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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)
Hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Dizem que o tempo não espera por ninguém. Nem por coisas, nem por pessoas. Camões já dizia com muito propriedade: “mudam-se os tempos, mudam-se as vontades. Muda-se o ser, muda-se a confiança: Todo o mundo é composto de mudanças.” O que se é hoje, já não se é amanhã. Em política, então, essa noção de tempo é ainda mais veloz. A velocidade com que projetos políticos envelhecem só tem paralelo com a rapidez com que as nuvens brancas dançam, varridas pelo vento deslizando no céu azul.
O tempo também não espera pelo homem público, nem pela política. Não por outra razão, é possível observar a rapidez com que figuras do nosso mundo político deixam de interessar aos eleitores. Tudo tem seu tempo de existir e brilhar e os políticos não escapam dessa ação desgastante e contínua do passar dos dias, pois são obrigados a ficar em exposição permanente.
Essa ação transformadora ajuda a trazer, para o cenário nacional, novos eleitores, mais ou menos engajados, mais ou menos interessados. Mesmo as estruturas partidárias, engessadas pelas vantagens públicas, cheias de teias de aranha e mofo, uma hora qualquer se veem diante da encruzilhada fatal: ou mudam ou desaparecem no anonimato. Partidos que, em um passado recente, eram proclamados como as maiores legendas políticas do continente, hoje, são só lembranças desbotadas pelo tempo. Seus principais personagens ou estão esmagados pela ação da idade, ou simplesmente deixaram esse mundo para trás.
Em nosso país, o perfil do eleitorado muda mais rápido do que os edifícios partidários. A verdade cruel é que novos eleitores já não se identificam com as velhas legendas, nem tampouco com os velhos caciques. O elemento que poderia trazer mais dinâmica e sobrevida às legendas políticas seria a reforma da própria política. Mas esse movimento necessário encontra barreiras naqueles que ainda sobrevivem da velha política e de seus benefícios.
Ainda fazemos política como no início do século passado, na base da negociação de vantagens. O toma lá dá cá, embora ainda funcione a todo o vapor e em pleno século XXI, é um modelo antigo, que os novos tempos identificam como fator de atraso e subdesenvolvimento. Personagens da nossa vida política, que, nesse momento, estão em atuação, ajudando ou mesmo prejudicando o país, eles, com toda a certeza, passarão. Ficarão, talvez, os bons exemplos a serem aproveitados no futuro e as más ações também a servirem de lição e precaução em não repetir erros. Mesmo a insistência com que alguns recorrem hoje às velhas práticas na política, também essa deixará de existir. A mania em repetir velhos projetos, na vã esperança de que, dessa vez, dará certo, também irá cessar, deixando para trás uma vasta planície de escombros e lições.
A reforma política se tiver que vir, que venha o quanto antes, pois também ela tem seus dias contados para envelhecer. Se servem de consolo, é preciso lembrar Mateus (9:16,17): “ninguém coloca remendo novo em roupa velha, nem vinho novo em odres velhos.” Mais uma vez, o ano novo começa a dar sinais de que irá despontar no horizonte distante.
Em tempos assim, o desejo de mudança reascende a esperança de que um novo modelo de fazer política parece se aproximar. Que venham logo esses bons ventos de mudança, antes que envelheçam também.
A frase que foi pronunciada:
“Não é o poder que corrompe, mas o medo. O medo de perder o poder corrompe aqueles que o exercem e o medo do flagelo do poder corrompe aqueles que estão sujeitos a ele.”
Aung San Suu Kyi
Voo
Não há normativos da ANAC que mantenham, por segurança, médicos em voos. Nem há protocolo que obrigue as empresas aéreas a providenciar medicamentos para episódios alérgicos, de engasgos ou mesmo para os primeiros socorros a um enfartado.
Feitiço contra
Por falar em avião, uma senhora revoltada gravou uma cena em pleno voo onde uma passageira sentada à janela se recusou a ceder o lugar para uma criança que fazia birra para viajar com vista para as nuvens. O resultado não foi o esperado para a mãe do reizinho mandão. O vídeo já passa de um milhão de visualizações e, nos comentários, todos relembram os efeitos positivos da palmada na hora certa, na intensidade certa e no lugar certo.
Uma pena
Que venham todas as críticas para os colégios militarizados. Mas que seja reconhecido o desempenho dos alunos de Colégios Militares nas Olimpíadas de Matemática. São tão bons, que ninguém, além deles, consegue subir no podium.
História de Brasília
Os diretores da Novacap, drs. Balallay May, Jaime Almeida e Vasco Viana de Andrade enviaram expediente ao Prefeito Sette Câmara, solicitando o afastamento de tôda a diretoria, até que termine o inquérito mandado instaurar. (Publicada em 24.04.1962)
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil
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Embora a devida dimensão de um cargo político nem sempre é assimilada pelos escolhidos, a verdade é que poucos dias antes do término do mandato é que reconhecem o pleno desempenho do ofício. O mesmo fenômeno acontece com governadores e prefeitos, todos só começam a assimilar os segredos e nuances da função quando já é hora de dizer adeus. O instituto da reeleição talvez tenha vindo justamente com o propósito de dar uma segunda chance imediata ao eleito.
Mesmo assim, essa nova oportunidade tem, entre nós, sido utilizada de forma a prolongar erros do passado ou mesmo aumentá-los em gravidade. O problema com as democracias do Ocidente tem sido esse modelo, que faz com que atores de filme B e torneiros semialfabetizados se tornem, de uma hora para outra, chefes da nação. Aos partidos, que controlam todo esse esquema, interessa, tão somente, apoiar indivíduos com visibilidade e chances de vitória, pouco se importando se eles são os elemento certos para determinadas missões.
De todo o jeito, o que interessa aos partidos é ter, nessa posição, um correligionário. Com isso, a legenda ganha espaço e poder e, principalmente, o mapa que leva aos cofres do Tesouro. Obviamente que um esquema dessa natureza está fadado ao fracasso, com o agravante de prejudicar milhões de cidadãos. De toda a forma, era o que melhor se apresentava para se contrapor à volta de uma esquerda pré-histórica, que arrastou o país para a maior crise de toda a sua história.
Para tanto, a primeira lição, já por demais conhecida desde o início da civilização e que ainda é válida, é livrar-se dos bajuladores e dos chamados puxa-sacos. Já repetia o filósofo de Mondubim que quem puxa-saco também é capaz de puxar tapetes. Segunda e também importante lição é colocar parentes problemáticos em seus devidos lugares. Terceira lição é estudar os problemas do país, discuti-los com pessoas experientes no assunto e tomar decisões embasadas, sem se preocupar com o horizonte político.
Todas essas lições básicas não surtirão efeito algum se o mandatário não aprender com as lições do passado, sobretudo aquelas que marcaram os governos de seus predecessores. À guisa de facilitar qualquer mal-entendido posterior, recomenda-se, ao neófito na presidência, que nunca receba políticos, empresários e outros próceres da República em segredo. Grave tudo e disponibilize todas as conversas em tempo real. Segredos e República são antípodas e destroem a democracia. Faça chegar ao povo todo e qualquer movimento das peças no tabuleiro. Por último, não confie em ninguém, nem na própria intuição.
A frase que foi pronunciada:
“Eu não sou teimoso. Teimoso é quem teima comigo.”
Antônio Carlos Magalhães, político brasileiro.
Realidade
Depois de pegar ônibus e metrô, um bom banho seria o adequado, principalmente para trabalhadores domésticos, de condomínios residenciais e comerciais, de restaurantes com entrega em domicílio. A aglomeração nos transportes é uma grande chance de contato com o vírus. A sugestão é do leitor Renato Prestes. Veja a seguir o perigo invisível.
Entretenimento
Trata-se de um vídeo de Lysia Condé interpretando Corta Jaca. Mencionando o discurso do senador Rui Barbosa, que condenou veementemente a música de Chiquinha Gonzaga, arrasando a música da brasileira que já fazia sucesso pela Europa. Costumes mais reservados e maneiras mais distintas não eram o que trazia o Corta Jaca de Chiquinha. Veja os dois vídeos no blog do Ari Cunha.
Essa não!
Presidente Bolsonaro recebeu líderes do Flamengo e do Vasco com a proposta de trazer a equipe para treinar em Brasília, já que o governo carioca não permite. Esse é um momento impróprio para atender uma demanda que em nada vai contribuir com a população da cidade.
História
Coisa que pouca gente sabe é que a Biblioteca Nacional tem uma outra via original do decreto da abolição da escravatura, além do documento exposto pela Biblioteca do Senado. Por falar nisso, a biblioteca do Senado completou 194 anos carregada de história. Confira as informações no perfil oficial da Fundação Biblioteca Nacional no Facebook e no perfil oficial da Biblioteca do Senado no Instagram.
Fala sério
Wadih Damous, ex-deputado federal carioca pelo PT, questionou quando os colunistas farão o mea-culpa pelo apoio à saída de Dilma Rousseff, “o que permitiu a ascensão de Bolsonaro”. A matéria foi publicada no Brasil 247 e a palavra que significa mover de baixo para cima está grafada com erro. Essa é uma boa razão para iniciar a lista de razões para manter a opinião de sempre.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
O asfalto da Asa Norte, na pista leste do Eixo Rodoviário sofreu uma depressão muito grande, e está constituindo um sério perigo. É à altura da primeira tesourinha. (Publicado em 12/01/1962)