Um País cuja a história dá voltas como numa montanha russa

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Foto: Presidência da República

 

Historiadores brasileiros e mesmo aqueles intelectuais brasilianistas que dedicam seu tempo ao entendimento das questões de nosso país, tanto àquelas relativas ao passado, quanto as que estão a embaralhar o presente momento numa confusão sem pé nem cabeça, estão a ponto de jogar a toalha, renunciando à tarefa de projetar um possível cenário futuro para nosso país. Fica confirmada a antiga tese de que o Brasil não é para amadores, mesmo aqueles que mantém, por décadas, estreitos laços de intimidade com as ciências humanas.

Desde o processo de redemocratização, iniciado em 1984 com as “Diretas Já”, o Brasil vive sobre uma verdadeira montanha russa no que diz respeito à sua evolução rumo a um Estado democraticamente sólido e estável. Foram muitas as crises que abalaram o país desde que os militares deixaram, em definitivo, o Palácio do Planalto. Após a morte do presidente Tancredo Neves e sua substituição, ocorrida num ambiente de total incertezas, por José Sarney (1985-1990), o primeiro presidente civil depois de mais de duas décadas de fechamento político, foram sucessivas as tentativas, no campo da economia, de trazer os números da inflação dos 242%, registrados em 1985, para um patamar mais razoável, o que se revelaria uma missão impossível naqueles loucos anos. Quando terminou seu governo, a inflação rodava em mais de 1.972% ao ano e o país mergulharia numa profunda recessão.

Em 1987, era instalada a Assembleia Nacional Constituinte para redigir uma Carta substitutiva a de 1967, o que, de certa forma, provocaria um esvaziamento precoce do governo Sarney. Entre 1990 a 1992, o país é governado pelo mais novo presidente já eleito pelo voto direto, após o período militar e também um dos mais breves: Fernando Collor, que sofreu processo rumoroso de impeachment. Inflação alimentada, beirando os 1200% ao ano, e um confisco inédito das poupanças dos brasileiros empurraram o país para mais uma crise institucional de grandes proporções, que só seria sanada, em parte, com a posse de Itamar Franco, seu vice.

De 1992 a 1994, o mineiro Itamar Franco assume a presidência e governa num ambiente que mistura os números negativos de uma hiperinflação com a realização de uma série de plebiscitos reafirmando a opção dos brasileiros pelo presidencialismo, como sistema de governo, e pela República, como forma de governo. Com ele, é dado início ao Plano Real e o país pode respirar por alguns anos, dentro de um cenário de maior estabilidade e credibilidade.

Itamar Franco faria ainda seu sucessor na pessoa de Fernando Henrique Cardoso, seu ministro da Fazenda. Entre os anos de 1995 a 2002, Fernando Henrique assume a presidência e realiza um governo, em muitos aspectos, exemplar, tanto do ponto de vista econômico, quanto político. Com ele, o Plano Real foi consolidado e o país passa a viver, talvez, seu melhor momento político e econômico, principalmente no primeiro mandato. No segundo mandato, quando houve um crescimento significativo na sua reprovação pelos brasileiros, FHC não se empenhou em fazer seu sucessor, o então ministro José Serra. Preferiu abrir espaço e mesmo simpatias para a chegada de Lula.

O que viria a partir da chegada do Partido dos Trabalhadores explica, em boa parte, as seguidas crises que viriam dos dois mandatos de Lula e, posteriormente, no governo de Dilma que, de certa forma, projetou o cenário de crises que experimentamos.

Eleito com 57,7 milhões de votos, Jair Bolsonaro chegou ao poder contra várias pesquisas divulgadas e gastando menos do que qualquer candidato. Com oposição ferrenha, fenômeno que o PT não enfrentou, Bolsonaro e a luta contra a corrupção tentam vencer dois inimigos: o inesperado Coronavírus e os egos dos Poderes Legislativo e Judiciário. Isso mantém nosso País, tradicionalmente, na corda bamba da história, entre ensaios de decolagens planejadas e aterrissagens de emergência.

Para aqueles que procuram entender o Brasil dentro de uma linha histórica linear, como existente em outros cantos do planeta, fica a frustração em reconhecer que esse é um país surreal, onde história factual e a ficção escrevem mais um capítulo da política nacional.

 

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“O bem obtemos por nossa conta

Mas o mal nos prende, nos monta;

Quando certos, a verdade desponta:

Sempre o destino é quem apronta!”

La Fontaine, o poeta francês

Jean de La Fontaine. Imagem: wikipedia.org

 

Redesenhar

Esses assentamentos, como o Paranoá Parque, despertam uma tristeza imensa. O projeto arquitetônico rudimentar poderia ser embelezado com urbanismo e paisagismo. Não se vê uma árvore frutífera para alimentar os pássaros, nem flores para alimentar abelhas e borboletas.

Foto: Tony Winston/Agência Brasília

 

Espertos

Lisboa está anos luz de distância da burocracia de Brasília. A cidade mais moderna do mundo não acompanha a tecnologia. Em Portugal, em qualquer agendamento com o governo, a comunicação é feita pelo WhatsApp, com bastante rapidez. Aqui em Brasília, qualquer solicitação da população é feita por telefone com quase 10 minutos de espera, além de 20 dias para encaminhamento.

Charge do Moisés

 

Alvíssaras

Os Correios não se abateram com o Coronavírus. Para alegria de muita gente que passou a fazer compras online.

Foto: L.C. Leite/Folhapress

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Bonita, a atitude do general Amaury Kruel, mandando recolher à garagem do Palácio Planalto os chapa brancas que trafegavam sem ordem sábado e domingo. (Publicado em 10/01/1962)

Clique aqui – Eleitores são escravos do voto

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Foto: Gisele Federicce, 2014

 

Não é incomum que transgressões como corrupção passiva e ativa, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, estelionato e outros crimes correlatos se encontrem para acertar a melhor forma: ou de branquear os recursos desviados, ou combinar novos modus operandi de tornar essas operações mais invisíveis ou lucrativas para todos.

O corrupto necessita do doleiro ou de um empresário ladino para disfarçar os recursos surrupiados. O doleiro, ou o empresário, necessita do político corrupto para agilizar e dar aparência legal aos seus desatinos. De fato, num tempo indeterminado, ou outro ponto qualquer, todos acabam mergulhando em águas turvas e se confraternizam, festejando o resultado do butim.

Quando o ministro Abraham Weintraub disse: “Eu não quero ser escravo nesse país. E acabar com essa porcaria que é Brasília. Isso daqui é um cancro de corrupção, de privilégio. Eu não quero ser escravo de Brasília. Eu tinha uma visão negativa de Brasília e vi que é muito pior do que eu imaginava.”, essa Brasília a que se referiu o ministro é a que abre os braços para receber os políticos eleitos pela população do país. Nenhum deles ocupa lugar no Supremo Tribunal Federal (STF), Congresso Nacional ou no Palácio do Planalto sem legitimidade.

A capital tem sido esse ponto de encontro de gente de todos os estados, onde essas agendas, que desagradam aos eleitores, se dão regadas a acepipes e vinhos de altíssimos valores. Exemplos dessa prática malcheirosa são abundantes nas cercanias do poder, nos chiques restaurantes, nos hotéis de luxo e em outros lugares exclusivos. Interessante nesse caso não é, precisamente, nem o tempo, nem o lugar onde esses encontros se dão, mas o próprio fato deles se repetirem num compasso até monótono. Muitos desses convescotes têm ocorrido nas residências oficiais, onde, de comum acordo, todos deixam seus celulares na entrada.

Somente o fato de existirem encontros dessa natureza, longe do olhar e dos ouvidos do povo, num país que se declara como República, já é bastante insólito e estranho. A questão aqui é que, de uma forma ou de outra, esses indivíduos, sejam eles identificados como notórios corruptos, ou doleiros de alto calibre, ou mesmo políticos inocentes, acabam se misturando nessas festas, bebendo e brindando o ano proveitoso para todos. A interdependência desses elementos assegura, a todos em conjunto, à própria sobrevida do grupo. Poderosos politica ou financeiramente se protegem mutuamente. Enquanto uns conferem o cartão verde e os passes livres aos articuladores dos recursos que voam livremente de um ponto a outro, outros garantem o azeitamento com farto dinheiro para que esses próceres da República não se preocupem com questões banais como moedas.

As revelações produzidas, quer pela Operação Lava Jato e congêneres, quer pela própria delação feita de muitos acusados, têm ensinado muito sobre esses cruzamentos entre o poder e o dinheiro. Na verdade, existe um ponto geográfico bem determinado e em comum, onde todos esses personagens atuais da história brasileira se encontram e realizam a fase final de seus crimes, quer fisicamente ou apenas na forma de fantasmas. Esse ponto específico, já por demais devassado ao longo dos anos, era nada mais, nada menos do que os cofres do Tesouro Nacional, onde a população confia compulsoriamente suas economias e onde as raposas deitavam e rolavam ao som do Hino Nacional.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Quem entra a introduzir uma lei nova não pode tirar de repente os abusos da velha”

Pe Antonio Vieira, religioso, filósofo, escritor e orador português da Companhia de Jesus.

Padre António Vieira (imagem: wikipedia.org)

 

Insustentável

Escolas pressionam pais para continuarem a pagar a mensalidade da criançada da primeira infância. Meninos e meninas de 4 anos continuam recebendo aulas online com diretores irredutíveis em dar desconto, mesmo que as mães estejam exercendo o papel dos professores, orientando as tarefas. A iniciativa é tão insidiosa que há ameaças, lembrando que crianças de 4 anos precisam obrigatoriamente estar matriculadas. Ou o governo toma uma medida sobre esse assunto, ou a volta à normalidade vai ser outra guerra.

Foto: Arquivo Pessoal/Washington Luiz (correiobraziliense.com)

 

Boa solução

Com os parques fechados, núcleos familiares de moradores do Sudoeste se aninham em sombras do Eixo Monumental para piquenique ou simplesmente espairecer. Brasília já é uma cidade parque.

 

Igrejinha

Maio quase no fim e a festa da Igrejinha não aconteceu no Mês Mariano pela primeira vez.

Cartaz: divulgação (quermesse de 2019)

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

O caso do leito desse supermercado não foi bem explicado. O leite está se perdendo por falta de refrigeração, e não deve ser reduzida a cota, porque na entre safra haverá dificuldade haverá dificuldade para receber a quantidade necessária ao consumo da cidade, como aconteceu no ano passado. (Publicado em 08/01/1962)

Clique aqui – Redes antissociais

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Foto: Gabriela Biló/Estadão Conteúdo

 

Com a decisão, tomada nessa quarta-feira (27), autorizando buscas e apreensões contra aliados do presidente Jair Bolsonaro, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, abriu mais um capítulo no já conturbado e delicado mundo das mídias sociais. A questão é tão polêmica e surpreendente quanto o próprio ambiente virtual, onde mentiras, intrigas, difamações e mesmo verdades convivem de forma caótica, concorrendo, com igual potencial, para provocar estragos bens concretos no mundo real.

A entrada das redes sociais no ambiente político das campanhas, das eleições e dos mandatos, principalmente no Brasil, onde normas e leis não exalam a capacidade de se fazer cumprir, não poderia resultar em nada diferente do que está aí exposto. Num país onde o fenômeno da difamação já é um fato histórico, percorrendo todo o nosso caminho desde a chegada de Cabral em 1500, o advento das mídias sociais, originária de um planeta virtual, veio para embaralhar, ainda mais, nossa trajetória política e, desde então, tem sido usada não como mais uma ferramenta de construção de nossa democracia, mas como arma para erguer e enterrar aliados e opositores, ao simples apertar de um botão ou acionar de um robô.

O que o ministro Moraes enxerga agora como uma real associação criminosa comandada a partir do chamado gabinete do ódio é, na verdade, um novo modus operandi de se fazer política, segundo o receituário brasileiro de sempre, somente substituindo a pena pela tecnologia de hoje. Trata-se de um problema novo que exige também uma nova e adaptada abordagem legal para deter abusos que, ninguém nega, são abundantes e contínuos. Candidatos como o atual presidente, eleito principalmente com a ajuda desses novos mecanismos virtuais, passam a necessitar também desses mesmos meios para se manterem vivos no mundo real. E esse é um problema originário do mundo virtual, que necessita de providências urgentes no mundo concreto e real.

Não é segredo para ninguém que o atual presidente da República tem, nas mídias sociais e na interlocução que mantém nesse ambiente, seu principal pilar e suporte político. Desprezado por políticos e por parte da grande mídia, o presidente encontrou no nicho virtual, praticamente, seu único apoio e nele vem investindo grande parte de seu tempo. Não por outra, esse setor, em especial, foi confiado diretamente a um de seus filhos, que exerce essa função como uma espécie de ministro das comunicações fantasma. A operação dessa quarta-feira, ordenada pelo STF, mira justamente essa indústria de fake news e, mais precisamente, os conteúdos dessas mídias com ameaças claras à Corte e contra todos aqueles pespegados com o rótulo de opositor ao governo.

A divulgação de mensagens de ódio, subversão e de incentivos à quebra da normalidade institucional democrática está entre as razões que levaram a mais alta Corte do país a dar início a uma contenda, opondo o mundo real das letras jurídicas ao universo tênue e melífluo das redes sociais, o que, de certa forma, traz de volta a luta onírica de D. Quixote contra os moinhos de vento, vistos como dragões poderosos.

No âmbito do Inquérito 4781, o ministro e relator desse espinhoso caso mira, nesse momento, o coração e a base de sustento virtual do próprio governo, entendido pelo magistrado como uma organização criminosa que opera com a ajuda de robôs. Se a verdade está acima de tudo, que venha.

 

 

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Dinheiro só vai onde volta mais gordo.”

Tancredo Neves, político brasileiro

Tancredo Neves (foto: Célio Azevedo/Senado)

 

Na ponta do lápis

Quando um casal decide rever as contas e prioridades a pagar, até a escola das crianças sai da lista se houver alguma dívida bancária. Os juros são exorbitantes e, apesar de todas as leis e regulamentações proibirem, o juro sobre juro permanece de forma velada.

 

No papel

Para se ter uma ideia em números, as multas, juros e prazos até o corte de serviço são monitorados. Cheque especial, por exemplo, tem os juros regulados por diretrizes do Conselho Monetário Nacional. Desde janeiro desse ano, ficou proibido que instituições financeiras cobrassem taxas acima de 8% ao mês pelo serviço. Ao ano equivale a 151,8%, um valor estratosférico em tempos de pandemia para uma instituição que não devolve nada ao cidadão apesar de obter lucros generosos.

Foto: Sérgio Lima/Poder360

 

Pesadelo

Deixar de pagar o cartão de crédito é a pior das ideias. Segundo o Banco Central, com a taxa de juros da opção de pagamento pelo rotativo, pagando no mínimo 15% da fatura antes do vencimento, os juros podem alcançar a marca de 790% ao ano.

Imagem: diariodeceilandia.com

 

No mais

Em comparação com os juros cobrados pelo banco, o atraso por um mês na conta de internet ou celular é de 2% do valor total da cobrança mais a correção monetária e mora, que não ultrapassa 1% ao mês. A multa pelo atraso da conta de luz é de, no máximo, 2% do valor da fatura. Correção monetária, juros e mora obedecem ao limite de 1% ao mês.

Foto: Helene Santos/SVM

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Em frente à Rádio Nacional há um poste de madeira ameaçando cair. A solução que encontraram foi colocar um fio de sustentação (pasmem) com a base presa exatamente no meio da calçada, impedindo o trânsito de pedestres. (Publicado em 08/01/1962)

Clique aqui – 500 dias sem escândalos de corrupção

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Charge do Jarbas

 

Quando veio à tona o escândalo do Mensalão, revelando o fato aterrador do Poder Executivo estar comprando, com maços de dinheiro vivo, o apoio político de parte significativa do parlamento, não houve um só dia, de lá para cá, em que não chegasse, ao grande público, novas e intermináveis denúncias de corrupção. A maioria dessa torrente de denúncias envolve quase sempre os mesmos personagens, formados por políticos e empresários.

Para um país como o Brasil, caminhando há anos no limbo entre a realidade e as versões, o que a sociedade já tem claro em sua avaliação da cena nacional é que a corrupção está por detrás de todos os males que nos afligem. Sabe também que seus representantes legais são os responsáveis diretos por esses fatos. Bolsonaro aparece, com coragem suficiente, para enfrentar esse cenário e recebe, da população, voto de crédito para governar.

O que a experiência mostra, aqui e em diversos países, é que, sem a participação da sociedade, a tarefa de combate à corrupção é praticamente impossível, dada a amplitude desse fenômeno, sua rede de proteção interna e externa e, no nosso caso, a conhecida morosidade e a leniência de nossas leis.

A Transparência Internacional, que tem, entre suas metas, a luta contra a corrupção na política, nos contratos internacionais, no setor privado, nas convenções internacionais e nas questões de pobreza e de desenvolvimento, há anos vem alertando para o fato de que os seguidos casos de corrupção, detectados nas últimas décadas no Brasil, contribuíram para o aumento da desigualdade social e da miséria, com reflexos extremamente negativos para o desenvolvimento. No caso específico da Petrobras, o esquema do chamado Petrolão mostrou que a corrupção obedece a um padrão sistêmico na relação entre o setor privado e o poder público, em que a prática do suborno acaba criando novos ambientes de negócios que privilegiam determinados grupos, distantes e contrários ao interesse público, o que resulta sempre em distorções e desigualdades.

No longo roteiro seguido pelos governos venezuelano de Hugo Chaves e de Nicolás Maduro até a implantação total da ditadura farsesca e sanguinária naquele país, os episódios de perseguição e ameaça, a uma parcela da imprensa que se mostrava crítica e temerosa sobre o desenrolar dos acontecimentos, vieram num crescendo que prenunciava, seguramente, que o ovo da serpente, que vinha sendo chocado por etapas, já se encontrava prestes a romper. No início, as ameaças vindas desses dois déspotas eram feitas de modo velado, procurando criar o medo entre os jornalistas e o temor de que, a qualquer momento, algo de ruim iria acontecer com eles ou com seus familiares. Depois, essas intimidações passaram a ser executadas, colocando os mecanismos de controle do Estado para esmiuçar e perseguir a vida pregressa de jornalistas e de empresários da comunicação. O fisco daquele país e os órgãos de inteligência eram direcionados para espionar cada movimento desses profissionais. A corrupção não admite a verdade.

Outro aspecto que se revela, quando os setores públicos e privados passam a agir em desobediência às leis e à ética, reflete-se sobre a infraestrutura, criando uma espécie de colapso nesse setor, com obras de baixa qualidade, superfaturadas, inacabadas, o que deixa de atender aos interesses presentes. Os efeitos da corrupção sistêmica não se esgotam em seus efeitos puramente econômicos, mas se estendem para todos os setores da vida do país, havendo, inclusive, uma correlação evidente entre corrupção e violação dos direitos humanos.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“O subterrâneo do Brasil é mais movimentado do que a superfície.”

Aureliano Chaves, ex vice-presidente do Brasil

 

Aula em casa

Mais uma vantagem trazida pela experiência da quarentena é a possibilidade de regulamentação do homeschooling: pais que preferem ensinar os filhos em casa. Depois, as crianças fazem uma prova para que se tenha certeza de que cumpriram a grade escolar.

Foto: AFP via Getty Images

 

Árido

Como estão tristes as ruas principais de Taguatinga. A fiação aérea e a falta de verde são um choque para quem conheceu aquela cidade em outros tempos. A falta que faz o urbanismo para uma população pode ser vista ali. Na Samdu mesmo.

Print: google.com/maps

 

Entrevistas

Romeu Zema, governador de Minas Gerais, tem dado um baile de política limpa. A população não para de elogiar e se sentir segura.

 

Desespero

Luta que não para. Atorvastatina Cálcica desapareceu das farmácias deixando pacientes, com doença cardiovascular e níveis elevados de colesterol, completamente desamparados. Nenhum laboratório oferece o medicamento. Morbidades são de alto risco e extremamente vulneráveis ao Covid-19. E agora?

Foto: reprodução da internet

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Os jornais cariocas anunciam com grande alarde que onze pessoas ficaram loucas num só dia na naquela cidade. E é pra lá, que o dr. José Bonifácio quer levar o Distrito Federal. (Publicado em 08/01/1962)

Clique aqui – Quebra a perna e vende a muleta

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Imagem: portal.fgv.br

 

Qualquer aluno de economia, no primeiro ano da faculdade, sabe muito bem que uma economia estatal, ancorada nas diretrizes burocráticas de um Estado de partido único, não guarda similitude alguma com economias liberais, onde a livre concorrência está na base da geração de riqueza desse tipo de mercado. O capitalismo do tipo comunista, é uma teoria que só poderia ter abrigo na mente erma de petistas e outros adeptos da esquerda esquizofrênica.

Nessa empreitada quixotesca entre o PT e o Partido Comunista Chinês, onde aquele país foi reconhecido como economia de mercado, o balanço, depois de dez anos de duração é, como não poderia deixar de ser, nitidamente favorável aos chineses e aos planos estratégicos de longo prazo daquele partido do outro lado do mundo. Como não seria diferente também, as normas de mercado, para que esse acordo “histórico” funcionasse minimamente bem, tiveram que sofrer um processo de reengenharia econômica para serem viabilizadas.

A aplicação das normas do comércio internacional estabelecidas pela Organização Mundial do Comércio (OMC) sofreu alguns “ajustes”, como no caso das medidas antidumping e de salvaguardas comerciais. Na prática, as regras da OMC não são e nunca foram plenamente acatadas pela China, sendo, tanto esse país quanto a Rússia, submetidos a um regime especial ou, em outras palavras, a um “jeitinho” pela OMC.

Já naquela época, não foram poucos os brasileiros, principalmente os empresários, que passaram a alardear e a implorar para que o governo tomasse sérias medidas para proteger o parque industrial nacional, claramente vulnerável às investidas brutais daquele novo parceiro arranjado pelo PT. Tomando apenas o aspecto para a formação de preços dos produtos fabricados por aquele país do Leste, o Brasil já saiu desse acordo no prejuízo. Questões simples como o valor da mão de obra, dos direitos trabalhistas entre outros componentes dessa matemática, como é o caso do respeito à propriedade intelectual, que na China são tratados como desprezíveis, o Brasil jamais poderia se situar em pé de igualdade comercial com o novo parceiro.

Naquele distante ano de 2011, as federações das indústrias de todo o País passaram a alertar, em vão, para o perigo desses acordos a um governo totalmente surdo e inebriado pelas possibilidades “estratégicas”, que vislumbrava com a nova parceria. Os empresários eram uníssonos em afirmar que esses acordos eram, notoriamente, uma decisão de cunho político e bem distante dos liames da economia nacional. Esse fato era também reconhecido publicamente pelo próprio presidente como uma vitória sua e de seu partido no poder.

Toda aquela história, de que o Brasil seria tratado pela China como país amigo e prioritário em destinos de investimentos, foi sendo modificada à medida em que aquele país avançava sobre a economia brasileira. Dentre as vantagens prometidas pela China para atrair o Brasil petista à sua área de atuação, figurava um possível apoio para que nosso país passasse a ocupar, definitivamente, um assento como membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, uma obsessão do então presidente Lula, que sonhava também vir a ser o futuro secretário-geral daquela organização.

Tudo sonho de uma noite de verão. Um olhar rápido para o que se sucedeu, dez anos depois após esses acordos, dá uma noção do que ocorreu de fato com mais essa herança nefasta legada por Lula e seus asseclas. As previsões dos produtores nacionais se confirmaram com a rápida desindustrialização do parque nacional, com o fechamento de milhares de fábricas e a demissão de milhões de empregados. Em qualquer área da produção industrial que se mire, o fechamento de empresas e falências são fatos que não se discutem.

A inundação de produtos chineses de baixíssima qualidade e a preços irrisórios destruiu vários segmentos, não só na indústria como no comércio. Com o avanço das importações chinesas, a economia nacional poderá ter sofrido um recuo de décadas, tornando-se dependente de produtos que, no passado, fabricava com muita eficiência e qualidade. Empresas calçadistas, ramo no qual o Brasil era destaque mundial pela qualidade e originalidade, simplesmente desapareceram quase que por completo. O mesmo ocorreu com a indústria têxtil. Nesse sentido, vale o que dizem a respeito dessa parceria: primeiro, dizem os chineses, nós quebramos suas pernas, depois enviamos as muletas a preços módicos.

 

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“O perigo do socialismo nivelador e de todas as teorias simplistas resulta especialmente de que, sendo tais teorias deveras acessíveis à alma das multidões, estas se orientam facilmente as forças cegas e devastadoras do número.”

Gustave Le Bon, polímata francês

Gustave Le Bon (wikipedia.org)

 

Lembranças

Maria do Barro foi a secretária de Ação Social trazida pelo governador Roriz. Uma mulher que marcou a vida de muita gente pela forma com que trabalhava. Quem precisava de tijolos ajudava a fazer as telhas. Se pedisse telhas a ela, era convidado a ajudar na horta comunitária. Todos se sentiam úteis, necessários e capazes. Descobrimos um vídeo simples, feito pelos que conviveram com essa mulher extraordinária. Veja o vídeo a seguir.

 

Desespero

Luta que não para. A Atorvastatina Cálcica desapareceu das farmácias deixando pacientes com doença cardiovascular e níveis elevados de colesterol completamente desamparados. Nenhum laboratório oferece o medicamento. Morbidades são de alto risco e extremamente vulneráveis ao Covid-19. E agora?

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HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Quando o governo fizer pulso forte, e se decidir a meter na cadeia quem deve estar preso, proibir atos de terrorismo, punir, enfim, severamente, esses perturbadores da madrugada deixarão de existir, ou, pelo menos, acovardar-se-ão dentro de sua insignificância. (Publicado em 08/01/1962)

Clique aqui – Atenção ao que se ouve e, sobretudo, ao que se fala.

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Charge compartilhada no perfil oficial do deputado federal Kim Kataguiri no Instagram

 

Fôssemos qualificar os homens públicos brasileiros, numa escala de valores que incluíssem, além dos atributos éticos da temperança, o respeito devido a todos os cidadãos, tomando como parâmetro apenas o que dissessem em determinadas oportunidades, o quadro seria desolador, para dizer o mínimo. Frases e outras afirmações, feitas ao acaso, utilizando, para isso, apenas os músculos que movem a língua, sem o uso do cérebro ou de outros mecanismos do juízo, denotam não só a ausência de uma boa formação moral na maioria de nossos homens públicos, mas, sobretudo, de uma tendência que certifica que a nossa classe política tem sido normalmente recrutada entre aqueles brasileiros refratários aos mais elementares princípios éticos.

Esses chamados “deslizes verbais”, tão recorrentes hoje em dia, muito mais do que aparentemente frases lançadas a ermo contra o bom senso, traduzem um jeitinho muito próprio com que esses personagens agem no dia a dia no desempenho de suas funções. Na verdade, essas diatribes, destrambelhadas e repletas de abobrinhas, acabam revelando a verdadeira essência de seus emissores. São o que são e expõem isso, mesmo que não percebam, em suas falas toscas.

A lista contendo essas parvoíces, oficiais ou não, é imensa e daria para preencher bibliotecas volumosas. Fossem esses maldizeres apenas elementos para compor o imenso anedotário da política nacional, ainda assim seria um sinal de que os brasileiros têm sido, por séculos, regidos por mãos erradas, acionadas por cérebros vadios. Ocorre que, por detrás dessa pretensa inocência que deixa escapar frases ao léu, a revelar um conteúdo de poucas letras e de rudeza espiritual, escondem-se as figuras que não passam de maus gestores, alçados ao poder nas muitas encruzilhadas históricas que o Brasil encontra pela frente e que, não raro, infelicitam a nação.

Tomando como exemplo alguns desses deslizes verborrágicos mais recentes, e à guisa de comprovação do que foi dito acima, duas lideranças, uma do passado e outra do presente, ganharam, mais uma vez, nesta semana, as manchetes dos noticiários de todo o país com suas pérolas falsas. Lula, o ex-presidente presidiário, numa eterna luta entre uma língua rápida e um cérebro capenga, afirmou, com todas as letras que: “Ainda bem que a natureza criou o monstro do Coronavírus”. Sobre essa fala, e conhecendo como os brasileiros conhecem seu autor, não vale nem a pena analisar, apenas serve como ilustração de que esse deslize vocal revela bem quem proferiu tamanha sandice.

Outra frase, das muitas que têm sido ditas de modo dissociado entre cérebro e língua pelo atual presidente Jair Bolsonaro, na mais recente, ele voltou a brincar com a coisa séria que é a pandemia, dizendo que o pessoal de direita deve tomar a Cloroquina e o de esquerda, Tubaína. Nesse caso também e dada a recorrência com que frases do tipo “E daí?” são proferidas em momentos de grande agonia mundial.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Muitas vezes, nos arrependemos de ter falado, mas nenhuma de ter calado.”

Simónides de Ceos, foi um poeta grego, o maior autor de epigramas do período arcaico. (556 a.C. — 468 a.C.)

 

Dengue

Aumentam, assustadoramente, os casos em diversas regiões do DF. O governo do Distrito Federal iniciou uma força tarefa e já inspecionou mais de 34 mil imóveis e 72 mil depósitos no combate à dengue. Os agentes retiraram entulhos, verificaram focos e trataram 4.480 imóveis em 8.501.

Foto: agenciabrasilia.df.gov

 

Motos

Moradores do CA no Lago Norte e de outras regiões, com restaurantes com entrega em domicílio, reclamam das motos com escapamento manipulado. O barulho é ensurdecedor e constante. Hora de o Detran agir novamente.

Foto: Divulgação / Detran-DF

 

BRA-SIL separado

Oposição e entidades entram com pedido coletivo de impeachment do presidente Bolsonaro. “O Brasil é o único barco do mundo que enfrenta o maremoto do Coronavírus com os tripulantes brigando entre eles. Não é hora de pensar no que o Brasil pode fazer por você.” Foi mais ou menos isso o que disse o ministro Paulo Guedes, em uma entrevista, com toda propriedade.

Representantes dos partidos entregaram o pedido na Câmara dos Deputados
Foto: Agência Câmara de Notícias

 

Máscaras

Distribuição de máscaras hoje em todos os terminais rodoviários e em todas as estações do Metrô. Ainda, de forma itinerante, nas regiões e proximidades de Ceilândia, Taguatinga, Cruzeiro, Sudoeste, Octogonal, Sobradinho, Fercal, Planaltina, Samambaia, Águas Claras, Vicente Pires, Recanto das Emas, Riacho Fundo I, Riacho Fundo II.

Foto: Semob

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

O posto policial nas áreas verdes das superquadras trouxe um mal que vai se agravar na época da poeira: é o trânsito de carros em local não permitido. A W-1 é interrompida, mesmo, de acordo com o Plano da Cidade. (Publicado em 07/01/1962)

Clique aqui – Imagens valem mais que palavras

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Flávio Bolsonaro, Alexandre Campello, Jair Bolsonaro, Rodolfo Landim e o diretor de marketing do Flamengo, Alexsander Santos — Foto: Reprodução (globoesporte.globo.com)

 

Nesses tempos de crises agudas, dentre as diversas e graves questões que vão sendo postas diante dos brasileiros e depois de tudo o que se tem visto até aqui com relação ao desempenho do atual governo, um fato vem chamando a atenção de todos: a incapacidade pessoal do atual ocupante do Palácio do Planalto para exercer tarefa de tão grande relevância, ainda mais em um momento tão delicado para o País.

Nessa altura dos acontecimentos, dado o volume de problemas que se anunciam, pouco ajudaria ao país o encurtamento, por vias constitucionais, do mandato do atual presidente. Nem é papel da imprensa empreender movimentos nesse sentido, ocupando trincheiras da oposição, sobretudo num país onde é notório o niilismo irresponsável da imensa maioria dos oponentes políticos.

Essa incapacidade pessoal de conduzir o governo conforme os requisitos mínimos de postura e de liturgia do cargo, desse e de outros presidentes que o precederam, decorre e expõe, de forma trágica, nosso modelo de democracia, baseado em aspectos culturais que se fincam nos atributos apontados pelo historiador Sérgio Buarque de Holanda, em “Raízes do Brasil”.

De fato, nenhum outro presidente da República exemplificou, de forma tão precisa, o conceito de cordialidade, conforme descrita nessa obra de 1936. À guisa de ilustração, é preciso deixar claro o que se entende por “homem cordial”. De acordo com um dos maiores intelectuais brasileiros, Antônio Cândido (1918-2017), “o homem cordial não pressupõe bondade, mas somente o predomínio dos comportamentos de aparência afetiva, inclusive suas manifestações externas, não necessariamente sinceras nem profundas, que se opõem aos ritualismos da polidez. O homem cordial é visceralmente inadequado às relações impessoais que decorrem da posição e da função do indivíduo, e não da sua marca pessoal e familiar, das afinidades nascidas na intimidade dos grupos primários”. O atual presidente é, quase um século depois dessa análise sociológica, a personificação acabada do homem cordial.

Nesse ponto, é preciso salientar ainda que, dentre as questões que vão sendo postas acerca do desempenho do atual presidente, é preciso notar ainda que a Constituição, apesar de seu conteúdo prolixo, não poderia abrir espaços para discorrer sobre a postura pessoal necessária que seria exigida para o ocupante a cargo tão relevante. Apenas no sentido de apontar algumas tarefas cruciais e necessárias nesse momento de pandemia que caberiam a um governante, que tem ouvidos abertos aos bons conselhos, é preciso destacar que, em primeiro lugar, estaria a disposição de ouvir mais do que expor ideias apressadas. Para tanto, caberia a esse governo, apenas como exemplo, percorrer o país de norte a sul, com um grupo formado de especialistas em várias áreas, para tomar ciência das diversas situações in loco, tomando medidas imediatas e em consonância com a realidade de cada ponto visitado e à vista de todos os envolvidos.

Nada dessas medidas básicas foram adotadas. O presidente, durante todo o desenrolar da crise, ficou retido em seu gabinete, enquanto poderia se postar como chefe da nação, visitando hospitais, vendo a realidade do norte ao sul do país.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“As eleições comunistas são corridas de um cavalo só.”

Clement Attlee, que sucedeu a Winston Churchill como primeiro-ministro, após a derrota dos conservadores para o Partido Trabalhista nas eleições de maio de 1945.

Clement Attlee (wikipedia.org)

  

Parceria

Um pouco de Muitos – Memorizando, de Alencar Furtado, é uma das fontes de frases colhidas com todo o cuidado para os nossos leitores.

Foto: davidarioch.com

 

Bom ministro

Pena que os senadores provavelmente não tenham assistido a entrevista na CNN do ministro Abraham Weintraub, sobre as consequências de adiar a prova do Enem. Há muita coisa por trás desse adiamento e não é preocupação com os pobres. Veja a íntegra da entrevista no blog do Ari Cunha.

 

Utopia?

Essa dinheirama prometida aos estados e municípios só tem um destino seguro: o Portal da Transparência. Assim caberia, à própria população, acompanhar quanto seu estado ou município recebeu e onde foi aplicado o dinheiro. Usar a ferramenta do Portal da Transparência tendo o contribuinte como auditor parece uma ideia infalível.

Hospital de campanha no complexo do Maracanã. Foto: Fábio Motta (oglobo.com)

 

Solução

Tristeza geral a privação da alegria das festas juninas, onde a comunidade se reúne para saborear alimentos caseiros feitos com carinho. Outras regiões administrativas podem adotar a ideia da comunidade do Lago Norte, da igreja comandada pelo padre Norbey. Será uma festa online. Veja mais em Paróquia de Brasília realiza primeira festa junina on-line e adquira seu ingresso no site www.acessoingresso.com.br.

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

No emplacamento de 62 esperamos que os taxis só sejam licenciados se possuírem taxímetro. É que está havendo abuso demais dos motoristas de praça na cobrança das corridas. (Publicado em 07/01/1962)

Clique aqui – Conselho do passado

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Charge: Elias / Agência RBS / Agência RBS

 

Embora a devida dimensão de um cargo político nem sempre é assimilada pelos escolhidos, a verdade é que poucos dias antes do término do mandato é que reconhecem o pleno desempenho do ofício. O mesmo fenômeno acontece com governadores e prefeitos, todos só começam a assimilar os segredos e nuances da função quando já é hora de dizer adeus. O instituto da reeleição talvez tenha vindo justamente com o propósito de dar uma segunda chance imediata ao eleito.

Mesmo assim, essa nova oportunidade tem, entre nós, sido utilizada de forma a prolongar erros do passado ou mesmo aumentá-los em gravidade. O problema com as democracias do Ocidente tem sido esse modelo, que faz com que atores de filme B e torneiros semialfabetizados se tornem, de uma hora para outra, chefes da nação. Aos partidos, que controlam todo esse esquema, interessa, tão somente, apoiar indivíduos com visibilidade e chances de vitória, pouco se importando se eles são os elemento certos para determinadas missões.

De todo o jeito, o que interessa aos partidos é ter, nessa posição, um correligionário. Com isso, a legenda ganha espaço e poder e, principalmente, o mapa que leva aos cofres do Tesouro. Obviamente que um esquema dessa natureza está fadado ao fracasso, com o agravante de prejudicar milhões de cidadãos. De toda a forma, era o que melhor se apresentava para se contrapor à volta de uma esquerda pré-histórica, que arrastou o país para a maior crise de toda a sua história.

Para tanto, a primeira lição, já por demais conhecida desde o início da civilização e que ainda é válida, é livrar-se dos bajuladores e dos chamados puxa-sacos. Já repetia o filósofo de Mondubim que quem puxa-saco também é capaz de puxar tapetes. Segunda e também importante lição é colocar parentes problemáticos em seus devidos lugares. Terceira lição é estudar os problemas do país, discuti-los com pessoas experientes no assunto e tomar decisões embasadas, sem se preocupar com o horizonte político.

Todas essas lições básicas não surtirão efeito algum se o mandatário não aprender com as lições do passado, sobretudo aquelas que marcaram os governos de seus predecessores. À guisa de facilitar qualquer mal-entendido posterior, recomenda-se, ao neófito na presidência, que nunca receba políticos, empresários e outros próceres da República em segredo. Grave tudo e disponibilize todas as conversas em tempo real. Segredos e República são antípodas e destroem a democracia. Faça chegar ao povo todo e qualquer movimento das peças no tabuleiro. Por último, não confie em ninguém, nem na própria intuição.

 

 

A frase que foi pronunciada:   

 “Eu não sou teimoso. Teimoso é quem teima comigo.”

Antônio Carlos Magalhães, político brasileiro.

Antonio Carlos Magalhães
Foto: Agência Senado

 

Realidade

Depois de pegar ônibus e metrô, um bom banho seria o adequado, principalmente para trabalhadores domésticos, de condomínios residenciais e comerciais, de restaurantes com entrega em domicílio. A aglomeração nos transportes é uma grande chance de contato com o vírus. A sugestão é do leitor Renato Prestes. Veja a seguir o perigo invisível.

 

Entretenimento

Trata-se de um vídeo de Lysia Condé interpretando Corta Jaca. Mencionando o discurso do senador Rui Barbosa, que condenou veementemente a música de Chiquinha Gonzaga, arrasando a música da brasileira que já fazia sucesso pela Europa. Costumes mais reservados e maneiras mais distintas não eram o que trazia o Corta Jaca de Chiquinha. Veja os dois vídeos no blog do Ari Cunha.

 

Essa não!

Presidente Bolsonaro recebeu líderes do Flamengo e do Vasco com a proposta de trazer a equipe para treinar em Brasília, já que o governo carioca não permite. Esse é um momento impróprio para atender uma demanda que em nada vai contribuir com a população da cidade.

Flávio Bolsonaro, Alexandre Campello, Jair Bolsonaro, Rodolfo Landim e o diretor de marketing do Flamengo, Alexsander Santos. Foto: Reproduçãom (globoesporte.globo.com)

 

História

Coisa que pouca gente sabe é que a Biblioteca Nacional tem uma outra via original do decreto da abolição da escravatura, além do documento exposto pela Biblioteca do Senado. Por falar nisso, a biblioteca do Senado completou 194 anos carregada de história. Confira as informações no perfil oficial da Fundação Biblioteca Nacional no Facebook e no perfil oficial da Biblioteca do Senado no Instagram.

Foto: facebook.com/fundaçãobibliotecanacional

 

Fala sério

Wadih Damous, ex-deputado federal carioca pelo PT, questionou quando os colunistas farão o mea-culpa pelo apoio à saída de Dilma Rousseff, “o que permitiu a ascensão de Bolsonaro”. A matéria foi publicada no Brasil 247 e a palavra que significa mover de baixo para cima está grafada com erro. Essa é uma boa razão para iniciar a lista de razões para manter a opinião de sempre.

Wadih Damous. Foto: camara.leg

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

O asfalto da Asa Norte, na pista leste do Eixo Rodoviário sofreu uma depressão muito grande, e está constituindo um sério perigo. É à altura da primeira tesourinha. (Publicado em 12/01/1962)

Clique aqui – “Confidências ao general Mourão”

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Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

 

Sem a sensibilidade das mais altas autoridades, como tem sido largamente apregoado, será impossível superar a grave situação vivida pelo Brasil. Com essas correções pontuais ao texto do vice-presidente da República, Hamilton Mourão, esse espaço humildemente se propõe a colocar numa ordem de coerência, dentro do que está por demais visto, o texto publicado nessa semana sob o título: “Limites e responsabilidades”.

De antemão, já é conhecido o exercício hercúleo que o general vem empreendendo, no espaço que lhe cabe, para recolocar o capitão reincidente e indisciplinado de volta à linha do bom senso e do comedimento. Está claro que a pandemia é um somatório de questões que vai da saúde, por seus efeitos sociais, atinge a área econômica, pela paralisação das atividades, chegando, na visão de Mourão, a alcançar a área da segurança, pelos reflexos que possivelmente trarão no aumento da violência, nas suas mais variadas formas.

Por isso mesmo é sistêmica. Mas ao contrário do que imagina o autor do texto, ela pesa sobretudo a um Poder em especial e, por uma razão até prosaica, nosso modelo de República de viés imperial. Jair Bolsonaro, ou a Constituição em pessoa, como ele se reconhece, confessa essa contradição de nosso federalismo e, por diversos meios, tem feito um exercício frustrado para enquadrar os governadores ao seu modo de governar. Ao contrário do que o senhor, a priori, imagina, a pandemia provocada pela Covid-19 não é, em sua essência, uma crise política. É isso sim uma crise de saúde pública e de gestão restrita à área de saúde. Também não pode ser combatida apenas pela ação do Estado, como tem sido largamente confirmada pela ação beneficente de empresas da iniciativa privada e pelos movimentos sociais de solidariedade existentes em muitas comunidades.

Talvez seja essa ideia de centralismo que tem dificultado uma ação mais coordenada por parte do Estado. O coronavírus encontrou, no Brasil, terreno propício para transmutar-se, evoluindo de organismo patogênico para uma enfermidade política sem precedentes. É fato que parecemos estar indo rumo ao caos por fatores que, diferentemente do que o senhor acredita, tem como sua origem centrada e conhecida por todos. É ainda um fato que o radicalismo desses tempos e sua filha predileta, a polarização extremada, foge das mesas de negociação e dos diálogos.

Por certo, a imprensa, com todo o poder que a comunicação lhe outorga, necessita, até constantemente, rever procedimentos, mas sem nunca abdicar da realidade, dos parâmetros racionais e até científicos, como tem sido o caso em muitos relatos. É também um fato triste a constatação de que vivemos tempos de degradação do conhecimento político, por parte daqueles que deveriam usá-lo de maneira responsável, e isso serve para todos indistintamente, a começar pelo presidente da República, o maestro e, afinal, responsável nesse momento pela grande orquestra desafinada que é o Brasil.

Ninguém pode contestar que, desde a promulgação da Carta de 88, os três Poderes vêm atropelando-se uns aos outros e isso denota, mais uma vez, os modelo tanto eleitoral quanto de indicação para as cortes. No entanto, é preciso ir com calma com relação ao desempenho do Ministério Público, de fato um grande avanço trazido pela Constituição, mas que o modelo centralizador de indicação dos procuradores vem deturpando.

Infelizmente, sob o ponto de vista da história do Brasil, a proclamação da República, como golpe efetuado contra a Monarquia Constitucional, não conseguiu depois de séculos levar o Brasil a um bom porto, o que tem custado muito caro ao País e à sua população. Também o prejuízo à imagem do Brasil no exterior, um fenômeno tão antigo quanto o país, vem sendo, sobremaneira, aumentado pelo desempenho confuso do atual governo.

É bem verdade que os governos passados muito mal fizeram aos brasileiros, sobretudo aqueles de esquerda, capitaneados por Lula e seus postes. Mas eles tiveram ao menos a esperteza de silenciar diante do que acontecia, o que dava a impressão de que faziam alguma coisa. O senhor, melhor do que ninguém, sabe que os efeitos de paralisação da economia, provocados pela pandemia, têm aspectos que vão desde a saúde da população a uma disputa política acirrada entre os diversos personagens em questão. Mas é fato também que o espírito belicoso e irascível do atual presidente, avesso a entendimentos, está na raiz desse problema. Por fim, nessa altura dos acontecimentos, é da concordância geral que fosse o senhor a liderar esse momento especial de crise, os desdobramentos positivos seriam outros e muitos mais necessários ao país.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Nenhuma coisa é mais própria do ofício de rei do que falar pouco e ouvir muito.”

Saavedra Fajardo, diplomata espanhol

Retrato de Diego Saavedra Fajardo, de Fernando Selma.                Imagem: wikipedia.org

 

Arte

Essa pandemia tocou direto na alma dos artistas. Atores, cantores, orquestras, poetas. Veja abaixo como fala a alma da prata da casa Adriana Bernardes. Crônicas e poemas para acalmar o juízo, como falaria o filósofo de Mondubim.

–> Desculpe a hora. Mas eu preciso te contar o que eu quero pra hoje. “…Quero dançar até o dia amanhecer!
Sentir o cheiro quente do perfume que exala do meu corpo misturado ao suor e à exaustão.
Sentar de frente pro mar, fechar meus olhos e esquecer do mundo!”.

Sabe o que mais quero pra hoje? Vem ver: O que eu quero pra hoje?

O blog: reboar.blogspot.com
Instagram: @rebo_ar

 

Iphan

Também ,a seguir, a manifestação recebida e assinada pelo Conselho Deliberativo do ICOMOS/Brasil sobre as recentes nomeações para a direção do IPHAN.

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Não é só isto, porque um exemplo para as demais não será tão difícil, mas para fazer da Universidade de Brasília um verdadeiro centro de cultura e desenvolvimento do ensino superior, não é tarefa fácil. (Publicado em 07/01/1962)

Se falasse menos, talvez compreendesse mais

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Charge do Sinfrônio

 

Pesquisas de opinião pública só são levadas a sério quando favorecem a determinadas torcidas. Do contrário, são criticadas como tendenciosas e pouco científicas. Claro que existem pesquisas que são confeccionadas objetivamente para atenderem a determinados clientes e que nunca contrariam os prognósticos. Mas existe também aquele conjunto de pesquisas que avaliam metodicamente uma amostra significativa da sociedade e dela consegue extrair uma média bem precisa do pensamento e do gosto geral da população sobre determinado assunto do momento. O DataSenado é um exemplo. Essas avaliações, tomadas como sérias, possuem grande valor na hora de medir indicadores como popularidade e rejeição a um indivíduo ou grupo e, como tal, devem ser estudadas com todo o cuidado a fim de orientar a correção de rumos e atitudes, imprescindíveis para aquelas lideranças que estão no poder.

De fato, nenhum político pode descartar o que chamam de retrato do momento, trazido pelas pesquisas de opinião. Dele depende muito seu próprio futuro. Não é por outro motivo que, apesar das críticas de que muitas pesquisas de opinião erram feio em eleições, elas ainda são de enorme valia e por isso perduram como ferramenta para aferir, a cada momento, o coração volúvel do eleitor. Uma amostragem dessas pesquisas, que deve ser levada em consideração nesse instante pelo Palácio do Planalto, mostra claramente uma forte tendência de queda na avaliação de popularidade do Governo Bolsonaro.

Em sentido contrário, assiste-se também uma subida no número daqueles que passaram a considerar o atual governo ruim ou péssimo. É com base nesse tipo de gráfico em que dois indicadores, simultaneamente negativos para o governo, se movimentam, que é chegada a hora de ativar o bom senso e de empreender uma mudança de rumos capazes de reverter a piora nos números de muitas dessas recentes pesquisas.

Apenas à guisa de exemplo de uma pesquisa bem embasada metodologicamente, os dados levantados pela XP/Ipespe mostram, em dois momentos distintos, uma avaliação preocupante para o atual governo. Na primeira avaliação, realizada logo após a saída do ministro da justiça, Sérgio Moro, mostrou que 67% dos ouvidos acreditam que a saída do principal nome da equipe de Bolsonaro trará efeitos negativos para a continuidade do governo, principalmente no seu aspecto inicial de combate à corrupção e à chamada velha política.

A esses indicadores que prenunciam tempos difíceis à frente, somam-se os números de outra pesquisa realizada dias depois e que desta vez avaliava o desempenho do governo frente à pandemia de coronavírus. Nessa nova pesquisa, os números indicavam uma subida de 42% para 49% na avaliação daqueles que consideram o governo ruim ou péssimo. No mesmo gráfico era apresentado também um declínio nos números daqueles que acham o governo bom ou ótimo, que passou de 31% para 27%.

As novas medidas adotadas na sequência pelo governo Bolsonaro, interferindo no comando da Polícia Federal, seguido de um gesto político muito arriscado de atrair o Centrão fisiológico para dentro do governo, bem como seu desempenho frente à pandemia, já indicam, mesmo antes de uma nova pesquisa vir à luz, que seus índices positivos continuam despencando ladeira abaixo em abalada corrida. A continuarem as demonstrações públicas de desdém pelas pesquisas, vistas apenas como armas da oposição, o atual governo deve colocar de lado qualquer pretensão em continuar depois de 2022, devendo cuidar logo do que ainda resta de credibilidade e de governabilidade nesse atual mandato.

 

 

 

A frase que NÃO foi pronunciada:

“Quanto custa a soberania de um país?”

Alguém com muito poder, pensando e olhando para o mapa do Brasil.

Charge do Jean Galvão

 

Perto do fim?

Amigos que vão na comissão de frente no que se refere à Covid-19 avisam: a Alemanha começa a abrir suas fronteiras. O uso da máscara continua obrigatório em ambientes fechados, restaurantes com condições de manter a distância entre as mesas já estão abrindo. Aos poucos, o comércio volta a se restabelecer.

Foto: AFP / POOL / Michael Sohn

 

Outro mundo

Japão é um país onde as pessoas respeitam a geografia corporal. Abraços, cumprimentos com a mão, tapinha nas costas não fazem parte da cultura. Levaram, como tudo, tão a sério o combate à Covid-19 que, de semana em semana, os prefeitos liberam para a população relatórios completos sobre o número de doentes, com sintomas e sem sintomas, quantas mortes, em que área moram etc. Acesse o relatório do dia 08 de maio no link Updates on COVID-19 in Japan.

–> Veja mais em: Kagawa Prefectural Government (Covid-19)

 

Higienização

Sexta-feira, às 14h, no Instagram, com o apoio da Emater-DF, Milena de Oliveira fará uma live sobre como higienizar os alimentos na volta do mercado. Veja as informações a seguir.

 

Urbanidade

Por trazerem contaminação, luvas e máscaras devem ser descartadas no lixo do banheiro em sacos fechados para não prejudicar os profissionais da limpeza. Veja o cartaz abaixo.

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Mas os inimigos não dormem. Vão até à leviandade, à mentira, ao disfarce. Falam, falam mal, dizem que o Iate é um barraco de madeira e fecham os olhos para as piscinas, para o ginásio, para o caís, para os jardins, para toda a sua beleza, enfim.(Publicado em 06/01/1962)