O vírus da ideologia

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

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Palácio do Itamaraty. Foto: gov.br

 

Tão ou mais prejudicial para saúde e o futuro dos cidadãos está o vírus da ideologia. Ao infestar a máquina do Estado e suas instituições, com seu bafo fétido, irradia seus efeitos maléficos para os outros Poderes da República, fazendo, do país, um refém de orientações abstratas que, ao fim e ao cabo, compromete, seriamente, o futuro de todos.

O mais danoso é que toda essa contaminação é feita em benefício apenas de interesses pessoais e momentâneos de um pequeno grupo, que se coloca acima de todos e de tudo para a consecução de seus desígnios inconfessáveis. É isso que é, e não outra coisa. E é isso que tem atravancado o deslanche do Brasil rumo a uma modernidade que a todos pertence por um direito inalienável e que, jamais, poderia ser corrompido ou atalhado. Ou é isso, ou é o que temos tido ao longo dessas últimas duas décadas e que não basta.

Depois do lulopetismo, ou seja lá que outro nome pode ser pespegado àquela trupe de malfeitores camuflados de políticos, nem bem a nação tenha restabelecido algum sentido de lucidez, adentrou de súbito por um outro labirinto oposto, mas que também imbica rumo ao terreno árido e baldio, onde nada floresce, apenas o pó.

É nessa gangorra, que não sai do lugar, que vamos desperdiçando o tempo de décadas. Dos muitos exemplos que poderíamos trazer para ilustrar essa praga de gafanhotos que nos consome, ficamos com um apenas, mas que traduz, como nenhum outro, a imagem que o mundo possui de nosso país. E é nesse cenário que surge a figura do ministério das Relações Exteriores, também conhecido como Itamaraty ou Casa do Barão do Rio Branco. Outrora orgulhoso de seu desempenho positivo frente às questões que levaram a definição derradeira das fronteiras do Brasil entre outras ações que granjearam o respeito internacional, fazendo de nossa diplomacia um exemplo para o mundo civilizado, o que parece restar hoje do Itamaraty, como instituição, por certo, enrubesce os velhos e calejados embaixadores que, nesse caso, preferem ficar distante desse esfarinhamento.

Mesmo no período militar, pós 64, quando a ideologia castrense orientava um afastamento respeitoso da União Soviética e seus satélites, e uma aproximação cautelosa do Grande Irmão do Norte, havia ainda uma certa personalidade orgânica nessa instituição que ajudava o país a manter um rumo, sem maiores incidentes de percurso. A partir de 2003, já no século XXI, com a chegada dos primeiros construtores do labirinto sinistro, toma assento no leme do MRE, Celso Amorim, que chamava o então presidente Lula, um notório desorientado, principalmente dos caminhos da ética pública, de “nosso guia”. Deu no que deu.

Com ele à frente da instituição e sob a doutrina de uma cartilha que mandou imprimir e distribuir para todo o pessoal da Casa, o Brasil adentrava para o clube faminto do terceiro mundismo, abrindo embaixadas e outras representações no fim do mundo, estreitando relações com países ditatoriais de esquerda, para onde foram carreadas somas bilionárias do dinheiro público, via BNDES inclusive, para a Ilha dos Castros, uma espécie de paraíso lúdico do Caribe para patifes de toda a parte.

Com Amorim, o Itamaraty conheceu o inferno do Gulag, com perseguições e outras ações contra o pessoal discordante. Pouco refeito do sendero petista, que se viu obrigado a trilhar, e após um governo Dilma de igual esfacelamento do MRE, nem bem conheceu um estágio de restabelecimento do juízo e da plenitude da sanidade mental, eis que o Itamaraty envereda agora pelo labirinto oposto da destra mão, deixando-se navegar pelas águas também turvas de uma direita pouco esclarecida e que anseia estreitar relações com países que torcem o nariz para esses salamaleques oportunistas.

Com Ernesto Araújo, um jovem diplomata feito chanceler que, em tese, teria a oportunidade de colocar o Itamaraty nos antigos eixos de respeitabilidade, caso ouvisse os mais velhos e experientes da Casa, o Itamaraty muda o curso para estibordo, desfazendo com o pé direito o que o ex-ministro Celso Amorim fez com o pé esquerdo. Deu no que deu também. Este comportamento ciclo tímico da instituição, afetada sempre pelos ventos malcheirosos da ideologia, conduziram nossas relações com o exterior ao que é hoje: um arremedo do passado sem maior importância, como uma lama penada, a quem foi retirada a alma e a vida. É uma pena e um grande prejuízo para o país.

 

 

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“A isso me proponho aqui. Fazer do Itamaraty um instrumento de amor pelo nosso país e pelo nosso povo”

Ernesto Araújo, no discurso de posse.

 

Caixa de Marimbondos

Chegou a hora de dar uma sacodida nessas Confederações, Federações de Esportes. Há reclamações por todos os lados de presidentes e diretores que não passam o bastão nem com reza braba. Ministério do Esporte, da Cidadania, instâncias que vão e voltam, TCU, sabem que a situação está bem desfavorável aos atletas.

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Em Punta del Este, todas as bandeiras dos países participantes da Conferência foram hasteadas normalmente. A de Cuba enroscou-se no mastro e subiu à força. (Publicado em 25/01/1962)

Uma nova agenda

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Foto: Osvaldo Lima/Agência O Dia

Em alguns dias, o presidente eleito Jair Bolsonaro terá que deixar a lista de boas intenções que preparou para seu governo e partir para ação prática, retirando do plano das ideias suas propostas para o país nesses próximos quatro anos, a fim de que possa atingir, ao menos. E terá que fazê-lo ainda no primeiro semestre de 2019, enquanto durar o período de lua de mel entre ele e o eleitorado e enquanto o Congresso e outras forças políticas não acordem do torpor provocado pelas urnas.

Há prazo de validade. O mesmo ocorre com as bancadas, formadas em torno de um tema. Tão logo surjam outros interesses, as bancadas se desfarão, indo se agrupar noutros ninhos mais promissores e mais rentáveis. As reformas necessárias para tirar o país da grave crise gerada pelos anos petistas terão que ser implementadas o quanto antes. O problema é que boa parte delas geram efeitos, prejuízos e sacrifícios não só para a população, mas para os empresariados e isso provoca reflexos dentro do Congresso que tende a seguir os sinais de pressão emitidos pela sociedade e por parte das elites que possuem negócios junto ao Estado.

Por certo, a redução das despesas, associadas ao aumento de impostos e ao corte de muitos benefícios, virá na sequência e com um preço alto. A redução de subsídios chegará junto com as reformas da Previdência e com alterações sérias nas aposentadorias.

Reformar um Estado como o nosso requer mexer com privilégios de muitos grupos, sobretudo daqueles incrustados na máquina do Estado e que abrangem todo o quadro do funcionalismo público, principalmente nos altos escalões da República, onde vantagens de todo o tipo criam grupos de brasileiros de primeira classe, beneficiados por tudo de bom que o dinheiro pródigo dos contribuintes pode oferecer.

Para agir de forma correta, sem titubeios e com a rapidez necessária, o novo governo terá ainda que preparar o terreno, removendo obstáculos e sabotagens que, com certeza, virão de toda a parte e com intensidade crescente. Para tanto, terá que desmontar, por completo, a complexa engrenagem paralela instalada dentro da própria máquina do Estado e que, por décadas, serviu de esteio para os desígnios lulopetistas de se perpetuar no comando, controlando o poder por dentro.

O aparelhamento ideológico do Estado, está entre as construções mais primorosamente armadas e definidas pelo Partido dos Trabalhadores para a consecução de suas táticas. Por isso será também uma das mais difíceis tarefas: fazer com que sejam completamente erradicadas.

Em praticamente todas as repartições públicas o PT plantou simpatizantes, dispostos a sabotar o próprio Estado e a Nação para fazer valer a orientação ideológica da legenda. Mesmo antes de chegar ao poder, o PT já cuidava de ir infiltrando, onde podia, simpatizantes que cuidassem de manter o partido informado de todas as decisões tomadas dentro dessas instâncias, de modo a prejudicar seu andamento ou mesmo atrapalhar os planos do governo de plantão. Há suspeitas de que, através dos múltiplos sindicatos, o petismo tenha mantido aparelhado o Banco do Brasil, a Caixa Econômica, Agências Reguladoras e outras repartições públicas, contaminando a máquina internamente e retirando delas seu papel principal que era o de servir aos brasileiros e ao país.

Nas escolas, nas universidades e nos meios culturais essa atuação foi ainda mais intensa e feita à revelia das leis, e contra os interesses do próprio país. É esse atoleiro que permanece ativo, que o novo governo terá que encarar caso resolva implementar uma nova agenda numa noutra direção.

 

A frase que foi pronunciada:

“Sou um brasileiro de saco cheio.”

Ziraldo

 

Cuidados

Parquinhos com areia no Minas Tênis Clube precisam de vistoria. O cheiro de fezes de gato dá a impressão de que há necessidade de renovar todo o conteúdo onde as crianças brincam

Foto: minasbrasilia.com.br

Leitor

Panificadora Pão Dourado, situada à Av. Araucárias em Águas Claras, descumpre o Estatuto do Idoso no seu Art. 3º, Parágrafo único: Inciso l: “atendimento preferencial imediato e individualizado junto aos órgãos públicos e privados prestadores de serviços à população”. Convém salientar que já ocorreram celeumas entre clientes, em face a desobediência da Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003.

Cartaz: mdh.gov.br

Em maio

Está no momento certo de o grupo Rodas da Paz mostrar parceria com o pessoal que organiza o Ride of Silence. Trata-se de um movimento mundial de ciclistas que acontece na terceira quinta-feira de maio. A única exigência é que haja silêncio absoluto em todo o percurso feito em respeito às vítimas mortas enquanto pedalam.

Poema e logo: rideofsilence.org

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

As crianças da superquadra do IAPB não podem frequentar o jardim da Infância, porque não há vagas. Há número excessivo de alunos nas salas e as professoras não aceitam mais, nem mesmo criança da própria superquadra. (Publicado em 07.11.1961)

Prisioneiros das próprias contradições

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Charge: psdb.org.br

Em encontro do Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores, que acontece nesse fim de semana em Brasília, lideranças de todo o país discutirão novos rumos para a legenda após a derrota sofrida nas últimas eleições.  É com base na análise detida da performance do partido em outubro passado que sua cúpula pretende traçar novas estratégias para esses próximos anos e para as eleições de 2022. Pelo menos é o que está previsto para acontecer.

No entanto, para aqueles que conheceram o partido por dentro e que hoje adotaram uma postura de distanciamento e de crítica, o encontro em Brasília é uma tentativa desesperada da legenda para não naufragar nesses próximos quatro anos, diante não apenas dos significativos 11 milhões de votos a mais colhidos pela direita, mas, sobretudo, pela grande rejeição demonstrada pela população em relação a legenda.

De fato, o que motiva esse encontro, mais do que táticas políticas na formação de frentes amplas de partidos da esquerda, é o temor de que o crescente antipetismo, expressado pela sociedade e verificado em todos os patamares da pirâmide social, acabe empurrando o Partido ladeira abaixo, transformando-o numa legenda significativa apenas nos grotões mais miseráveis do país. A tentativa de atrair nesse encontro a simpatia de partidos como o PDT, PCdoB e PSB para a formação de uma força conjunta contra o governo Bolsonaro, é, no presente momento, a única estratégia para dar uma sobrevida ao partido.

É claro que, nessa altura dos acontecimentos, os partidos de oposição que sempre tiveram um protagonismo periférico nos governos petistas desconfiam que temas como frente ampla e outros discursos do gênero escondam ainda a pretensão hegemônica do PT de soerguer-se individualmente e de maneira isolada e mesquinha. Nesse caso não seria surpresa se, mais uma vez, o lulopetismo utilizasse essas legendas apenas como tábua de salvação para não submergir a maré crescente do conservadorismo.

Uma observação pertinente que cabe não só aos petistas, mas sobremaneira a todos os partidos de esquerda é que todos eles ainda não compreenderam que o Brasil, por sua formação histórica e por diversos outros fatores, é um país conservador. Se isso é bom ou ruim, pouco importa. O importante é saber que nenhum partido possui o condão de mudar essa realidade factual. Analisado por esse viés, até mesmo o próprio Partido dos Trabalhadores é, por sua insistência em ser dirigido, desde sempre, pelo mesmo grupo, uma legenda conservadora.

É preciso notar aí, que a rigor, se fossem utilizados os dispositivos previstos não só na Constituição, como na legislação eleitoral, há muito essa legenda teria o seu registro cassado.

São evidentes e fartas as provas, em mãos da justiça, que atestam que, por anos, esse partido recebeu grandes somas de dinheiro oriundas de desvios nas estatais, via empreiteiras interessadas nesse nicho criminoso. A inutilidade de encontros e de discussões como essa torna-se patente quando se verificam que, por detrás de pregações de renovação, o partido não consegue ocultar o desejo de ver sua maior liderança, hoje condenado e preso, subir novamente a rampa do Planalto.

A insistência em manter, no controle da legenda, lideranças publicamente desgastadas e até mesmo repudiadas pela população é uma prova de que o PT, assim como seu fundador, estão todos juntos trancafiados numa cela da Polícia Federal em Curitiba. Vítima de suas próprias contradições, o petismo não consegue se libertar de seu passado recente e do fato de que é propriedade daquele que jura nada possuir em seu nome!

 

A frase que foi pronunciada:

“Bicudo combateu a ditadura militar e a do PT.”

Reale Jr, advogado

Foto: exame.abril.com.br

Valorização

Deputado federal Augusto Carvalho quer alterar um parágrafo de lei com uma proposta interessante. Um Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério.

Foto: solidariedade.org.br

Sem nexo

É incompreensível que para a seleção de estagiários seja exigida experiência profissional.

Imagem: clubedebolsas.com.br

Dúvida

Ninguém estranhou que um general assessorasse o ministro Dias Toffoli? Mais que isso. Que um general fosse substituído por outro general para continuar a assessoria? Mais um pouquinho. Que o primeiro general que o assessorava viesse a ser nomeado Ministro da Defesa?  Devo estar vendo muitos filmes.

 

Novidade

Pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação será obrigatório que as escolas e universidades divulguem os resultados obtidos em sistemas oficiais de avaliação.

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Nunca foi tão alto o número de títulos protestados em Brasília. Em alguns casos, são aventureiros, mas em outros são comerciantes honestos e trabalhadores, que estão sufocados pela suspensão das obras da cidade. (Publicado em 07.11.1961)