Educação sem competição

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

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Em tempos de crises profundas, quando a humanidade, por suas escolhas imediatistas, se vê, mais uma vez, em sua história, imersa nos campos áridos da disputa e da luta fratricida, é necessário e vital buscar, nas pausas da reflexão, a luz e a sabedoria daqueles que, por sua experiência e bom senso, podem indicar os caminhos de volta à vida.

É em encruzilhadas e abismos, como agora se anunciam no Leste da Europa, que se precisa convocar a presença dos verdadeiros construtores de pontes, para reestabelecer laços e vínculos perdidos. “Nunca, como agora”, diz um dos mais notáveis construtores de pontes da atualidade, o papa Francisco, “houve a necessidade de unir esforços numa ampla aliança educativa para formar pessoas maduras, capazes de superar fragmentações e contrastes, e reconstruir o tecido das relações em ordem a uma humanidade mais fraterna”.

Refere-se o pontífice precisamente à Campanha da Fraternidade de 2022, cujo lema é “Fraternidade e Educação”, e que, neste momento, parece ganhar uma dimensão toda especial e urgente. Observa-se que, justamente por se afastar de uma educação que induza a fraternidade e a partilha é que, mais uma vez, se ouve falar em guerras e destruições. A educação, nos moldes em que ela é ativamente desenvolvida em vários países do globo, e que estimula, sobremaneira, o espírito de concorrência entre o alunado, para que sobreviva numa sociedade cada vez mais competitiva e excludente, está na raiz da maioria das guerras.

Para a então educadora italiana e também construtora de pontes Maria Montessori (1870-1952), na educação estruturada para a competição, está o princípio da maioria das guerras a que temos assistido ao longo da história humana. A paz, dizia ela, não escraviza o homem, pelo contrário, ela o exalta. Não o humilha, muito ao contrário, ela o torna consciente de seu poder no universo. E porque está baseada na natureza humana, ela é um princípio universal e constante que vale para todo ser humano. É esse princípio que deve ser nosso guia na elaboração de uma ciência da paz e na educação dos homens para a paz.

Tivessem os generais e políticos que hoje estão envolvidos direta e indiretamente nesse conflito envolvendo a Rússia e a Ucrânia recebido, em tempo de escola, uma educação próxima daqueles conceitos montessorianos, por certo não estaríamos assistindo ao espetáculo horrendo da dança da morte nos campos de batalha.

O que os soldados fazem nas frentes de batalha, a mando de seus superiores, é repetir o modelo de competição que recebiam em suas escolas. Com uma diferença: agora, os jogos e as disputas saíram das salas de aula e estão sendo praticados de arma em punho, numa autêntica caçada humana.

A Campanha da Fraternidade deste ano Fraternidade e Edu cação, com o subtítulo “fala com sabedoria e ensina com amor”, foi retirada de Provérbios 31:26-31, e teve início na quarta-feira de cinzas. A proposta dos idealizadores, com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) à frente, é aprofundar o tema educação, incentivando a reflexão pelo Pacto Educativo Global, conforme convocado pelo papa.

Entre os objetivos estão: analisar o contexto da educação na cultura atual e seus desafios potencializados pela pandemia; verificar o impacto das políticas públicas na educação; identificar valores e referências da palavra de Deus e da tradição cristã, em vista de uma educação humanizadora na perspectiva do reino de Deus; pensar o papel da família, da comunidade de fé e da sociedade no processo educativo, com a colaboração dos educadores e das instituições de ensino; incentivar propostas educativas que, enraizadas no Evangelho, promovam a dignidade humana, a experiência do transcendente, a cultura do encontro e o cuidado com a casa comum; estimular a organização do serviço pastoral em escolas, universidades, centros comunitários e em outros espaços educativos, em especial os das instituições católicas de ensino; e promover uma educação comprometida com novas formas de economia, de política e de progresso verdadeiramente a serviço da vida humana, em especial, dos mais pobres.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:
“É necessário que o professor oriente a criança sem que esta sinta muito a sua presença, de modo que possa estar sempre pronto para prestar a assistência necessária, mas nunca sendo um obstáculo entre a criança e a sua experiência.”
Maria Montessori

Maria Montessori. Foto: Wikimedia Commons

 

Expressão
Passeando no site da Embaixada da Alemanha, um internauta perguntou a razão de a instituição defender a Ucrânia e pagar pelo gás da Rússia. Foi bloqueado. Entrou com outra conta e perguntou se isso é saudade da DDR. Foi bloqueado novamente. Quem estava acompanhando viu tudo.

Foto: g7.news

 

Vagas
São raros os alunos do EJA que chegam animados para estudar. Ou o atrativo é o lanche, ou são os colegas que ficam fora da escola em reunião. O diploma é importante, mas como a reprovação é evitada pela direção, esse tipo de aula não tem validade. Basta imaginar uma instituição independente organizar uma prova e aplicar aos alunos que frequentam as aulas à noite. Seria um desastre.

Foto: Lúcio Bernardo Jr/Agência Brasília

 

Produção
Apoiados pela Emater, os produtores rurais iniciam as feiras de agricultura familiar, que funcionam em março no DF. Veja a lista de datas e locais a seguir.

Foto: Emater-DF

Feira Rural no Parque
Quando: dias 13 e 27 (domingos)
Horário: 8h às 14h
Local: Estacionamento 10 do Parque da Cidade (antigo pedalinho)

Feira Rural no CABV – Sobradinho
Quando: dias 8, 15, 22 e 29 (terças-feiras)
Horário: 17h às 21h
Local: Área multiúso do Condomínio Alto da Boa Vista

Feira Rural do Palácio do Planalto
Quando: dias 3, 10, 17, 24, 31 (quintas-feiras)
Horário: 10h às 15h
Local: Anexo IV da Presidência da República (próximo aos restaurantes)

Feira Rural de Multiprodutos do Barreiros
Quando: 4, 11, 18 e 25 de (sextas-feiras)
Horário: 16h às 21h
Local: DF-140, km 11, Núcleo Rural Barreiros (Jardim Botânico)

Feira Rural do Produtor da Vargem Bonita
Quando: dias 5, 13, 19 e 26 (sábados)
Horário: 7h às 15h
Local: Em frente ao comércio local, ao lado da quadra de futebol

*Com informações da Emater-DF

*Agência Brasília

 

História de Brasília
O Globo publica um comentário do “Republicain Lorrain”, de Metz, contra Brasília e termina por perguntar se valeu mesmo a pena empreender a construção colossal de Brasília. (Publicada em 18/02/1962)

Escândalo na Casa de Deus

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Foto: vaticannews.va

 

Dizia, com muita propriedade, o filósofo de Mondubim que, com homens de saias, não se briga, incluindo nessa lista padres, médicos e juízes. Mas quando o assunto é cometimento de crime por esses indivíduos, a razão é justa e vale arriscar.

É sabido que as instituições humanas estão, todas elas, fadadas ao erro. E por uma razão básica: os homens, seus criadores, são falíveis e passíveis de enganos. É da espécie, ao equilibrar-se no fio tênue que divide razão e emoção. Da mesma forma, a Igreja Católica, por sua condução humana, não está livre de erros e enganos. Por certo, essa é uma questão delicada e que, direta ou indiretamente, acaba envolvendo seu enorme rebanho, formado por um contingente de mais de 1,33 bilhão, que se vê na situação embaraçosa de ter que admitir falhas e contrassensos ocorridos dentro do que seria a própria Casa de Deus e seu templo de adoração.

Nessa quarta-feira, durante audiência pública, o papa Francisco, visivelmente envergonhado e pesaroso, reconheceu o que parece ser o mais vexaminoso capítulo da história da igreja, desde a sua fundação no século IV. Em relatório de milhares de páginas, elaborado pela Comissão Independente sobre Abusos Sexuais na Igreja Católica Francesa (Ciase), chegou à conclusão assustadora de que, entre os anos 1950 e 2020, ao menos 216 mil crianças foram abusadas sexualmente por uma multidão de padres pedófilos que juntos somam a quantia de aproximadamente 3,2 mil clérigos só na França.

Trata-se aqui de uma ferida aberta e purulenta, exibida apenas pela igreja na França e que pode ser muito maior em realidade, se adicionados outros casos ocorridos pelo mundo afora. Ferida essa que precisa ser extirpada o quanto antes, para a salvação da imagem da própria Igreja. Antes de tudo é preciso entender que nem todo pecado é crime, mas todo crime é necessariamente um pecado.

Nesse caso, trata-se de um crime, encarado, pelo menos na maior parte do mundo ocidental e parte do Oriente, como um crime hediondo, passível das mais pesadas penas, inclusive como ocorre em alguns países, punida com prisão perpétua e, em alguns, enquadrado como pena capital. “Desejo expressar às vítimas a minha tristeza e minha dor pelos traumas sofridos, e também minha vergonha, nossa vergonha, pela incapacidade da Igreja, durante muito tempo, de colocá-las no centro de suas preocupações. Rezo e rezamos todos juntos. Tua é a glória, Senhor, e nossa a vergonha. É o momento da vergonha”, afirmou o papa Francisco, para quem, do alto de seus 84 anos, essa é uma chaga que o faz sentir dor e sofrimento, mas que parece ir muito além de sua capacidade física e diretiva para abolir esse mal que parece ter raízes mais profundas e antigas.

Para aqueles que estão diretamente envolvidos nessa luta para punir os pedófilos de batina, essa é uma oportunidade para que o papa convoque um concílio mundial para empreender uma profunda reforma na Igreja, em suas leis, teologia e governança, a fim de que essa instituição passe a considerar a infância como um momento sagrado para a humanidade, conforme ensina o próprio evangelho. Entendem esses movimentos que combatem a pedofilia na Igreja que essa é uma questão a ser levada para a justiça dos homens, aqui e agora, deixando a punição divina para o momento apropriado. Parece que Deus colocou o papa Francisco onde está para a hercúlea missão de separar o joio do trigo.

Não é de hoje que esse assunto sempre volta ao noticiário, sendo que os culpados, pela morosidade dos processos dentro da Igreja, vão sendo deixados de lado, afastados para outras paróquias ou silenciados, e, raramente, são levados às cortes de Justiça para sofrerem as penalidades cabíveis. Teólogos respeitados em todo mundo, consideram que esse assunto está não só na razão do afastamento de muitos fiéis da igreja, como se trata de uma questão muito mais grave do que a própria reforma protestante no século XVI que cindiu a Igreja, levando consigo boa parte dos fiéis.

O papa e todos aqueles que professam o catolicismo estão diante de um problema que não pode mais ser relegado à censura de falta e de pecado, sendo que sua prática é um crime, e dos mais abjetos a requerer punições exemplares e duras, enviando esses abusadores para o fogo do inferno, representado aqui pelos presídios e cadeias de todo o mundo.

A frase que foi pronunciada:

São questões complexas. “Eu não tenho nenhuma intenção de dar a você uma frase de efeito.”

Padre Lombardi, porta-voz do Vaticano

Padre Federico Lombardi . Foto: vaticannews.va

Mãos à obra

Veja, no Blog do Ari Cunha, a estrada de ferro que interligará a região de Lucas do Rio Verde ao Maranhão. Desenvolvimento chegando para dar independência e progresso na vida dos moradores.

> Olha o maquinário que está sendo usado para fazer a estrada de ferro que vai interligar a região de Lucas do Rio Verde ao Maranhão… já estão em Marabá, no Pará. Golaço do Governo Federal. Se você não compartilhar ninguém ficará sabendo, pois isso não é mostrado na TV😳

 

Boletim do TCU

Mais de 1 milhão de economia aos cofres públicos com apenas um manejo na rotina do INSS. O caso se refere à concessão do Benefício de Prestação Continuada (BPC). O mais inteligente seria que a Perícia Médica acontecesse antes da avaliação social. Simples assim.

Charge: seebbauru.org.br

História de Brasília

Há funcionários do DCT morando na Cidade Livre, em Taguatinga e em invasões. Vieram transferidos compulsoriamente, e até hoje não receberam apartamentos. (Publicada em 10/02/1962)

Entre o céu e o inferno

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Papa Francisco. Foto: Daniel Ibáñez (ACI Prensa) / Lula. Crédito: Wilson Dias – Agência Brasil (CC BY 3.0 BR)

 

Ensinava o filósofo Mondubim que, “em hipótese alguma se deve brigar com homens que usam roupas longas no trabalho”. Entende-se por esse ensinamento que é bom ficar bem longe de confusão e não ofender ou melindrar pessoas da igreja, juízes e médicos, pelas consequências óbvias. O padre pode lhe excomungar e não recomendar sua alma na hora final; o juiz pode lhe condenar à prisão e o médico precisa ter a total confiança do paciente. Mas ainda assim, é bom o Santo Padre preparar as orelhas, porque os impropérios e outros nomes sujos que lhe serão dirigidos pela decisão cristã de receber em audiência o ex-presidente Lula, nessa quinta-feira, serão generalizadas.

Curiosamente essa proeza, ardilosa, armada pelos estrategistas do lulismo, só se tornou possível, em virtude da ação de outros homens que também vergam saias, no caso as eminências pardas da mais alta corte, que mudaram, de forma sorrateira o entendimento sobre prisão após condenação em segunda instância. Com essa decisão, feita sob encomenda para atender ao ex-presidente, foi permitido que um condenado, até agora, a aproximadamente 30 anos de reclusão, cancele audiência pré marcada na justiça e se ausente do país para um périplo pela Itália, onde poderá se encontrar com o Papa e outros líderes de esquerda da região.  Só no Brasil mesmo.

Nessa altura do pontificado do Papa Francisco, não é segredo para ninguém que ele parece nutrir simpatias pelas esquerdas mundial, tendo se encontrado com ditadores como Nicolas Maduro, da Venezuela, Raúl Castro, de Cuba; com Daniel Ortega, da Nicarágua; com Cristina Kirchner, da Argentina e outros, inclusive com Stédile, do MST. Mas, de fato essa é apenas uma acusação, feita em grande parte pela mídia mundial de direita. É dito, que por sua função de conciliador e de pontífice, ou construtor de pontes, o Papa deve receber a todos com igual atenção no Vaticano. Cristo mesmo ensinou a ir atrás da ovelha perdida, andava com cobradores de impostos, bebia água do poço de uma samaritana marginalizada.

O que sabe é que o atual Papa é um crítico contundente do capitalismo, principalmente dos efeitos nefastos de um tipo específico de capitalismo predador e egoísta que não se incomoda com a pobreza dele decorrente. Em suas homilias Francisco vem pregando sistematicamente contra as desigualdades sociais do mundo atual, o que é outra coisa. Esse discurso não faz dele um sacerdote de esquerda e tão pouco o afasta do que prega, em sua origem, o próprio cristianismo. Isso é o que acredita o Santo Padre, e não o que é, na prática, feito pelos partidos e líderes de esquerda, todos igualmente enriquecidos às custas da miséria que semeiam em seus países.

Entre o pensa e diz o Papa e o que acredita o próprio Lula, vai uma distância maior do que separa o céu do inferno. Todo esse discurso de luta pelo social e pela distribuição de renda, foi devidamente desmascarado ao longo dos governos Lula e Dilma. Quem de fato enriqueceu nesse período foram os grandes empresários, os bancos, os políticos que desse modelo sempre comungaram juntamente com Lula sua família e amigos próximos. O que Lula espera desse encontro é apenas um passeio longe das grades e o uso da repercussão da imagem  junto ao chefe maior da Igreja católica, numa tentativa de reeditar, de modo absolutamente marqueteiro, uma espécie de indulgência papal perante os fiéis brasileiros, dentro de sua tática atual de se aliar e receber o apoio político de todas as igrejas.

Soubesse o Papa o que vai na cabeça do ex-presidente e que consequências espera o ex-presidente desse encontro, sem dúvida essa reunião seria desmarcada. Como um garçom ardiloso, que sabe que o que carrega na bandeja está contaminado, lula vai oferecer ao Papa, os acepipes preparados na cozinha do seu partido e que já foram consumidos pelo povo brasileiro, intoxicando uma nação inteira.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Acusação de candidato derrotado é como conversa de bêbado. Ninguém leva a sério.”

Sebastião Nery, jornalista

Foto: sebastiaonery.com

 

Premiado

Hoje é dia de conferir o sul-coreano “Parasita”, que volta ao telão do Cine Brasília. O longa-metragem vai ser exibido até o dia 16, sempre às 20h30.

 

Febre

Por falar em cinema sul coreano, grupos de apreciadores de séries turcas crescem de tamanho. Voluntários traduzem para que os brasileiros possam assistir. Troca de impressões, informações e declarações sobre os capítulos são constantes.

Imagem: facebook.com/pg/NovelasTurcasBand/community

 

Positiva

Para as futuras mamães, notícia que muito interessa. O GDF está cada vez mais atento à necessidade de dar à parturiente e ao recém-nascido mais conforto no momento do parto. Os Centros de Parto Normal vão se expandir para cidades que já tenham a infraestrutura de atendimento. Trata-se de um projeto da deputada distrital Arlete Sampaio que foi aprovado pela Câmara Legislativa do Distrito Federal, em dezembro de 2019.

Foto: arletesampaio.com

 

Escola de Música

A precariedade da divulgação das atividades da E.M.B é inversamente proporcional aos brilhantes concertos promovidos por estudantes e professores. Veja a seguir a programação desse final de Curso de Verão, o 41º.

Cartaz: perfil oficial da Escola de Música de Brasília no Instagram

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Enquanto isto, os verdadeiros granjeiros estão se organizando em cooperativas, num movimento formidável. A primeira dessas cooperativas já está funcionando em Sobradinho. (Publicado em 15/12/1961)

Sínodo e o caminho do meio

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Foto: HENRY ROMERO / Reuters/19-1-2018

 

Falar em caminho do meio para radicais soa como uma afronta. A recomendação, de muito bom senso, vem do budismo: uma religião filosófica, cujo entendimento ainda está muito além do que pode ser captado por nossas autoridades, seculares e religiosas.

Em tempos de radicalismo, induzido pela amarga experiência vivida pelos brasileiros, ao longo de mais de uma década, colocados sob o jugo de uma esquerda irresponsável e cleptocrata, é fácil entender a oposição do atual governo a uma Igreja Católica, historicamente aliada do petismo, quando o assunto é soberania da Amazônia. Para o governo, cuja a orientação e influências militares são visíveis, a realização do Sínodo da Amazônia, sob a liderança de uma ala da igreja ligada às teses do Conselho Indigenista Missionário, da Pastoral da Terra e outras vertentes abduzidas estrategicamente pelas esquerdas, é uma ameaça à soberania da região amazônica e uma porta aberta à internacionalização daquela vasta área. Nesse pseudo antagonismo, é possível afirmar que tanto o governo como a igreja possuem razão no assunto.

Um olhar distante e isento sobre as cabeças desses dois importantes protagonistas sobre o futuro da Amazônia, uma resposta salta de imediato à frente de todos: ambos, igreja e militares, possuem não só responsabilidades sobre o que pode acontecer naquela parte do Brasil, como devem atuar juntos para potencializar a resolução dos vários e sérios problemas locais. Visto de longe, é possível detectar que militares e religiosos possuem mais pontos em comum sobre essa questão do que dissensões. O problema é: como contornar um assunto quando se enxerga o problema sob o ponto de vista extremado?

Os militares precisam entender que muito antes da chegada de uma força armada nacional naquela região com a missão de salvaguardar aquele território, a igreja Católica, na forma de padres catequistas, já adentrava aquelas matas, cumprindo missões de fé determinadas pelo alto clero. A construção de fortificações naquelas remotas áreas foram obras do governo português e, portanto, se inserem no quadro do Brasil Colônia.

Dessas fortificações, surgiram cidades como Macapá, São Luís, Belém, Manaus. A presença de militares brasileiros naquelas paragens data apenas do início do século XX com o Marechal Cândido Rondon. Somente algumas décadas depois é que o governo militar, instalado em 1964, viria a se preocupar em desenvolver alguns projetos para a região. Portanto, em se tratando de interação e conhecimento da região, a Igreja leva uma certa vantagem temporal, pois permaneceu naquelas matas ininterruptamente desde meados do século XVI.

Mas foram os militares da Escola Superior de Guerra que, no tempo do Governo JK, realizaram aquela que foi a obra mais importante para manter a soberania do Brasil sobre a Amazônia: a rodovia Belém-Brasília, de 1961. Em 1966 os militares criaram a Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam). O lema era: “integrar para não entregar”. Mesmo a criação de Brasília, por JK, reforçaria o interesse sobre a Amazônia.

A Transamazônica (BR 230), inaugurada em 1972, marcaria também o interesse dos militares sobre a região. O problema é que a noção de ocupação rápida daquela localidade, com a concessão de vantajosos incentivos fiscais, deu início também a degradação acentuada daquelas áreas, desmatamento, doenças levadas pelos brancos às aldeias, hidroelétricas em áreas sensíveis e outros desastres provocados pela total falta de planejamento e conhecimento do equilíbrio delicado da região.

Foi apenas em 1985, já no final do ciclo militar, que a Amazônia passou a fazer parte das prioridades de defesa nacional, com o Programa Calha Norte (PCN). A desconfiança mútua deve ceder lugar para a colaboração e troca de informações e de projetos comuns para a Amazônia, que pertence igualmente a brasileiros de farda e de batina.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“O futuro da Amazônia, realidade viva e não de museu, está nas nossas mãos.”

Papa Francisco

 

 

Obdachlos

Em maio do ano que vem, os ocupantes da Embaixada Brasileira em Berlim, na Wallstrasse 57, estarão sem teto. Isso se o nosso governo não correr com as providências. O atual aluguel da embaixada brasileira em Berlim é de 200 mil euros mensais e mais 7.500 euros para a manutenção. O prédio, construído no ano 2000, onde o corpo diplomático brasileiro ocupa os 7 andares há décadas, acabou de ser comprado pela China. Com a reciprocidade em mente, sondou-se a possibilidade de receber como doação um terreno para a construção da nova embaixada em Berlim. A resposta já chegou: um sonoro não.

Foto: facebook.com/brasemb.berlim

 

 

Experiência

Uma das maiores vantagens dos carros elétricos, além da energia limpa, seria a falta de barulho. Andam pelas pistas como os flocos de neve caem no inverno: em silêncio. Por falta de segurança, já trataram de instalar um barulho nos veículos para que se façam presentes.

Foto: Renato Alves / Agência Brasília

 

 

Ibram

Por falar em barulho de veículos, as reclamações de moradores nas áreas de restaurantes e lanchonetes que fazem entrega aumentam a cada dia. Os motoqueiros modificam o escapamento e os insuportáveis decibéis incomodam madrugada a dentro.

 

 

Enigma

Não é segredo, mas poucos sabem disso. É proibido entrar no Congresso Nacional portando qualquer tipo de bandeira.

Foto: congressonacional.leg.br/visite

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

O discurso do sr. Aurélio Viana não transcrevemos. É cheio de verrima, de mágoa sem razão e, sobretudo, ofende aos deputados e ao Senado, quando se refere aos 300 bilhões de déficit no nosso orçamento, se fôssemos seguir as aprovações do Senado. (Publicado em 01/12/1961)

Momento para expiação

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Foto: istoe.com

 

Grande parte da história de abusos sexuais dentro da igreja jamais chegará ao conhecimento do grande público, pois ocorreram em épocas remotas, quando o poder da Igreja sobre a sociedade e até sobre os reis era grande e o silêncio era regra geral. É preciso destacar, no entanto, que esse tipo de prática condenável está presente não apenas na Igreja Católica, mas em praticamente todas as outras instituições religiosas, o que mostra que essa não é, propriamente, uma condição natural da Igreja em si, mas de parte de seus membros.

Onde quer que atue o ser humano, suas impressões e pegadas, para o bem e para mal, ali estarão impressas também. Mesmo antes de assumir a cadeira de Pedro, Francisco já tinha uma noção de que essa seria, ao lado da perda paulatina de fiéis para outras confissões religiosas, o grande desafio de seu pontificado. Nesse ano, o papa convocou uma conferência global extraordinária em Roma, para tratar esse assunto espinhoso com os bispos. O Santo Padre, com seu conhecimento da máquina da igreja, a essa altura, já tem a convicção íntima de que esse tema, por seu teor explosivo para a instituição milenar, continuaria a sofrer resistências dentro da própria máquina burocrática da Igreja, avessa, desde sempre, a tumultos e bisbilhotices mundanas.

As recorrentes acusações de que a Igreja vem, de há muito, acobertando esses crimes é outro grande desafio para Francisco. O Papa também já deve reconhecer que alas, dentro da Igreja, irão se posicionar incondicionalmente ao seu lado, nem que para isso tenha de cortar na carne a parte podre dessa instituição. Sabe também que esse é um desafio esmagador para alguém com mais de oitenta anos de vida. Sobretudo, reconhece que, diante dos relatos públicos e em todo o mundo desses abusos, muitos dos quais colocados sob os cuidados da justiça de vários países, precisam de uma resposta interna e de providências duríssimas, sob pena de manchar, de forma profunda, sua administração.

Alguns especialistas em assuntos da igreja já reconhecem que essa é, talvez, a maior crise já experimentada pela Igreja em seus dois mil anos de história. Na versão mística de alguns fiéis, essa turbulência já era prevista pelo Santo Padre Pio (1887- 1968), que, numa de suas visões, teria visto o demônio sentado dentro do templo, afirmando que estava ali justamente para semear a futura cisão no seio da Igreja e que essa maldição seria devastadora. Crenças à parte, o fato é que, em muitos países, os tribunais de justiça estão trabalhando a todo vapor para colocar detrás dos grades membros da Igreja, inclusive do alto clero, como aconteceu recentemente na Austrália, com a prisão do cardeal George Pell, ex- número três do Vaticano.

Muitos acreditam que essa é uma grande oportunidade para deputar a Igreja desses maus clérigos, já que entendem que o que faz uma igreja ser mantida em rumo original de pureza e santidade não é a quantidade de seus membros, mas a qualidade de cada um e seu compromisso com a fé que abraçaram. De fato, algumas estatísticas e censos dão conta de que a Igreja Católica vem perdendo uma média de 465 fiéis a cada dia. Em 2010, por exemplo, havia 1,7 milhão de católicos a menos do que no ano 2000. No Brasil, na contramão do aumento da população entre 2000 e 2010 da ordem de 12,3%, houve um encolhimento de 1,4% de católicos nesse mesmo período.

Em dez anos, a igreja teria perdido um número de fiéis equivalente a população de uma cidade como Curitiba. Ciente desse e de outros problemas de igual magnitude, o Papa Francisco vem diuturnamente trabalhando para colocar sua igreja nos trilhos traçados pelo próprio Cristo, reduzindo a pompa e a burocracia do Vaticano, seus luxos e ostentações e trazendo a igreja e sua mensagem para aqueles cantos esquecidos do planeta, numa espécie de nova catequese nesse século XXI.

Nessa semana, o Sumo Pontífice, por meio de um decreto intitulado “Vos estis lux mundi” (Vós sois a luz do mundo), passou a obrigar que os bispos denunciem todas as suspeitas de casos de abuso sexual dentro da Igreja. No mesmo documento, o Papa incentiva também os fiéis a agirem de modo idêntico, apontando esses casos diretamente ao Vaticano, para que eles não passem em branco e para que severas medidas sejam adotadas contra os abusadores, inclusive punindo todos aqueles que eventualmente prossigam acobertando-os. Para tanto, as próprias dioceses, espalhadas pelo mundo, serão obrigadas a notificar esses casos, inclusive com a participação de outras autoridades leigas e da própria justiça. O papa tem noção que essa medida irá promover uma grande mudança de rumos e por isso mesmo espera grandes retaliações.

O papa ordena ainda, em seu documento, que os bispos com conflitos de interesses nesses casos se mantenham ausentes das investigações, de forma a dar maior transparência aos processos. O papa sabe também que corre contra o relógio, a tempo de salvar sua igreja dessa decadência que parece se anunciar. Estudiosos preveem que o Brasil, o maior país católico do planeta, deixe de sê-lo aí por volta de 2030. Na Europa e em algumas localidades nos Estados Unidos, as igrejas vazias estão sendo transformadas em áreas de lazer e de práticas de outras atividades comerciais. Contudo, mudanças como essa não devem abalar aqueles que possuem a fé verdadeira e praticam o cristianismo com base nos elevados princípios éticos do humanismo. Orientados pela luz própria, é nesses que o papa acredita que está a base da nova igreja, “porque, como diz Mateus, 18.20, onde estiverem dois ou três reunidos em meu Nome, ali estou no meio deles”.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Deus não cansa de perdoar… Nós é que cansamos de pedir perdão.”

Papa Francisco

Foto: Paul Haring/CNS.

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Não compre uísque de contrabando. Ele é todo engarrafado em Paramaribo, e o pessoal de lá é mais ladrão do que o nosso. Depois, o contrabando é feito para o Brasil, e os “entendidos” tomam como sendo “scotch”. (Publicado em 28//11/1961)

Anjos e Demônios

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Alguns especialistas em assuntos da igreja já reconhecem que essa é, talvez, a maior crise já experimentada pela Igreja em seus dois mil anos de história. Na versão mística de alguns fiéis, essa turbulência já era prevista pelo Santo Padre Pio (1887- 1968), que numa de suas visões, teria visto o demônio sentado dentro do templo, afirmando que estava ali justamente para semear a futura cisão no seio da Igreja e que essa maldição seria devastadora.

Crenças à parte, o fato é que em muitos países os tribunais de justiça estão trabalhando a todo vapor para colocar detrás das grades membros da Igreja, inclusive do alto clero, como aconteceu recentemente na Austrália, com a prisão do cardeal George Pell, ex número três do Vaticano. Muitos acreditam que essa é uma grande oportunidade para depurar a Igreja desses maus clérigos, já que entendem que o que faz uma igreja ser mantida em rumo original de pureza e santidade não é quantidade de seus membros, mas a qualidade de cada um e seu compromisso com a fé que abraçaram.

De fato, algumas estatísticas e censos dão conta de que a Igreja Católica vem perdendo uma média de 465 fiéis a cada dia. Em 2010, por exemplo, havia 1,7 milhão de católicos a menos do que no ano 2000. No Brasil, na contramão do aumento da população entre 2000 e 2010, da ordem de 12,3%, houve um encolhimento de 1,4% de católicos nesse mesmo período. Em dez anos, a igreja teria perdido um número de fiéis equivalente a população de uma cidade como Curitiba.

Ciente desse e de outros problemas de igual magnitude, o Papa Francisco vem diuturnamente trabalhando para colocar sua igreja nos trilhos traçados pelo próprio Cristo, reduzindo a pompa e a burocracia do Vaticano, seus luxos e ostentações e trazendo a igreja e sua mensagem para aqueles cantos esquecidos do planeta, numa espécie de nova catequese nesse século XXI. Nessa semana, o Sumo Pontífice, por meio de um decreto intitulado “Vos estis lux mundi” (Vós sois a luz do mundo), passou a obrigar que os bispos denunciem todas as suspeitas de casos de abuso sexual dentro da Igreja.

No mesmo documento, o Papa incentiva também os fiéis a agirem de modo idêntico, apontando esses casos diretamente ao Vaticano, para que nenhum caso passe em branco e para que severas medidas sejam adotadas contra os abusadores, inclusive punindo todos aqueles que eventualmente prossigam acobertando esses casos. Para tanto, as próprias dioceses, espalhadas pelo mundo, serão obrigadas a notificar as denúncias, inclusive com a participação de outras autoridades leigas e da própria justiça.

O papa tem noção que essa medida irá promover uma grande mudança de rumos e por isso mesmo espera grandes retaliações. O papa ordena ainda, em seu documento, que os bispos com conflitos de interesses nesses casos se mantenham ausentes das investigações, de forma a dar maior transparência aos processos. O papa sabe também que corre contra o relógio há tempo de salvar sua igreja dessa decadência que parece se anunciar. Estudiosos preveem que o Brasil, o maior país católico do planeta, deixe de sê-lo por volta de 2030.

Na Europa e em algumas localidades nos Estados Unidos, as igrejas vazias estão sendo transformadas em áreas de lazer e de práticas de outras atividades comerciais. Contudo, mudanças como essa não devem abalar aqueles que possuem a fé verdadeira e praticam o cristianismo com base nos elevados princípios éticos do humanismo. Orientados pela luz própria, é nesses que o papa acredita que estão a base da nova Igreja, porque, como diz Mateus 18.20, “onde estiverem dois ou três reunidos em meu Nome, ali estou no meio deles”.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“A verdade é que, quando se sai às ruas, como fazem todos os homens e mulheres, acidentes acontecem. No entanto, se a Igreja se fechar em si mesma, se torna ultrapassada. Entre uma Igreja que sofre acidentes lá fora e outra adoecida pela auto referência, não tenho dúvidas em preferir a primeira.”

Papa Francisco

Foto: santuariodefatima.org.br

 

 

Campanha

Já está na hora de o DER E DETRAN voltarem à campanha educativa no trânsito de Brasília e arredores. É visível a agressividade e competitividade na direção, características evitadas no trânsito da capital. As escolas são um bom começo. As crianças são um agente eficaz na cobrança de comportamento dos pais ao volante.

Foto: flickr.com/photos/agenciabrasilia

 

 

Bate-volta

De uma eficiência impressionante os computadores da Receita Federal. Em 24h, o contribuinte é notificado caso haja alguma incoerência nas informações. A tecnologia avançada poderia servir para acompanhar as rubricas de verbas liberadas pelo governo para obras (cronograma em tempo real), pagamentos de funcionários públicos (informações cruzadas com o coletor de ponto), entre outros.

Foto: ultimasnoticias.inf.br

 

 

Nova tentativa

Em busca de solução. Parece um local mal-assombrado, o Shopping Popular. Os comerciantes só veem uma solução para superar o abandono que passam: um posto do Na Hora naquela instalação.  Por enquanto, só um posto do Detran leva movimento.

Foto: facebook.com/ShoppingPopularDeBrasilia

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

O “staff” do sr. Jânio Quadros enviou ao presidente eleito, uma relação de 300 nomes, com dados pessoais, para a elaboração do ministério, e preenchimento de cargos de imediata confiança do futuro presidente da República. (Publicado em 19.11.1961)

 

O purgatório da Igreja

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VISTO, LIDO E OUVIDO Criada por Ari Cunha (In memoriam)

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Foto: Reuters/Yara Nardi/Direitos reservados

 

Abusos sexuais, pedofilia, estupro e outras aberrações sempre existiram em instituições quer sejam religiosas ou não, desde que o mundo é mundo. Impulsos, taras e desvios sexuais sempre se mostraram mais fortes do que qualquer instituição, lei ou obrigação humana e parecem obedecer a um tipo de comportamento que aproxima e confunde o ser racional com os animais, que agem movidos pelo instinto de sobrevivência ou de preservação.

Regras, punições e ameaças, nada parece produzir os efeitos de deter esses impulsos quando eles ocorrem. Com a Igreja católica não tem sido diferente. Os volumosos e rumorosos casos de abusos sexuais que passaram a vir à tona, a partir do final da década de setenta, embora revelem uma pequena parte dessa história de horrores, que, supostamente, parece vir acontecendo há séculos dentro das igrejas, mosteiros, orfanatos, internatos e outros lugares, dão uma mostra real de que eles sempre existiram sob o manto de um silêncio que se quer sagrado.

O problema é que encarar o gigantesco desafio de abrir ao conhecimento do público e principalmente dos fiéis, essa torrente de comportamentos repugnantes e criminosos que contaminam a Igreja, pode também servir de combustível para implodir internamente a própria Instituição, destruindo um trabalho de mais de dois mil anos na propagação do cristianismo. As descrições desses desvios de comportamentos e que a Igreja assinalaria como grande pecado estão por toda a parte, em depoimentos, livros, filmes, muitos dos quais premiados pela crítica, mostram o enorme desafio que é posto diante do Papa Francisco para salvar, livrar e separar a parte boa de sua Igreja da restante que parece estar irremediavelmente perdida.

De fato, nunca antes na história da Igreja, houve um escândalo dessa magnitude e que parece estar presente, simultaneamente, em diversos continentes e com os mesmos padrões de comportamentos, envolvendo centenas de clérigos dos mais diversos estamentos da hierarquia da Igreja. O que se sabe agora é que grande parte dessa história de abusos jamais chegará ao conhecimento do grande público, pois ocorreram em épocas remotas quando o poder da Igreja sobre a sociedade e até sobre os reis era grande e o silêncio era regra geral.

É preciso destacar, no entanto, que esse tipo de prática condenável está presente não apenas na Igreja Católica, mas em praticamente todas as outras instituições religiosas, o que mostra que essa não é, propriamente, uma condição natural da Igreja em si, mas de parte de seus membros. Onde quer que atue o ser humano, suas impressões e pegadas, para o bem e para mal, ali estarão impressas também. Mesmo antes de assumir a cadeira de Pedro, Francisco já tinha uma noção de que essa seria, ao lado da perda paulatina de fiéis para outras confissões religiosas, o grande desafio de seu pontificado.

Em fevereiro desse ano, o papa convocou uma conferência global extraordinária em Roma, para tratar esse assunto espinhoso com os bispos. O Santo Padre, com seu conhecimento da máquina da igreja, a essa altura, já tem a convicção íntima de que esse tema, por seu teor explosivo para a instituição milenar, continuaria a sofrer resistências dentro da própria máquina burocrática da Igreja, avessa, desde sempre, a tumultos e bisbilhotices mundanas.

As recorrentes acusações de que a Igreja vem, de há muito, acobertando esses crimes, é outro grande desafio para Francisco. O papa também já deve reconhecer que alas, dentro da Igreja, irão se posicionar incondicionalmente ao seu lado, nem que para isso tenha de cortar na carne a parte podre dessa instituição. Sabe também que esse é um desafio esmagador para alguém com mais de oitenta anos de vida.

Sobretudo reconhece que, diante dos relatos públicos e em todo o mundo desses abusos, muitos dos quais colocados sob os cuidados da justiça de vários países, precisam de uma resposta interna e de providências duríssimas, sob pena de manchar, de forma profunda sua administração.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Política é como nuvem. Você olha e ela está de um jeito. Olha de novo e ela já mudou.”

Magalhães Pinto

Foto: Robson de Freitas (exame.abril.com.br)

 

 

Herói nacional

Só entre 2011 e 2014, o prejuízo da Petrobrás com a corrupção chegou a R$ 89,5 bilhões. Pedro Parente, funcionário de carreira, foi chamado às pressas para recuperar o caixa.  Hoje a estatal fecha o caixa com R$ 29 bilhões de lucro.

Foto: petrobras.com.br

 

 

Alerta

Diante dos problemas da Venezuela, os casos de Paralisia Flácida Aguda (PFA) não ocupam lugar de destaque nas preocupações do governo. O alerta da Sociedade Brasileira de Pediatria foi dado a partir da divulgação da Sociedade Venezuelana de Saúde Pública, sobre o caso entre a etnia Warao do município de Tucupita.

Foto: Elaíze Farias/Amazônia Real

 

 

Abusivos

Disse o advogado Mario Rodrigues de Lima que se o “Estado estiver disposto a adotar um Ato Administrativo, e tal vontade se choca com o interesse de um particular, o Estado sempre se beneficiará de condição de supremacia, sendo certo então que seu interesse irá se sobrepor em relação ao interesse do agente privado”. Basta ver a intromissão do Estado na transferência de imóveis entre particulares. A arrecadação do ITBI ou ITCD se dá sem nenhuma contribuição da parte do Estado na construção do patrimônio. Diz-se apenas pelo termo “transmissão” que foi empregado no texto constitucional define a partir daí a competência impositiva municipal ou distrital.

Charge: Miguel Mendes

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Vai mal, o ensino no Rio. 2.500 candidatas concorrerão a 70 vagas no Instituto de Educação. (Publicado em 19.11.1961)