De olho na Europa parte 2

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)

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Muçulmanos rezam em uma rua de Paris. Foto: istoe.com

 

Haveria, de fato, uma guerra anunciada em toda a Europa, contra o crescimento da imigração mulçumana no continente, principalmente contra o islamismo político e sua insistência em dominar o Ocidente e aniquilar os chamados “infiéis”. As populações na Inglaterra e na Alemanha parecem ter acordado sobre esse problema e ameaçam empreender uma luta contra os mulçumanos expulsando-os do continente numa nova fase de retomada dos territórios como havido no século XV. O que isso pode representar para o futuro da União Europeia? A Europa, berço do Iluminismo e do humanismo moderno, vive hoje um dilema que parece resgatar fantasmas de sua própria história. O avanço da imigração muçulmana, intensificado por crises humanitárias no Oriente Médio e na África, encontra-se no centro de uma crescente polarização política e social dentro do continente. O que antes era tratado como um desafio de integração e multiculturalismo, agora assume contornos de ameaça existencial para parcelas significativas das populações de países como Alemanha e Inglaterra. A comparação com o século XV, quando a Europa cristã se mobilizou contra a expansão otomana, não é mera retórica de grupos radicais, mas vem se tornando referência recorrente em discursos nacionalistas.

A percepção de que o islamismo político não busca apenas coexistência, mas sim hegemonia cultural e religiosa, alimenta movimentos que clamam por uma “reconquista” europeia – não mais de territórios perdidos, mas de valores, identidade e soberania interna. Esse sentimento, ainda que controverso, já encontrou espaço nas urnas. Partidos de direita e extrema-direita, antes marginais, hoje são forças determinantes em países como França, Itália, Hungria e até a Alemanha, onde o AFD tem conquistado eleitores em regiões historicamente resistentes ao radicalismo.

Na Inglaterra pós-Brexit, o endurecimento contra a imigração tornou-se não apenas política de governo, mas também bandeira de setores sociais que veem na presença muçulmana um risco à coesão nacional. O risco imediato para a União Europeia é a fragmentação política. Se, de um lado, há governos que defendem o acolhimento de refugiados e a convivência multicultural, de outro há países que pressionam por fronteiras fechadas e políticas de deportação em massa. O resultado é uma União dividida entre a defesa de direitos universais e a exigência de proteção da identidade nacional. Essa contradição mina a própria essência do bloco, que se pretende unido justamente pela superação das diferenças históricas.

A médio prazo, o cenário pode evoluir para tensões civis mais intensas. Os protestos que se multiplicam nas ruas alemãs contra mesquitas, as marchas inglesas em defesa da “cultura ocidental” e os incidentes de violência em periferias francesas já funcionam como prenúncio de uma possível escalada. Se a retórica de confronto direto contra muçulmanos se consolidar, a Europa corre o risco de assistir a uma guerra interna de narrativas e identidades, capaz de corroer suas instituições democráticas.

Por fim, há a dimensão geopolítica. Uma União Europeia mergulhada em conflitos religiosos internos enfraquece-se como ator internacional. Perde capacidade de negociação, autonomia estratégica e relevância frente às grandes potências. O continente que se orgulhava de exportar valores universais pode, paradoxalmente, fechar-se sobre si mesmo em uma nova Idade das Trevas, marcada não pela escassez de conhecimento, mas pela abundância de medo.

O futuro da União Europeia dependerá, portanto, de sua habilidade em equilibrar segurança e integração, identidade e diversidade, soberania e solidariedade. O desafio é imenso: impedir que o debate legítimo sobre imigração e islamismo político descambe para uma cruzada moderna, capaz de repetir, em pleno século XXI, os piores capítulos da história europeia.

Obviamente, se essa radicalização em torno da imigração muçulmana e do islamismo político ganhar corpo na Europa, os efeitos não se limitam ao plano interno: eles, inevitavelmente, repercutem nas relações externas do continente, inclusive com o Mercosul. Primeiro, porque um continente politicamente fragmentado e socialmente tensionado tende a voltar-se para dentro. Em outras palavras, a União Europeia pode reduzir seu interesse estratégico em acordos internacionais complexos, como o tratado comercial com o Mercosul, que já enfrenta resistência de países europeus preocupados com questões ambientais e agrícolas.

Um endurecimento europeu contra a imigração islâmica poderia reforçar políticas mais restritivas também contra migrantes latino-americanos. A diferença, no entanto, é que a cultura latina respeita a cultura europeia, não tentando impor crenças e pensamentos como fazem os muçulmanos.

Se partidos nacionalistas e protecionistas se consolidarem no poder, cresce a tendência de fechamento dos mercados europeus a produtos agrícolas do Mercosul, sob o argumento de proteger o produtor local. O que já hoje é visto como ameaça à competitividade de agricultores franceses e irlandeses, poderia transformar-se em bloqueio político permanente. Isso abriria espaço para que potências como China e Estados Unidos ampliassem sua influência sobre a América do Sul, diminuindo a relevância estratégica da União Europeia para o Mercosul.

Expulsos mais uma vez da Europa, todo esse contingente mulçumano, que agora busca desestabilizar o continente, viria para a América, não em busca de novas oportunidades de vida, mas para dar prosseguimento a essa ideia de subjugar os cristãos em nome de um Alá radical e belicoso.

 

 

A frase que foi pronunciada:
“Por muito tempo, alguns políticos preguiçosos envolveram líderes de comunidades muçulmanas como um atalho para o engajamento de cidadãos muçulmanos marginalizados.”
Sadiq Khan

Sadiq Khan. Foto: © Frederic Legrand/Shutterstock.com

 

História de Brasília  
A Asa Norte do Plano Piloto continua com os mesmos problemas de há seis meses. No lado comercial, não há compradores, e no lado residencial, não há comerciantes. (Publicada em 10.05.1962)

Os pés da igreja

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Foto: Pablo Cozzaglio/ AFP

 

          Ao longo de mais de vinte séculos, a igreja vem caminhando com os pés dos padres, dos fiéis e dos conhecidos homens santos ou aqueles que abraçaram as dores do mundo, chamando a atenção para os altos valores espirituais. É possível afirmar que, sem essa caminhada, cheia de rosas e espinhos, o mundo ocidental não seria o que é hoje. Mais do que guardiões da cultura e sabedoria clássica, greco-romana e judaica, a igreja cristã, por sua orientação, construída a partir das palavras de Cristo, foi a responsável maior pelo processo de humanização dos povos, possibilitando a formação da cultura ocidental.

         Óbvio que nesse caminhar humano, levando adiante o estandarte da luz e da fé, erros foram cometidos, não provenientes da doutrina e da palavra, mas provocadas apenas pela má conduta de homens de carne e osso. O que é importante saber é que sem as consequências dessa travessia, que misturava espiritualidade e muito trabalho secular, não estaríamos aqui hoje. Nosso mundo, caso ainda existisse, seria outro. Talvez um mundo irreconhecível por sua barbaridade extrema.

         Não é de se estranhar que os pés, pelo exercício do livre arbítrio da mente, podem, muito bem, nos conduzir à paz ou à guerra, à vida ou à morte. Ainda hoje, em pleno século XXI, é certo imaginar que sem essa força inspiradora, para prosseguirmos firmes, preservando todo esse imenso legado, feito de pedra e fé, iremos irremediavelmente sucumbir. Pereceremos sob o lento amalgamar de culturas que visam não a somar forças com a cristandade e toda sua herança de paz, mas destruí-la, erguendo em seu lugar altares à morte, à intolerância e ao extremismo xenófobo dos homens bombas.

         Estudos realizados recentemente por universidades europeias mostram que, até 2050, a prosseguir o processo acelerado de islamização trazido por levas incontroladas de imigrantes, todo aquele continente, berço precioso de toda a cultura ocidental, irá não apenas sucumbir à pressão daquela cultura anticristã, mas deixar de existir conforme a conhecemos hoje.

         Diante de todos e sem resistência alguma, igrejas e templos cristãos são vilipendiados e incendiados por toda a Europa, num aviso claro do que está por vir. Mulheres são molestadas. Grupos cristãos atacados em seu próprio país. A cultura do ódio e contra os costumes cristãos se espalha por todo o continente sem resistência. Estamos assistindo de camarote o lento fim da cultura judaico-cristã, e sua substituição por uma fé e costume que visam a destruição de tudo o que civilização ocidental é. Não é pouca coisa. Fenômenos históricos como o crescimento exponencial da população mulçumana e de uma clara divisão entre oeste e leste europeu ameaçam o prosseguimento de nossa civilização. Não se trata aqui de um processo cultural harmonioso ou positivo para o futuro das mais de 28 nações que compõem a comunidade europeia. Tudo nesse amalgamento leva a crer que, cedo ou tarde, haverá embates sérios e isso é grave, pois tende a se espalhar para o resto do mundo, trazendo, quem sabe, uma nova e imaginária reedição das cruzadas, tudo isso ao mesmo tempo em que a ciência ocidental busca novos paradigmas para a perpetuação da ameaçada espécie humana.

          Curioso notar que, mais uma vez, em vista do que está por vir, teremos que nos reunir e, com nossos pés, prosseguir a caminhada, levando em procissão nosso estandarte, que, afinal, é nosso Norte e razão de ser, num mundo em reboliço.

 

A frase que foi pronunciada:

“Como um homem julgará o que fazer em tais tempos?’

– Como ele sempre julgou – disse Aragorn. ‘O bem e o mal não mudaram desde o passado… É função do homem discerni-los, tanto no Bosque Dourado como em sua própria casa.'”

  1. R. R. Tolkien

 

Lápis e papel

Brasília reafirma sua vocação modernista na arquitetura, mostrando ao mundo a capacidade ímpar de nossos profissionais urbanistas na arte de bem projetar uma cidade, com toda a sua complexidade e funcionalidade alcançada apenas com a ajuda simples de cérebros, papel e lápis.

Foto: Valter Campanato (veja.abril.com.br)

 

Minimalista

Num tempo em que computadores não eram vistos nem em ficção científica, essa proeza minimalista parece ter dado o toque humano que projetos dessa magnitude deve conter.

 

Para o futuro

Agora a cidade é palco para o 3º Fórum Mundial Niemeyer, reunindo especialistas em arquitetura, urbanismo, ciência, cultura e humanidades, com o objetivo de debater o futuro das cidades e do planeta nesse século XXI

Oscar Niemeyer. Foto: Arquivo Público do DF

 

História de Brasília

Mas, já que o PTB pôs na quota êsses apartamentos da 106 e 306, o dr. Helano Maia de Souza poderia assumir a defesa dos funcionários e distribuir apartamentos. No dia em que nós demos, aqui, uma nota sobre o que aconteceria aos que estão em atraso de aluguel, o IAPC arrecadou num dia o que não vinha arrecadando em um mês, nestes últimos tempos. (Publicada em 07.04.1962)

Pela beirada

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Foto: Reprodução da Internet

 

Mídias sociais mostram culturas diversas invadindo a Europa. Com cidades importantes do Velho Continente, uma verdadeira onda de protestos e paralisações ameaçam varrer o que ainda resiste de cultura Ocidental. A França, outrora a mais representativa nação a propagar os valores da cultura ocidental, com seus libelos de liberdade, igualdade e fraternidade e que deu impulso ao surgimento dos estados contemporâneos, vem, particularmente, sofrendo uma erupção interna deflagrada, justamente, por aqueles a quem acolheu e deu abrigo e, em muitos casos, à cidadania plena.

As manifestações de populações muçulmanas contra as tradições e a cultura local ameaçam não apenas a França que conhecemos por meio de Montesquieu, Balzac, Victor Hugo, Voltaire, Curie, Beauvoir, Sartre e uma infinidade de outros nomes ilustres, mas a França berço de nossas tradições mais caras. Agora, em Portugal, as pressões que essas comunidades estrangeiras têm feito para, inclusive, substituir as leis seculares pela sharia ou a lei islâmica, com base no Alcorão, vem aumentado seus ecos de forma assustadora. A população muçulmana em alguns países europeus e no continente em geral pode triplicar até 2050, representando até 14% do total, diz pesquisa do instituto americano Pew Research Center.

Relatos de agressões se multiplicam a cada dia. Esse mesmo fervor baseado no radicalismo religioso, aos poucos vai se espalhando por outros países, numa espécie de revival das cruzadas que, dos séculos 11 ao 13, opuseram cristãos e outros povos do Oriente, pela libertação da Terra Santa.

Trata-se, não exatamente de um mundo novo nem tampouco admirável, ante a inércia e o imobilismo impostos pela letargia, de aproveitar as brechas para migrar entre as rachaduras expostas de nossa cultura. Não por acaso, dentro desse cenário de distopias, as igrejas cristãs vêm sofrendo uma série de ataques, com depredações de parte de nosso acervo sagrado, incêndios em templos, perseguições aos clérigos e aos crentes, e todo um movimento, mais vivo do que nunca, que visa destruir alguns dos mais importantes baluartes de nossa cultura. Nesse movimento de razia contra o Ocidente, nem mesmo as famílias escapam desses ventos loucos.

 

A frase que foi pronunciada:
“A especulação é no comércio uma necessidade; é nos abusos, uma inconveniência; mas entre as inconveniências dos abusos e a necessidade do uso, está, em todos os casos dessa espécie a liberdade, que deve ser respeitada, porque se em nome de abusos possíveis nos quiserem tirar a liberdade do uso, talvez não nos deixem água para beber.”

Rui Barbosa

Foto: academia.org

 

Mulheres no poder
Nas homenagens a Brasília que aconteceram na Câmara Legislativa, a deputada distrital Paula Belmonte foi bastante elogiada pela coragem e, principalmente, pelo posicionamento político coerente. Contra ou a favor da maré, a deputada Paula luta pelos mesmos ideais, enfrentando as mais diversas ameaças. Quem participou da solenidade foi Maria de Lourdes Abadia, que destacou o trabalho de Paula Belmonte em defesa das crianças e das mulheres, além de lutar por uma capital mais justa e com oportunidades para todos.

Deputada Distrital Paula Belmonte. Foto: cl.df.gov

 

Virtude
Aconteceu no auditório da Cúria Metropolitana, a palestra com o ministro Ives Gandra Martins Filho, com o tema Virtudes: um Ideal de excelência. O evento foi organizado pela Associação de Dirigentes Cristãos de Empresa. Como sempre, ninguém sai da forma que entrou quando o Dr. Ives Gandra está com a palavra.

Ives Gandra Martins Filho, ministro do TST.| Foto: André Rodrigues/Gazeta do Povo

 

Ameaças
Aconteceu no Gama. Um garoto de oito anos avisou à mãe: “Não vai ter aula amanhã por causa de um tal de massacre”. E completou: “Mãe, o que é isso?”

Charge: J. Bosco

 

Pavor
Por falar nisso, ao dar um pulinho na farmácia do Varjão, com o carro cheio de crianças, o cidadão se depara com um corpo baleado no meio da rua. A cena foi de horror, mas as crianças foram orientadas a olhar para o tapete do carro até segunda ordem.

 

História de Brasília

A romaria de solidariedade ao Tonico, no Banco da Lavoura, é um reflexo do reconhecimento dos que construíram Brasília, para com aquele verdadeiro pioneiro. (Publicada em 18/03/1962)

Napoleão de hospício

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          Nenhum homem é uma ilha, já ensinava o humanista e autor da obra “Utopia”, Thomas Morus (1478-1535). Do mesmo modo, pode-se inferir que nenhum país é também uma ilha, no sentido de estar apartado e exilado do resto do mundo. Principalmente, no contexto atual de forte globalização e interdependência, que força muitos países a se unir em blocos ou mercados comuns, visando não só a complementaridade de suas economias, mas, sobretudo, unir forças políticas visando uma relação mais equilibrada com outras nações. Desse modo, torna-se explícito que o isolamento de um país, na forma como vemos, por exemplo, na Coreia do Norte, ou mesmo em Cuba, é extremamente prejudicial ao pleno desenvolvimento humano de suas populações.

         Acreditar que os conflitos que ocorrem, a milhares de quilômetros daqui, não trarão reflexos imediatos e deletérios para os brasileiros, é pura ilusão. Antigamente, dizia-se, com razão, que se os Estados Unidos espirrassem, o Brasil, por sua dependência, logo teria uma pneumonia. Se o início do conflito entre Rússia e Ucrânia, quando se acreditava que essa seria uma guerra curta e fácil para o poderio militar russo, já trouxe complicações para a importação de produtos como corretivos agrícolas para nossa lavoura, o prolongamento dessa luta, sua intensificação e o perigo iminente dela vir a atrair novos protagonistas, alastrando seus efeitos maléficos para uma generalização mundial, são altos e reais.

          Num mundo globalizado, o perigo de uma guerra ganhar dimensões planetárias é também considerável, ainda mais quando uma das partes desse conflito, por sua posição mais realista e diante de um impasse nessa guerra, ameaçar outros países com o emprego de armas de destruição em massa. Peritos e estrategistas, nesses jogos de guerra, em todo o mundo, têm alertado para a possibilidade real do emprego desse tipo de armas, dizendo que os russos não estão simplesmente blefando, mas preparando o cenário para esse próximo evento. Com isso, nossos problemas, quer queiramos ou não, reduzem-se ao tamanho de uma formiga, ante o perigo real da destruição do próprio planeta.

         Pouco podemos fazer, não apenas por nossa posição atual nas relações internacionais, conhecida como anões diplomáticos, mas pela pouca contribuição que poderemos dar para impedir que tudo vá pelos ares. Mesmo a posição do Brasil dentro do Bloco dos BRICS, torna-se irrelevante, pois, nesse xadrez, onde a posição de peças atômicas sobre o tabuleiro vão sendo estabelecidas, exclui naturalmente aqueles países que não dispõem desse tipo de armamento. O perigo nessa contenda é que pode não haver ganhadores, nem de um lado nem de outro, sendo que não há também um juiz nesse jogo capaz de impedir o avanço dessas peças. Mesmo organismos como a ONU são impotentes diante desse quadro. Fechar os olhos e ouvidos ao que ocorre nessa parte do globo talvez sirva de consolo, já que a experiência nos ensina a não preocuparmos com problemas que não podemos, por nós próprios, resolver. Nesses tempos confusos, independe de nós a possibilidade de o mundo vir a virar pó sob nossos pés e isso pode nos dar uma pequena noção do quanto somos frágeis e incapazes de controlar efeitos dessa natureza.

          Até mesmo fenômenos como as mudanças climáticas, com todo o seu potencial de destruição, parecem encolher diante de uma ameaça nuclear, levada a cabo por um único homem, pequeno em estatura física como Napoleão, e tão doido quanto os napoleões de hospício.

A frase que foi pronunciada:

“Nenhum homem é uma ilha. Mas alguns são península.”

Robin Williams

Robin Williams. Foto: GETTY IMAGES

 

Na terra

Na última década, o DDT foi proibido no Brasil. Mas, pelo fato de o rastro desse agrotóxico permanecer por 30 anos, os solos brasileiros continuam sendo estudados. A Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC) classifica o DDT no Grupo 2A – provável cancerígeno humano com base na indução de tumores hepáticos e aumento da incidência de linfomas em animais, e em evidências limitadas de linfoma não-Hodgkin e câncer de fígado e de testículos em seres humanos. A informação é da Divisão de Toxicologia Humana e Saúde Ambiental, da CETESB, agência do Governo do Estado de São Paulo responsável pelo controle, fiscalização, monitoramento e licenciamento de atividades geradoras de poluição.

Charge: Arionauro Cartuns

 

Pés no chão

Estudo de Rodrigo Fracalossi de Moraes mostra, em sua conclusão, que a regulação de agrotóxicos, assim como as de vários outros produtos e serviços, não é um processo politicamente neutro. Regulações adotadas por governos não resultam apenas da influência de normas e conhecimento científico, mas também do poder relativo de grupos que ganham e que perdem com a regulação. A concepção de que existe algum tipo de regulação imparcial, proposta por comissões de experts e implementada por burocratas politicamente neutros é, portanto, ilusória.

Charge: noticiasdocamposttr.blogspot.com.br

 

História de Brasília

Abriram valetas para colocação de esgotos. Fecharam as valetas. Jogaram terra. Nenhuma placa indica o perigo, e a todo instante, um carro atola perigosamente. Ponham alguma indicação, por favor. (Publicada em 10.03.1962)