Tag: #OperaçãoLavaJato
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
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Desde o falecimento do ex-presidente Tancredo Neves, o Brasil parece viver uma sequência sem fim de acontecimentos surpreendentes. Parlamentares presos batendo ponto, a tragédia do avião de Eduardo Campos, Teori Zavaschi, todos os mortos na história do jardineiro Francelino Costa e do prefeito Celso Daniel, a fuga do deputado Jean Wyllys, os bastidores da facada no candidato à presidência, Jair Bolsonaro, até para a tragédia que tirou a vida do jornalista Boechat, com muitos inimigos políticos, não faltaram suspeitas.
No tempo de Tancredo, não faltaram aqueles que visualizassem, na tragédia médica, atentados e outros tipos de sabotagem, visando impedir o prosseguimento do processo democrático em curso. De lá para cá, foram muitos os fatos anormais ocorridos, todos, obviamente, envoltos em mistérios e segundas interpretações pelos adeptos da teoria da conspiração. É claro que não se pode descartar o fato de que, num país como o nosso, o realismo fantástico e a vida política se misturam e confundem a todos, mesmo os mais céticos.
Dando o salto no tempo e no espaço, o acontecimento bizarro da vez vem a ser a interceptação telefônica entre o juiz Sérgio Moro e o procurador Deltan Dallagnol, realizada de forma clandestina pelo aplicativo Telegram e disponibilizado pelo site The Intercept Brasil, de propriedade do jornalista e hacker norte-americano, Glenn Greenwald. Nessa nova subtrama, cujo o capítulo principal é ainda a Operação Lava Jato, o juiz e o procurador trocam estratégias jurídicas claras para o enfretamento do verdadeiro pool e dos mais caros advogados de defesa do país.
Numa interpretação ligeira, tratava-se ali de uma prática corriqueira, onde um juiz colhe interpretações de todas as partes envolvidas no julgamento para melhor encaminhar seu veredito. É preciso recordar que esse não era um caso simples. Cuidava-se de um julgamento de um ex-presidente da República, fato incomum em toda a nossa história. O que resultou dessa nova modalidade de bisbilhotice eletrônica foi a oportunidade enxergada pela oposição de abrir novo flanco para anular não só a condenação de Lula, mas reverter todo o rumoroso caso revelado pela Lava Jato.
Dentro desse enredo paralelo, reforçado também por políticos e juristas que torcem pelo fracasso daquela Operação exitosa, a imprensa começou a descobrir novos fatos como a ligação desse jornalista estrangeiro com o suplente de Jean Wyllys, que teria renunciado ao cargo de deputado federal sob a alegação de estar sendo ameaçado de morte. Notícias, ainda não confirmadas, de que Wyllys teria, na verdade, vendido a vaga de deputado, trazem ainda novos e intrigantes relatos a esses casos, que envolvem ainda famosos hackers russos, contribuições de gente poderosa, dentro e fora do país, e uma série de outras denúncias que necessitam de apuração mais acurada.
Verdade ou não, todo esse novo episódio traz, mais uma vez, à tona a história de um país onde a elite política e econômica vive uma realidade fantástica e colorida, em contraste com a vida em preto e branco do restante da população que segue assistindo a essa novela sem fim.
A frase que foi pronunciada:
“O Brasil não é a Venezuela. Por aqui, o “Estado de Direito” é definido pelo Judiciário, não pelo Instituto Lula, o PT ou mesmo o Planalto.”
Demétrio Magnoli
Elogio
Com uma tecnologia diferente das outras operadoras de celular, a Claro oferece aos consumidores o Claro Passaporte. Na Europa e América do Norte, o consumidor brasileiro tem acesso ao 4G (ou 5G) exatamente como no Brasil, podendo inclusive fazer ligações, além de navegar na Internet.

Reclamação
Por falar em Claro, em contratos assinados, há uma cláusula sobre a gratuidade na consulta aos recados deixados na secretária Claro. De repente, para ouvir os recados passou a ser cobrada uma taxa. Estamos aguardando a resposta da assessoria de imprensa sobre o assunto.

Voo
Em viagens ao exterior, a Copa é a empresa aérea mais pontual. Do Brasil aos Estados Unidos, com parada no Panamá, as conexões são cravadas.

Pente fino
Em parceria com a Administração do Paranoá, a CEB fez uma revisão na cidade para pontuar todos as áreas críticas da região. Os relatórios serão encaminhados à parte técnica para solução. O Administrador Regional do Paranoá, Sérgio Damaceno, classifica como vital a ação: “Em parceria com a CEB, realizamos reparos de forma que a população possa utilizar os instrumentos públicos com segurança”.

Novos tempos
Corre pelo mundo o fenômeno do fechamento de lojas. Quem resiste ao uso da venda pela Internet, perde espaço. Lojas no mundo inteiro que se mantém fisicamente contam com a venda pela Internet para manter as contas em dia. No Brasil, quem compra pela Renner online busca o produto na própria loja. A vantagem é que paga mais barato pela mesma mercadoria exposta na loja física.

HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Um espetáculo, a festa da Rodoviária. Impressionante, o carinho com que o povo do Distrito Federal comemorou o aniversário dos filhos do presidente João Goulart. (Publicado em 23/11/1961)
ARI CUNHA – In memoriam
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Desastre. Essa, talvez seja a palavra que melhor defina e resuma o depoimento prestado pelo ex-presidente Lula à Justiça Federal em Curitiba. Durante quase três horas, coube ao ex-presidente exercer sua defesa de forma autônoma, sob o olhar congelado de seu advogado de defesa, acuado com a tática imposta pelo seu cliente parlapatão.
Aos limites intelectuais conhecidos, Lula, como sempre, buscou interpor sua retórica de palanque, na tentativa de enredar a jovem juíza no seu raciocínio circular. Não deu certo. Ao assumir a própria defesa, desde o primeiro depoimento, Lula imaginara, do alto de sua arrogância, que com sua diatribe poderia facilmente dar um nó no processo, inviabilizando o prosseguimento de toda a acusação contra ele, sob o argumento de perseguição política.
Ocorre que uma coisa é a narrativa criada para dar dinâmica à vida política. Outra, é a narrativa que se busca para contornar as penalidades da lei. Nas ruas, a narrativa é feita de imaginação. Nos tribunais, a imaginação fica por conta do veredito do juiz.
Os antigos diziam que não basta ter dignidade para viver. É preciso dignidade também para morrer. Quando lá atrás, reconheceu que “quem conta uma mentira passa a vida inteira mentindo”, Lula não sabia que essa seria exatamente sua sina, diante das muitas evidências reunidas pelas investigações do Ministério Público contra ele.
Com isso, o ex-presidente segue sua ladainha, emendando narrativas por cima de narrativas e, pior, envolvendo um número sempre crescente de outras pessoas, esticando um roteiro, que, a princípio, era só seu. Mal assessorado, mal aconselhado e cercado de fanáticos, Lula não enxerga sua própria existência e as ruínas que vai deixando para trás de si.
Praticamente todos aqueles que cruzaram seu caminho foram arrastados para o seu labirinto. Como um fauno ou um minotauro, Lula tem aprisionado em seu mundo sua família, seus amigos, seu partido, o país e a própria vida. Trata-se de um personagem complexo. Talvez o mais complexo a passar pela presidência da República. De fato, Lula e seu governo simbolizam hoje exatamente o oposto do que a população almeja.
Liberta do labirinto bolivariano, o que a sociedade busca agora é se distanciar desse pesadelo mitológico. Após os episódios do mensalão, os deuses do Olimpo deram uma segunda oportunidade ao ex-presidente de renascer das cinzas. Recomposto, Lula ascendeu ao ponto mais alto da fama e da gloria. O mundo lhe rendeu homenagens. Os pés de barro do grande ídolo não resistiram ao peso das muitas culpas. Lula é hoje apenas uma sombra melancólica de si mesmo.
A frase que foi pronunciada:
“O PT é como uma galinha que cacareja para a esquerda, mas põe os ovos para a direita.”
Brizola
Mudanças
Tanto os bancos públicos quanto privados poderão deixar de conceder empréstimos ou financiamentos a pessoas jurídicas em débitos com o FGTS. A CCJ da Câmara dos Deputados, sob relatoria do deputado Fausto Pinato, aprovou o Projeto de Lei sobre o assunto. A ideia é balizar instituições públicas e privadas na concessão desse tipo de crédito.
Lixo
Veja as fotos no blog do Ari Cunha do estrago que o sistema de drenagem do Paranoá Parque está causando ao lago. O Ibram já foi notificado sobre o assunto, mas o lixo ainda está no local.
Linha férrea
Trem para cargas, pessoas, menos acidentes nas estradas, mais mobilidade pelo país. Apesar das verbas bilionárias já aplicadas no setor ferroviário, trechos em obras são abandonados dando prejuízo aos contribuintes. Agora é acompanhar o Fundo de Desenvolvimento Ferroviário que foi aprovado em comissão mista e segue para a Câmara dos Deputados.
Cobrança
Até hoje a água utilizada pelos agricultores que plantam às margens dos rios Corumbá, Preto e Maranhão não é cobrada. De olho no nicho, a Adasa planeja acabar com a festa em três anos. Um estudo feito pela UnB indica os caminhos para a cobrança.

HISTÓRIA DE BRASÍLIA
A prefeitura não tomou nenhuma providência, para embargar as obras de alvenaria, que estão sendo construídas no canteiro de obras do IAPFESP. (Publicado em 05.11.1961)
ARI CUNHA
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Passadas as eleições, já no dia 8 de outubro, poderá ocorrer uma união formada pela maioria dos parlamentares com o objetivo de anistiar o chamado crime de caixa dois, tantas vezes invocado por eles mesmos para minimizar e acobertar as inúmeras denúncias de corrupção. O vaticínio foi feito pelo ex-procurador da Lava Jato, Carlos Fernando dos Santos Lima, um dos mais experientes profissionais de sua área e que atuou, com afinco, nessa que é a mais longeva e profunda operação levada a cabo pelo Ministério Público e que vem investigando centenas de políticos e empresários, de todos os partidos, no maior caso de rapinagem aos cofres públicos já registrado em todos os tempos.
Para o ex-procurador, no período que se estende entre o dia 7 e o fim da legislatura atual, haverá uma movimentação altamente crítica com todos os “afogados” nessas operações tentando se unir para sobreviver e, quem sabe, prosseguir incólumes na próxima legislatura, auto anistiados e com a ficha totalmente limpa. No balanço que fez da atuação da força tarefa até aqui, Carlos Fernando admitiu que durante a operação houve erros, como é caso da delação da JBS dos irmãos Batistas e na apresentação da denúncia contra o ex-presidente Lula, quando foi mostrado uma espécie de organograma do crime com o uso de PowerPoint.
Na sua avaliação, houve uma sensível diminuição no ritmo dos acordos de delação premiada firmados pela Procuradoria Geral da República, depois que Raquel Dodge assumiu o comando daquela instituição e das investigações. Na verdade, as suspeitas do ex-procurador sobre um possível acordão já vêm rondado a imprensa há algum tempo e volta e meia são feitas insinuações de que esse acerto será executado na hora propícia, em nome de uma enganosa união nacional contra os extremismos e contra os antagonismos. Indícios de que essa ‘operação abafa’ já está em pleno andamento de forma insidiosa, já são observadas em situações esparsas aqui e ali. Os personagens envolvidos nessa mega movimentação silenciosa estão não só dentro do Congresso, mas também no Executivo e no próprio Supremo Tribunal Federal.
Em recente entrevista concedida ao Jornal O Estado de S. Paulo, Carlos Fernando criticou a mudança de rumo e de posição radical do Ministro Gilmar Mendes, que de defensor da Operação Lava Jato passou, de um dia para o outro, a ser um crítico feroz dessas investigações, principalmente quando essa Operação ampliou os seus alvos, atingindo praticamente todos os partidos. Nesse período de transição entre um e outro governo, o Congresso pode, na opinião de Carlos Fernando, seguir no embalo das decisões que vêm sendo tomadas no Supremo, mirando uma anistia ampla e de forma “transversa”.
Recentes decisões tomadas no âmbito do STF avaliam essas suspeitas, como são os casos recentes em que o atual presidente daquela corte suspendeu a ação penal contra o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, na Lava Jato, transformando o que o próprio Supremo considerava crime em caixa dois, portanto crime eleitoral de menor monta. Nesse caso específico, o juiz Sérgio Moro, responsável pelo julgamento desses malfeitores, considerou que a decisão de Toffoli pode inclusive inviabilizar todo o processo da Lava Jato, transformando corrupção e lavagem de dinheiro em crime eleitoral.
Para Carlos Fernando, “não se pode anistiar pela destinação do dinheiro, de que foi para campanha eleitoral, tem que dizer que o dinheiro é ilícito porque foi obtido através de uma promessa ilícita de uma autoridade.” Outros casos se seguiram, como o do senador Aécio Neves (PSDB-MG) e com o ex-governador Beto Richa (PSDB-PR).
A transformação de crimes comuns em crime eleitoral já é uma forma de anistia e que prenuncia que esse acordão já está em marcha. Há ainda uma pauta suspensa no STF sobre a prisão em segunda instância que pode ressurgir a qualquer momento, abrindo mais brechas na lei para um perdão amplo em nome de uma pretensa paz. Como já ensinava Maquiavel no século XVI, a administração do mal deve ser feita de uma só vez.
A frase que foi pronunciada:
“A justiça pode irritar-se porque é precária. A verdade não se impacienta, porque é eterna.”
Ruy Barbosa

Brasil
Uma volta pela América do Sul basta para ver o estrago de gestões desastrosas. A “Europa” da América Latina foi devastada pela corrupção. O orgulho dos argentinos está na lama. A Venezuela, que na década de 70 era o país mais promissor, é hoje campeã em exportação de gente desesperada.

Passe
Por falar nisso, os garotos que ficaram presos na caverna da Tailândia foram convidados pelo Comitê Olímpico Internacional para os Jogos Olímpicos da Juventude, na Argentina. Esses têm sabedoria suficiente para rota de fuga.

HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Os jornalistas credenciados no Planalto escrevem, informando que acompanharam o presidente na sua viagem a Belém, duas funcionárias da Presidência, um ajudante de ordens, um oficial de gabinete e um membro do Cerimonial. (Publicado em 31.10.1961)




