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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
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No Brasil surreal em que vivemos, vira e mexe, a porta da sensatez é arrombada a cada nova pauta-bomba gestada pelos poderes da República, sempre de acordo com os interesses momentâneos de grupos situados no topo da pirâmide. Dessa forma, decisões emanadas de cima para baixo, por sua própria origem, tendem a favorecer, justamente, aqueles mesmos indivíduos e seus aliados ali encastelados. Um verniz de legalidade marota é aplicado na superfície dessas novas resoluções, blindando decisões de quaisquer críticas ou contestações.
Trata-se, como tem sido apontado diversas vezes, por despertos de toda a natureza, de uma nova modalidade de autocracia, coberta por uma rara e tênue camada de leis constitucionais que conferem a essas medidas um certo ar de democráticas. O que se verifica, no entanto, é que, por debaixo da pele de cada uma dessas decisões, exala o odor autoritário e vencido, emanado por Brasil velhaco, que se recusa a sair de cena.
O fim da possibilidade de prisão após condenação em segunda instância, o fundão eleitoral de R$ 2 bilhões, a proibição de repasses de dados da Receita Federal e do Banco Central ao Ministério Público e à Polícia Federal e o esfacelamento da Lei da Ficha Limpa e do pacote anticrime são apenas alguns exemplos, pinçados ao acaso, que reforçam a sensação de que, de fato, os brasileiros vivem um arremedo de democracia.
A total falta de parcimônia com que os poderes do Estado usam os recursos do Tesouro Nacional para bancar uma vida de luxo e distante léguas da realidade nacional só reforça a ideia de que nossa democracia vai sendo desenhada e adaptada, cada vez mais, aos interesses de uma aristocracia republicana, que pouco se importa com a população.
Não são poucos os brasileiros de bem que têm apontado a desvirtuação de nossa democracia, que vai sendo costurada, pouco a pouco, por acordos e conchavos de bastidores entre os altos escalões dos Três Poderes, repartindo e reforçando entre eles nacos de poder, desmanchando a própria natureza e a eficácia original da tripartição dos poderes.
As constantes e pouco divulgadas reuniões entre os chefes desses poderes, normalmente feitas com banquetes e outras festividades regadas com os mais finos acepipes bancados pela população, demonstram que tais afinidade e sintonia fina são feitas em nome de arranjos e outras estratégias, que, evidentemente, não podem ser divulgadas para o conhecimento do grande público, mas que, pelos seus resultados, sejam em aprovação de leis, sejam em decisões supremas ou ratificação de decisões, falam por si só.
Como repetia o filósofo de Mondubim: toda vez que áulicos se fecham em secreta reunião, ao povo e à sua vontade é dada a extrema unção”. Um dos últimos desses arrombamentos desferidos contra as portas da sensatez foi dado justamente por um amplo acordo de bastidores, em que os Três Poderes concordaram em trazer à tona o esdrúxulo instituto do juiz de garantias, uma verdadeira pauta-bomba, jogada no colo da população e que tem como objetivo apenas conferir maiores empecilhos à condenação de corruptos do colarinho branco. É a tal da parcialidade sem parcimônia.
A frase que foi pronunciada
“Ninguém pode alegar desconhecimento da lei por ter descumprido alguma regra. O problema é que os que bem conhecem as leis são os que conseguem burlá-las por interpretações (in)convenientes. Quanto a isso, não há norma. Apenas mais e mais artigos para facilitar as fendas.”
Observação que não quer calar
Sem taxa
População de Brasília une forças para impedir que as concessionárias de energia elétrica ajam para taxar a energia fotovoltaica em 60%. Veja a seguir um vídeo sobre o assunto.
Novos
Escolas públicas do Distrito Federal têm os nomes dos gestores divulgados no Diário Oficial. Os novos diretores e vice-diretores foram eleitos pela comunidade escolar, que fez questão de comparecer em peso para firmar o voto nesse processo eleitoral. Os votos válidos obedecem à seguinte porcentagem: 50% professores e servidores, 10% pais e estudantes. Os candidatos eleitos ocuparão o posto até dezembro de 2021.
Mais tranquila
Muito importante a presença de uma doula durante o parto. É a parte humanizada que as mães vão se lembrar para sempre. A Secretaria da Saúde está decidida a normatizar a presença das doulas nos hospitais do DF. Há um Grupo de Trabalho criado nesse sentido. Uma nota técnica fará as adequações necessárias. Gabrielle Medeiros, coordenadora do grupo, divulga a razão da iniciativa: “A entrada das doulas na rede é uma oferta de suporte emocional, físico e de informação. As doulas cumprem um papel importante ao proporcionar confiança e utilizar técnicas de alívio da dor, bem como oferecer recursos facilitadores para o parto”.
História de Brasília
Aliás, quem ficou tremendamente mal-satisfeito com esse manifesto foi o sr. Selmi Dei, por causa daquela referência de “inépcia, desonestidade e apetites criminosos de grupos…” (Publicado em 13/12/1961)
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Bastaram as transmissões ao vivo pela televisão mostrando os trabalhos realizados no plenário do Supremo Tribunal Federal, para os membros da alta corte serem apresentados um a um para a população brasileira. Assim, os brasileiros passaram a identificar cada um dos juízes, melhor até do que faziam com a escalação e os nomes dos jogadores da seleção de futebol.
Com a ajuda da imprensa, que traduzia o linguajar empolado do jurisdiquês dos ministros, a nação passou a entender o que se passava por detrás das paredes de vidro desse tribunal e que temas de grande repercussão para todos eram ali julgados. Mais importante ainda, os brasileiros passaram a compreender a importância e o significado de cada causa ali dissecada. Tudo isso somado à sabedoria popular, resultou numa visão e, por conseguinte, numa avaliação da mais alta corte do país.
Infelizmente, o que o grosso da população viu e ouviu, ao longo desses últimos anos, não agradou. Pior, nas várias situações em que esteve em jogo e em julgamento a vontade e o desejo dos cidadãos por um novo Brasil, a Suprema corte conseguiu a proeza de decepcionar as expectativas de cada um dos duzentos milhões de brasileiros. Aos poucos, cada um desses personagens da capa preta foi caindo no conceito da nação. De ilustres e doutos magistrados passaram, em pouco tempo, a algozes dos desejos da população. Como resultado desse processo de desnudação ao vivo, os brasileiros puderam enxergar o que existia por baixo das togas negras. O que se viu não foi do agrado da nação.
Não surpreende que, em pouco tempo, esses personagens, tão logo identificados, passassem a ser hostilizados pelo público com vaias e xingamentos, nos aeroportos, nas ruas e em restaurantes. A situação de animosidade levou a suprema corte a criar um esquema de segurança extra. Nos embarques e desembarques desses magistrados pelos aeroportos do país, foram adotadas medidas de proteção extraordinárias, com salas reservadas e exclusivas para aguardar os voos longe do público.
Essa contradição surreal que fez com que os personagens que eram mostrados ao vivo nas telas de televisão passassem a serem escondidos da população em ambientes reais, serve muito bem para descrever o Brasil atual, onde o mundo de ficção vivido pelos altos escalões da República dista anos luz da cruenta realidade nacional. De fato, nas imagens dos canais exclusivos, o Brasil ficcional é mostrado em cores vivas. Não admira que, em seguidos e recentes levantamentos de opinião pública, a avaliação do Supremo Tribunal Federal só não está pior do que a do Congresso Nacional, considerado também muito ruim pelos brasileiros.
Pela pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha, quatro em cada dez brasileiros consideram ruim ou péssima a atuação do Tribunal. Já o Congresso é visto como péssimo por 45% da população. Essa crise de credibilidade que atinge o sistema de justiça brasileiro não se restringe apenas a mais alta corte, mas perpassa todo o judiciário.
Mesmo na avaliação de alguns políticos que trabalham para restringir e trazer para a realidade o caudaloso sistema de benefícios que os juízes acumulam, são unânimes em reconhecer que a justiça perdeu a compostura, esquecendo a realidade nacional e o que significa, de fato, uma Nação. Os descalabros nos vencimentos, com juízes recebendo muito acima do teto constitucional, comprando lagostas e vinhos caros para suas solenidades, além de auxílio moradia e vale-refeição, cujos valores superam o que é pago para os professores, são vistos pela sociedade como uma afronta à real situação de grande parte dos brasileiros. Nada que a lei proíba, mas que deveria envergonhar a consciência.
Chama a atenção a discrepância de tratamento dado pela justiça àqueles que podem bancar caros escritórios de advocacia, o que só faz aumentar a certeza de que a justiça, como manda a Constituição, jamais foi ou é igual para todos. Enquanto pessoas sem recursos são presas por anos a fio por furtarem um tubo de pasta de dente, outros mais aquinhoados roubam bilhões dos cofres públicos e são libertos da cadeia por firulas e filigranas encontradas pelos doutos nas entrelinhas da lei.
Ao tomar conhecimento de que possuímos um dos mais caros sistemas judiciários de todo o planeta e também um dos mais benevolentes com criminosos, especialmente aqueles de colarinho branco, que outra avaliação poderia ter a população sobre nossa justiça, nossos juízes, desembargadores, ministros e outros que compõem esse time da lei?
A frase que não foi pronunciada:
“Se um menor é preso por uma situação análoga ao homicídio, a realidade da vítima morta é análoga a quê?”
Dúvida que não quer calar
De graça
De Comercial a Cultural. É assim que o SCS está se firmando com a decadência do aluguel de salas e lojas pela região. O Museu dos Correios com belas exposições, o Clube da Bossa com shows super agradáveis e agora o encontro na praça central nos dias 4, 11 e 25 de janeiro para um Tour do Graffiti (as inscrições são gratuitas e podem ser feitas em https://www.sympla.com.br/scstour). Sempre às 15h.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
A coleta do lixo da superquadra 107 está sendo feita em lugar errado: pela área verde entre a quadra e o SCL. Há vários inconvenientes: os trabalhadores falam alto, discutem, soltam palavrões, e seus caminhões fazem um barulho infernal. (Publicado em 13/12/1961)
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No futuro, quando os cronistas de nosso tempo resolverem sair por esse Brasil afora, percorrendo alguns desses lugarejos distantes e perdidos entre os milhares de municípios existentes pelo país, dispostos a narrar unicamente os fatos e as transformações ocorridas com o advento do programa Bolsa Família na vida de milhões de brasileiros, uma infinidade de histórias saborosas, e outras nem tanto, irão emergir desse garimpo humano para compor um quadro do realismo fantástico nacional, mostrando que personagens do tipo Pedro Malasartes, João Grilo, Macunaíma e outros ainda estão bem vivos, e atuantes e pregando suas peças.
O Brasil, por sua continentalidade, ainda é um país que pouco se conhece. As distâncias e a realidade interestelares entre a capital, as metrópoles e o restante da nação, perdida nos confins de interior miserável e esquecido ainda são as mesmas dos séculos passados. Mesmo no caso dos municípios, onde reside o Brasil real, o alheamento mútuo entre governo e população persiste, apesar da televisão e das redes sociais.
São dois mundos apartados por estradas intransponíveis ou quase inexistentes. É nesse interiorzão, sufocado pela poeira, o calor e a pobreza que as histórias surreais, dignas de um escritor como Dias Gomes, sucedem-se dia após dia mostrando o quanto o Bolsa Família alterou a vida modorrenta dessa gente, criando personagens reais que usam a vida agreste como pano de fundo, onde os espetáculos de aldrabice vão se desenrolando, separando ingênuos, de um lado e velhacos, de outro.
Nesses confins do mundo, pequenas vilas, onde todo mundo sabe mais da vida alheia do que da própria, dia de pagamento do Bolsa Família é fácil de ser percebido. Lá vão os ingênuos, e outros não tanto, para as longas filas das agências. O dinheiro, que para os primeiros é vital e merecido, já vem com o destino certo. Outros, cuja a sorte malandra quis aquinhoá-los com um abono extra, veem recursos irem direto para as mãos do dono do bar da esquina. Em muitos casos são os donos dessas cachaçarias que ficam com a guarda do cartão, como condição para vender fiado o álcool diário.
Por certo, a economia desses pequenos lugarejos fervilha por conta do dinheiro que chega com hora marcada. A população mais idosa, com auxílio dos mais próximos, corre para quitar as dívidas. O que sobra vai para dentro da lata de biscoito à espera das muitas aves de rapina que certamente irão aparecer.
Tão logo ficam sozinhos em suas residências, sem a vigilância dos poucos parentes honestos, aparecem de mansinho os mascates, vendendo de tudo pelo triplo do preço em prestações que se estendem por todo um ano ou mais.
Nessas ocasiões negociam tudo o que os ingênuos não necessitam. O que sobra do minguado dinheiro, parentes e filhos sem coração dão um jeito de arrancar. Os velhacos, sempre à espreita correm atrás do lucro fácil, emprestando a juros impagáveis, vendendo e comprando terras alheias, gado, bezerros, cabras e tudo mais.
Vendem, mas não entregam a mercadoria. Os prefeitos, que também são filhos de Deus, usam e abusam desses recursos para alavancar negócios, comprar consciências e apaniguar eleitores e puxas sacos. Parentes de políticos locais e outros funcionários, cuja a renda não permite esse tipo de auxílio social, também são comumente agraciados com o dinheiro do Bolsa Família. Todos fazem a festa.
O governo federal, ou mais precisamente o próprio presidente da República, que orienta a distribuição desses recursos, fundamentais para a consolidação da sua base eleitoral, cuida de estender esses benefícios, incluindo aí o pagamento de um inédito décimo terceiro salário aos bolsistas. O governo ouve falar desses descaminhos, mas não ousa mexer nesse emaranhado de trambiques, com medo de por todo o curral em debandada.
Nesse quiprocó com o dinheiro da nação, considerado o maior programa de distribuição de renda do planeta, os maiores ingênuos são justamente os contribuintes que financiam dois brasis: um que merece e outro que se locupleta. Dessa forma, ingênuos e velhacos convivem muito bem dentro da enorme e generosa Bolsa Família chamada Brasil.
A frase que foi pronunciada:
“A maioria dos homens são maus juízes quando seus próprios interesses estão envolvidos.”
Aristóteles, filósofo grego
Turismo Cívico Pedagógico
Iniciativa simples que desperta talentos: Kayo Magalhães foi um dos vencedores do projeto Turismo Cívico Pedagógico e agora quer ser fotógrafo. Estudantes da rede pública do DF visitaram diversos pontos da cidade com o compromisso de registrar a melhor imagem. O projeto foi desenvolvido em parceria pelas Secretarias de Turismo e Educação durante o segundo semestre de 2019, contando com 200 estudantes da rede pública do DF. A secretária de Turismo, Vanessa Chaves de Mendonça, também participou do evento.
Votos
Sempre com um toque de contato humano, o ex-governador continua o mesmo. Rodrigo Rollemberg não está no poder, mas continua desejando votos de Feliz Natal aos amigos. Os de Brasília, entendem melhor a cidade.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
O sr. Ibrahim Sued, ex-manequim da Ducal, demitido por deficiência física (também), continua extravasando sua bílis contra Brasília, em arremetidas sem fundamento e sem valor. (Publicado em 12/12/1961)
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Curioso notar que a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), uma entidade que, por seu estatuto, deveria, além de representar, defender e disciplinar o exercício dos profissionais da advocacia, vem, nesses últimos anos, se transformando, aos olhos de todos, num órgão político-partidário em defesa claramente de uma ideologia de partido. Notem que esse tipo de grave afirmação não vem apenas por parte de alguns veículos independentes da imprensa, que há muito já notaram esses desvios, mas parte principalmente de dentro da própria instituição, mais precisamente de advogados incomodados com a mudança de rumos e de objetivos.
O que eleva essa questão a um patamar de preocupação máxima e que requer medidas extraordinárias, para fazer esse organismo retornar aos trilhos da normalidade institucional, é que a OAB passou a enfeixar em si um conjunto de tamanhas responsabilidades que fez dela mais do que uma corporação profissional, situando-a até como defensora da Constituição, do Estado Democrático de Direito e dos Direitos Humanos.
Como já foi notado por alguns de seus membros, a OAB se transformou numa espécie de órgão público federal, muito embora goze de ampla independência, apta, inclusive, a ajuizar ação direta de inconstitucionalidade (Adin). É preciso reconhecer que na maior parte de sua história, a OAB se posicionou de maneira isenta e do lado certo, quer lutando pelo restabelecimento da democracia ou contra os abusos das autoridades nos casos de flagrante violação dos direitos humanos.
Ocorre que essa é uma história que ficou num passado distante e já não serve mais como uma bússola para essa Ordem, abduzida, há tempos, pelos ventos nefastos de uma orientação ideológica, estranhos a sua formação e ao que esperam os cidadãos desse país. Afirmar ser a OAB uma entidade política é uma coisa natural e legítima. Outra é se certificar que a OAB, se transformou numa espécie de filial partidária, submetida a uma ideologia de partido, centrada na defesa da cartilha daqueles partidos de esquerda.
A partir de 2005, com o estouro dos escândalos do Mensalão e de outros que se seguiram num ritmo alucinado, é possível acompanhar, de forma nítida, cada um dos posicionamentos da OAB com relação a essas descobertas, sua omissão, sua defesa velada aos envolvidos naqueles episódios e seus ataques inexplicáveis a todos aqueles operadores da justiça que buscavam esclarecimentos e punições aos criminosos.
A trincheira escolhida pela OAB nesses acontecimentos deixou claro para todos a estranha metamorfose às avessas, voltando ao estado de larva. As declarações recentes do seu atual presidente não deixam dúvidas sobre essa guinada a uma esquerda anterior à queda do Muro de Berlim. O calvário vivido pela OAB matiz explica em parte o descrédito dessa instituição junto aos brasileiros e diz muito sobre a necessidade de reformas nessa e em outras entidades que se tornaram decadentes e anacrônicas por força de suas próprias escolhas.
A frase que não foi pronunciada:
“Après moi, le délugue.”
Bolsonaro parafraseando Luís XV, ao imaginar os cofres do governo em mãos erradas.
Tinta
Quem atravessa o Eixão Norte já está acostumado com o espaço e trafega sem problemas. Mas para os visitantes, a tinta no asfalto delimitando a largura das faixas de rolamento seria o natural.
Recursos
Bruna Rosa Barreto Fonseca Dias Nunes e Marina Santana, da Secretaria de Administração e Economia Criativa do DF, foram designadas para acompanhar o projeto da Revista Traços. Caberá a elas a elaboração minuciosa de um relatório que informará se a parceria com o governo é produtiva. Logo deverão ser publicados os valores dos recursos públicos aplicados pela Oscip.
Disque 100
Muito fácil denunciar qualquer caso de violência. Seja doméstica, contra o idoso, crianças, contra a mulher, contra migrantes e refugiados. Basta ligar para o número 100. A ligação também pode ser feita de celular e é gratuita. O Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos mantém o número ativo por 24h/dia.
Novos tempos
Médicos antenados nas mídias sociais são os preferidos do público internauta. Geralmente a marcação da consulta pelo portal da clínica é amigável e rápida.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Os HP-3 mais bem localizados são os dos senhores Helvécio Bastos e Waldomiro Slaviero. Quando chove as duas casas ficam cercadas por um belo lago vermelho, habitação ideal para mosquitos. (Publicado em 14/12/1961)
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Analistas do atual cenário político, sejam eles simpatizantes da direita ou da esquerda, são unânimes em reconhecer que a principal fonte das crises políticas deriva das falas intempestivas do presidente Jair Bolsonaro. Por sua multiplicidade e diversidade, não caberiam aqui recordar toda a coleção de declarações desastrosas que acabaram, pela força natural da palavra, empurrando o atual chefe do Executivo para os extremos da política, transformando-o numa espécie de personagem que, aos poucos, vai se fechando em torno de um pequeno núcleo.
Nada contra a sinceridade. Ocorre que em política, e principalmente do alto da presidência da República, as palavras adquirem um tal poder de repercussão imediata em muitos meios, que acabam gerando incompreensões, ressentimentos e interpretações diversas. Infelizmente e de acordo com a liturgia do cargo, cabe ao chefe do Poder Executivo exercer um papel de conciliador e mediador de conflitos, tal o número de desentendimentos e rinhas existentes atualmente no campo político.
Esse exercício de parcimônia nas declarações, medindo e pesando cada palavra, além de fundamental, é exigido nesse momento de extremismos políticos. Naturalmente que esses destemperos momentâneos nas falas do presidente Bolsonaro são aproveitados, um a um, pelas oposições, que tratam de conferir-lhe ainda maior veneno ao passar cada frase adiante. Também ao fazer questão de se mostrar inamistoso a todos aqueles que ousam dele discordar, o presidente Bolsonaro passa a colecionar uma legião crescente de inimigos figadais que, muito mais do que opositores políticos, são aqueles que buscam a ruína e não apenas a derrota pura e simples do oponente.
O pior é que todo esse atual cenário ganha ainda mais instabilidade quando o presidente trás, para a frente do seu governo, seus três filhos, permitindo e até incentivando que eles se entreguem a uma espécie de rinha política com todos que se mostram avessos a esses traços de personalismo. Aliás, é justamente esse modelo personalíssimo de fazer política que levou esse clã a maquinar a ideia de construir um partido totalmente moldado aos desejos da família, materializando assim uma sigla política que poderia muito bem ser definida como a primeira legenda do “homem cordial”, tal qual descreveu um dos inventores do Brasil, o historiador e crítico literário Sérgio Buarque de Holanda (1902-1982).
Caso venha a ser definitivamente inscrito entre as dezenas de outras legendas, a Aliança pelo Brasil já nascerá com prazo de validade datado, devendo durar enquanto o patriarca ocupar os espaços políticos. Será também um partido de família: da família Bolsonaro, numa confusão entre o público e o privado. A consanguinidade será o requisito para ascender no partido. Não admira que, diante de um quadro instável dessa natureza, a área política não acumule tantas vitórias como a área econômica.
Também o enfraquecimento proposital do PSL, levado a cabo exclusivamente pela família Bolsonaro, pode muito bem ser qualificado como motim a bordo, quando revoltosos tentam tomar à força o comando do navio. Somente por esse pequeno episódio, é possível ter uma ideia mais precisa do que o clã Bolsonaro é capaz de realizar quando o que está em jogo é a manutenção do poder.
A frase que foi pronunciada:
“Não amemos de palavra, mas por obra e em verdade.”
1, João, 3:18
Novidade
Chico Vigilante Lula da Silva, como está grafado no Diário Oficial do DF, instituiu o Dia de Nossa Senhora da Glória, padroeira da região administrativa de Ceilândia. Será no dia 15 de agosto e será incluída no calendário oficial de eventos da cidade.
Feirarte
Também foi sancionada pelo governador Ibaneis a lei do deputado Reginaldo Sardinha, que regulamenta Feiras Especiais de Arte. Vai facilitar a comercialização e divulgação pelo Brasil e exterior dos trabalhos dos expositores de Brasília. A autorização para uso de área de domínio público é pessoal e intransferível, com a exceção do cônjuge, pai, mãe, filho, irmão, neto e avô, bastando comprovação de habilitação técnica para o exercício.
Opinião do leitor
Carlos Romeiro, leitor assíduo dessa coluna, chama a atenção do GDF para a situação das árvores em tempos de chuva. Além do perigo de queda em carros e pessoas, geralmente são plantadas sem que se pense no visual geral dos monumentos por perto, interrompendo o espaço aberto que é a marca de Brasília.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Neste ponto, aliás, vale chamar a atenção das autoridades: as companhias vivem solicitando aumento de tarifas, e quase todas elas, hoje, estão anunciando 45 por cento de redução nessas mesmas tarifas. Isto é fazer o governo de palhaço. Pede o aumento, o governo concede, e depois a própria empresa determina a redução. (Publicado em 12/12/1961)
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Na atual situação de confronto político vivido entre aqueles que apoiam as medidas do governo e as demais oposições, os maiores vencedores são justamente aqueles que se unem ao chamado Centrão, um conjunto formado por políticos oportunistas e utilitaristas, que aproveitam o momento de contendas acirradas para extrair vantagens, quase sempre de interesses próprios e imediatistas. O grupo formado por todos aqueles que saem perdendo é composto pela maioria da população, que se vê como cega, em meio ao tiroteio generalizado.
Diria o filósofo de Mondubim parafraseando um ditado antigo e muito conhecido: “a oportunidade faz o Centrão”. É desse verdadeiro e imenso buraco negro que saem as mais nefastas propostas. É por esse ralo de luz que são sorvidas as vantagens políticas mais antiéticas e contrárias aos anseios populares. As deformidades impostas aos projetos anticrime oriundos do ministério da justiça, as propostas para o aumento no fundo eleitoral, as tentativas de reintrodução do imposto sindical, os projetos para blindar os políticos das ações de juízes de primeira instância, a demora na votação de uma lei reestabelecendo a prisão após segunda instância, a obrigatoriedade das emendas parlamentares ficarem longe dos holofotes dos órgãos de controle e uma série de outras ideias e propostas visivelmente antipopulares e transgressoras da boa conduta brotam quase que diariamente desse aglomerado de espertalhões.
Desse comportamento totalmente errático, brota apenas uma certeza: é preciso urgentemente uma reforma política que não apenas enxugue o número exagerado de partidos, mas, e sobretudo, que acabe com os famigerados fundos eleitorais e partidários, obrigando as legendas a buscarem sobrevida junto aos seus eleitores. O dinheiro fácil, retirado à fórceps dos contribuintes, acostuma muito mal os partidos e seus dirigentes, retirando-lhes a capacidade de ligação umbilical com as bases. Cria uma espécie de representatividade às avessas, na qual as legendas, abarrotadas de recursos públicos, passaram a prescindir justamente dos eleitores.
Para um intento dessa natureza, bastou apenas reunir um grupo político com o mesmo apetite para aprovar medidas que beneficiam unicamente esse grupo, não importando as repercussões. Curioso é que o mesmo farto e fácil dinheiro, que falsamente parece ter comprado a independência dos partidos em relação aos eleitores, criando uma democracia de caciques, onde os chamados líderes decidem tudo em torno de centrões e outros grupos ardilosos, pode, pela vontade da população, se transformar numa maldição e numa praga.
Metamorfoseados em Midas modernos, esses grupos políticos poderão até possuir muito ouro em mãos, mas poderão perder o essencial que é o poder da verdadeira representação popular. Essa é dada apenas para aqueles que a merecem por sua integridade moral e ética.
A frase que foi pronunciada:
“O poder sem moral converte-se em tirania.”
Balmes, filósofo e teólogo espanhol.
Capacitação
Um dos objetivos do secretário de Segurança Pública, Anderson Torres, é disponibilizar nas delegacias pessoas capacitadas para o atendimento aos cidadãos. Principalmente no tocante a recepção de denúncias feitas por mulheres. É preciso sensibilidade para que as vítimas não desistam da denúncia.
Sem gerência
Hospitais da capital da República ainda não conseguiram estabelecer uma rotina de segurança para proteger recém-nascidos. Sequestradores saem do hospital com a criança numa bolsa ou vestem uniformes de médicos para evitar a abordagem. São estratégias simples que burlam a ineficiente preocupação gerencial.
Ponto final
“Não sou mais parlamentar. Não me perguntem nada sobre Congresso Nacional ou STF. Os poderes são independentes e não estou aqui para causar conflitos.” É assim que o presidente Bolsonaro responde os jornalistas que tentam arrancar qualquer opinião sobre votações.
Na balança
DPVAT está longe de ter caráter social. As milhares de famílias que ficarão sem indenização, com o fim desse famigerado seguro, pesarão na balança contra os milhões de brasileiros que pagam um valor criado para fins não vivenciados.
Reunião
A seguir, a foto do encontro das desembargadoras aposentadas e diretoras de aposentados das Amatras Mato Grosso, Maria Berenice Carvalho Castro Souza, Bahia; Marama dos Santos Carneiro, Campinas – São Paulo; e, da 10ª Região (DF/TO), Heloísa Pinto Marques e Terezinha Célia Kineipp Oliveira.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Esse rearmamento moral não nos está cheirando muito bem. Ninguém paga nada, os governos não colaboram, e a gente precisa saber de onde saem as verbas para as viagens de tanta gente. (Publicado em 12/12/1961)
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Com a aprovação agora, pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), do pedido de registro do estatuto e do órgão de direção nacional, o partido de extrema esquerda Unidade Popular (UP) passa a ser a 33ª legenda autorizada a disputar as eleições de 2020. Com isso. O UP passará a contar também com os benefícios do fundo partidário e eleitoral, uma mina de bilhões de reais retirada compulsoriamente do contribuinte, inclusive de áreas como Saúde e Educação, para abastecer mais uma sigla partidária.
Essa miríade de legendas partidárias, num país onde os ideários políticos de fato são escassos para não dizer inexistentes, repete o mesmo modelo e mecanismo, já desmontado. Com os antigos sindicatos: todos vivendo às custas do contribuinte cidadão. Somente esse fato explica a multiplicidade de partidos, quando se sabe que não existe, em parte alguma do planeta, mais do que duas ou três ideologias a orientar legendas políticas. Da mesma forma a única maneira de estancar essa verdadeira proliferação infecciosa de siglas sem conteúdo é cortando o repasse de dinheiro público até o último centavo. Sem essa transfusão de sangue do cidadão diretamente para os caciques que controlam essas legendas, muitas delas desaparecerão quase por completo como justamente aconteceu com os sindicatos parasitas.
Outra forma de empreender uma “seleção natural” dessas dezenas de partidos sem representatividade real, é através da aprovação de uma legislação que permita o livre lançamento de candidaturas avulsas, sem a necessidade de qualquer filiação partidária. Obviamente que uma medida dessa natureza encontra no atual parlamento, ferrenha oposição, sob os mais absurdos e inverídicos argumentos. De fato, esse parece ser um caminho que vem ganhando força, fora e longe do Congresso, mas junto da população, não apenas em virtude do esgotamento do atual modelo representativo, mas, sobretudo pelo desgaste que a classe política sofre junto ao eleitorado, quer pela voracidade com que avançam no dinheiro do contribuinte, quer pelos seguidos casos de corrupção em que estão envolvidos boa parte desses atuais políticos.
Para o ministro relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF), Roberto Barroso a ação que discute as candidaturas avulsas de pessoas sem filiação partidária, possivelmente estará pronta para julgamento ainda no primeiro semestre de 2020. Para o ministro “uma das razões de ter considerado especialmente importante esse debate público é que mesmo as lideranças políticas mais relevantes reconhecem que nós vivemos um momento de um certo deslocamento entre a classe política e a sociedade civil”. Seria necessária uma mudança no texto constitucional, o que só pode ocorrer no âmbito do Legislativo, refratário, de início à ideia.
De saída é preciso atentar para o que entende os cientistas políticos sobre essa discussão. Embora alguns reconheçam ainda a importância dos partidos políticos para o funcionamento da democracia, outros entendem que essa premissa é falsa e pode ser uma saída para a crise atual de representatividade e para a própria fragilidade dos partidos.
Um fato que comprova essa tese pode ser aferido quando se verifica que desde o retorno da democracia, para ficar apenas nessas três últimas décadas, todas as crises experimentadas pelo país tiveram sua origem no modelo político partidário. Qualquer pesquisa de opinião pública tem demonstrado que os partidos políticos são as instituições mais negativamente avaliadas junto à população.
A abstenção nas eleições é outra prerrogativa da pouca representatividade partidária. Outro indicador é a também baixa taxa de filiação partidária, o que denota a ausência de identificação dos eleitores com os atuais partidos. Na verdade, o que acontece agora com as dezenas de siglas aconteceu também com os sindicatos: baixa representatividade e um interesse apenas por aqueles que delas retiram proveito próprio. A aprovação absurda do fundo eleitoral de quase R$ 4 bilhões talvez tenha dado início ao longo e pomposo funeral dessas legendas, marcando o início de um novo tempo.
A frase que foi pronunciada:
“O PT diz ter um programa operário. Mas é um programa de radicais de classe média que imaginam representar a classe operária, e não os operários, porque estes querem mesmo é se integrar à sociedade de consumo, ter empregos, boa vida etc. Não lhes passa pela cabeça coisas como socialismo.”
Paulo Francis, jornalista falecido em fev. de 1997.
Sem sentido
Completa celeuma. Quem mora no início do Lago Norte não consegue conceber a razão de impedirem o retorno para quem sai dos conjuntos das quadras 2. O resultado prático é a invasão ao posto de gasolina para contornar a via. Geralmente, quem não faz uso da facilidade gosta de complicar a vida alheia.
Poluição visual
Trabalho incansável da Agefiz contra os cartazes pela cidade. Pode ser festinha, bazar, cão perdido. Se tiver endereço, geralmente o fiscal aparece no local para comunicar a retirada do aviso. Por enquanto, só os anúncios luminosos, pagos, que atrapalham a concentração dos motoristas, são permitidos.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
O Congresso é gozado. Está governando sem saber, fazendo tudo como no tempo do presidencialismo. Agora, há um movimento para a queda do gabinete. E o Anísio Rocha é quem explica muito bem: a maioria só viu queda de gabinete pelo noticiário internacional. E quer ver aqui, como é, e o que é que vai acontecer. (Publicado em 12/12/1961)
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
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Em algum ponto geograficamente determinado, as diversas modalidades de crimes, há séculos praticadas nesse país, acabam se cruzando. Não é incomum que transgressões como corrupção passiva e ativa, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, estelionato e outros crimes correlatos se encontrem para acertar a melhor forma ou de branquear os recursos desviados ou combinar novos modus operandi de tornar essas operações mais invisíveis ou lucrativas para todos.
Quem escolhe a corrupção quando chega ao poder necessita do doleiro ou de um empresário ladino para disfarçar os recursos surrupiados. O doleiro ou o empresário necessita do político corrupto para agilizar e dar aparência legal aos seus desatinos. De fato, num tempo indeterminado ou ponto qualquer, todos acabam mergulhando na mesma piscina cheia de ilegalidades, onde se confraternizam, festejando o resultado do butim.
Quando alguns observadores dessas cenas grotescas afirmam que “Brasília é uma ilha” querem, às vezes sem perceber, dizer que a capital tem sido esse ponto na geografia brasileira onde esses encontros se dão, regados a acepipes e vinhos de altíssimos valores. Exemplos dessa prática são abundantes nas cercanias do poder, nos chiques restaurantes, nos hotéis de luxo e em outros lugares exclusivos.
Interessante nesse caso, não é precisamente nem o tempo nem o lugar preciso onde esses encontros se dão, mas o próprio fato de se repetirem num compasso até monótono. Muitos desses convescotes tem ocorrido nas residências oficiais, onde de comum acordo, todos deixam seus celulares na entrada. Somente o fato de existir encontros dessa natureza, longe do olhar e dos ouvidos do povo, num país que se declara como República, já é bastante insólito e estranho.
De uma forma ou de outra, esses indivíduos, escolhidos por uma urna fantasiada de democracia, sejam eles identificados como notórios corruptos, ou doleiros de alto calibre, ou mesmo políticos inocentes acabam se misturando nessas festas, bebendo e brindando o ano proveitoso para todos. A interdependência desses elementos assegura a todos em conjunto à própria sobrevida do grupo. Poderosos politicamente ou financeiramente se protegem mutuamente.
Enquanto uns conferem o cartão verde e o passe livre aos articuladores dos recursos que voam livremente de um ponto para outro, outros garantem o azeitamento com farto dinheiro para que esses próceres da República não se preocupem com questões banais como moedas. As revelações produzidas, quer pela Operação Lava Jato e congêneres, quer pela própria delação de muitos acusados, têm ensinado muito sobre esses cruzamentos entre o poder e o dinheiro.
Existe um ponto geográfico bem determinado e em comum onde todos esses personagens da história brasileira se encontram e realizam a fase final de seus crimes, quer fisicamente ou apenas na forma de fantasmas. Esse ponto específico, já por demais devassado ao longo dos anos é nada mais, nada menos do que os cofres do Tesouro Nacional, onde a população confia compulsoriamente suas economias.
Urgente
Lição online
Se a agenda é positiva, é preciso divulgar o nome do estabelecimento. Dessa vez é o Maristinha que levanta a consciência dos pequenos aprendizes para as metas da ONU em relação aos direitos humanos. Os assuntos discutidos até online vão desde o estímulo a desafiar estereótipos nocivos, preconceitos a verificar antes de comprar de empresas que utilizam mão-de-obra escrava.
Boa iniciativa
Antigo em Brasília, o cursinho do Granjeiro, Gran Cursos, disponibilizou vários e-books para os professores que farão prova para servir temporariamente nas escolas públicas do DF. Acessem em: Concurso SEDF Professor Temporário: e-books gratuitos.
Prata da casa
Giselle Ottoni, que sempre vestiu a camisa da instituição, acaba de apresentar o memorial na Escola de Agronomia da Universidade Federal de Goiás. Agora é professora titular.
Caminhos da voz
Luisa Francesconi, também prata da casa que despontou em horizontes maiores, foi entrevistada por João Luiz Sampaio. Fala da vida profissional, desafios e estudos. Veja em Entrevista com a mezzo soprano Luisa Francesconi.
Até quando
A seguir, o protesto do deputado Gilson Marques, do NOVO, sobre o fundo eleitoral. Ele reforça que os parlamentares devem se lembrar que são servidores públicos e devem servir, e não serem servidos. Como disse o ministro Guedes, não são Excelências, são servidores do povo brasileiro. A não ser que a Justiça interprete diferente.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
As quadras de Brasília, na parte frente à entrada das residências, devem ter jardim e play ground. Estes últimos, serão ofertados por firmas comerciais, sob o patrocínio da Associação Comercial. (Publicado em 12/12/1961)
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Tradicionalmente como vem sendo feito a cada final de ano, a imprensa, de modo geral, elabora resumos do que de mais importante ocorreu ao longo de 2019. Para ficar apenas nos fatos mais importantes ocorridos nesses últimos meses, no âmbito dos poderes da República e que necessariamente trarão ainda repercussões para toda a sociedade, há o risco de que os acontecimentos mais recentes acabem estragando o espírito festivo das pessoas, mesmo aquelas acostumadas às bizarrices desse nosso país surreal.
De fato e de um modo geral, as respostas dos Poderes da República, onde estão parte daqueles que foram eleitos pelos cidadãos e onde se encontram também aqueles que foram diretamente indicados pelos eleitos, continuam dessintonizadas dos anseios de grande parte da população. Na verdade, e pelos últimos acontecimentos, é possível afirmar que existe hoje um divórcio litigioso entre a sociedade e esses citados poderes. Ainda é possível afirmar que o ano de 2019 vai ficar marcado na memória de todos como um período de forte retrocesso e de um contra-ataque das forças do atraso que sempre integraram o velho Brasil e que não querem, de modo algum, que um novo país desperte e tome corpo nesse início de século.
Com a aprovação da Lei de Abuso de Autoridade, foi dada a senha para o avanço daquele pelotão formado, na sua maioria, por pessoas na mira da justiça que, por meio de um novo conjunto de regras, alçou uma posição de onde podiam doravante punir juízes e promotores. Ao mesmo tempo em que se mostra ineficiente para coibir abusos, esse novo instituto pode, na avaliação de juristas renomados, prejudicar investigações e ainda simbolizar uma intimidação do Legislativo ao Judiciário e ao Ministério Público.
Fato semelhante, lembram alguns, ocorreu também na Itália em resposta às investigações da Operação Mãos Limpas. A insegurança jurídica criada por essa lei, feita sob medida contra aqueles que agem contra criminosos poderosos e sempre impunes, só possui paralelo em outra decisão, dessa vez tomada de forma monocrática no âmbito da alta corte, impondo, sem qualquer racionalidade, o repasse de informações sigilosas entre órgãos como o antigo Coaf, Banco Central e Receita Federal ao Ministério Público e à Polícia Federal sem prévia autorização da justiça.
Tal entendimento paralisou quase mil investigações por todo o país, sendo criticada inclusive no exterior, que acusava o Brasil de voltar a ser o paraíso para a lavagem de dinheiro e para a livre ação de organizações criminosas.
Em seguida, essa mesma corte, interpretando de modo enviesado a própria Constituição, e agora sob o comando de um ex-advogado do Partido dos Trabalhadores, entendeu que não mais cabia a decisão de prisão após julgamento em segunda instância, lançando essa possibilidade somente após trânsito em julgado, o que para aqueles que podem pagar caros advogados, nunca ocorrerá.
Graças a essa medida, a maioria dos presos da Operação Lava Jato, inclusive o ex-presidente Lula, foram postos em liberdade. Milhares de outros presos também foram ou serão beneficiados com essa medida, que caiu como uma bomba na cabeça dos inertes e assustados brasileiros.
Para reforçar o avanço das tropas do atraso, a Câmara achou por bem mutilar ou escalpelar, quase por completo, o pacote anticrime proposto pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, retirando-lhe ou modificando várias leis, de forma a torná-lo inofensivo e pouco eficaz. Depois de tanto esforço em contrariar os anseios da sociedade por um país mais justo e moderno, a Câmara dos Deputados aprovou também um reajuste de mais de 120% do Fundo Eleitoral passando dos atuais R$ 1,8 bilhão para R$ 3,8 bilhões colocados à disposição dos partidos, inclusive para contratar advogados para os políticos que se virem enrolados com a justiça.
Para tanto, e em vista do cobertor curto, terão que remanejar recursos de outras áreas como Saúde, Educação e Infraestrutura, para reforçar esse novo caixa de campanha. Para fechar e apenas ficando nesses fatos mais recentes, os ministros do Tribunal de Contas da União (TCU) decidiram liberar as verbas para refeições finas como lagosta e vinhos importados contratadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para eventos e outras solenidades oferecidas às altas autoridades.
Para a população em geral, devido aos altos preços nos alimentos, há ainda a alternativa para as festas de final de ano de alimentos como o ovo. Usado para comer ou para atirar contra essas altas autoridades.
A frase que foi pronunciada:
“A moralidade é princípio acrônico, atemporal, que independe de tempo, local e data.”
Almir Pazzianotto Pinto, jurista brasileiro. Foi ministro do TST.
Inegável
Ao final do show, Roberto Carlos comentou no microfone a presença de Sergio Moro. Os espectadores não só aplaudiram, mas se levantaram para mostrar o respeito e a sintonia com as iniciativas do ministro da Justiça. Um Brasil novo. A seguir, o vídeo produzido pela Folha do Brasil, onde Roberto Carlos diz que na Jovem Guarda ele dizia: “É uma brasa, mora?” E agora ele diz “É uma brasa, Moro!”
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
De volta do Ceará, trago um recado para o ministro Virgílio Távora: que seca, que nada, ministro. Que estado de calamidade pública que nada, ministro! É água como diabo. O que falta é transporte para o feijão que está no Crato. (Publicado em 12/12/1961)
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Somente depois de sentar na cadeira presidencial que o político eleito começa a aprender o “be a bá” do ofício e o que lhe cabe como chefe do Poder Executivo. Embora se saiba que alguns desses ungidos jamais tenham assimilado as lições e a devida dimensão do cargo, é próprio dos presidentes reconhecerem que o pleno desempenho da missão só se consolida há poucos dias antes do término de seu mandato. O mesmo fenômeno acontece com governadores e prefeitos, todos só começam a assimilar os segredos e nuances da função quando já é hora de dizer adeus. O instituto da reeleição talvez tenha vindo justamente com o propósito de dar uma segunda chance imediata ao eleito.
Mesmo assim, essa nova oportunidade tem, entre nós, sido utilizada de forma a prolongar erros do passado e mesmo aumentá-los em gravidade. Aprender a conduzir um carro ou um barco, sentado no banco de comando é arriscado. No caso de um transatlântico como o Brasil, o risco é maior ainda. Não se deixa de ser marujo à almirante apenas num salto olímpico. O problema com as democracias do Ocidente tem sido esse modelo que faz com que atores de filme B e torneiros semialfabetizados se tornem, de uma hora para outra, chefes da nação.
Aos partidos, que controlam todo esse esquema, interessa, tão somente, apoiar indivíduos com visibilidade e chances de vitória, pouco se importando se ele é o elemento certo para certas missões. De todo o jeito, o que interessa aos partidos é ter nessa posição um correligionário. Com isso, a legenda ganha espaço e poder e principalmente o mapa que leva aos cofres do Tesouro. Obviamente que um esquema dessa natureza está fadado ao fracasso, com o agravante de prejudicar milhões de cidadãos.
Prestes a completar um ano de mandato, o Governo Bolsonaro pode ser classificado ainda como aprendiz do ofício. De toda a forma, é o que melhor se apresentava para se contrapor à volta de uma esquerda pré-histórica, que arrastou o país para a maior crise de toda a sua história.
O atual mandatário tem um trunfo em seu favor nessa questão que é o tempo para reverter essa média baixa e dar um salto para frente recuperando uma menção mais elevada, a bem do país. Restam ainda três longos anos para aprender o ofício. Para tanto, a primeira lição, já por demais conhecida desde o início da civilização e que ainda é válida, é livrar-se dos bajuladores e dos chamados puxa-sacos.
Quem puxa-saco, também puxa tapetes. Segunda e também importante lição é livrar-se, quanto antes, de parentes problemáticos. Terceira lição é estudar os problemas do país, discuti-las com pessoas experientes no assunto e tomar decisões embasadas sem se preocupar com o horizonte político. Todas essas lições básicas não surtirão efeito algum se o mandatário não aprender com as lições do passado, sobretudo aquelas que marcaram os governos de seus predecessores. À guisa de facilitar qualquer mal-entendido posterior, recomenda-se ao neófito na presidência que nunca receba políticos, empresários e outros próceres da República em segredo.
Grave tudo e disponibilize todas as conversas em tempo real. Segredos e República são antípodas e destroem a democracia. Faça chegar ao povo todo e qualquer movimento das peças no tabuleiro. Por último não confie em ninguém, nem na própria intuição.
A frase que foi pronunciada:
“O peixe cai pela isca,
O velho pela conversa,
A galinha pelo milho,
O pobre pela promessa.”
Anônimo
Agito
Vários secretários do governo farão reuniões de estudo para aproveitar melhor o Parque da Cidade com novidades na gestão e ocupação.
Todos
Aquelas tomadas que praticamente só funcionam no Brasil precisam ser padronizadas e adotadas por todas as instituições do governo do DF. A partir de hoje, são 180 dias para o cumprimento da regra.
Limpo
Se havia dúvida acaba de ser sanada. A Stericycle Gestão Ambiental LTDA teve o processo arquivado porque Aldemario Araújo Castro, da Controladoria Geral do DF, assina que não houve prática de ilícitos.
Apartidário
Foi lançado o Observatório da Indústria 4.0 na América Latina com uma plataforma compartilhada por pesquisadores da Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México, Peru e Uruguai. Indústria 4.0 é uma expressão para o salto de quarta revolução, onde sistemas cibernéticos, nuvens, computação e internet são compartilhados entre nações.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Os trevos Setor Comercial Norte estão precisando de sinalização. Qualquer dia pode haver um desastre fatal. (Publicado em 07/12/1961)