista dos interesses nacionais de uma medida que certamente trará impactos negativos para o país, dado a nítida inexperiência e a insignificante formação profissional e curricular desse candidato para tamanha função.

Para todos aqueles que acompanham o desenrolar da vida nacional, é justamente na forte influência negativa, do ponto de vista institucional, dos dois filhos do presidente da República, Eduardo e Flávio Bolsonaro, que reside hoje o tendão de Aquiles do atual governo. O presidente não tem medido esforços no sentido de cumprir essa vontade, fazendo acenos para o Senado com o propósito da aprovação do nome do filho, numa atitude idêntica aos tempos da monarquia e da fidalguia.

A última decisão que tomou a sociedade de um misto de surpresa e desapontamento foi adotada pelo partido brizolista PDT em punir a deputada Tabata Amaral (SP) por ter votado em favor da Reforma da Previdência e contra a orientação dos caciques do partido, principalmente Ciro Gomes. Assim, ficou mais uma vez demonstrado para a população que os partidos de uma forma geral não possuem em seu horizonte as necessidades do país e sim os desejos da legenda e de interesses pessoais. Fica evidente a necessidade de uma reforma política que ponha fim ao “encabrestamento” de seus quadros políticos, sobretudo os mais promissores e mais sintonizados com o momento nacional.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Os ataques e o linchamento da mídia que minha família está passando me levam a tomar o recuo necessário, que todos poderão entender. A mobilização para que eu possa me defender faz com que eu não esteja em condições de assumir serenamente e de forma eficaz a missão que me foi confiada pelo presidente da República e pelo primeiro-ministro.”

François de Rugy, ministro francês da Transição Ecológica

Foto: france3-regions.francetvinfo

 

 

Acontece

Senador Romário contou em uma comissão do Senado que tem amigos que quiseram experimentar o cigarro eletrônico para parar de fumar. Resultado: viciaram nos dois.

Foto: Getty Images

 

 

Segredo

Sempre carismático, o senador Paulo Paim passou o segredo dos quilos a menos ao economista Rogério Marinho. Trata-se de uma batida de frutas. Frutas pretas, maçã e aveia, revelou.

Fonte: Senado.gov.br

 

 

Revolução

Vem novidade por aí. A CVS Health no Brasil, que era dona das farmácias Onofre, acaba de apresentar nos Estados Unidos a possibilidade de pacientes de diálise não precisarem sair de casa.  A companhia é parceira de Segway Dean Kamen, o criador de aparelhos que monitoram tratamentos de forma remota.

Foto: CVS Health

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Começou a operação “tapa valetas”. Volta a equipe do DVO aos seus bons dias. Belo trabalho, dr. Ataualpa. O asfalto de Brasília deve ser mesmo um tapete, para dar exemplo ao resto do Brasil. (Publicado em 25/11/1961)

Reforma da Previdência evidencia a velha política

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Imagem: institutoliberal.org.br

 

Na votação em primeiro turno do projeto de reforma da Previdência, ocorrido a pouco, mais uma vez ficou evidenciado o descompasso existente, na maioria dos atuais partidos políticos, com relação as necessidades e os pleitos demandados pela realidade social e econômica do país. Tirando as oposições, que perderam, por completo, a sintonia com a maioria da população, as demais legendas, que tendiam a apoiar a proposta reformista, aproveitaram a situação de desespero do governo para extrair o máximo de vantagens, reavivando o antigo sistema do toma lá, dá cá, impondo ainda o recebimento de benefícios alheios ao projeto, como foi o caso do aumento, vergonhoso, do Fundo Eleitoral, conforme ficou constatado.

Essa insaciável fome por dinheiro demonstrada pelos partidos e as barganhas que se estabeleceram, por ocasião das negociações para a votação do projeto, deixaram claro para a população que o velho modelo político e oportunista ainda resiste com força dentro do Congresso e nem mesmo as últimas eleições foram capazes de amortecer. Por certo, há ainda muito a ser feito para mudar o velho sistema político que insiste em se perpetuar a despeito da grande rejeição demonstrada pelos brasileiros.

Nem mesmo a aprovação em primeiro turno dessa proposta convenceu o público, principalmente quando se verificou que o resultado final do texto ficou aquém das perspectivas e foi moldado às exigências dos grupos de pressão, dentro e fora do parlamento. Nesses debates ficaram ainda evidenciados que estão nos partidos os principais obstáculos à renovação no modo de fazer política, razão pela qual fica mais uma vez comprovada a necessidade vital de uma profunda reforma nessa área.

Reforma que deve ser imposta exclusivamente por meio de projeto popular e que, ao contrário das dez medidas contra a corrupção, não sofra retaliações e venha a ser esvaziada pelo Legislativo. Um caso que chamou a atenção de todos para o envelhecimento desse modelo, que tem no caciquismo dos partidos seu ponto alto, foi a dissidência dos deputados oposicionistas Tábata Amaral (PDT-SP) e Felipe Rigoni (PSB-ES), entre outros 17 parlamentares que aderiram ao texto-base da reforma e que por essa posição foram duramente criticados e ameaçados de expulsão.

No Nordeste, onde 70% da bancada votou pela reforma, o que ficou demonstrado é que os apelos locais pela melhoria na Previdência e a realidade local falaram mais alto do que os princípios de fidelidade partidária que, ao final, nada mais é do que a vontade dos donos de fato das legendas.

Com isso, os velhos dogmas e os figurões políticos, mesmo a despeito das vantagens recebidas, foram encostados contra a parede e terão que, cedo ou tarde, fazer um exame de consciência ou então que reverem novas estratégias, caso queiram permanecer ainda com a cabeça fora da linha d’água e com algum prestígio.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Com os novos tempos, há piratas também interceptando as ondas da Internet”.

Dona Dita, bordadeira.

 

 

Passe livre

O assunto passe livre para estudantes está provocando muita discussão. Seria apenas para estudantes de baixa renda ou apenas estudantes? A votação na Internet está tecnicamente empatada.

Foto: diariodotransporte.com

 

 

Reparos

No desenho de avião feito para criar Brasília, uma das turbinas já estourou. É de dar arrepios andar pelo Setor Comercial Sul. Salas vazias, prédios ociosos, local completamente fantasma. O estudo para reativar essa área deve respeitar as regras e normas de gabarito já definidas pela setorização da cidade. Mas que alguma coisa precisa ser feita, não resta dúvidas.

Foto: Ed Alves/CB/D.A Press

 

 

Volta por cima

Outros lados da cidade completamente entregues ao tempo são a W3 Norte e Sul. Uma maquiagem daqui, um ajuste de lá. Ainda não foi possível revigorar o local com fins de semana sem carro e pistas cheias de mesa e luz para receber os turistas e o público ávido por novidades.

Foto: mobilize.org.br – W3 Norte

 

 

Capoterapia

É comum, nos gramados da Universidade de Berkeley, na Califórnia, ver estudantes em rodas de capoeira. Se por lá é tão agradável, por aqui é mais. Adaptada para o pessoal da Terceira Idade, a capoterapia está se espalhando por Brasília e sendo muito bem recebida. A equipe do secretário Osnei Okumoto está fortemente empenhada em levar a saúde para os moradores da capital pela capoterapia.

 

 

Elas

Quem ganha com a divulgação e patrocinadores é o futebol feminino. Estudos prontos para estimular o esporte nas escolas, tanto do futsal feminino quanto dos jogos no gramado. O assunto vai ser discutido em breve na Câmara dos Deputados em audiência pública.

Foto: educacao.mg.gov.br

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Houve deputados que da tribuna da câmara verberaram contra o Hospital Distrital, e fizeram referências as mais desagradáveis contra os médicos. Injusto, e indigno, um pronunciamento desses. (Publicado em 25/11/1961)

Um gigante comandado por anões

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Foto: divulgação do presidente Bolsonaro

 

Dificilmente, numa possível situação em que não houvesse tamanho antagonismo político no país, quase beirando a insanidade, um candidato com o estilo de Jair Bolsonaro, deputado com décadas de mandato, conhecido por suas posições agressivas e extremadas e com fama de falar o que vem à cabeça, teria chances de chegar à Presidência da República. Ainda mais coligado com um partido nanico e sem propostas e programa político claro. De fato, dentre os elementos que surpreendentemente alçaram Bolsonaro ao mais alto cargo do Poder Executivo, o que mais se destacou foi justamente o clima de acirramento e de polarização entre uma esquerda caída em desgraça, por conta de inúmeros crimes praticados e que perfaz praticamente todo o Código Penal, e uma proposta erigida às pressas que se contrapunha a tudo o que estava sendo proposto durante a campanha.

Foi, portanto, na esteira desse faro e senso de oportunidade, que a campanha do candidato do PSL sagrou-se vitoriosa, contra tudo e contra todos os prognósticos divulgados pelos mais celebrados cientistas políticos naquela ocasião. Sem verbas estratosféricas e sem permutas antiéticas. Obviamente que a realidade do país haveria de exigir muito mais que uma vitória erguida sobre os escombros de uma esquerda moribunda. Uma coisa é a confirmação da vitória proclamada pelo Tribunal Superior Eleitoral. Outra, é aquela que passa a surpreender e assustar os novos mandatários, tão logo eles tomam assento no terceiro andar do Palácio do Planalto.

Com as finanças depauperadas ao extremo e com uma classe política sempre   alheia aos problemas nacionais (como confirma a aprovação, agora, pela Câmara dos Deputados no aumento do fundo eleitoral de R$ 1,7 bilhão para R$ 3,7 bilhão), administrar o Brasil, dentro dos estritos ditames republicanos e éticos, não é tarefa que possa ser levada a cabo de modo afoito, muito menos com base em improvisos e voluntarismos.

Chama a atenção a notícia de que o presidente estuda a possibilidade de indicar seu filho e deputado federal, Eduardo Bolsonaro, para ocupar a cadeira como embaixador do Brasil em Washington, uma das missões mais relevantes e especializadas em termos políticos e econômicos para as relações externas de nosso país e que, pelo bom senso, sempre foi ocupada por ministros de primeira classe, com longa experiência em diplomacia dentro do Ministérios das Relações Exteriores.

O gesto paternalista e com viés de nepotismo, caso venha a ser confirmado, trará repercussões internas e externas imprevisíveis, podendo inclusive abalar as relações entre os dois países, com prejuízos claros para o Brasil. A essa possibilidade de implementar medidas açodadas, se somam outras de igual potencial incerto, como é o caso da indicação, também anunciada a poucos dias, para a próxima vaga no Supremo Tribunal Federal, de um candidato com um perfil “terrivelmente evangélico”, como se isso fosse condição necessária para tão relevante função, uma vez que a Constituição exige notável saber jurídico e reputação ilibada.

Esse e outros acenos às bancadas específicas dentro do Congresso Nacional revelam, entre outros vícios, a estreiteza de visão desse e de outros presidentes que o precederam sobre a enormidade e complexidade de um país como o Brasil, um gigante que parece estar condenado a ser governado por políticos sem a mesma grandeza e não raramente obtusos.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Quem mais usufrui a liberdade de imprensa são os que se livraram dela e passaram a usar a mídia social!”

Charge: Nani Humor

 

 

Mais motos

Ao todo, são 34% a mais de motos disponíveis no mercado em 2019. A Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas divulgou que, em junho, foram produzidas 67.991 motocicletas. Falta formação educativa aos motoqueiros que cortam carros, ultrapassam pela direita e chutam retrovisores.

Foto: Arquivo Tecnodata

 

 

Inovação

Mais dois novatos não votaram com a legenda. Tabata Amaral (PDT-SP) e Felipe Rigoni (PSB-ES), do Acredito e do RenovaBR, movimentos que pregam distância da política tradicional. Os dois parlamentares estreantes sentem na pele que a velha política das siglas permanece: antes de votar pelo país, vem o partido que os elegeu.

Imagem: institutoliberal.org.br

 

Novo presidente

Dentro da rigidez militar, está a escolha pelo mais barato. Por essas e outras que ninguém vê o presidente Bolsonaro ostentando em vinhos ou hotéis caríssimos. Pelo contrário, a comitiva do Mercosul, que ficará em Bento Gonçalves, terá a hospedagem calorosa e modesta.

Foto: istoe.com.br

 

 

Transformações

Aproximando a lupa da lei que impede a venda e distribuição de sacos de compra no DF, fica uma dúvida: qual material a natureza destrói mais rápido, uma sacola de supermercado ou embalagens de arroz, feijão, sabão? Todas as opções, inclusive sacolas plásticas, podem virar corda, vaso de planta, tapete… Enquanto a lei do deputado Leandro Grass (Rede), que já foi sancionada pelo governador Ibaneis Rocha (MDB), não entra em vigor, veja a seguir como reciclá-las.

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

A dotação para as fundações de Brasília, que era de 900 milhões, sofreu redução para 500 milhões no próximo exercício. O prefeito Sette Câmara foi ao Senado, mostrou a nossa arrecadação, argumentou, discutiu, provou, esclareceu e venceu. O Senado aumentou para dois bilhões, no próximo ano. (Publicado em 24/11/1961)

Síndrome do Imperador na política nacional

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Ilustração: Gorka Olmo (brasil.elpais.com)

 

Um fenômeno dos tempos atuais, que tem chamado muito a atenção de psicólogos e mesmo de áreas ligadas à antropologia e à sociologia, tem deixado em estado de choque não apenas os país em muitas famílias, mas vem tendo seus reflexos negativos notados agora também em muitos setores da sociedade e sobretudo dentro do governo e da política.

Trata-se da chamada Síndrome do Imperador. Diagnosticado nos fins do século XX por psiquiatras europeus e que, em sua origem, foi observada apenas no comportamento voluntarioso de certas crianças dentro do círculo familiar. Essa síndrome decorre basicamente do comportamento narcísico dos pais, que através de uma postura “neuro-ótica” e, de certa forma, doentia, passam a acreditar na ideia de que têm a obrigação de fazer seus filhos felizes a qualquer custo, com isso constroem um mundo em torno da criança onde a frustração ou quaisquer tipos de obstáculos da vida desaparecem como por um passe de mágica. Dessa maneira, os pais vão dando vida aos pequenos tiranos que são impedidos de crescer e de sentir as múltiplas contrariedades reais apresentadas pela vida.

Esses pequeninos não são capazes de esperar, criar, negociar, ceder ou se frustrar. Da família, que é a célula da sociedade, esses “adultos-mirins” saem e vêm compor hoje muitos setores da vida adulta, inclusive dentro do Estado e do governo. E é aí que o perigo mora. É verdade que ainda são muito insipientes as pesquisas que indicam, dentro de parâmetros científicos, que essas e outras características dessa síndrome estão presentes em indivíduos com relevantes cargos ou funções dentro dos governos. Não só no Brasil, mas em muitos outros países na atualidade.

Ocorre, no entanto, que esse comportamento exótico tem sido observado com frequência cada vez maior nas atitudes e mesmo na condução de assuntos de grande importância para toda a sociedade, e, não raro, culminam em atitudes que deixam transparecer sinais de que se tratam de adultos com comportamento infantil e birrento e que não admitem contestações, são intransigentes e não cedem a argumentos mesmo quando estão diante de fatos indiscutíveis.

Em alguns casos, quando alçados a posições em que lhes permitem confeccionar ou executar leis, não se intimidam em criá-las ou impô-las, visando objetivamente dar proeminência a si e aos seus grupos de apoio.

Tem sido cada vez mais comum associar o comportamento de certos políticos com a Síndrome do Imperador. Um apanhado mais atento na biografia de algumas dessas destacadas autoridades da atualidade revela que muitas dessas lideranças que aí estão, conduzindo os destinos de nações inteiras, apresentavam, desde a infância, características fortes e marcantes que compõem o perfil do indivíduo com a Síndrome do Imperador.

Isso é um problema evidente dentro do mundo político, embora se saiba, desde a fundação do Estado, que o poder político se baseia na posse dos instrumentos com os quais se exerce não apenas a força física, mas as vontades e os humores dos mandatários.

Não é por outro motivo que muitas prioridades da sociedade passam a ser subordinadas às prioridades do grupo dominante e intransigente. Assim é que esses “imperadores” começam a reivindicar também o monopólio da força, dentro de princípios de relações antagônicas que reduzem o Estado ao choque de amigos contra inimigos, como num jogo de disputa infantil. A política para esses novos imperadores se resume numa guerra constante. Com isso, a própria atividade política perde seu mais alto e maduro objetivo que é o espírito republicano. O pior, é que a ausência de um comportamento equilibrado passa a ter influência negativa sobre a sociedade, já que a ética da vida pessoal passa a se estender à ética do Estado. De fato, parece que estamos vivendo num mundo cada vez mais infantilizado e isso é perigoso, já que o bem comum passa a ficar em segundo plano, prevalecendo tão somente o desejo do poder desses imperadores modernos.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“A cadeirinha não foi proibida. Se você precisa de lei para proteger o seu filho, o problema não é o Bolsonaro, é você.”

Frase anônima, solta na Internet, mostrando a inutilidade de toda celeuma ocorrida à época da intenção de substituir a multa por advertência.

 

 

Partida

Dr. Paulo Andrade de Mello, neurocirurgião, cientista dedicado ao trabalho, sempre atento aos estudos da profilaxia das doenças do cérebro. Um entusiasta pelo ser humano. Pioneiro ativo da cidade, um gênio com uma humildade impressionante. Ajudou a formar os neurocirurgiões da cidade e, pela Sociedade Brasileira de Neurocirurgia, teve o projeto de treinamento reconhecido como um dos programas mais importantes do mundo. Recebeu um prêmio em Boston por isso, fato registrado por essa coluna. Fica o reconhecimento pelo trabalho de importância fundamental exercido pelo Dr. Paulo Andrade de Mello. Nossos sentimentos à família. A seguir, entrevista publicada por Vera Pinheiro, em 11 de out de 2012, na qual o Doutor Paulo Mello fala sobre sua trajetória até a medicina.

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Até hoje o ministro Tancredo Neves não referendou o decreto 51394, de 20 de novembro de 1961. Trata-se da anunciada reclassificação do pessoal do IAPI, que recebeu apenas a assinatura do sr. João Goulart. (Publicado em 24/11/1961)

Herança perigosa

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@ Reuters / Adriano Machado

 

O seriado transmitido pelas TVs nos anos setenta, intitulado Kung Fu, estrelado pelo ator David Carradine, mostrava, logo durante a abertura, que, dentre os desafios para a preparação de um jovem monge Shaolin, era preciso caminhar com leveza e destreza sobre finíssimas e delicadas folhas de papel de arroz sem danificá-las.

Guardadas as devidas diferenças entre ficção e realidade, essa parece ser também a faculdade principal que terá que ser desenvolvida pelo atual presidente da República, se quiser chegar incólume ao fim do mandato e com alguma chance de vir a disputar o próximo pleito ou fazer, quem sabe, um sucessor.

Pelo muito que se tem visto, lido e ouvido sobre o novo chefe do Executivo, Bolsonaro tem atraído a sua volta uma multiplicidade de forças e ações políticas que diuturnamente conspiram para seu fracasso, oposição ao Brasil sem privilégios. Das oposições dentro do Congresso, passando pelo Ordem dos Advogados do Brasil, UNE, parte do judiciário, universidades, movimentos de proteção ao meio ambiente, movimentos LGBT e outros, todos miram seus canhões contra o presidente, acusando-o, inclusive, pela derrocada nos índices da economia que herdou de outros governos.

Com tanta gente torcendo contra, e devido à fragilidade política do momento atual, com a reorganização das forças de uma contrarreforma, visando a manutenção do antigo status quo, é lícito afirmar que Bolsonaro caminha literalmente sobre finas folhas de papel de arroz. A aumentar ainda mais essa tensão, é sabido que o presidente, por diversas vezes parece colocar a língua na frente do cérebro, falando e afirmando certos desejos, que depois se vê obrigado a corrigi-los ou ajustá-los à realidade.

Num cenário como esse, a situação do atual mandatário pode ainda ser agravada se, por uma dessas tramas do destino, o ex-presidente Lula vier a ser solto. Tendo como demonstrativo uma entrevista dada na prisão que nada reverberou, pode ser que, nesse caso, ele comece a perceber que o tempo petista chegou ao fim. Ou pode acontecer que caia numa depressão, ou mesmo (Deus nos livre!) venha a falecer. Numa situação como essa, que não é nada impossível, dada a idade do ex-presidente e as condições de indivíduo com restrições, isolamento e outras fatores negativos, o caldo pode entornar de vez, com as forças do atraso criando uma nova narrativa de que Lula, doravante transformado em mártir, teria sido vítima dos fascistas ou outra versão qualquer.

O que pode à primeira vista parecer ficção, acaba de acontecer no Egito, agora com o falecimento de Mohamed Morsi, primeiro presidente democraticamente eleito, depois da Primavera Árabe de 2011, e preso dois anos depois. Morsi era um dos líderes da Irmandade Muçulmana, movimento com forte adesão dos clérigos daquele país. Sua morte num tribunal pode, segundo analistas, deflagrar novas ondas de protesto no país.

É necessário salientar que Bolsonaro herdou não só a recessão econômica legada pelos governos petistas. De quebra, herdou também a prisão de seu maior líder, colocado na cadeia por seu atual ministro da justiça. Todo o cuidado nesse caso parece ser pouco, até mesmo lavar as mãos para um fato que parece dizer respeito somente ao judiciário.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Um dia eu fui trotskista e um dia eu rompi com o trotskismo e com o marxismo, por imaginar, ou, por chegar à conclusão de que o marxismo se acredita dono do futuro. E a crença de que você tem a chave da história, de que você sabe o que vai acontecer e o que deve acontecer no futuro é uma crença fundamentalmente totalitária. Porque se você sabe, e os outros não, para onde se dirige a humanidade, então você tem a justificativa pra calar os outros.”

Demétrio Magnoli, jornalista e geógrafo

Foto: gazetadopovo.com.br

 

 

Tormento

Quantas vezes os consumidores brasileiros são surpreendidos pelo toque do celular onde, do outro lado, telemarketing ou mesmo robôs vendem produtos, insistem em novos pacotes. Muito desagradável e as reclamações não surtem efeitos. Isso começa a mudar pelo mundo.

Foto: Ana Rayssa/Esp. CB/D.A Press

 

 

Apoio

Nenhuma agência do governo protege ligações de marketing contra os consumidores. Pelo contrário, o governo dá os passos para que os consumidores se protejam. Desligar o telefone imediatamente, não tocar em nenhum número durante a gravação e compartilhar a experiência com o portal do Escritório de Proteção ao Consumidor, FTC. A gravação do áudio é feita por Kati Daffan e isso acontece nos Estados Unidos.

 

 

A vingança

Mesmo com esse apoio, parece que as empresas de telemarketing ultrapassam todos os limites, inclusive das leis. Está a caminho dos consumidores mundiais um contra robô. Uma nova máquina que responde às insistentes perguntas: Jolly Roger Telephone. Veja a seguir como a máquina faz o atendimento por você, para terror dos atendentes!

Acesso ao canal: Jolly Roger Telephone Co

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Como não podia deixar de ser, quem planejou não pensou na extensão da plataforma, e pôs alto falantes somente para os que estavam próximos ao palanque. (Publicado em 23/11/1961)

O fenômeno nefasto da Infantilização

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Charge do Iotti

Um dos fenômenos que vem chamando muito a atenção de sociólogos e outros estudiosos do comportamento das sociedades modernas, não só no Brasil, mas em todo o mundo ocidental nessas últimas décadas, é quanto ao processo acentuado de infantilização dos seres humanos. Por detrás desse acontecimento hodierno, se encontram razões que vão desde o prolongamento na expectativa de vida das pessoas, decorrentes dos avanços da medicina, novos hábitos alimentares, aumento das atividades físicas e recreacionais, indo até ao incentivo da indústria tanto de produtos como de ofertas, e oportunidades de lazer infinitos.

No nosso caso particular, entra nessa composição o fato de que, por nossa formação histórica, o Estado, esse demiurgo moderno, sempre foi encarado como uma espécie de pai, a quem cabe a missão de cuidar dos cidadãos, no bom e no mau sentido. Não seria de nada ruim se, nesse fenômeno que parece manter as pessoas presas na infância, fosse acompanhado também pelo sentido de pureza das crianças, num reino onde o mal não teria oportunidade de se manifestar.

Ocorre, no entanto, que esse evento extra temporal vem não apenas permeando toda a vida social e política da nação, como influenciando de forma bastante negativa no processo de desenvolvimento de nosso país. Ficamos presos ao atraso quando nosso sentido de direção nos aponta para o passado. Da mesma forma ficamos inertes quando, durante o processo eleitoral, ficamos no aguardo de um super-herói que emergirá das urnas para resolver todos os nossos problemas, desde um desentendimento com o vizinho do lado até problemas mais complicados como uma reforma do sistema de aposentadorias.

Com isso, vamos adquirindo cada vez mais um medo do que está por vir. Quem acompanha a atividade política diária, com os bate bocas entre as autoridades, a troca de mensagens desaforadas ou mesmo a atuação embirrenta das oposições, desconfia, logo de cara, de estarmos revendo uma briga entre crianças pela posse de um brinquedo.

Mesmo os discursos em plenário, por suas interjeições, pouco se diferenciam dos alaridos infantis. Elegemos políticos que na vida real são palhaços, animadores de auditório, atores de filmes pornô, estrelas do show business, campeões de Big Brother e outros personagens do mundo de animação, na ilusão de estender, para a vida pública, a pretensa alegria descontraída encontrada nesses personagens que povoam nossa fértil imaginação.

Diversos artigos e livros sérios têm sido escritos sobre esse fenômeno. O curioso é que, em todos eles, o resultado final que analisa esse evento sui generis de “homens-meninos” aponta para uma saída bastante preocupante para o futuro das sociedades atuais. A birra e a imaturidade intelectual de um líder, que tenha sob seu comando o botão nuclear, pode numa dessas hipóteses de infantilidade, pulverizar parte do globo. Do mesmo modo, a pouca maturidade de nossas lideranças políticas atuais, suas intrigas e mesmo as brigas físicas, comumente presenciadas em público, pode nos custar não apenas uma saída do atraso e do subdesenvolvimento, como retardar um futuro que necessitamos para amadurecer.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“A vida intelectual é a busca pela infantilidade pela fuga às responsabilidades que temos ao viver a realidade.”

Aldous Huxley, autor do Admirável Mundo Novo

Foto: paleofuture.gizmodo.com

 

 

Passo a passo

Alguns leitores perguntam como acessar o blog do Ari Cunha. É só escrever “blog do Ari Cunha” no Google e clicar no título. Com mais detalhes das notas, ilustrações, links e todas as facilidades da navegação pela Internet.

 

 

Ajuda Atleta

Ser atleta nesse país não é fácil. Califa Filho recebeu total apoio da Pizzaria Primo Piato, a primeira a implementar o rodízio em Brasília. O atleta de Canoagem Oceânica, atual Campeão Sul-americano na modalidade realizada em novembro de 2018 em Punta Del Este, Uruguai, foi convocado para o Mundial Quiberon na França em setembro de 2019. Devido ao alto custo do evento e não haver recurso público, por não ser uma modalidade Olímpica, a pizzaria e você podem fazer juntos nosso campeão despontar na França. Veja as opções de ajuda a seguir.

facebook.com

–> Sou o Califa Filho, atleta de Canoagem Oceânica, atual Campeão Sul-americano na modalidade realizada em novembro de 2018 em Punta Del Este – Uruguai.?

Fui convocado para o Mundial Quiberon na França em setembro de 2019. Devido ao alto custo do evento e não haver recurso público (por não ser uma modalidade Olímpica), procurei ajuda da Pizzaria Primo Piato, que abraçou a ideia de imediato.??
Desta forma estamos fazendo uma “Ajuda Atleta” com o objetivo de levantar recursos para minha participação no Mundial.
O valor do rodízio é 35 reais por pessoa e a Primo Piato irá me repassar um percentual. A bebida e os 10% serão cobrados normalmente pelo estabelecimento.
FUNCIONA ASSIM: vc entra no link abaixo do Mercado Pago e, depois que realizar o pagamento, me envia um e-mail (canoagem.brasilia@gmail.com) com:
– seu nome completo;
– comprovante do Mercado Pago;
– *data e horário* que deseja ir saborear o rodízio! Válido até 01/09/2019.
Pronto! Depois é só ir na  Primo Piato da 707 Asa Norte.
Rodízio PrimoPiato 1und CALIFA. R$ 35,00. Por favor, pague com este link do Mercado Pago: http://mpago.la/1W3jto
Rodízio PrimoPiato 2und CALIFA. R$ 70,00. Por favor, pague com este link do Mercado Pago: http://mpago.la/3WNKCm
Rodízio PrimoPiato 3und CALIFA. R$ 105,00. Por favor, pague com este link do Mercado Pago: http://mpago.la/3Cyotv
Rodízio PrimoPiato 4und CALIFA. R$ 140,00. Por favor, pague com este link do Mercado Pago: http://mpago.la/2kYHn7
Rodízio PrimoPiato 5und Califa. R$ 175,00. Por favor, pague com este link do Mercado Pago: http://mpago.la/2fjzT5
Devido a sugestão de um amigo, eu criei outros produtos no MercadoPago, contendo meu nome e quantidade de rodízios de 1 a 5 unidades. Assim poderá chamar mais amigos, família e contribuir ainda mais comigo.
Agradeço a todos que estão compartilhando, pois cada ajuda será muito importante para que eu consiga ir para o Mundial.
Coloquei meu nome na foto e nos links de pagamento mas, quem preferir fazer  por transferência bancária, peço que me confirme a transação por e-mail (com seu nome e data que irá degustar as delícias do Primo Piato) => só assim o restaurante saberá que já está pago.
Banco do Brasil 001
Agência: 34754
Conta corrente: 129469-5
Califa Filho
Em caso de dúvidas fico a disposição: 61 998158151

 

Encontro Mundial

Alto Paraíso está se preparando para o grande encontro com gente de todo o mundo. Trata-se da 19ª edição do Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros. Quem nos envia a novidade é Helena Castelo Branco. A primeira etapa acontece na Aldeia Multiétnica, junto aos povos indígenas. A segunda etapa é realizada na Vila de São Jorge, junto a comunidades tradicionais, remanescentes quilombolas e artistas da cultura popular. De 12 de julho a 03 de agosto. Veja mais detalhes a seguir.

Link para perfil do evento no Facebook: Encontro de Culturas

Link para inscrições: XIX Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros

Banner: sympla.com.br

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Se seu aparelho atende prontamente ao ruído de discar, fique sabendo que o senhor é um privilegiado. Não há um aparelho em Brasília que dê, imediatamente, o sinal para discar. A demora é imensa e, muitas vezes, mesmo com o fone fora do gancho, entra uma chamada estranha.  (Publicado em 23/11/1961)

Dançando sobre o caos

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Reprodução/Twitter

 

Todo mundo sabia que qualquer candidato que viesse a ocupar a Presidência da República, depois de mais de treze anos seguidos da gestão desastrosa petista, não teria vida fácil.  À exceção, é claro, do próprio pessoal de esquerda, caso viesse a vencer o pleito de 2018.  Arruinado política, econômica e socialmente, o país passou a requerer dos novos gestores eleitos um esforço extra para desfazer as asneiras perpetradas por mais de uma década, desmontando armadilhas, afastando sabotadores, alocados em milhares de posições estratégicas dentro da máquina pública e com missões específicas determinadas diretamente pelo partido então no poder.

Com isso, restabelecer um mínimo de governança passou a consumir grande parte na agenda do governo. A abdução profunda das universidades públicas, de parte da imprensa interesseira e de nichos da população mais desinformada, assim como de outros setores do país, não poderia resultar em outra coisa que não fosse o que todos vemos agora. Receoso, titubeante e sem saber onde pisar, o atual governo vai consumindo seus dias entre avanços e recuos, temeroso de que o caldo entorne de vez.

Não seria exagero dizer que, nos próximos meses, o atual governo terá que continuar agindo para remontar, peça por peça e com um mínimo de eficiência, a máquina pública depauperada. O problema é que a nação tem pressa. No caso específico do setor educacional e mais propriamente nas universidades públicas irá requerer do atual governo uma atenção ainda mais redobrada.

Nessa altura dos acontecimentos todos já suspeitaram que o Ministério da Educação e principalmente seu titular no momento não possuem qualquer poder sobre as universidades, tornadas autônomas, são só pelo o que manda a lei, mas, principalmente, devido à forte influência exercida pelas ideologias de esquerda que dominam o campus e abominam tudo o que venha da parte desse governo. De fato, parece não existir, sequer, um canal de comunicação entre o MEC e as universidades públicas, descoladas das orientações do governo e ainda ligadas às pautas ditadas pelos partidos de esquerda. O pior é que o atual ocupante da pasta parece se esforçar para manter essa comunicação ainda mais precária.

A dança do ministro, com guarda-chuva, fazendo uma referência ao filme de 1952, “Dançando na Chuva”, reforçou as evidências de que o que existe entre o MEC e as universidades é uma animosidade que não irá resultar em boa coisa, principalmente para o cidadão contribuinte que tem que arcar com essa despesa e assistir cenas de completa decadência e falta de noção da responsabilidade do posto.

A ideia marqueteira, que fez o ministro “dançar” diante das câmeras, se enquadra no mesmo rol das infâmias públicas que fizeram o então senador Eduardo Suplicy vestir uma cueca vermelha em pleno Congresso, ou a dança da então deputada Ângela Guadagnin entre outras performances de igual bizarrice. Imagens como essas, ganham o mundo em instantes e mostram um país que insiste em se mostrar sem seriedade.

 

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Por que os papas não envelhecem tão rápido como os políticos?”

Joãozinho, sempre filosofando.

Foto: a12.com

 

 

Momento histórico

De graça, no dia 4 de junho, o IDP receberá os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre, e da Câmara, Rodrigo Maia, o ministro Gilmar Mendes, do STF, e Paulo Guedes, ministro da Economia. O tema da mesa redonda será a Agenda de Reformas e a Volta do Crescimento. Veja a seguir mais detalhes sobre a inscrição.

 

Link para mais informações: www.idp.edu.br

 

 

2,4D

Comprometida, a produção de vinho no Rio Grande do Sul sofre com o agrotóxico aplicado na soja. Pela terra, pela água e pelo ar, o veneno está matando as parreiras.

Gráfico: gauchazh.clicrbs.com.br

 

 

Boa música

Hamilton Ruggieri lembrou bem. Ontem o Cantus Firmus comemorou 27 anos desde a primeira apresentação sob a batuta de Isabela Sekeff. Próxima parada: Alemanha.

 

 

Sem fiscalização

Depois de buscar lotes vazios, casas abandonadas e moradores acumuladores, focos da dengue foram identificados e eliminados. O problema é que o hospital do Paranoá continua sem atender pacientes, inclusive com dengue. Um hospital que demora mais de 15 horas para atender na emergência, realmente deve estar desativado.

Foto: blogdoguilhermepontes.com.br

 

 

Inoperância

Leitora informa que os quiosques no aeroporto continuam. Está agora na área de embarque. Dizem que o consumidor irá ganhar uma maleta de bordo. Logo depois pedem para escolher duas revistas de sua preferência. Por fim, preenchem um formulário com dados do desavisado e número de cartão.

Foto: bsb.aero

 

 

Desde 2006

Briga de grandes sobre a Quadra 500 do Sudoeste: de um lado o Ministério Público do DF, que quer suspender licença para construções no local. De outro, o setor imobiliário, que não para de crescer na capital.

Foto: Reprodução/TV Globo

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

O IAPI não funcionou ontem. Ou melhor, funcionou mal, porque os funcionários só foram trabalhar depois que souberam da aprovação do Plano de Reclassificação. (Publicado em 22/11/1961)

Centrão e a hipertrofia do Legislativo

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Foto: CEDI/Câmara dos Deputados

 

Tradicionalmente, em nosso sistema de presidencialismo, o poder de governar, de fato, sempre esteve centrado no Executivo, com o presidente e sua equipe pautando inclusive a agenda e os trabalhos do Legislativo. Esse modelo de superposição de um poder sobre o outro sempre mereceu críticas por parte de alguns parlamentares que não aceitavam ser comandados de fora para dentro, falando em perda de prerrogativas.

Com ou sem reclamações, esse foi o modelo que sempre vigorou, obviamente com sua balança de pesos e contrapesos com o governo, ou prestigiando os políticos com cargos na administração pública ou simplesmente ignorando-os, como faziam os presidentes militares entre os anos de 1964 e 1985. Essa foi a tradição que mereceu, inclusive, o apoio da população que rejeitou, por meio de plebiscito, a ideia da adoção do parlamentarismo em 1993.

Dos 67 milhões de brasileiros que votaram naquela ocasião, 37,1 milhões escolheram o presidencialismo como sistema de governo para o Brasil, confirmando um modelo ao gosto da população e já conhecido e testado por décadas. Em nossa história republicana, o parlamentarismo só foi usado como medida de caráter urgente para sanar crises institucionais, como no caso da renúncia de Jânio Quadros em 1961, quando se instituiu esse sistema para tornar palatável, aos militares e aos setores conservadores, a posse de Jango Goulart, considerado um político por eles de esquerda e nacionalista. De crise em crise, prosseguimos sempre sob o predomínio do presidencialismo. Ainda bem, já que, graças a figura do vice-presidente, o Brasil, em diversas ocasiões, foi salvo de crises que poderiam, inclusive, levar a uma conflagração civil de proporções imprevisíveis.

De fato, o que se pode observar é que sempre que o ocupante do Executivo, por qualquer razão, demonstra pouca aptidão em comandar o país com determinação e autoridade, o legislativo passa a ocupar esses espaços e se tornar dono da situação, quer pressionando o governo a adotar medidas ao gosto dos políticos, quer, simplesmente, boicotando o próprio governo, não votando matérias de interesse do Executivo, desfigurando outras e até ameaçando o mandatário com a possibilidade de impeachment, caso venha a perder sua base política de sustentação dentro do Congresso. Tem sido assim desde a proclamação da República em 1889.

Não restam dúvidas de que o Congresso, ao longo de nossa história, tem sido, há um só tempo, a causa e a solução de nossas crises institucionais. Com o atual governo que assumiu esse ano, a história não tem sido diferente. Eleito na onda do descontentamento geral com os petistas, Bolsonaro, como uma espécie de anticandidato, chegou ao poder quase que de maneira improvisada, sem um projeto acabado de governo e com uma equipe montada às pressas e sem expertise comprovada em administração pública.

A essas deficiências, vieram se somar as declarações, corretas, feitas pelo presidente eleito de que a velha política, do toma lá, dá cá, não teria espaço em seu governo. Acostumados justamente ao jogo imposto pelo chamado presidencialismo de coalizão, no qual ninguém governa se não estiver em alta sintonia com o Congresso, os políticos passaram a sentir na pele os efeitos do novo modelo de governo e, obviamente, não gostaram do que viram.

A partir daí, uma série ininterrupta de acontecimentos vem abalando as relações entre o Palácio do Planalto e o Congresso. As seguidas derrotas sofridas na Câmara e no Senado das propostas do governo e, principalmente, a possibilidade de a reforma da previdência vir a ser desfigurada pela atual legislatura acendeu a luz vermelha no Executivo.

Os vacilos de lideranças políticas e a falta de coesão do próprio partido do presidente, o PSL, ajudaram a pôr mais lenha nessa fervura.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“A voz do povo é a voz de Deus. Com Deus e com o povo venceremos, a serviço da Pátria, e o nome político da Pátria será uma Constituição que perpetue a unidade de sua Geografia, com a substância de sua História, a esperança de seu futuro e que exorcize a maldição da injustiça social.”

Ulisses Guimarães, ex-deputado federal

Foto: agenciabrasil.ebc.com.br

 

 

“Siesta”

Sair com um cadeirante não é tarefa simples. Na Internet estava a informação de que o Centro de Saúde UBS nº 1 da QI 21 do Lago Sul fecha às 12h e reabre às 13h. Na realidade, antes das 12h, uma senhora de 75 anos, cadeirante, com recomendação médica de repouso, foi, acompanhada da filha, ao local, mas não houve atendimento. Veja como tudo aconteceu a seguir. O vídeo foi gravado por Dib Franciss. Cidadão sempre atento às injustiças cotidianas.

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

O Supermercado precisa receber, também, a produção dos granjeiros de Brasília. Dentro de 15 dias, Várzea Bonita poderá abarrotar a cidade de verdura e as providências de distribuição estão sendo tomadas, faltando, apenas, a colaboração do supermercado. (Publicado em 19.11.1961)