Encontros inócuos

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

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Antonio Guterres. Foto: Eskinder Debebe/AP

 

Fossem submetidos a uma análise prévia, para a certificação dos fatos citados por cada um dos líderes mundiais em seus discursos, na abertura da 75ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), nessa terça 22, e assim subtrair versões e narrativas fantasiosas, eliminando as fake news, praticamente nenhum pronunciamento dos chefes de Estado do planeta seria liberado para leitura.

O festival de narrativas fantasiosas, e mesmo de mentiras deslavadas que beiram a ficção, demonstra que os países, em geral, estão hoje sob a administração de indivíduos sem quaisquer compromissos com a verdade. Essa constatação em si faz acender, ainda mais, o alerta para o perigo que o mundo corre, quando se verifica que a verdade foi afastada e posta de lado e o que passa a valer são versões feitas por cada um desses dirigentes, apenas com a intenção de sair-se bem na foto.

O que, talvez, muitos parecem ignorar é que a tecnologia, bem ou mal, possibilitou à população mundial ficar de olhos e ouvidos bem abertos para cada um desses pronunciamentos. Não apenas as oposições de cada país, mas as gentes comuns, desconfiadas e ressabiadas por tudo o que está ocorrendo com a humanidade. Desde sempre, soube-se que a mentira é a mãe de todos os males, inclusive, em seu nome, muitas guerras aconteceram e muito sangue foi derramado, em todo o tempo e lugar.

Uma possibilidade fantasiosa foi ressaltada por ninguém menos que o próprio Secretário-Geral da ONU, o português Antônio Guterres. Em seu discurso, Guterres alertou, claramente, sobre os riscos de uma nova guerra fria, entre Pequim e Washington. Segundo ele, a pandemia expôs, em âmbito mundial, fragilidades e desigualdades nunca vistas anteriormente. É preciso, segundo disse, que haja um fim na doença da guerra para que possamos lutar contra a doença que devasta nosso planeta. “Nosso planeta não pode bancar um futuro onde as duas maiores economias dividiram o globo, cada uma com suas próprias regras financeiras e de comércio, com capacidades de internet e inteligência artificial diferentes”.

Além do que chamou de guerra secreta contra as mulheres em muitas partes do planeta, com violações de direitos e outras crueldades, o representante da ONU propôs o estabelecimento de uma espécie de contrato global que ponha término ao racismo, à discriminação, à exclusão e que seja facultado um acesso universal à saúde. Para tanto, em sua avaliação, será preciso a introdução de um projeto de renda básica universal, de forma a diminuir o fosso de desigualdades sociais, cada vez mais acentuado.

Segundo acredita, isso só será possível através de uma maior distribuição de renda, de poder, de riquezas e de oportunidades. “Nenhum de nós está seguro enquanto todos não estiverem seguros”, frisou.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Competição para lucrar com vacina é ultrajante”.

Noam Chomsky, filósofo norte-americano

Noam Chomsky. Foto: Crédito: AFP

 

Trânsito

Horas de pesquisas, discussões e tempo para delinear no papel as novas mudanças na lei de trânsito. Cadeirinhas, pontos na carteira, idade e tempo de renovação. Os lixeiros continuam pendurados nos caminhões, recolhendo os resíduos inúteis das residências. A lei de trânsito continua sem protegê-los.

Foto: agenciabrasilia.df.gov

 

Indefinido

Por falar em lei, contribuintes juntariam menos papéis e arquivos no computador se fosse obrigatório que os comprovantes de IPTU, IPVA, Imposto de Renda, entre outros viessem com uma minuciosa descrição do pagamento. Vendo um comprovante desses, ninguém adivinha do que se trata. “Pagamento DARF” ou “GDF conta arrecadação” é o máximo descrito.

Charge do Adão

 

Saúde

Continuam as reuniões sobre a Medicalização da Educação e da Sociedade. Quem criou o Fórum sobre o assunto foi o antropólogo Rui Harayama. Anos atrás, numa entrevista, ele disse o seguinte: “Você já pensou que o controle e os protocolos de dispensação desses medicamentos deveriam ser mais pensados? Há casos de população da terceira idade que vive sob uso de Clonazepam (princípio ativo do Rivotril) e logo depois desencadeia Alzheimer. Que tipo de saúde é essa?”.

Foto: Getty

 

Semana Especial

Reserva de mesa, cardápio em braile, caixas eletrônicos e equipamentos de informática adaptados, atendimento prioritário à pessoa portadora de alguma deficiência física no Distrito Federal será prioridade. O Procon irá fiscalizar as instituições e comércio.

Foto: divulgação

 

Fins e meios

Trabalho da doutora em Direito Civil, Fabiola Santos Albuquerque, desenvolve o tema Adoção à Brasileira e a Verdade do Registro Civil com a conclusão de que esse não é um problema exclusivo da nossa realidade, mas que seu perdão é uma constante tendo em vista o fim maior que persegue: o de garantir uma família a uma pessoa.

Charge do Amarildo

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

O único ministro que ainda não se definiu sobre Brasília foi o sr. Oliveira Brito, da Educação. E para que ninguém diga, depois, que o Ministro não foi procurado, acrescentamos que o nosso repórter voltou cinco vezes de seu gabinete. (Publicado em 17/01/1962)

As razões para o barqueiro da morte

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Foto: reprodução do canal da TV Senado no Youtube

 

Se ainda estivesse na ativa, cruzando os rios Estige e Aqueronte, carregando em sua nau as almas dos recém falecidos, por certo, o barqueiro Caronte de Hades, da mitologia grega, teria muito trabalho a realizar, tendo que atravessar esses cursos d’água 738 mil vezes, levando os atingidos em todo o mundo pela nova peste negra, desta vez, chamada de Covid-19. Somente para transportar os mortos do Brasil, Caronte teria que realizar o mesmo trajeto mais de 103 mil vezes, indo e voltando, numa viagem de ida e vinda sem dia para terminar.

No poema épico Eneida, de Virgílio, escrito no século I a.C., “Se não posso dobrar os céus, moverei Aqueronte”, o que em outras palavras poderia significar uma busca por um significado, uma razão ou mesmo um culpado por tamanha fatalidade global. Muitos ainda buscam uma razão para uma mudança tão brusca no modus vivendi de todos nós. Que consequência terá essa situação dramática e inusitada para os indivíduos, sobretudo para os mais moços? Por certo, haverá oportunidade para traumas, do tipo pós-guerra, maculando o subconsciente de muitos. Talvez uma questão dessa dramaticidade possa ser superada, em parte, buscando-se, ao menos, os pretensos culpados por instalar, sem aviso e sem remorsos, o mundo distópico que acreditávamos existir apenas na ficção, nos filmes noir.

Quem sabe, ao indicar os responsáveis diretos e indiretos por esse drama humano, talvez seja encontrada a razão de tudo isso. Se o mundo ainda não identificou corretamente os culpados por tantas mortes presentes e futuras, ao menos, muito já sabem os nomes e sobrenomes daqueles que, por ofício, tinham a obrigação de levar as pessoas a um bom porto. E se soubéssemos os nomes e a culpa atribuída a cada um nesses episódios macabros, de que adiantaria? Os que foram levados para o outro lado do rio, pelo barqueiro da morte, lá ficarão para sempre. O que parece não ser possível, ou ao menos concebível, é que não exista protagonistas responsáveis por essa verdadeira montanha de mortos.

Mesmo a vacina, que se anuncia no horizonte, capaz de aplacar o medo de uma morte sufocante, não terá o condão de pacificar o mundo e, sobretudo, os traumas permanentes gerados em muitos. É preciso encontrar os culpados, para ao menos entender suas razões. O mais inquietante é pensar que, por ação humana deliberada de alguns líderes políticos do nosso mundo, ousaram transformar a Terra no próprio Hades, onde as expectativas de uma vida de quietude e simplicidade foram, simplesmente, banidas para longe.

Ao destruir, com propósito, qualquer feixe de uma luz de esperança, esses que agora estão sentados em suas cadeiras, dirigindo nações inteiras, organismos, e em outros postos chaves, por certo, cometeram crimes hediondos e devem responder por eles, seja internamente ou perante os tribunais internacionais. O que não dá é fingir que nada aconteceu, que tudo foi um acidente sem maiores problemas, varrendo esses acontecimentos para debaixo do tapete da história, cobrindo-os com a poeira do tempo e do esquecimento. O que se quer, muito mais do que os culpados, que certamente aí estão impunes, é buscar suas razões. Até para que flagelos como esse não voltem a surpreender a todos novamente.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“A palavra é meu domínio sobre o mundo.”

Clarice Lispector

A escritora Clarice Lispector. Foto: brasil.elpais.com

 

MAB

Muitos planos para o Museu de Arte de Brasília. Localizado em uma região especial, há um projeto grandioso para entregar, à cidade, o antigo museu aportado como uma área moderna, num complexo cultural que a capital merece de volta. A Concha Acústica será uma extensão desse complexo.

MAB. Foto: EBC

 

Conhecimento

Por falar em Ceará, recebemos do amigo Silvestre Gorgulho um depoimento da Dra. Rosete Ramos. Ela fala nas lições passadas pelo Dr. Fábio Rabelo, no então Hospital Distrital. O cearense, Dr. Edmar Maciel, também é destaque como o precursor no uso da pele de tilápia para reconstituir peles queimadas, que lhe rendeu o Prêmio Abril de Ciência. O conhecimento está sendo enviado para o Líbano.

 

Foto: Viktor Braga/UFC/Divulgação

 

Resultado

Novacap, Administração Regional do Lago Norte e Secretaria de Saúde, unidas para cercar e aumentar o Horto ao lado da Unidade Básica de Saúde do Lago Norte. Brasília acorda para proteger tudo o que já foi conquistado. O próximo passo é o Parque Nacional.

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Hoje é Sábado, dia de conferir o grau de desenvolvimento das tilápias do Lago. Vou para o meu pesqueiro. Lá, terei a tilápia que quero, com o caniço que escolherei.  (Publicado em 13/01/1962)

Sem liberdade, sem transparência

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Uma vigília para o médico oftalmologista Li Wenliang atrai apoiadores em Hong Kong – 7/02/2020 Kin Cheung/AP (veja.abril.com)

 

Quando a questão insólita da pandemia tiver sido resolvida de forma definitiva, não serão poucos aqueles que buscarão em suas raízes os possíveis culpados por, talvez, milhões de mortos. Nessa altura dos acontecimentos, ainda é cedo para que o mundo se ocupe dessa questão. Mas é certo que ela virá, até como forma de fazer com que o planeta não seja apanhado de surpresa em decorrência de atos provocados pela ação desastrada de pessoas e por omissões de muitas outras.

Conhecer em sua profundidade as origens, responsáveis e situações que levaram ao aparecimento desse mal será também um meio de todos se certificarem de que ele não voltará, em tempo algum, a assombrar o planeta. Não se trata aqui de questão de vingança, embora, conhecendo a espécie humana, essa possibilidade não é para ser descartada no futuro. A busca pelas origens e pelas possíveis responsabilizações virá, de uma forma ou de outra, e poderá ser intensificada ainda quando a recessão econômica mundial anunciar sua chegada, como etapa final desse ciclo de pandemia, com milhões de desempregados em todo o planeta.

É quando a tempestade cessa que se busca entender de onde possa ter vindo e que estragos deixou em sua passagem. Com o Covid-19 não será diferente. Passada a crise maior, tão importante quanto buscar um remédio ou vacina eficaz contra o vírus será identificar suas verdadeiras raízes e que fatores, efetivamente, contribuíram para seu alastramento. Por enquanto, o que se sabe a esse respeito ainda é muito pouco e encontra barreiras institucionais, econômicas, diplomáticas e políticas do possível país de origem.

Alguns fatos, no entanto, ainda sem explicações, vieram à tona, como a prisão e a censura imposta ao médico que teria dado o primeiro alerta sobre a doença, assim como de outros técnicos. A própria morte posterior desse médico, possivelmente infectado pela doença, ainda é um mistério a ser esclarecido e cobrado pelo planeta atingido.

Também é fato que as autoridades do país onde essa doença teria surgido, inexplicavelmente ou estrategicamente, não se sabe ao certo, deixaram de comunicar de imediato o ocorrido aos organismos internacionais como estabelecem as leis internacionais nesses casos. As peças desse quebra-cabeças macabro ainda estão espalhadas pelo tabuleiro.

A transparência, elemento tão caro e vital às verdadeiras democracias ocidentais, precisam, mais uma vez, mostrar a todos, o caminho completo percorrido por essa praga, para que novas estratégias de defesa da população mundial sejam aperfeiçoadas. Nesse quesito, também o comportamento das autoridades do referido país onde teria sido identificado pela primeira vez esse vírus ficou visivelmente marcado quando o governo resolveu, sem maiores explicações, expulsar um conjunto de repórteres dos jornais Washington Post, New York Times e Wall Street Journal que, in loco, investigavam os acontecimentos e podiam chegar, mais cedo ou mais tarde, aos responsáveis diretos por esse que já é considerado por muitos de um crime de lesa humanidade.

Só o tempo poderá esclarecer esses fatos, isso é, se as autoridades primeiramente envolvidas resolverem, algum dia, contarem toda a verdade ao mundo. O que parece muito pouco provável.

 

A frase que foi pronunciada:

“Mesmo o homem mais racional precisa, de tempo em tempo, novamente da natureza, isto é, de sua ilógica relação fundamental com todas as coisas.”

Nietzsche, filósofo da Prússia

Foto: Wikipedia

 

Nada fácil

Escolas particulares cobram mensalidades desde o pré-escolar ao ensino médio, enquanto as atividades online para as crianças são repassadas para supervisão dos pais. Essa é uma situação que exige bom senso de todos os lados: pais, professores e escola. Caso contrário, terá repercussões desastrosas.

Foto: Reuters / Adriano Machado / Direitos Reservados

 

Leitora

Observe que na prestação de serviço do recadastramento “prova de vida” – “gratuita”, de servidores do GDF, o BRB além da captação e negócios induzidos pela presença, terá acesso a informações sobre ocorrência de óbitos de servidores. É ético que um banco faça esse recadastramento? O ideal é que cada órgão fizesse o seu, não um banco. Além do mais, lugar de idoso é em casa nos próximos meses. Essa é a opinião de uma leitora. Com a palavra, o GDF.

Cartaz: iprev.df.gov

 

Aí tem

Um comportamento a ser observado é o da variação do preço do combustível. Os postos teimavam em não baixar o preço, mesmo que tivessem que desembolsar menos para adquirir o produto. O coronavírus impôs descontos inacreditáveis até um mês atrás. Gasolina por R$3,50. Estava alcançando quase R$7.

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

E a história de que é provisório é conversa fiada. Quem quiser desmentir procure antes ver a classe das instalações, e a qualidade dos móveis empregados. E o que é fato é que a Vale do Rio Doce, com capitais particulares, estará financiando uma obra do governo, contra a vontade dos seus acionistas. (Publicado em 04/01/1962)