O preço de Dilma

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Foto: ricardoantunes.com

 

Não é de hoje que a ex-presidente Dilma Rousseff vem num périplo frenético pelo planeta para, basicamente, fazer o que mais aprendeu, não apenas durante o período que integrava a cozinha dos movimentos de guerrilha, mas, sobretudo, quando foi alçada ao poder pelo chefão petista, e que pode ser resumido em mentir, falseando a verdade e os fatos históricos, de forma a colocá-la numa posição quer de vítima, durante o regime militar, quer de presidente afastada por impeachment por um suposto golpe urdido pelo Congresso.

O desconhecimento e mesmo o desprezo com que o mundo desenvolvido acompanha o desenrolar desses tipos de acontecimentos no Brasil, um país visto como exótico, distante e perdido no tempo, tem ajudado essa senhora a expor sua narrativa ficcional a plateias basicamente formadas pelo que restou da esquerda radical no mundo contemporâneo. De toda forma, esse tour, ao mesmo tempo em que reforça a imagem negativa do país, prejudica os negócios do Brasil lá fora. Com ponto ou sem ponto no ouvido.

Depois de mais de uma década da razia promovida pelos governos petistas ao erário e que quase transformou o país numa ruína gigantesca, com milhões de desempregados e uma inédita depressão econômica, todo esse cenário é, em sua versão, debitado unicamente aos opositores e à classe política dominante.

O mais curioso é que os custos desse passeio, do outro lado do Atlântico, são feitos exclusivamente em países de primeiro mundo, onde se hospeda nos mais caros hotéis do lugar e onde frequenta os mais requintados restaurantes, nos quais saboreia acepipes dignos de um monarca.

Tudo isso, é claro, colocado na conta do pobre contribuinte brasileiro. De um modo geral, é reconhecido que, desde que chegou ao poder, para exercer uma espécie de governo tampão entre 2010 e 2014, até o retorno do chefão, e talvez até antes, quando ocupou o Ministério das Minas e Energia e a Casa Civil, Dilma é sem dúvida a presidente que mais deu prejuízos em toda a história do país, quer por sua gestão desastrada, ou pelo fato de dar continuidade ao processo sistemático de corrupção que se instalara no governo de seu antecessor. Somente em uma única empresa pública, a Petrobras, Dilma e seus auxiliares provocaram um rombo que ascende a bilhões de reais.

Hoje, fora da presidência, sua equipe de oito assessores entre seguranças e secretários custa, aos pagadores de impostos, R$ 5,5 milhões ao ano. Somente no ano passado, Dilma espetou no erário uma conta de meio milhão de reais ao Palácio do Planalto. É de longe a presidente que mais gasta em viagens e outras mordomias. Segundo informações do próprio Palácio, os custos com sua equipe no ano passado, sem contar dos salários, foi de R$ 632,2 mil. Desse montante, R$ 587 mil foram gastos em diárias e passagens em primeira classe.

Em Madri, por onde anda agora, Dilma tem repetido, à plateia da Central Sindical do Partido Comunista da Espanha, que Bolsonaro é um neofascista que está destruindo a Amazônia e a soberania do Brasil e que o golpe que sofreu visou apenas a implantação do modelo neoliberal.

O mesmo fala em relação ao ex-presidente Lula que, em sua narrativa, foi condenado e preso para não disputar as eleições que, em sua visão, venceria com facilidade. A ex-presidente também repete o mantra de que a Operação Lava Jato foi feita exclusivamente para mirar em Lula e nos petistas, deixando o restante dos envolvidos do lado de fora.

De tanto semear essas mentiras, Dilma acredita que um dia elas poderão germinar como verdadeiras, da mesma forma como quem semeia feijão e colhe laranjas. No terreno baldio da cabeça da ex-presidente tudo é possível.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Onde foi que erramos?”

Juca Kfouri, em entrevista no seu canal, pergunta à “ex-presidenta” Dilma, que ficou sem palavras, sem resposta.

 

 

Doação

Projeto UDF sem Fronteiras está arrecadando livros infantis para a Casa da Paternidade. A iniciativa é das professoras Elisa Muniz e Josilene Moura.

Banner: facebook.com/udfsemfronteiras

 

 

Talento

Já desfilava desde os 13 anos. Sabe o que quer. Já morou em dezenas de países. Agora com 18 anos, está em Hong Kong. Gosta tanto que chama de Home Kong. Veja a seguir algumas fotos da modelo Mariana Dominicini.

Fotos: 2mmodel-books.netwalkapp.com e classmodelos.com

 

 

Desburocratizar

Hoje, o advogado-geral da União, André Luiz de Almeida Mendonça, proferirá palestra em São Paulo durante o Seminário “Desburocratização e Eficiência Estatal”. O evento é promovido pela Federação das Indústrias do Estado da capital paulista. O debate gira em torno do papel da Advocacia-Geral da União e do Judiciário na modernização da gestão pública.

Reprodução/PGU

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Não sei que significado darão a essa palavra, com o amontoado de casebres existentes, sem que ninguém queira sair de onde está para passar uma rua, ou uma praça. (Publicado em 30/11/1961)

Lei de Abuso segue as mesmas restrições baixadas pelo Supremo em desfavor da justiça

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Charge da Lila (Arquivo Google)

 

Caso fosse submetida previamente ao crivo da população e à análise de renomados juristas, realmente comprometidos com a causa pública, a Lei Contra o Abuso de Autoridade, aprovada em processo relâmpago, na calada da noite e apenas por voto de liderança, não entraria sequer em pauta, sendo arquivada e esquecida no fundo de uma gaveta qualquer em algum almoxarifado no subsolo do Congresso.

Esse é o destino que a sociedade, leiga ou não, desejaria para essa e todas as propostas, frutos da sandice de políticos, principalmente daqueles que estão sob a alça de mira da justiça e que sonham em se safar incólumes de crimes pretéritos. O volume de críticas que essa proposta vem recebendo dos mais variados setores da sociedade, sobretudo por parte dos operadores da justiça, reforçam a ideia de que a edição dessa Lei poderá ter vida breve, indo compor o cemitério de outras do mesmo gênero, natimorta.

Até para que não caia no esquecimento, essa medida, mais do que se insurgir contra a vontade popular, veio como uma espécie de resposta às Dez Medidas Contra a Corrupção, que parte da classe política se recusa simplesmente em aprovar. Muitos legistas acreditam que o texto da ‘Lei do Abuso’ não merece, sequer, uma análise técnica, já que se trata de um verdadeiro “insulto à técnica jurídica.” Para outros, esses textos apenas revelam o “estado de coisas demenciais e invertidas que estamos vivenciando.” Alguns a chamam inclusive de uma fraude que avilta a democracia. Há inclusive aqueles que indagam: “como é possível conceber o fato de que uma lei que pretende, ao menos em tese, conter o abuso do poder estatal, já ter origem exatamente num claro e evidente ato de burla da legalidade e abuso na seara legislativa?”

Outros juristas lembram que já existe uma legislação, criminal, administrativa e civil para punir esse tipo de infração, que é a Lei 4898/65, em vigor há décadas e que poderia ser simplesmente modernizada, mas que não foi, sequer, lembrada, porque, à época, não se imaginava que chegaria um tempo em que a justiça alcançaria o cume do poder político e econômico. Entram nesse debate também, aqueles que apontam que a chegada da justiça e da lei no patamar dos criminosos de colarinho branco é uma contribuição valiosa da chamada Criminologia Crítica e que, portanto, a Lei do Abuso, viria como uma garantia de proteção e de continuidade da secular impunidade.

A edição intempestiva dessa medida chamou a atenção daqueles que consideram que a Lei de Abuso vem num mesmo pacote, editado pelo Supremo, que suspendeu todos os processos judiciais em que dados bancários foram compartilhados por órgãos de controle sem autorização prévia do judiciário. Trata-se, dessa forma, de uma contrarreforma conservadora contra as investigações ousadas pelo Ministério Público e pela Polícia Federal e contra os altos escalões da República.

Juristas chegam a invocar a Teoria da Bola de Neve ou Teoria das Rodas Lixadas, segundo a qual a permissividade com a corrupção conduz a uma terrível crise institucional, insegurança e catástrofe econômica, tal qual se viu, na prática, no Brasil.

Em todo o país, os Conselhos e Associações de Magistrados criticaram a medida que, segundo eles, irá inibir o trabalho de combate à corrupção e às organizações criminosas no País, pois tem como alvo principal o Ministério Público, juízes e agentes policiais e todos que lutam contra a crescente criminalidade no Brasil.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

Para que não se possa abusar do poder é preciso que, pela disposição das coisas, o poder freie o poder.

Montesquieu foi um político, filósofo e escritor francês

Imagem: fee.org

 

 

Luz

Brasilienses assistem estarrecidos a expansão de invasões de terras para todos os lados. Sobradinho está chegando perto do Lago Norte. Na Barragem do Paranoá, os morros foram rasgados para instalação de torres de energia para garantir que os invasores não fiquem no escuro.

 

 

Bem-vindos ao Brasil

Entre os estranhos nomes dos senadores, há brincadeiras constantes em relação às ascendências. Em um desses momentos, o senador Esperidião Amin exclama: Omar Aziz é o verdadeiro Califa!

Foto: senado.leg.br

 

 

Arquivo vivo

Já, na CCJ, o senador maranhense Werveton perguntou da necessidade de a equipe da liderança do PDT fazer requerimentos para a audiência pública. “Não precisa! Paim cuida disso para nós!” Na verdade, o senador Paulo Paim é imbatível em audiências públicas. Registros preciosos do nosso país estão nessas reuniões.

Fonte: Senado.gov.br

 

 

Arte

Atenção artistas da cidade. GDF lança edital para selecionar marca dos 60 anos de Brasília. Trata-se do selo comemorativo dos 60 anos da capital federal.

Foto: Renato Araújo/Agência Brasília

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Quando você vem dos ministérios para a W-3, encontra uma placa indicando a sigla EPIA. Sempre há alguém perguntando o que significa, e está aqui, para seu conhecimento: Estrada Parque Indústria e Abastecimento. (Publicado em 28/11/1961)

A lei dos abusados

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Foto: reprodução TV Câmara

 

Aos poucos e sem muito alarde, os políticos vão impondo suas pautas muito acima dos interesses da própria sociedade, legislando para dentro, ajustando a realidade do país a seus próprios interesses, cientes de que a distância entre uma eleição e outra cobre os eleitores com o manto escuro da amnésia.

Como acontece sempre nesses casos, em que o desejo da classe política não coincide com o que anseia o cidadão, a votação do texto-base do projeto de lei que trata da criminalização do abuso de autoridade seguiu o mesmo rito dissimulado com que tem sido tratada todas as propostas de interesse direto dessa gente. Votado depois das dez horas da noite, em meio a outras pautas e quando muitos brasileiros, que trabalham duro, já estão dormindo, a matéria foi aprovada por votação simbólica, ou seja, sem os votos nominais de cada deputado, e não foi permitida, pela Mesa, a revisão do procedimento, pedida por muitos parlamentares contrários à Lei. Analistas que têm acompanhado o assunto são unânimes em reconhecer que o ressurgimento relâmpago dessa matéria veio justamente na esteira dos acontecimentos recentes, divulgados pelos Site The Intercept Brasil, em que hackers criminosos divulgaram escutas telefônicas entre procuradores e o ex-juiz Sérgio Moro.

Mesmo sabendo que se tratavam de escutas clandestinas e, portanto, ilegais, os políticos e alguns juízes, claramente contrários aos efeitos de operações como a Lava Jato, começaram, imediatamente, a erguer muros e outros entraves para deter o avanço das investigações que deles se aproximavam. Depois de desfigurarem as medidas de combate à corrupção, a ponto de torná-las inócuas e sem efeito prático, a Lei de Abuso, aprovada agora e muito bem nominada por alguns juristas éticos como a Lei dos Abusados, vira o jogo e coloca o rato para perseguir o gato, numa inversão de valores que vai tornando nosso país o paraíso dos malfeitores, principalmente aqueles do colarinho branco.

Apenas analisando o que disse o procurador da Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol, um dos últimos paladinos dessa cruzada quixotesca contra a corrupção secular em nosso país, dá para perceber que essa aprovação nada mais é do que uma retaliação contra os agentes da lei e a favor da impunidade. “No fim da Mãos Limpas, na Itália, afirmou o procurador, a pauta contra supostos abusos da Justiça substituiu a pauta anticorrupção sem que esta fosse aprovada.

Várias leis passaram para garantir impunidade a poderosos. A Itália segue com maiores índices de corrupção da União Europeia”. Para outros juristas, trata-se de uma bofetada na cara da sociedade e uma resposta de força contra todos aqueles que sonhavam com uma mudança no status quo vigente desde que Cabral por aqui aportou em 1500.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“O dinheiro não compra apenas um bom carro; também compra melhor educação ou saúde. Cada vez mais, pode comprar a impunidade da justiça, uma mídia flexível, leis favoráveis, vantagens comerciais e até mesmo eleições. Isso, por sua vez, perpetua as políticas que permitem que uma pequena elite acumule cada vez mais riqueza às custas da maioria.”

Winnie Byanyima é engenheira, política e diplomata aeronáutica ugandês, que acabou de assumir a UNAIDS.

Foto: UNAIDS

 

 

Disciplina

Se escolas militarizadas ganharem as mesmas medalhas que os colégios militares conquistam em Olimpíadas de matemática, será um progresso na Educação. Foram tantas medalhas pelo Brasil que agora os Colégios Militares do Brasil estão recebendo medalhas até no Japão.

Foto: reprodução

 

 

Reconhecimento

Foram os alunos do Colégio Militar da Polícia Militar 5 (CMPM 5) e o Tenente Coronel Cândido José Mariano que conquistaram três medalhas durante a participação na Olimpíada Internacional de Matemática Sem Fronteiras – World Mathematics Invitational 2019, ocorrida de 15 a 19 de julho na cidade de Fuokohama, Japão. Prata para o Brasil.

Foto: reprodução

 

 

Registro

Reclamação que chegou em mãos: Identificamos que a tubulação aberta entre as Quadras 15 e 16 do Park Way, junto ao córrego, do lado direito de uma torre da companhia telefônica, que está vazando água de esgoto diretamente no solo, “não é esgoto”, essa tubulação é de aguas pluviais. O sistema interno da edificação está ligado em fossa séptica e sumidouro em perfeito estado de funcionamento. Na localidade não tem rede coletora de esgoto para atender a região. Segue anexo Parecer Técnico (26218501) e ordem de serviço (26220403).

 

 

 

Sonhos

Sidarta Ribeiro, neurocientista, lança o livro “O oráculo da noite: a história e a ciência do sonho”, pela Companhia das Letras. Veja a entrevista dada pelo autor à BBC no link Perda de intimidade com o sonho causa grande prejuízo à humanidade, diz neurocientista.

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Essas coisas é que precisam acabar no comércio de Brasília. O povo encontra cedo os exploradores, e é por isto que muita gente prefere comprar as coisas no Rio. Bastaria maior honestidade nos negócios, para que o nosso comércio funcionasse melhor. (Publicado em 28/11/1961)

Uma bolha de sabão em meio aos espinhos

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Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

 

Pudesse voltar no tempo, quando ainda era um dos mais bem-sucedidos magistrados que o Brasil conheceu, com certeza o atual ministro da Justiça, Sérgio Moro, não teria renunciado ao cargo que conquistou por concurso, abandonando uma carreira sólida de mais de duas décadas à frente da 13ª Vara Criminal Federal de Curitiba.
Ao se aliar a projeto político, em que lhe foi prometido plenos poderes para levar adiante seu plano de estabelecer um Brasil livre da corrupção que infesta as instituições públicas desse país, Moro não fazia ideia do passo que estava dando dentro do túnel escuro que é a vida política brasileira. Tivesse ele a noção do trabalho hercúleo que teria pela frente para pelo menos minorar essa situação, sua decisão seria ficar onde estava. Na antiga posição, poderia prosseguir com a tarefa de julgar e condenar as mais poderosas figuras da República que, há muito, rapinam os recursos públicos, certos da impunidade e dos benefícios que o foro privilegiado assegura para blindar os ladravazes do colarinho-branco. O que se pode concluir, agora, é que Sérgio Moro caiu, como um inocente, no canto da sereia, entoado por um candidato, milagrosamente eleito, no vácuo do descontentamento com os políticos de esquerda.
O atual presidente enxergou, astutamente, em figuras publicamente sacralizadas, como era o caso de Sérgio Moro, uma bengala em que se apoiar para se apresentar como novo paladino que, literalmente, iria “endireitar” o país. Sérgio Moro aparenta sentir a grande desventura em que se meteu. O então candidato Jair Bolsonaro, aproveitou a grande visibilidade no país, conferida pela exitosa Operação Lava-Jato e a levou, como estandarte pela Brasil afora, convencendo os eleitores de que essa era sua maior meta.
Sitiado entre velhas raposas políticas, que se exercitam para não perder antigos privilégios e o acesso livre aos cofres públicos, entre um Judiciário que, em boa parte, aí está para proteger essa turma de malfeitores, cercado ainda por seguimentos da imprensa que sempre apoiou esses grupos, Sérgio Moro vai, dia a dia, percebendo a inutilidade de seu idealismo, frente a uma elite que insiste em se apropriar do país como coisa sua.
Como tem acontecido, desde sempre, entre nós, a presença de Moro, em meio a essa gente que tem seus próprios e elásticos princípios éticos, começa a destoar da paisagem monótona. Com isso, vai dando início ao seu processo lento e covarde de fritura. Para tanto, seus muitos inimigos, que também são declaradamente inimigos da população, não se avexam em lançar mãos inclusive de escutas roubadas por hackers criminosos, tentando, a todo custo, desgastar a imagem do corajoso magistrado.
Enganam-se aqueles que pensam que ao retirar Moro do caminho, novamente estarão escancaradas as portas para o saque do Estado. Engana-se mais ainda o atual governo se pensa que, ao diminuir a estatura desse antigo juiz, tolhendo-lhe as iniciativas e esvaziando sua pasta, conferirá maior poderio a si e a esses grupos de interesseiros que voam ao redor. Sem meias-palavras e sem medo de errar, é possível afirmar que sem Sérgio Moro, Bolsonaro é apenas uma bolha de sabão em meio a um planalto de espinhos.
A frase que foi pronunciada
“Não entendo de leis, mas a “saidinha” deveria ser permitida somente no dia de finados. Para que visitassem os túmulos dos que eles mataram.”
Padre Fábio de Melo
Nossos queijos
Quem vai a Nova York sempre faz uma refeição no Eataly. Na saída do estabelecimento, um mapa múndi mostra a produção de queijo de cada país no mapa. No Brasil, está apenas escrito “Pão de queijo”. Bem que a prefeitura de Araxá poderia convidar o sr. Oscar Farinetti, dono da Eataly, para visitar o Concurso Mundial da cidade mineira onde mais de mil tipos de queijos serão avaliados.
Foto: italymagazine.com
Funciona?
Trata-se de uma resolução do Conselho Monetário Nacional. Os bancos são obrigados a implementar ouvidorias e resolver as pendências em, no máximo, 30 dias. A opinião dos consumidores é que os bancos deveriam investir mais no atendimento do que em advogados.
Sempre atual
Adirson Vasconcelos, história viva de Brasília, nos enviou a seguinte frase de Juscelino: “Não compreendo que o chefe da nação se conserve permanentemente na casa de governo, preso a seu gabinete, só examinando a situação do país por meio de papéis que, de modo geral, não lhe dão ideia nem medida do que se vai passando por este imenso continente que é o Brasil.” 1962” — Juscelino Kubitschek, in A Marcha do Amanhecer. Editora Revista dos Tribunais.
Foto: Gervasio Batista/Arquivo Público do Distrito Federal
App assinantes
Correio atualiza o aplicativo para que você receba a notícia em tempo real. Veja as dicas em: Clube do Assinante do Correio Braziliense.
História de Brasília
Nos blocos JK, os moradores põem varais nas janelas, fazem cercas de tábuas em frente às janelas, transformam aquilo numa favela e, depois, reclamam que no Rio moravam em Copacabana, num apartamento com varanda. (Publicado em 26/11/1961)

MPDFT: desmantelando Toffoli

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Foto: hojeemdia.com

 

Absolutamente, nenhum político, de posse de seu juízo, fosse ele da mais ferrenha oposição ao governo e mesmo aquele implicado em grave denúncia de corrupção, tomaria a decisão de aparecer, de frente, como parte interessada num Recurso Extraordinário (RE 1.055.941) solicitando ao Supremo, em pleno período de recesso, a imediata paralização de todas as investigações realizadas até agora pela Polícia Federal e pelo Ministério Público contra os crimes de colarinho branco.

A razão é muito simples: tal audácia, indo contra a totalidade da opinião pública do Brasil, que desde a primeira hora se posicionou a favor de toda e qualquer investigação que desse um fim ao ciclo perverso e secular da impunidade aos corruptos poderosos, colocaria esse personagem numa posição de absoluto isolamento contra toda uma nação, transformando-o numa espécie de vilão que age contra o país.

Para qualquer político, isso seria o fim da linha, capaz de inseri-lo nos anais da história do país como um inimigo declarado do povo, num momento tão crucial para todos os brasileiros. Mas foi justamente nessa desventura que se meteu o senador pelo PSL do Rio de Janeiro, Flávio Bolsonaro. Com isso, marcou sua posição numa trincheira solitária e antagônica nessa guerra dos cidadãos contra os privilégios e os desmandos das elites que tantos males têm causado ao país.

Para todo e qualquer cidadão pensante desse país, antepor argumentos sensatos ao Recurso Extraordinário nº 1.055.941 do ministro Dias Toffoli, que suspendeu os processos criminais com base em dados ficais e bancários que não tenha prévia autorização judicial, tornou-se um exercício comum e de fácil elaboração também por uma razão simples: todos enxergam de forma evidente os prejuízos e o retrocesso que tal medida trará para o país. Não existe, hoje, jurista respeitado nesse país que não tenha, de pronto, apresentado sua mais veemente contrariedade a respeito desse Recurso. Para o jurista Modesto Carvalhosa, essa decisão “suprimiu a vigência das leis de combate à lavagem de dinheiro, ao crime organizado, à corrupção e ao tráfico de drogas”. Em nota, divulgada tão logo a decisão do STF, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) considerou que, em decorrência dessa medida, “haverá paralisação da maioria esmagadora das investigações e processos criminais em tramitação – repise-se, em todo o país -, principalmente os que estejam relacionados aos crimes de lavagem de dinheiro, corrupção e ilícitos contra o sistema tributário, resultando em inegável desmantelamento das linhas investigativas e intumescência do Poder Judiciário.

O resultado previsível, ictu oculi, é de uma verdadeira avalanche de pedidos de autorizações que se seguirão, tão somente, para que o magistrado afira a legalidade do compartilhamento, em juízo raso e sumário, que não resiste ao mais simplório cotejo com a proporcionalidade – nas vertentes da vedação ao retrocesso e, quiçá, da proteção deficiente – além dos princípios constitucionais da economia e celeridade processuais.”

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“A criminalidade organizada agradece.”

Wellington Cabral Saraiva, Procurador Regional da República em Pernambuco, em artigo sobre o Recurso Extraordinário 1.055.941

Foto: facebook.com/wellington.c.saraiva.9

 

 

Contraste

Qualquer informação sobre desmatamento no Brasil, para ser atestada como verídica, precisa passar pela hierarquia governamental até chegar ao presidente. Alardes falsos sobre desmatamentos podem prejudicar o Brasil em negociações internacionais. Bom mesmo seria ter publicada a lista de empresas estrangeiras que contribuem para o fim do meio ambiente brasileiro. Não são poucas e pouco são punidas.

Foto: luoman/Getty Images

 

 

Maldade

Transportes públicos continuam negando parar para idosos. A cena é comum nas paradas de ônibus de Brasília. Os passageiros que assistem a cena sentem-se impotentes para ajudar.

Foto: paginasimoesfilho.com

 

 

Denuncie

180 é o número para denunciar feminicídio ou 156, tecla 6.

Imagem: brasil.gov.br

 

 

Novidade

Jovens casados partiram para a realidade na hora dos presentes. A moda do chá de construção está se alastrando pelo país. Os pedidos: saco de cimento, diária de pedreiro e por aí vai. Veja a seguir o convite da Thalita e do Glebson.

Imagem: pinterest.com/thalitapinhero

 

 

Benefícios

Discutido na Câmara Legislativa o “Cartão Material Escolar”, que permite aos contemplados pelo bolsa-família receber mais um dinheirinho para comprar o material escolar. A ideia é do governador Ibaneis Rocha, defendida com entusiasmo pela deputada Jaqueline Silva.

Imagem: se.df.gov.br

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Para os que falam mal de Brasília, enquanto no Rio está havendo falta de leite, os nossos supermercados estão com uma sobra diária de quase mil litros. Compre o leite que quiser. (Publicado em 25/11/1961)

Progresso sem ordem

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Não é de hoje que a Operação Lava Jato, o juiz Sérgio Moro e os procuradores do Ministério Público de Curitiba, tendo Deltan Dallagnol à frente, vêm sendo fustigados por todos aqueles que, direta ou indiretamente, sofreram com as repercussões legais dessa exitosa investigação, sobretudo o pessoal da oposição, capitaneados pelo Partido dos Trabalhadores. A esse conjunto de indivíduos, contrariados pelo rigor da lei, vieram se somar políticos de diversos partidos, todos igualmente enrolados com a justiça. Fazem parte desse clã de insatisfeitos, empresários espertalhões, uma camarilha dos mais caros advogados do país, receosos com a possibilidade de perder milhões de reais com a defesa, eticamente indefensável desses criminosos, e, obviamente, uma boa parte das instituições de Direito, comandadas por esquerdistas camuflados, bem como uma parcela da imprensa bancada por essa gente e sabe-se Deus por mais quem.

Trata-se de uma espécie de contraofensiva desferida em oposição a uma nova postura da justiça que tem primado por fazer cumprir o que manda o Art. 5º da Constituição, que diz que “todos são iguais perante a lei” e que, pela primeira vez em nosso país, ousou mandar processar e prender grandes figurões da República juntamente com a elite dos empresários nacionais, todos, até então, tratados como cidadãos intocáveis e muito acima dos efeitos das leis.

É esse pessoal que, agora reunido em torno de um estrangeiro, desacreditado no próprio país de origem, que parece ter encontrado uma brecha para desmanchar o trabalho de cinco anos de toda essa operação, fechando, talvez, a única janela de oportunidade, aberta em séculos de impunidade, capaz de mudar os rumos do Brasil.

Reunidos em torno de um fato claramente criminoso, que foi o grampeamento das comunicações entre agentes da lei, essa miríade de oportunistas dos mais diferentes matizes sonha em sabotar a Operação Lava Jato, numa nítida inversão de valores morais, fazendo dos xerifes, os bandidos e desses, os paladinos da justiça.

De fato, o que se verifica agora nessa movimentação, que se quer é legítima, é que a Hidra se move por baixo da lama, tentando manter-se viva de forma a perpetuar o antigo regime, o status quo secular. Essa agregação de forças do atraso ilude-se ao acreditar ter encontrado um rumo para seguir em frente, contrariando todo um país que vem exigindo nas ruas o abandono do passado.

Deliram se pensam formar uma frente única, ou coisa que valha, para sabotar a verdadeira justiça e de quebra inviabilizar o novo governo. De fato, não passam de velhos fantasmas de um passado mal assombrado que todos os brasileiros de bem querem ver bem sepultados e cobertos pela poeira do esquecimento. A esses vampiros da nação, mais uma vez reunidos, o povo irá responder com crucifixos, estacas de madeira e muito alho.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“O Brasil está cada vez mais próximo de entrar no caminho do emprego e da prosperidade”.

Presidente Bolsonaro

Foto: Sérgio Lima/Poder360 – 9.abr.2019

 

 

Só mais uma lista

Entre uma conversa e outra, agora há provas contundentes do esquema de furar fila em hospital público por pedidos políticos. Há também provas de funcionários que vendem vagas. Há investigações de funcionários que levam material do hospital para casa. Agora faltam os nomes dos médicos que recebem salário e não trabalham.

Charge do Marcos

 

 

Juntos

Secretaria de Educação e Secretaria de Segurança Pública continuam em parceria para mais escolas militarizadas. Mas o GDF dá à comunidade a oportunidade de escolher o que quer para os filhos que estão interessados em estudar. Quando tudo estiver bem, quem sabe a parceria passe a ser com a Secretaria de Cultura para expandir as escolas parques e escolas de música.

FOTO: Augusto Fernandes/ESP. CB/D. A. Press

 

 

Pop

Brasília está muito melhor que Nova York em termos de acolhimento a moradores de rua. O Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua conta com um corpo de trabalhadores dedicados que dão mais dignidade a essas pessoas rejeitadas pela sociedade.

Clique aqui e veja o folder explicativo sobre o Centro POP

Foto: Agência Brasília/Divulgação

 

 

Nova era

Comemoração no Núcleo de Mídias Sociais da Secretaria de Comunicação Social. Mais de 1 milhão de seguidores na página do Senado no Instagram. O aumento de seguidores no último semestre foi de 57%. Ângela Brandão, diretora da Comunicação Social, não previa um aumento tão significativo. A participação da sociedade nas mídias sociais tem estreitado a relação com a política e com os políticos.

Print: instagram.com/senadofederal

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

É integral o apoio da Novacap ao Círculo de Pais e Mestres. Durante o próximo período de férias, a Escola Parque será cercada, as obras internas serão concluídas, e a piscina passará a funcionar normalmente. (Publicado em 24/11/1961)

Os milhões de olhos e ouvidos dos internautas

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Imagem: jornaldacidadeonline.com

 

Questões levantadas por muitos internautas que acompanham de perto o desenrolar das revelações obtidas por meio de escutas ilegais e divulgadas pelo site The Intercept Brasil mostram, de forma clara, que boa parte da opinião pública que trafega nas redes sociais não apenas vem pondo em dúvida a integridade desses diálogos, como passou a estabelecer, por conta própria, as conexões entre os diversos fios soltos que vão aparecendo a cada nova denúncia.

O que se tem nesse episódio agora é que milhares de investigadores amadores online e por todo o país passaram a investigar o caso e a divulgar cada passo em falso e cada pequeno detalhe deixado para trás pelos denunciantes. Num país que desde 2005 vive em permanente estado de atenção e onde a realidade política se mistura com a ficção do realismo fantástico, o surgimento de mais esse subenredo, dentro do mega escândalo levantado pela Operação Lava jato, reacendeu o interesse do público sobre a tragédia da corrupção. Com isso, o público vem interagindo com o desenrolar do enredo, o que pode levar a um desfecho imprevisível dessa trama.

O material colhido até agora sobre esse caso já possui um volume considerável. De saída, esses novos Sherlock Holmes passaram a seguir a trilha que leva à fonte desses diálogos, certos de que todo esse episódio se insere numa trama para desmanchar toda a Operação Lava Jato, por meio de uma campanha visando desacreditar seu principal juiz. A negativa dos denunciantes em entregar todo o material para a perícia da justiça, sob a alegação de que toda ela não é confiável, parece não ter convencido os internautas.

Muitos afirmam inclusive que se os bandidos revelados por essa Operação combinavam minuciosamente o esquema que os levariam aos cofres públicos, por que os agentes da lei não poderiam fazer o mesmo, já que se tratava, no caso, de defender o Estado de uma bem engendrada organização criminosa? Para conferir mais surrealismo a toda essa história, um tal site intitulado Pavão Misterioso vem divulgando supostos diálogos entre o deputado JW, que teria vendido o cargo para o marido de Glen Greenwald. Neles o ex-parlamentar cobra parcela do dinheiro devido e que não estaria sendo honrado por conta das fiscalizações feitas pelo COAF nas movimentações financeiras desse trio. Ficção ou não, o fato é que o Tribunal de Contas da União determinou que o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente do Coaf prestem depoimento sobre o uso do conselho para monitorar atividades financeiras dos responsáveis pelas divulgações do site Intercept Brasil.

Entre fatos e ficções, o público, entre eles jornalistas independentes, revelam notícias dando conta da aquisição do complexo da Editora Abril, que publica a Veja, por André Esteves, controlador do BTG, também chamado de o banqueiro de Lula, razão pela qual a antiga e prestigiosa revista se aliou e passou a defender os relatos publicados pelo site TIB. Como não podia deixar de ser, assuntos dessa natureza têm polarizado discussões entre os políticos. Também esses debates vêm sendo esmiuçados pelos internautas. Cedo ou tarde, pelo número de pessoas debruçadas sobre o assunto, a verdade pode vir à tona e revelar inusitado desfecho quando menos esperarmos.

 

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Fatos alternativos ou fake news são apenas outros nomes para propaganda.”

Johnny Corn, comediante e ator irlandês-americano

Foto: facebook.com/johnnycorn

 

 

No Senado

Dos 217 países tidos como democráticos, apenas 9,68% impedem candidaturas sem filiação partidária, o que prova que a existência da democracia nada tem a ver diretamente com partidos políticos. Kajuru, eleito com milhões de votos, agora não tem partido. Reguffe também não. Parece que os senadores que abrem mão dos privilégios incomodam as siglas enquanto deveriam ser enaltecidos.

Foto: senado.leg

 

 

Lembrete

É bom lembrar que houve uma consulta pública sobre a ideia de dispensar a autorização dos vizinhos para transformar a residência do morador, caso seja a vontade dele, em um endereço de CNPJ. Artesão, advogado, psicólogo, arquiteto, por exemplo. A preocupação é com a falta de planejamento. O fluxo do trânsito, a frequência de pessoas estranhas na rua, tudo é possível para tirar o sossego (maior bem defendido pelos moradores).

 

 

 

Mudanças

No Brasil, com uma frota de mais de dois milhões de caminhões circulando dia e noite por estradas em péssimas condições, não causa surpresa que a maioria dos produtos comercializados longe de suas áreas de produção alcancem preços surpreendentes para os padrões nacionais de renda. Agrava mais essa situação, o fato de que o crescimento da malha rodoviária não acompanha, nem de longe, o crescimento da frota. Nos últimos dez anos, essa defasagem aumentou. Para um crescimento da frota de caminhões da ordem de 110%, a malha aumentou apenas 11,7%. Que falta faz um trilho por esse país.

Foto: fetropar.org

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

O leite nos supermercados está custando 30 cruzeiros. Nos mercadinhos da W-4 estão cobrando 45. É roubo. (Publicado em 24/11/1961)

Os abusos da lei de abuso

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Foto: Evaristo Sa (AFP) – brasil.elpais.com

 

Não é de hoje que se ouve falar em corrupção e impunidade cometidas por poderosos, daqui e de além mar. Desde os primeiros anos do Brasil Colônia, histórias narrando as injustiças e as diferenças na aplicação das leis para pobres e ricos corriam à boca pequena entre o populacho amedrontado, mostrando como eram severas as punições de uns e as absolvições de outros.

Já no século XVI, poucos anos de Cabral ter topado nas terras do novo mundo, o poeta Camões, em os Lusíadas, canto IX, estrofe 28, já denunciava esses vícios de forma direta: “Vê que aqueles que devem à pobreza/Amor divino e ao povo caridade, /Amam somente mandos e riqueza, /Simulando justiça e integridade. /Da feia tirania e de aspereza/Fazem direito e vã severidade:/Leis em favor do Rei se estabelecem, /As em favor do povo só perecem. ”

No século seguinte, no Sermão do Bom Ladrão, Padre Antônio Vieira asseverava indignado com que via e ouvia: “…os ladrões que mais própria e dignamente merecem este título são aqueles a quem os reis encomendam os exércitos e legiões, ou o governo das províncias, ou a administração das cidades, os quais já com manhã, já com força, roubam e despojam os povos. – Os outros ladrões roubam um homem: estes roubam cidades e reinos; os outros furtam debaixo do seu risco: estes sem temor, nem perigo; os outros, se furtam, são enforcados: estes furtam e enforcam. ”

Dando um salto para o futuro, depois de tantos séculos de privilégios e desigualdades perante as leis, o mínimo que se pode constatar hoje é que não aprendemos nada. Seguimos, em pleno século XXI, pelos mesmos caminhos tortos da impunidade, com um agravante: agora, os que insistem nesse rumo são os legítimos representantes da sociedade. A Operação Lava Jato, que com certeza iria merecer lautos elogios de Camões e Vieira, segue sendo caçada como um tigre, que afugenta as raposas ao pé do galinheiro. As medidas contra a corrupção, de que do povo espoliado, mereceu mais de dois milhões de adesões, foram esfrangalhadas, tal qual ave num banquete de lobos. De tão medonha e alienígena, a lei de abuso de autoridade, confeccionada sob medida para a fiar a roupa nova do rei, vem sendo apontada, dentro e fora do país como um verdadeiro edito dos monarcas do passado. Até da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), onde tomam assento os países mais desenvolvidos e civilizados do globo, e onde o Brasil vem há anos pelejando por uma cadeira cativa, deixaram a finura e os salamaleques de lado e criticaram publicamente o que consideram uma ameaça à independência dos agentes da lei em sua luta contra a corrupção secular.

Essa reprimenda torna patente para esse lado do mundo, onde as leis funcionam, que há entre nós uma contrarreforma em marcha, visando o retorno do antigo status quo e a manutenção do atraso, comandado, como dizem, por “movimentos legislativos”. O mundo conhece bem os descaminhos que levaram a Itália a abortar a Operação Mãos Limpas e temem uma repetição desse enredo. É preciso lembrar que a OCDE, cujo o Grupo de Trabalho Anticorrupção é um dos órgãos internos de maior relevância, sendo suas recomendações de grande peso para a aceitação de novos sócios, colocou, nesse momento, o Brasil sob lupa apurada.

O combate à corrupção é hoje, para os países desenvolvidos, um tema central porque tem reflexos diretos não apenas nos indicadores econômicos, mas sobretudo no desenvolvimento, metas que dão nome e sentido a própria Organização.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Sozinha não posso mudar o mundo, mas posso lançar uma pedra sobre as águas e fazer muitas ondulações.”

Madre Teresa de Calcutá, religiosa católica, de etnia albanesa, naturalizada indiana. Fundou a congregação das Missionárias da Caridade.

Foto: formacao.cancaonova.com

 

 

Lé com lé

Sensato, o ministro Barroso colocou um ponto final na iniciativa de descontar o imposto sindical arbitrariamente da conta do trabalhador. Quem concordar em contribuir é só se manifestar no RH. Essa decisão já foi confirmada pelo STF.

Charge de nanihumor.com

 

 

Incômodo

99405-0081. Esse é o número onde a atendente se apresenta como sendo do Banco Bradesco. Liga nas horas mais impróprias do dia, com uma insistência apenas interrompida pelo corte na ligação por parte do consumidor que teve seu número violado, a partir do momento que não faz parte da carteira do banco. A desobediência continua.

Foto: divulgação

 

 

App

Pouca reclamação em relação aos aplicativos para celular Moovit e CittaMobi que mostram a posição e horários das linhas de diversas regiões do DF.

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Há quem informe que o primeiro-ministro declarou que só assinará o decreto no Rio, esquecendo-se, no caso, de que a Capital da República é aqui mesmo. (Publicado em 24/11/1961)

 

A hidra se move

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Foto: Reprodução / TV Senado

 

Ao longo da história, e os exemplos têm comprovado, à toda reforma de costumes e mudanças no status quo vigente, correspondeu uma chamada contrarreforma. Foi assim, por exemplo, com o movimento da Reforma Católica de 1545, para se contrapor à Reforma Protestante, empreendida por Martinho Lutero. Essa tem sido uma constante e, de certa forma, tem ajudado a evolução da humanidade e a superação de períodos de marasmo ou estagnação das civilizações. A dúvida foi, sempre nesses casos, a mãe das grandes ideias e das revoluções. Nesses casos também, a neutralidade tem sido comumente apontada como aliada ao atraso e à sobrevida do passado.

Nesse sentido, os escândalos provocados pela escuta telefônica clandestina envolvendo o atual Ministro Sérgio Moro e o Procurador Deltan Dallagnol, pelo site “The Intercept Brasil”, demonstram, como avaliaram diversos senadores presentes na audiência pública, que essa operação não foi apenas meticulosamente armada por pessoas dentro  e fora do país, mas também representa, por seus detalhes até agora levantados pelas autoridades,  um verdadeiro contra ataque  das forças que desejam um retrocesso e uma reviravolta em todas as investigações pretéritas reveladas até o presente pela Lava Jato.

Dessa forma, é oportuno afirmar que as escutas da Intercept se inserem dentro de um amplo projeto para reestabelecer a credibilidade dos governos da esquerda, perdida justamente em decorrência dessa exitosa operação do Ministério Público, juntamente com a Polícia Federal. Obviamente que aqueles políticos e outras autoridades que até agora têm se mantido neutros e calados sobre esse episódio estão, de certa forma, aliados ao passado e não plenamente convencidos da luta contra a corrupção endêmica que varreu esse país. É importante nesse caso que o atual ministro da justiça siga, não só aprendendo com a experiência da vida política, como aprendendo também, como tem feito o ministro da economia, Paulo Guedes, a responder os ataques com a mesma ênfase e assertiva.

Aqueles que vêm acompanhando esse caso desde o início não têm dúvidas de que a atividade e toda a maquinação desses hackers, visando desacreditar a justiça e as instituições do país, serão desvendadas na sequência e na oportunidade certa. Para algumas autoridades, fossem esses grampos e escutas clandestinos realizados contra os políticos que desejam a volta ao passado, as revelações seriam sim recheadas de conteúdos incriminatórios que perpassariam todo o código penal. Apesar de sua serenidade, o ministro Sérgio Moro perdeu a grande visibilidade proporcionada pela audiência pública do senado para fazer um apelo, dirigido a toda a nação e particularmente aos políticos do país engajados no combate à corrupção, no sentido de união de esforços, visando levar, até o fim, o projeto de construção de uma República fundada na ética e longe desse passado que tem envergonhado a todos brasileiros de bem.

 

–> Assista a audiência com o Ministro Sérgio Moro no link: Ao vivo: Moro fala à CCJ sobre troca de mensagens com coordenador da Lava Jato

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Pode mudar à vontade, desde que não mexam no meu bolso.”

Diogo Mendez, funcionário público, sobre o interesse pessoal, a âncora que não deixa o país avançar.

 

 

Alegria

Veja, a seguir, a foto dos alunos de Circo que agora trabalharão com a segurança jurídica e apoio do governo. Uma foto nada convencional, que mostra a alegria contagiante, tão necessária em nossos dias. Parabéns ao Plínio Mosca, que saiu de Brasília para espalhar sementes de cultura pelo sul do país.

 

 

Recepção

Ruthe Phillips, Ricardo de Figueiredo Lima, embaixador Enio Cordeiro e o Ministro Fernando de Oliveira Sena receberam, no consulado do Brasil em Nova York, a maestrina do Coral do Senado, Glicínia Mendes, e a diretora do grupo, Maria Tereza Mariz Tavares.

 

 

Consumidor

É bom que todos os brasileiros saibam que, nos Estados Unidos, o site “Reclame Aqui” chama-se Yelt.com. Não só reclamações são bem-vindas, mas elogios também. Para reclamações sobre motoristas de taxi o número 311 ou nyc.gov/311.

Link de acesso ao site: About NYC311

 

 

Social

Importante evento acontecido ontem. A Caixa firma um acordo para o Centro Paraolímpico, que passará a ser chamado “Centro Paraolímpico CAIXA”. Serão recebidas 550 crianças PcD de 10 a 17 anos, alunos das redes públicas municipal e estadual. Serão oito modalidades oferecidas: atletismo, natação, judô, futebol de 5, vôlei sentado, bocha, goalball e tênis de mesa. No projeto, as crianças receberão todo o material esportivo necessário para as atividades, lanches, transporte adequado e contarão com professores e estagiários qualificados.

Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

 

 

Declaração

Para o presidente da instituição, Pedro Guimarães, o acordo de cooperação reafirma o compromisso da CAIXA em prol da inclusão da pessoa com deficiência, por meio do esporte, da cultura e da educação. “Reforçamos o posicionamento da CAIXA como o Banco da Inclusão e o seu interesse em fortalecer as políticas públicas paradesportivas como instrumento de inclusão social.”

Foto: Roberto Castro/ brasil2016.gov.br

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Por sua vez, o TCB, cujos ônibus mal dão para a população normal, não pôde transportar a criançada, como o rádio anunciara. Os automóveis particulares é que concorreram com as caronas. (Publicado em 23/11/1961)

A vida em preto e branco da população brasileira em contraste com as cores da realidade da alta cúpula

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Foto: Jorge Araújo/Folhapress

 

Desde o falecimento do ex-presidente Tancredo Neves, o Brasil parece viver uma sequência sem fim de acontecimentos surpreendentes. Parlamentares presos batendo ponto, a tragédia do avião de Eduardo Campos, Teori Zavaschi, todos os mortos na história do jardineiro Francelino Costa e do prefeito Celso Daniel, a fuga do deputado Jean Wyllys, os bastidores da facada no candidato à presidência, Jair Bolsonaro, até para a tragédia que tirou a vida do jornalista Boechat, com muitos inimigos políticos, não faltaram suspeitas.

No tempo de Tancredo, não faltaram aqueles que visualizassem, na tragédia médica, atentados e outros tipos de sabotagem, visando impedir o prosseguimento do processo democrático em curso. De lá para cá, foram muitos os fatos anormais ocorridos, todos, obviamente, envoltos em mistérios e segundas interpretações pelos adeptos da teoria da conspiração. É claro que não se pode descartar o fato de que, num país como o nosso, o realismo fantástico e a vida política se misturam e confundem a todos, mesmo os mais céticos.

Dando o salto no tempo e no espaço, o acontecimento bizarro da vez vem a ser a interceptação telefônica entre o juiz Sérgio Moro e o procurador Deltan Dallagnol, realizada de forma clandestina pelo aplicativo Telegram e disponibilizado pelo site The Intercept Brasil, de propriedade do jornalista e hacker norte-americano, Glenn Greenwald. Nessa nova subtrama, cujo o capítulo principal é ainda a Operação Lava Jato, o juiz e o procurador trocam estratégias jurídicas claras para o enfretamento do verdadeiro pool e dos mais caros advogados de defesa do país.

Numa interpretação ligeira, tratava-se ali de uma prática corriqueira, onde um juiz colhe interpretações de todas as partes envolvidas no julgamento para melhor encaminhar seu veredito. É preciso recordar que esse não era um caso simples. Cuidava-se de um julgamento de um ex-presidente da República, fato incomum em toda a nossa história. O que resultou dessa nova modalidade de bisbilhotice eletrônica foi a oportunidade enxergada pela oposição de abrir novo flanco para anular não só a condenação de Lula, mas reverter todo o rumoroso caso revelado pela Lava Jato.

Dentro desse enredo paralelo, reforçado também por políticos e juristas que torcem pelo fracasso daquela Operação exitosa, a imprensa começou a descobrir novos fatos como a ligação desse jornalista estrangeiro com o suplente de Jean Wyllys, que teria renunciado ao cargo de deputado federal sob a alegação de estar sendo ameaçado de morte. Notícias, ainda não confirmadas, de que Wyllys teria, na verdade, vendido a vaga de deputado, trazem ainda novos e intrigantes relatos a esses casos, que envolvem ainda famosos hackers russos, contribuições de gente poderosa, dentro e fora do país, e uma série de outras denúncias que necessitam de apuração mais acurada.

Verdade ou não, todo esse novo episódio traz, mais uma vez, à tona a história de um país onde a elite política e econômica vive uma realidade fantástica e colorida, em contraste com a vida em preto e branco do restante da população que segue assistindo a essa novela sem fim.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“O Brasil não é a Venezuela. Por aqui, o “Estado de Direito” é definido pelo Judiciário, não pelo Instituto Lula, o PT ou mesmo o Planalto.”

Demétrio Magnoli

 

 

Elogio

Com uma tecnologia diferente das outras operadoras de celular, a Claro oferece aos consumidores o Claro Passaporte. Na Europa e América do Norte, o consumidor brasileiro tem acesso ao 4G (ou 5G) exatamente como no Brasil, podendo inclusive fazer ligações, além de navegar na Internet.

Banner: claro.com.br

 

 

Reclamação

Por falar em Claro, em contratos assinados, há uma cláusula sobre a gratuidade na consulta aos recados deixados na secretária Claro. De repente, para ouvir os recados passou a ser cobrada uma taxa. Estamos aguardando a resposta da assessoria de imprensa sobre o assunto.

Foto: meu-smartphone.com

 

 

Voo

Em viagens ao exterior, a Copa é a empresa aérea mais pontual. Do Brasil aos Estados Unidos, com parada no Panamá, as conexões são cravadas.

Foto: passagenspromo.com

 

 

Pente fino

Em parceria com a Administração do Paranoá, a CEB fez uma revisão na cidade para pontuar todos as áreas críticas da região. Os relatórios serão encaminhados à parte técnica para solução. O Administrador Regional do Paranoá, Sérgio Damaceno, classifica como vital a ação: “Em parceria com a CEB, realizamos reparos de forma que a população possa utilizar os instrumentos públicos com segurança”.

Foto: portalvarada.com

 

 

Novos tempos

Corre pelo mundo o fenômeno do fechamento de lojas. Quem resiste ao uso da venda pela Internet, perde espaço. Lojas no mundo inteiro que se mantém fisicamente contam com a venda pela Internet para manter as contas em dia. No Brasil, quem compra pela Renner online busca o produto na própria loja. A vantagem é que paga mais barato pela mesma mercadoria exposta na loja física.

Foto: guiadeecommerce.com.br

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Um espetáculo, a festa da Rodoviária. Impressionante, o carinho com que o povo do Distrito Federal comemorou o aniversário dos filhos do presidente João Goulart. (Publicado em 23/11/1961)